Sensibilidade somática PDF

Title Sensibilidade somática
Author Júlia Freitas Carneiro
Course Módulo Morfofuncional I
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Aula de Fisiologia - Prof. Lia...


Description

Senli soáti A sensibilidade somática (tato, dor, propriocepção) e uma forma de interpretação do ambiente para sobreviver. Sensibilidade é a aquisição de informações sensoriais pelo corpo. A sensibilidade pode ser por mecanocepção: tato e propriocepção posição do corpo em relação a gravidade), termocepção e nocicepção (dor). Existem seis tipos de receptores. As fáscias musculares têm muitos receptores, ao contrário dos músculos, Paccini e Ruffini, são os receptores presentes nas fáscias. As fibras podem ser divididas em A e C. O sistema coluna dorsal-lemnisco medial (percepções mais finas, como tato discriminativo, vibração, propriocepção). Sistema anterolateral (tato grosseiro, dor, sensação térmica, cócegas, sensações sexuais). ● Livre: amielinizados, por toda a pele. (podem detectar tato e pressão) ● Corpúsculos de Meissner: mais superficiais, rápidos, estão presentes nos lábios e nas pontas dos dedos, dinâmicos. (são alongados, mielinizados e encapsulados) (dentro da cápsula encontram-se muitos filamentos neurais ramificados.) (receptores táteis com terminação expandida) ● Discos de Merkel: terminações expandidas, continuação do contato. (forma uma cúpula e se constitui em um receptor extremamente sensível.) (enervado por uma fibra mielinizada grossa, tipo A delta) (juntamente com os corpúsculos de Meissner discutidos anteriormente, desempenham papéis extremamente importantes na localização das sensações táteis, em áreas específicas da superfície do corpo e na determinação da textura do estímulo.) ● Terminações pilosas (fibra nervosa conectada na base do pelo) (são receptores táteis, principalmente para detectar o movimento de objetos na superfície do corpo) ● Ruffini: mais profundos, ativados por pressão mais intensa, mais duradouros. (sinais de tato e de pressão intensos e prolongados.) (grau de rotação articular) ● Paccini: mais profundos, fibra delgada com mais lentidão, vibração. (situam-se imediatamente abaixo da pele e, profundamente, nos tecidos das fáscias.) As fáscias tem receptores ruffini e paccini, os músculos possuem menos. As fibras A são largas, mielinizadas e rápidas, ótima para aferir pressão ou não. (as fibras delta são mais largas e rápidas). As fibras C são mais lentas, sem mielina, uma condução mais lenta, presentes nas terminações livres e nas terminações pilosas. As vibrações de baixa frequência de 2 a 80 ciclos por segundo, estimulam, especialmente os corpúsculos de Meissner, que se adaptam menos rapidamente. Os corpúsculos de Pacini podem detectar sinais vibratórios de 30 a 800 ciclos/s, porque respondem de modo extremamente rápido a deformações mínimas e rápidas dos tecidos. No sistema dorsal-lemnisco medial (responsável pelo tato discriminativo, vibração e propriocepção) o estímulo saí da coluna dorsal da medula e depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado oposto no bulbo, seguem pelo tronco cerebral até o tálamo, pelo lemnisco medial. É constituído por fibras grossas e mielinizadas e é mais rápido. Informações que precisam ser transmitidas rapidamente e com fidelidade temporal e espacial são transmitidas, sobretudo, pelo sistema da coluna dorsal–lemnisco medial. Quando é algo dos

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membros superiores, entra mais lateral, quando chega no lemnisco fica mais dorsal e medial. Já os membros inferiores no lemnisco ficam mais ventral e lateral. OBS: A face não segue isso, sua inervação é pelo nervo trigêmio, que vai até o tronco e cruza, depois vai até o tálamo e até o córtex. No córtex existem duas áreas somatossensoriais, I e II. A área I (mais estudada) (homúnculo de penfield) é logo após o sulco central e engloba as áreas de Brodmann 1,2 e 3. A área II fica mais ou menos na área 40. Os vários receptores nos lábios são importantes para a nutrição, ajuda a diferenciar certos alimentos. A área somatossensorial I pode ser dividida em 6 camadas de profundidade. Cada camada possui uma função, a camada 4 é responsável pela recepção das informações, a camada 5 e 6 são responsáveis por mandar a informação para o córtex associativo e para o tronco. As áreas 2 e 3 mandam as informações para o lado oposto, para que ocorra uma junção das informações. Na divisão por camadas verticais, a pele é onde têm mais receptores. Nas camadas com mais espaços é para os órgãos intra abdominais. Quando ocorre a perda da área somatossensorial I, ocorre a perda do estímulo, graduação de pressão, peso e textura. Características da análise de sinais: ● Divergência na transmissão das sinapses em diversos níveis (depende da intensidade) ● Discriminação em dois pontos (no centro da pressão é uma maior intensidade, e nas áreas em volta uma intensidade menor, além da supreção de informação na área entre os dois pontos) ● Sensação de vibração: potencial de ação (sensação de vibração mais fina e rápida é dada pelo corpúsculo de Paccini, ele possui diversas cápsulas e na pontinha do nervo ele é desmielinizado, quando ocorre um movimento, os canais de sódio do líquido das cápsulas se abrem e entra o sódio, quando há muito sódio a região se torna positiva dentro do nervo e o estímulo é liberado) ● Propriocepção: estática e dinâmica (a amplitude da condução nervosa modifica com a força, mas há momentos em que essa possibilidade é saturada e a força muda pouca coisa, pequenas variações geram grandes amplitudes) ➔ Dedos: pele e cápsula articular ➔ Membros: fusos musculares ➔ Estiramento articular: receptores de Paccini e Ruffini No sistema anterolateral (responsável pelo tato grosseiro, dor, sensação térmica, cócegas e sensações sexuais) imediatamente após entrarem na medula pelas raízes nervosas dorsais, fazem sinapse nos cornos dorsais da substância cinzenta medular, cruzando, em seguida, para o lado oposto da medula e ascendendo pelas colunas anterior e lateral da medula espinal. Elas terminam em todos os níveis do tronco cerebral e no tálamo. Informações que não precisam ser transmitidas com rapidez ou com grande fidelidade espacial são transmitidas principalmente pelo sistema anterolateral. Menor velocidade de transmissão, menor grau da intensidade e menor grau de localização espacial. Na pele esse sistema é dividido por dermátomos (regiões relacionadas ao desenvolvimento embriológico que correspondem a um nível da medula). A dor pode ser rápida (agulhada) e lenta (queimação).

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Terminações nervosas livres: ● Mecânicos ● Térmicos ● Químicos Não há mecanismo de adaptação para dor, a intensidade da dor é diretamente ligada a intensidade da degradação tissular. O corpo possui um mecanismo de supressão da dor, inibindo a interpretação do estímulo da dor. Intensidade: dano aos tecidos ● Químicos (excesso de H+ em uma úlcera péptica, correndo as células epiteliais, o excesso de H+ nas células é que ativa os mecanismos de dor, uma das piores dores) ● Espasmo (músculo fortemente contraído, não relaxa, fecha os vasos sanguíneos. Além de ter a própria isquemia, ele tem a liberação de ácido láctico (dor da cãibra) e isso aumenta a dor) ● Isquemia (não recebe sangue ou o sangue não está sendo drenado, o sangue acúmulo não oxigena nem nutre, quando o tecido morre por isquemia um hormônio chamado bradicinina, esse hormônio é o que define a dor. O potássio também se eleva, além do H+.) Vias de transmissão da dor: ● Fibras rápidas e lentas - A e C (A fibra A é mielinizada e bem mais grossa que a C) ● Sensoriais entram pela medula → interneurônios → cruzam para subir por dois sistemas. (A informação da dor é diretamente ligada aos dermátomos, entra no corno dorsal, cruza no mesmo nível do dermátomo que o estímulo ocorreu.) ● Trato neoespinotalâmico (dor mais rápida e aguda, tem uma ascendência mais definida, no tálamo ela se junta a coluna dorsal-lemnisco medial para fazer a distinção de onde vem a dor) ➔ Tálamo - complexo ventrobasal (CD-LM) ➔ Mais localizada ➔ Glutamato ● Trato paleoespinotalâmico (dor crônica lenta, não tem essa junção de informações, logo não tem uma noção clara de onde vem a dor, termina mais difusamente, porém, cerca de 1/10 das fibras ainda vão até o tálamo, gerando uma diferenciação primitiva da localização) ➔ Dor crônica lenta ➔ Termina difusamente (substância cinzenta) ou no tálamo Supressão da dor: ● Anatomia fisiológica (a substância cinzenta periaquedutal está localizada entre o terceiro e o quarto ventrículo), os estímulos do trato neoespinotalâmico e do trato paleoespinotalâmico passam por essa substância cinzenta percebe a informação de dor e manda a informação para os núcleo magno da rafe (o neurotransmissor é a encefalina), ele manda a informação para os interneurônios do dermátomo onde a dor foi ativada (serotonina) para que ocorra a supressão da dor. Os interneurônios da área suprimem essa passagem para o outro lado da medula, o entendimento da dor é

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suprimido. A inibição dos interneurônios e a condução da dor é feita pela encefalina. ➔ Substância cinzenta periaquedutal → n magno da rafe e n paragigantocelular → interneurônios da medula: atuam na recepção da dor ➔ Encefalina e Serotonina ● Sistema opióide do cérebro (A morfina e outros opióides estimulam a via de supressão da dor. Quando estamos muito felizes, a serotonina em alta inibe a sensação de dor) ➔ Estímulo da substância cinzenta periaquedutal e n magno da rafe. Dor referida ● Dor em vísceras que são referidas na pele próxima à dor visceral. ● Mecanismo: sinapse na entrada dorsal na medula Embriologicamente, a região do dermátomo que deu origem ao apêndice, também deu origem ao dermátomo que fica mais periumbilical, logo estão no mesmo nível de dermátomo. Dor visceral e parietal ● Dor visceral: localizada e difusa (isquemia, espasmo, distensão, estímulo químico) ● Dor parietal: receptores ● Localização da dor visceral x dor parietal O abdome possui dois tipos de peritônio (camada de tecido conjuntivo mais resistente). Tem o peritônio visceral que cobre as vísceras, o peritônio parietal reveste por dentro a cavidade abdominal, revestindo a barriga. Quando o apêndice está inflamado, inicialmente a dor é na região periumbilical, depois de alguns dias ela migra para a fossa ilíaca direita, porque o apêndice inflamado começa a irritar o peritônio parietal. Peritonite é dor no peritônio, ele possui fibras A delta que possuem fibras rápidas para a dor, a dor do peritônio é bem localizada. Sinal de Blumberg é uma dor à descompressão brusca no ponto de McBurney, que pode ser indicativo de apendicite. Sensação Térmica ● Receptores: frio, calor e dor. ● Estimulação química ● Transmissão: cruza na medula → corno anterolateral ● Terminações: áreas reticulares do tronco e ventrobasal do tálamo. Os receptores de frio tem uma maior concentração e são mais facilmente estimulados. A sensação térmica é pelo sistema anterolateral, então cruza na medula e sobre pelo lado contralateral. Frio extremo e calor extremo ativam receptores da dor. A temperatura de 25º ativa muito mais receptores de frio do que a de 5º, porque a ativação maior dela é em temperaturas de frio médio. Dores referidas ● Hiperalgesia: Uma hipersensibilidade, via nervosa para dor excessivamente excitável. Exemplo: pele queimada de sol → sensibilização das terminações dolorosas. ● Herpes-zoster: O vírus infecta gânglios da raiz dorsal causando forte dor nos dermátomos (dor segmentar em faixa hemicorpo). Caso a dor ultrapasse um dermátomo, é possível que o paciente seja imunodeprimido.

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● Síndrome de Brown-Sequard: Secção de apenas um lado da medula espinhal. Por exemplo, se houver uma lesão do lado esquerdo, o tato discriminativo é perdido no mesmo lado (ipsilateral) porque as informações só se cruzam no bulbo (sistema coluna dorsal-lemnisco medial). Já a sensibilidade é perdida no lado oposto já que as informações se cruzam no mesmo nível medular (sistema antero lateral), a do mesmo lado é mantida.

● Cefaleia: ➔ Intracraniana: Os tecidos encefálicos propriamente ditos são insensíveis, a cefaleia intracraniana pode ocorrer por distensão dos seios venosos em torno do encéfalo, lesões no território ou a distensão da dura máter, na base no encéfalo. Exemplos: Meningite → inflamação das meninges. Baixa pressão do LCR Enxaqueca→ocorre vasos espasmos, os vasos dilatam de uma vez só, comprimem o parênquima, aumenta a pressão intracraniana e gera uma dor referida (difusa) Álcool → difusa (agride as meninges), na desidratação ocorre uma diminuição da pressão intracraniana, por exemplo: a dor posterior cerebral é referida na nuca. ➔ Extracraniana: Espasmo muscular do couro cabeludo, nervos cervicais ligados ao osso occipital. Irritação nasal e de estruturas nasais acessórias. Distúrbios visuais: uma contração excessiva dos músculos ciliares dos olhos podem ocasionar uma cefaleia retro-orbital. Além da exposição excessiva à radiação solar.

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