Sexualidade - Estas anotações foram feitas com base na aula ministrada pelo professor Robério PDF

Title Sexualidade - Estas anotações foram feitas com base na aula ministrada pelo professor Robério
Author Laís Ferro
Course Ginecologia e obstetrícia
Institution Centro Universitário Cesmac
Pages 6
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Summary

Estas anotações foram feitas com base na aula ministrada pelo professor Robério Garbini, médico ginecologista, que leciona no CESMAC, no módulo de Atenção Integral a Saúde da Mulher I. Além das minhas impressões da aula, consta também resumo da literatura do Freitas (Rotinas em ginecologia, 7ª ediçã...


Description

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER I 3ª AVALIAÇÃO

Laís Ferro Barros Acadêmica de Medicina

CICLO DA RESPOSTA SEXUAL FEMININA

A sexualidade feminina funciona de forma INTRODUÇÃO

cíclica, sendo composta por algumas “fases”. Se

A sexualidade, que é algo intrínseco do ser humano, pode ser avaliada de acordo com

mecanismo poderá falhar. 1) Fase do desejo;

três critérios: •

houver problema em alguma dessas fases, todo o

2) Fase da excitação;

Biológico; o Todos os seres humanos são iguais;

3) Fase do orgasmo; 4) Resolução/período refratário.

o Quando há alguma alteração nesse

aspecto

tem-se

uma

disfunção. Ex.: Alteração hormonal ou anatômica. •

Sociocultural; o Todos os seres humanos são parecidos; o Quando há alteração → desvio.



Psicológico. o Todos os seres humanos são diferentes; o Quando



alteração

→ DISFUNÇÕES SEXUAIS FFEMININAS EMININAS

inadequação. “Ter cuidados com o normal e o anormal. Ou se tem um desvio, uma disfunção ou inadequação. O conceito de normalidade é relativo.”

Assim, compreende-se que a sexualidade e o conceito de “normalidade” não guardam correlação. A sexualidade pode ser avaliada a

Correspondem a perturbações no desejo sexual

e

alterações

fisiopsicológicas

que

caracterizam o ciclo da resposta sexual, causando sofrimento acentuado e dificuldade interpessoal a paciente.

partir de ambos critérios, que são variáveis a

Obs.: São descritas no Manual Diagnóstico e

depender do contexto.

Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).

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Desejo sexual hipoativo;



Disfunção sexual por aversão sexual ou

DIAGNÓSTICO

fobia sexual;

ginecologista, porém, em muitos casos há o



Disfunção da excitação;



Disfunção do orgasmo;



Dispareunia;



Vaginismo.

desconhecimento da anatomia e fisiologia da resposta sexual, pelo próprio médico, tardando o diagnóstico dos distúrbios sexuais. Assim, para diagnosticar, o médico deve

EPIDEMIOLOGIA



Estima-se

que

O ideal era que fosse feito pelo próprio

53%

atentar a causas fisiopatológicas; condições das

mulheres

ginecológicas e uso de medicações que podem

apresentam alguma disfunção sexual;

estar interferindo negativamente no ciclo da

Aproximadamente 33% apresentam falta

resposta sexual.

ou eliminação de desejo sexual;

ATENÇÃO! Queixas relativas a outra etiologia devem ser



32 a 58% tem disfunção da excitação;

encaminhadas a ginecologista com formação em sexologia



24% tem anorgasmia ou dificuldade de

e/ou terapeuta sexual.



atingir o orgasmo; •

PARAFILIA S PARAFILIAS

19% tem dificuldade de lubrificação. ETIOLOGIA

Parafilias comportamentos

fantasias

frequentes,

intensos

ou e

sexualmente estimulantes que envolvem objetos



Fatores vasculares;



Fatores endócrinos;



Fatores neurogênicos;



Uso de medicações;

inanimados,

crianças

ou

adultos

sem

consentimento, ou o sofrimento ou humilhação de si próprio ou do parceiro. Os transtornos parafílicos, por sua vez,

o ACO antiandrogênios (p. ex.:



são

Diane 35) reduz a libido.

são parafilias que causam angústia ou problemas

Fatores emocionais e relacionais;

com o desempenho de funções da pessoa com

o Traumas,

transtornos

mentais,

problemas familiares interferem na libido. •

Disfunções sexuais do parceiro;



Condições uroginecológicas e cirurgias.

parafilia ou que prejudicam ou podem prejudicar outra pessoa. •

Aerodromofilia – Transar no avião;



Agalmatofilia – Indivíduo que sente atração por estátuas/manequins etc

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Agorafilia – Preferência por transar em



locais abertos; •

dançando;

Agrexofilia – Prazer em saber que os



outros estão ouvindo-a transar; •



Voyeurismo – Sentir prazer em observar



Pediofilia – Sente prazer com crianças;

outras pessoas transando;



Odaxelagnia – Pessoa que fica excitada

Amaurofilia – Sentir prazer em não ver o





Dendrofilia – Prazer/atração sexual por •

Brilamp – Prazer em relação sexual sem penetração;



Pogonofilia – Sente prazer em barbas;

Erotolalia – Pessoa que fica excitada com



Narratofilia – Sente prazer em escutar palavas obscenas no sexo;

Coprofilia – Prazer em ter relação



Menofilia – Prazer em ter relações Urofilia – Prazer em ter relações

coisas

que

enojem,

normalmente, as pessoas; •

Sente

prazer

em



Latranudia – Mulher que fica excitada em

De modo geral, entre o casal, deve haver adequação e que ambos aceitem as parafilias,

Riparofilia – Prazer em ter relações sujas, envolvendo



se despir na frente do médico.

envolvendo urina; •

Estigmatofilia

tatuagens, piercings etc

menstruada; •

Frotismo – Prazer por esfregar-se em outra pessoa sem o seu consentimento;

envolvendo fezes; •

Necrofilia – Sente prazer em sexo com pessoas mortas;

telefonemas obscenos; •

Zoofilia – Sente prazer em sexo com animais;



árvores/plantas; •

mordendo ou sendo mordida;

Cisvestismo – Prazer sexual relacionado ao uso de fardas;



Lactofilia – Sente prazer em ver a mama da parceira com leite;

outro transando (p. ex.: usar vendas); •

Coreofilia – Ficar excitado com o parceiro

Autoginefilia – Homem que sente prazer

quando estas estiverem presentes. Assim, será obtida uma resposta sexual satisfatória. PRÉ-REQUISITOS PARA ATENDIMENTO SEXUAL

ao vestir-se de mulher;



Estar bem com a sua sexualidade;



Podolatria – Sentir prazer com os pés;



Conhecer a resposta sexual humana;



Quirofilia – Sentir prazer com as mãos;



Possuir



Pigofilia – Sente prazer por bundas;



Sitofilia – Sente prazer por misturar comida durante a relação sexual;

respeito

ético

quanto

a

sexualidade do outro; o Manter a naturalidade durante a entrevista. 3|Pági na

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Conhecer os recursos propedêuticos e

o Antipsicóticos;

terapêuticos em sexologia;

o Antidopaminérgicos;



Manter a privacidade da paciente;

o Antiandrogênicos;



Disponibilidade de tempo.

o Betabloqueadores adrenérgicos;



o Anti-hipertensivos DISFUNÇÕES INVESTIGAÇÃO DAS DISF UNÇÕES SEXUAIS

de

ação

central; o Anticoncepcionais hormonais. •

Queixa sexual

Identificar a fase da resposta sexual acometida

Didáticas relacionais; o Relação conflituosa de longa duração; o Rotina relacional;

Não sente desejo sexual? Não excita? Não tem orgasmos? Sente dor na penetração?

Caracterizar a queixa: data que surgiu, duração, fatores desencadeantes, condições associadas, história ginecoobstétricas, história sexual pregressa, história pregressa (medicamentos, patologias associadas, anticoncepção, climatério).

o Ausência do ritual de sedução; o Preliminares insuficientes; o Disfunção sexual do parceiro. •

Aspectos socioculturais; o Costumes; o Valores;

FATORES ASS OCIADOS A DISFUNÇÕES SEXUAIS ASSOCIADOS



o Tabus e mitos.

Condições médicas; o DM, HAS;



Violência sexual;

o Tireoideopatias;



Quebra de contrato;

o Dor pélvica crônica;



Repressão sexual;

o Depressão;



Hormonais;

o Ansiedade;

o Hiperprolactinemia;

o Hipoestrogenismo;

o Hipotireoidismo; o Hipoestrogenismo;

o Neuropatias;



o Hiperprolactinemia;

o Hipoandrogenismo;

o Hipoandrogenismo.

o Anticoncepcionais hormonais.

Drogas psicoativas e depressivas do sistema nervoso central; o BZD;



Desconhecimento da anatomia genital e da resposta sexual; o

fases da resposta sexual;

o Antidepressivos Tricíclicos; o ISRS;

Dificuldades em uma ou mais

o

Histórico disfuncional prévio.

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SEXUALL ENTREVISTA SEXUA



Estabelecer se a queixa é primária ou secundária;



Estabelecer se a queixa é geral ou situacional;



Estabelecer

se

é

permanente

ou

temporária; •

Estabelecer se há relação com algum fato na vida ou relacionamento;



Investigar se a paciente foi submetida a

I.

Mudou a frequência de relações sexuais nos últimos anos?

II.

A sua satisfação na relação mudou desde a menopausa?

III.

Experimentou

relação

dolorosa

ultimamente? IV.

O seu parceiro mudou em relação ao sexo?

alguma cirurgia ou se contraiu alguma doença; •

Investigar se a paciente faz uso de

I.

alguma medicação.

I.

Possui vida sexual ativa?

II.

Como foi o início da vida sexual?

III.

Teve alguma experiência sexual desagradável?

IV.

Existe mais de um parceiro?

V.

Como se sente quando você e seu parceiro iniciam a transa?

VI.

Você sente desejo/vontade sexual?

VII.

Você fica excitada e sente que está molhada?

VIII.

Quando você tem orgasmo, é preciso estimular o clitóris?

IX.

Quando você se masturba, existe

Você usa algum método para evitar gravidez?

II.

Já submeteu-se a alguma cirurgia?

III.

Já teve alguma DST?

IV.

Possui alguma doença ou usa algum medicamento?

V.

Faz uso de drogas?

I.

Desde quando acontece?

II.

Com quem acontece?

III.

Em que situação acontece?

IV.

Como acontece?

V.

Sempre foi assim?

VI.

Possui fases de melhora ou piora?

VII.

Como está sendo a evolução do problema?

satisfação? X.

Como o seu parceiro se sente em relação às suas respostas sexuais?

MODELOS TERAPÊUTICOS

Modelo de Kaplan 5|Pági na

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Combate direto à ansiedade sexual;

sexual hipoativo, independente do seu efeito no



Uso de tarefas que caminham da menor

tratamento de outros sintomas da menopausa.

ansiedade (foco sensório ou “massagens sensuais”) a maior ansiedade (coito); •

Melhora da comunicação do casal.

Modelo de Annon •

P – Permissão;



IL – Informação limitada;



SE – Sugestão específica;



TI – Terapia intensiva.

Tem-se

considerado

a

deficiência

androgênica como um dos fatores relacionados ao desejo sexual hipoativo, especialmente na pósmenopausa, mas certamente existem outras influências.

CONSIDERAÇÕES CONSIDERA ÇÕES FFINAIS INAIS

A ausência de desejo sexual inicial não significa disfunção. A resposta sexual pode sofre influência dos esteroides sexuais, entretando, não se deve desconsiderar a complexidade e a diversidade dos fatores que envolvem a função sexual feminina, como as influências socioculturais, interpessoais, condições biológicas e psicológicas. O diagnóstico das disfunções sexuais é eminentemente clínico, devendo se afastar todas as causas externas. A relação entre os esteroides sexuais e o comportamento sexual não está completamente esclarecida em usuárias de métodos hormonais. As evidências atuais são insuficientes para demonstrar efeito significativo da TH no interesse sexual, excitação, resposta orgásmica ou desejo

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