Sintese - Como era Gostoso o meu Francês - Ideias sobre os indios PDF

Title Sintese - Como era Gostoso o meu Francês - Ideias sobre os indios
Course Sociedades e Culturas Indigenas
Institution Universidade Federal do Tocantins
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Summary

Comparação do filme: Como era Gostoso o meu francês com o texto discudito em sala de aula: Cinco ideias equivocadas que as pessoas tem sobre os indigenas....


Description

UFT – Universidade Federal do Tocantins Discente: Paulo Henrique de Oliveira Chaves Docente: Rita Domingues Disciplina: Sociedades e Culturas Indígenas (7CSO032)

Comparação da obra “CINCO IDÉIAS EQUIVOCADAS SOBRE OS ÍNDIOS” com o filme “COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS”

O filme já inicia com uma das visões mais comuns e que se ouve por ai da boca de quem não conhece a cultura indígena, onde uma notícia “destilada” pelos franceses que nada mais é do que uma ideia preconcebido onde diz que os índios não tem casas e nem teto, nem quaisquer acomodações e ainda se refere aos indígenas como “gente arisca e selvagem sem nenhuma cortesia e nem humanidade”, e ainda compara a cultura francesa a indígena com relação aos seus costumes, crenças e ainda diz que o povo não tem conhecimento da virtude e da verdade, do justo e do injusto, verdadeiros animais com figura de homens, entre outros absurdos. Dito isto, podemos fazer uma comparação entre o filme “Como era gostoso o meu francês” com o texto discutido em sala “Cinco ideias equivocadas sobre os índios” onde o autor leva em consideração as ideias preconcebidas que as pessoas tem sobre os povos indígenas, e é como autor cita no início de sua obra: “É importante discutir essas idéias equivocadas, porque com elas não é possível entender o Brasil atual”. O resultado dessa desinformação com relação aos povos indígenas é o que torna a imagem do índio na escola, nos meios de comunicação de uma forma completamente equivocada, por isso é de suma importância conhecer a história indígena para que possamos assim desmistificar e replicar a verdadeira face desse povo que tanto sofreu e que ainda continua sofrendo, tanto na língua dos desinformados como nas mãos de um governo autoritário que não enxerga os direitos deles como humanos, hoje em dia muitas pessoas por falta de conhecimento da história ainda tem a imagem de que o indígena é um povo que não trabalha, que não rende e que não produz e por pensar desta forma trata-os como seres inferiores o que é um equívoco comparado com a realidade.

O que a maioria não sabe é que as tribos indígenas não são todas iguais, a cultura é diferente assim como sua língua e suas crenças. No Brasil atual existem 200 etnias, falando 188 línguas diferentes. Os indígenas são únicos, com uma cultura rica e suas crenças levadas muito a sério, o que não devia causar certa estranheza pois o Brasil é um país com uma miscigenação grande. A comparação que fazemos do que foi lido em texto e discutido em sala e com o que foi visto no filme é que nos dias atuais as coisas não mudaram muito, o pensamento das pessoas com relação aos povos indígenas ainda é muito arcaico, mal sabem essas pessoas que os índios estão à vários passos a nossa frente. Com o passar dos anos as coisas nas tribos indígenas foram se desenvolvendo assim como os grandes centros, a diferença é que eles se desenvolveram dentro da sua escala evolutiva mantendo seus costumes e aperfeiçoando suas relações sociais. Alguns dos dados levados em consideração após a leitura do texto é que considerar os povos indígenas como primitivos é algo completamente equivocado, os povos indígenas produzem saberes, ciência, arte, literatura, poesia, musica, religião. Dito isso, temos a conclusão de que não são sociedades nenhum pouco atrasas, pelo contrário. O triste ainda é saber que nos dias atuais o índio tem sua existência menosprezada por pessoas que desconhecem a história indígena, o cenário político atual é totalmente contra as práticas sociais indígenas com a única intenção de tirar os direitos desse povo que sempre sofreu nas mãos da supremacia branca e que em pleno século XXI ainda existe o mesmo empasse, como exemplo do que acabei de citar temos um dos grandes impactos causados contra o povo Apinayé que habitam a região tocantica ou Bico do Papagaio, ao longo dos anos os mesmos tiveram suas vidas mudadas tragicamente com enfoque na territorialidade e meios de vida, tais restrições acarretadas pela construção de diversos empreendimentos como por exemplo, (Ferrovias Carajás e Norte-Sul; rodovias BR 153, Transamazônica e TO 126 e 134; linha de tensão da UHE Tucuruí; impactos das hidrelétricas de Estreito e Lajeado), aos quais poderá se somar a Hidrovia Tocantins/Araguaia e a ameaça ainda presente de implantação da barragem de Serra Quebrada Rio Tocantins, esta última suprimindo cerca de 14% da Terra Indígena Apinajé. Tudo isso causa vários transtornos aos meios de vida dos indígenas, tornando sua existência cada vez mais difícil e ainda tentam tirar o que é seu por direito, tudo por terem essa visão de que eles são menos.

Outra comparação de acordo com o que foi proposto, é o fato de que os índios tiveram sua cultura congelada, que ainda andam nus, com arco e flecha caçando. Como uma forma de quebrar esse paradigma podemos citar os índios na política, que não perderam sua essência adquirida através de seus antepassados, mas que vieram para dar o nome e entrar na história e dizer que índio não é só essa imagem congelada e que foi atravessada ao longo dos anos. Um forte nome sobre o que acabei de citar é o líder Raoni que é um dos principais nomes indígenas da atual política nacional e internacional e que luta em defesa da Amazônia e dos direitos dos povos indígenas. Raoni foi recentemente recebido pelo Papa Francisco, no Vaticano e esta foi a primeira vez que a igreja católica apoiou oficialmente atividades concretas em favor do cuidado ambiental. Ou seja, a imagem que podemos ver hoje não é de alguém que vive na floresta caçando com arco e flecha, mas de alguém que luta arduamente pelos seus e pelo bem do meio ambiente. E não fica por aí, existem muitos outros indígenas engajados no cenário político e que prestam um grande papel para o Brasil, existem professores, doutores, cientistas e etc. todos com suas ideias revolucionarias e principalmente a coragem de lutar por mais direitos pois o que muitos não sabem mas a luta hoje é por nenhum direito a menos. Outro equívoco é achar que os índios no Brasil é coisa do passado, como citado no início do texto foram anos de pesquisa e busca de dados que perduram até hoje, o índio sempre esteve presente no nosso cotidiano só não tinha tanta visibilidade por conta do genocídio que aconteceu no passado e como também foi mostrado no filme a morte de muitos indígenas. O índio está inserido nos locais em que as pessoas menos esperam, mas ainda com aquele olhar de estranheza, visão esta que deve ser quebrada e substituída pelo que é real, o índio está inserido sim na modernidade brasileira, o pensamento de que eles são um atraso pra o desenvolvimento que deve cair no esquecimento, e dar mais representatividade e o devido respeito que eles merecem. O erro mais equivocado de todos é achar que o brasileiro não é índio, como se pode observar após leitura do texto proposto e fazendo uma análise com vivencias e histórias contadas é que muitos brasileiros não se consideram índios na formação de sua identidade, o texto traz em si vários relatos comprovados após anos de pesquisa que deixam claro que esse povo foi formado com a junção de várias etnias como por exemplo as matrizes europeias, assim no plural, representadas basicamente pelos portugueses, mas também pelos espanhóis, italianos, alemães, poloneses. As matrizes

africanas também entram no banco de dados bem como os povos como os sudaneses, yorubás, nagôs, gegês, ewes, haussá, bantos e tantos outros. Porém como os europeus dominaram política e militarmente os demais povos, a tendência brasileira é querer se identificar apenas com aqueles mais fortes ou como diz o texto “vencedores” e que acaba por ignorar a cultura indígena e africana. Mas o índio não foi eliminado, muito menos varrido da cultura brasileira, o índio mantem sua resistência como sempre fez e mostra cada vez mais para o que aqui veio, sempre na luta pelos seus ideais e pelo que é seu desde que o homem branco invadiu o seu espaço, no fim disso tudo, o preconceito hoje existente é algo que foi arrastado ao longo dos séculos no intuito de mascarar um passado sombrio e o caos que o homem branco causou ao invadir terras já habitadas e que não eram suas, levando caos, doenças e principalmente o direito que os povos indígenas tem de mostrar que todos essas coisas ruins ditas sobre eles não passam de mentiras equivocadas e que devem ser extintas. Um de nossos papeis como Cientista Social é tirar a venda dos olhos de pessoas que ainda tem esse tipo de imagem dos povos indígenas, eles sempre estiveram aqui e sempre estarão, pois, a garra deles é maior que qualquer impedimento ou barreira que apareça. A luta não é só na telinha ou no espaço cinematográfico, a luta está ocorrendo agora neste momento e perdurará até que não haja mais nenhum impedimento no desenvolvimento das culturas e principalmente das vidas dos indígenas....


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