Sobre a Entrevista Clínica PDF

Title Sobre a Entrevista Clínica
Author Débora Sabatini Marques
Course Psicopatologia e Funções Psiquicas
Institution Universidade do Sul de Santa Catarina
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Summary

Sobre a Entrevista Clínica...


Description

Entrevista Clínica

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Existem várias formas de abordá-la, conforme o objetivo específico da entrevista e a orientação do entrevistador.

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Em Psicologia, a entrevista clínica é um (1) conjunto de técnicas de investigação, de (2) tempo delimitado, (3) dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos (4) psicológicos, (5) em uma relação profissional, com o (6) objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos em um (7) processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas.

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A entrevista é apenas parte de um processo (de avaliação psicológica)

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Ela é a única capaz de adaptar-se à diversidade de situações clínicas relevantes e de fazer explicitar particularidades que escapariam em outros procedimentos (validade clínica)

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Nas entrevistas clínicas, desejamos conhecer o sujeito em profundidade, visando a compreender a situação que o levou à entrevista. O entrevistado é porta-voz de uma demanda e espera um retorno que o auxilie. A utilidade das entrevistas depende, portanto, do espaço que o procedimento deixa para as manifestações individuais → (1) semi-estruturadas e (2) de livre estruturação

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A entrevista clínica possui a característica de ser dirigida (mesmo na entrevista de livre estruturação), pois é necessário o reconhecimento, pelo entrevistador, de seus objetivos.

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O entrevistador precisa estar preparado para lidar com o direcionamento que o sujeito parece querer dar à entrevista, de forma a otimizar o encontro entre a demanda do sujeito e os objetivos da tarefa

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Entrevistador e entrevistado possuem diferentes papéis: o entrevistador coloca a entrevista no domínio de uma relação profissional, sendo dele a responsabilidade pela condução do processo e pela aplicação de conhecimentos psicológicos. O entrevistado precisa ser colaborativo, através de prestação de informações, já que o sucesso da entrevista depende do seu modo de participação

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Treinamento especializado: o resultado de uma entrevista depende da experiência e da

habilidade do entrevistador -

Criar um clima que facilite a interação e a abertura para o exame de questões íntimas e pessoais talvez seja o maior desafio da entrevista clínica

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O entrevistador deve estar ciente de conflitos de interesse + questões éticas envolvidas

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A delimitação temporal entre a entrevista inicial e o processo terapêutico tem a função de explicitar as diferenças de objetivos dos dois procedimentos

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O processo de avaliação psicológica pode envolver diferentes procedimentos, incluindo vários tipos de entrevistas

Classificação quanto ao aspecto formal: 1. Estruturadas: são de pouca utilização clínica; normalmente ela se destina ao levantamento de informações definidas pelas necessidades de um projeto, uma vez que ela quase não considera as demandas do paciente; privilegiam a objetividade, buscando respostas específicas para questões específicas 2. Semi-estruturadas: entrevistador tem clareza dos objetivos a serem alcançados, das informações, o modo como deve perguntar, quando ou em qual sequência deve perguntar, a relevância das informações e etc. 3. De livre estruturação: a grande maioria das técnicas de entrevista divulgadas em psicologia clínica enquadra-se nesse tipo de entrevista; Obs: a professora Alessandra considera que na primeira sessão o ideal é utilizar entrevista de livre-estruturação e, posteriormente, em outras sessões utilizar as entrevistas semiestruturadas.

Classificação quanto aos objetivos: Objetivo comum: descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno; toda entrevista clínica comporta elementos diagnósticos (termo mais amplo) 1. De triagem: a entrevista de triagem tem por objetivo principal avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento. O clínico que trabalha sozinho também terá que triar seus clientes e encaminhar aqueles que não julgar adequado atender, conforme sua especialidade e competência 2. De anamnese: está relacionada com o levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa, desde sua infância. Ela pode ser facilmente estruturada cronologicamente 3. Diagnósticas (termo mais específico): a entrevista diagnóstica pode priorizar aspectos

sindrômicos (descrição de sinais e sintomas para a classificação de um quadro) ou psicodinâmicos (descrição e compreensão da experiência ou do modo particular de funcionamento do sujeito). Importante citar que ambos são complementares, operando dentro de uma mesma estratégia. 4. Sistêmicas: entrevistas para avaliar casais e famílias estão se tornando cada vez mais importantes em psicologia; elas podem focalizar a avaliação da estrutura ou da história relacional ou familiar; podem também avaliar aspectos das redes sociais de pessoas e famílias 5. De devolução: tem por finalidade comunicar ao sujeito o resultado da avaliação; outro objetivo é permitir ao sujeito expressar seus pensamentos e sentimentos em relação às conclusões e recomendações do avaliador; mesmo na fase devolutiva, a entrevista mantém seu aspecto avaliativo.

Competências do avaliador e a qualidade da relação: A entrevista como ponto de contato inicial exige algumas competências essenciais do entrevistador para a condução de uma entrevista e, consequentemente, para a continuação do processo terapêutico. Antes de ser considerada uma técnica, deve ser considerada como um contato social entre duas pessoas. O sucesso da entrevista depende, portanto, de qualidades gerais de um bom contato social. O entrevistador deve ser capaz de: -

Estar presente

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Ajudar o paciente a se sentir à vontade e desenvolver uma aliança de trabalho

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Facilitar a expressão dos motivos que levaram o cliente a ser encaminhado ou a buscar ajuda

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Buscar esclarecimentos para colocaçoes vagas ou incompletas

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Gentilmente, confrontar esquivas e contradições

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Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista

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Reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente, especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador (transferência)

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Compreender seus processos contratransferenciais

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Assumir iniciativa em momentos de impasse

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Dominar as técnicas que utiliza

Triagem e Psicodiagnóstico: Para além de um encaminhamento, o psicodiagnóstico visa responder a um quadro clínico; responde a alguma questão, tem um comprometimento em oferecer um parecer conclusivo a determinado quadro; processo fechado, conclusivo; acaba por responder uma questão. Já a triagem não necessariamente conclui um diagnóstico, mas sim levanta hipóteses para um posterior encaminhamento; vai esclarecer a demanda, mas não tem o comprometimento de dar um posicionamento (resposta) a uma questão colocada; esclarece demandas e propõe o encaminhamento....


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