Surgimento da sociologia e Socialização PDF

Title Surgimento da sociologia e Socialização
Course Sociologia
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Sociologia Surgimento da Sociologia → Contexto histórico A Sociologia surgiu em meados do século XIX na Europa, em um contexto de transformações sociais que caracterizaram a origem do mundo moderno. Manifestou-se como um instrumento de apreensão do real. Fatores histórico-sociais Sociologia:

que

influenciaram

o

surgimento

da

• Revolução Científica - iniciada no século XVI, demonstrou a possibilidade de rompimento com representações e conhecimento de caráter religioso. Valorizou o conhecimento adquirido pela observação empírica dos fatos. • Iluminismo - corrente de pensamento que surgiu no século XVIII e que, em linhas gerais, colocou a razão como base promotora do progresso social. • Revolução Francesa (1789-1799) - movimento decisivo na constituição da Sociologia e do seu alvo de análise: a contradição entre tradição e modernidade. Vale ressaltar que a ideia de liberdade e os valores iluministas - individualismo e anticlericalismo - estão presentes na Declaração dos direitos do homem e do cidadão, que surgiu nesse contexto. • Revolução Industrial - iniciada em meados do século XVIII, promoveu uma transformação inédita das formas tradicionais de organização da vida social: o modo com que os vários sujeitos se entendiam em sociedade, estabelecendo, sobretudo, a possibilidade de mobilidade social.

→ Sociologia de Auguste Comte A Sociologia positiva de Auguste Comte (1798-1857) surgiu na França na primeira metade do século XIX, como objetivo de ordenar a sociedade que parecia estar cada vez mais desorganizada em virtude das transformações sociais as quais passava. A filosofia positivista veicula a ideia de que o reconhecimento da ordem e da sua manutenção poderia reorganizar a sociedade em caso de desestruturação. Conforme o pensamento de Comte, a estática social se fundamenta na ordem e investiga as forças que mantêm a

coesão social, e a dinâmica social se fundamenta no progresso e estuda as transformações sociais e suas causas.

→ Teoria dos Três Estados de Auguste Comte Lei fundamental: toda forma de conhecimento da humanidade, em suas diversas fases, passaria necessariamente por três estados históricos. Cada um desses estados é considerado um "estágio evolutivo". ESTADO TEOLÓGICO OU FICTÍCIO Recorre aos mitos e às histórias sagradas para explicar os fenômenos naturais. O estado teológico se preocupa em encontrar respostas absolutas para os problemas da sociedade.

ESTADO METAFÍSICO OU ABSTRATO Estágio de transição entre o teológico e o positivo. Os fenómenos são explicados por meio de forças ocultas ou entidades abstratas. No estado metafísico, há a preocupação em encontrar respostas por meio de especulação e argumentação entre as pessoas.

ESTADO POSITIVO OU CIENTÍFICO As afirmações devem ser empiricamente confirmáveis. Corresponde ao caminho que toda a ciência deve percorrer na busca de relações de causa e efeito e de regularidades; tem como objetivo a descoberta de leis científicas que podem inclusive, determinar regras de ação no futuro.

→ Influência do positivismo no Brasil O positivismo de Comte chegou ao Brasil no século XIX. Influenciou o movimento republicano como um todo, bem como a conformação das leis e a organização do Estado brasileiro em torno do ideal de laicidade. Essa influência pode ser observada, principalmente, no lema estampado na bandeira nacional: "Ordem e Progresso".

Socialização: o indivíduo em sociedade → Processo de socialização No processo de socialização e na constituição da identidade dos indivíduos, os aspectos biológico e social atuam mutuamente. No entanto, o indivíduo só é capaz de desenvolver suas capacidades predispostas quando entra em contato com outros indivíduos mais experientes. A capacidade de viver em sociedade pode até ser inata ao ser humano, mas ela só emerge e se desenvolve a partir do momento em que este ser humano efetivamente vive em sociedade.

→ Instituições sociais

• A sociedade é composta de várias instituições. Elas são responsáveis pela organização das regras e dos valores que possibilitam a convivência dos indivíduos em sociedade e estabelecem os papéis sociais. • É por meio da socialização que o indivíduo passa de "ser individual" para "ser social". A socialização ocorre em duas etapas: socialização primária e socialização secundária.

→ Socialização primária • A socialização primária ocorre, notadamente, na família, sendo esta a primeira instituição social com a qual o sujeito tem contato. Corresponde, assim, ao primeiro mundo, no qual o indivíduo é adaptado ao contexto social. • A família representa a principal instituição social com base na qual a criança tem contato com as tradições previamente estabelecidas e consolidadas.

→ Socialização secundária Pode ocorrer paralelamente ou não à socialização primária. A socialização secundária se caracteriza por um contato maior com as demais instituições sociais, grupos e tradições, para além da família. Os novos mundos e as novas influências dessas instituições e grupos podem induzir o indivíduo a trilhar caminhos diferentes daqueles estabelecidos pela instituição familiar. • Instituição escolar na formação dos indivíduos - a escola é a principal instituição responsável pela socialização secundária dos indivíduos, pois atua em dois aspectos fundamentais do processo de socialização e da construção da identidade: na transmissão dos valores e das normas previamente legitimadas pela estrutura social vigente e na formação profissional dos indivíduos. • Trabalho e socialização — o trabalho assume uma dimensão socializadora relevante na vida do indivíduo, uma vez que engloba diferentes aspectos da vida humana: remuneração, satisfação social e constituição de identidade. • Papel das mídias na formação dos indivíduos — as mídias são todo o conjunto de suportes criados pela sociedade para estabelecer a comunicação. Além de encetarem uma relação entre os indivíduos, também se relacionam com bens de consumo e valores instituídos socialmente. • Instituição religiosa na socialização — as religiões formam e são formadas por um sistema de crenças que estabelecem valores importantes para a vivência em sociedade.

Educação e sociedade: a instituição escolar → Origens da escola tradicional • O contexto do surgimento da escola semelhante ao modelo atual data dos séculos XVIII e XIX, período marcado pelo movimento iluminista e pela ascensão da burguesia. Seus representantes foram os primeiros defensores da educação estatal e laica. • Na sua origem, a escola representa um microcosmo do mundo do trabalho e da vida na indústria que caracteriza a sociedade industrial em ascensão nos séculos XVII e XVIII. • Émile Durkheim (1858-1917) foi o primeiro sociólogo a refletir sobre os deveres da educação na conformação social. Sua definição de "realidade positiva dos fatos sociais" nos ajuda a entender sua reflexão sobre o papel da educação. Os fatos sociais consistem em maneiras de agir, pensar e sentir, mas que são exteriores aos indivíduos exercendo sobre eles uma ação coercitiva. Segundo Durkheim, cabe à escola formar o indivíduo, transmitindo-lhe as regras sociais por meio da reprodução de hábitos e valores.

→ Transformações sociais e tecnológicas na cultura escolar Com o passar do tempo — e com o desenvolvimento de teorias que criticavam o modelo industrial escolar -, a escola passou a funcionar em uma lógica de formação do cidadão autônomo. Na atualidade, a escola perdeu a centralidade em prol do surgimento e da expansão das tecnologias da comunicação e das novas mídias e da atuação de outras instituições no processo de socialização do indivíduo.

→ A escola na formação dos indivíduos Pierre Bourdieu (1930-2002), sociólogo francês, define a escola como um mecanismo de reprodução das desigualdades sociais. Bourdieu concebe a sociedade como um sistema hierarquizado de poder e privilégios resultantes das relações materiais e simbólicas. Os indivíduos ocupam diferentes lugares na sociedade, o que acarreta uma distribuição desigual de recursos e/ou poderes a esses indivíduos, que correspondem a diferentes tipos de capital: • capital econômico — renda, salários, imóveis; • capital cultural — saberes e conhecimentos transmitidos no âmbito familiar e reconhecidos e legitimados no âmbito escolar formal; • capital social — relações sociais que auxiliam o indivíduo a ter ligações estáveis e úteis;

• capital simbólico — prestígio ou honra adquiridos por um indivíduo. Arbitrário cultural da instituição escolar: Bourdieu verifica a existência de uma relação intrínseca entre a cultura escolar e a cultura dos grupos sociais dominantes, o que provoca um descompasso entre o que é exigido pelas escolas e o capital cultural acumulado pelos grupos populares. Para ele, o sistema de ensino tende a perpetuar a desigualdade de acesso ao capital cultural. → Escola: espaço de reprodução ou de emancipação

social? • A escola também pode atuar como um espaço de convivência com a diversidade. • Na medida em que trabalha para a formação do cidadão, a escola forma sujeitos que podem auxiliar na diminuição das desigualdades sociais por conseguirem desenvolver uma visão mais ampla e crítica da sociedade do que possivelmente teriam caso nunca tivessem frequentado uma escola....


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