Texto Analítico - Dilacerações (Cruz E Sousa) PDF

Title Texto Analítico - Dilacerações (Cruz E Sousa)
Author Luciola Alcantara
Course Estudos Literários: Literaturas de Língua Portuguesa I
Institution Universidade Federal de Mato Grosso
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Summary

Texto analítico sobre o poema "Dilacerações" de Cruz e Souza....


Description

TEXTO ANALÍTICO - DILACERAÇÕES (CRUZ E SOUSA)

Cruz e Sousa (1861-1898) foi um poeta brasileiro. Fez parte do Simbolismo, Movimento Literário que teve sua origem na França em 1870. A crítica francesa o considerou um dos mais importantes simbolistas da poesia ocidental. Em um dos seus importantes poemas chamado "Dilacerações" o eu lírico descreve os sentimentos despertados por uma mulher, este poema pode ser dividido em duas partes: os dois quartetos e os dois tercetos. Na primeira parte do poema podemos perceber que o eu lírico ama a carne, mas não é um amor que faz bem, é algo doloroso e maravilhoso ao mesmo tempo, a antítese nesses dois quartetos é bastante presente. Na segunda parte ele nos mostra a verdadeira face que o amor despertado por uma mulher possui, nesse momento é notável a forma que ele deprecia os sentimentos relacionados a mesma. Este trata com muita ênfase o erotismo e de sua sublimação, e é possível percebe-lo nestes versos "Carnes virgens e tépidas do Oriente. Do sonho e das estrelas fabulosas". A obra "Dilacerações" apresenta uma associação comum na poesia simbolista: amor sensual e morte, existem palavras e expressões que podem ser relacionadas a estes temas, como neste verso sobre o amor "Ó carnes que amei sangrentamente" e este sobre a morte "Que me apunhalam de mortais horrores". O eu lírico afirma que as carnes estão "dilaceradas pelos zelos". Neste contexto no momento em que o eu lírico utiliza a palavra "zelo", na realidade a mesma pode ser entendida como "ciúmes" do corpo de uma determinada mulher e esse corpo se encontra aos pedaços de tanto "zelo" que o eu lírico te por ele. É presente neste poema também pesadelos vividos pelo eu lírico os mesmos provem do ciúmes que o eu lírico tem por uma mulher, da mesma um dia estar nos braços de outro e por este motivo eles o apunhalam, despedaçam o eu lírico ao imaginar esta cena. Nesses versos, o amor sensual é apresentado de forma negativa, pois o mesmo é uma armadilha que a mulher possui e usa, dessa forma provoca sentimentos opositores nos homens. O gosto pelo exotismo também marca a poesia simbolista, isso é presente neste verso "Essências de heliotropos e de rosa" essa é uma imagem que trabalha com o exotismo, para provocar os sentidos de quem lê o poema.

Outros traços simbolistas podem ser apontados ainda nesse soneto como o uso de figuras de linguagem como por exemplo a antítese e a aliteração, o uso também da fantasia e do sensual são presentes neste poema. O título do poema representa os males causados pelos sentimentos de uma mulher, algo que machuca, dilacera o corpo e alma. Alphonsus de Guimaraens, foi um poeta brasileiro. Um dos principais representantes do Movimento Simbolista no Brasil, sua poesia é quase toda caracterizada pelo tema da morte. Todos os outros temas que explorou como religião, natureza e arte, de alguma forma, se relacionam com o mesmo tema da morte. Em um de seus importantes poemas chamado "A catedral" os sinos dobram pelo o eu lírico e sua angústia. Neste poema, o eu lírico refere-se à catedral de seu sonho. O seu aparecimento esta associado a diferentes momentos do dia, como na parte do nascer do sol, da manhã, da tarde, do entardecer e o período da noite.

Em cada um desses momentos a catedral é caracterizada de uma forma diferente, de dia ela é representada de forma clara e brilhante e até mesmo convidativa, já quando ela é representada de noite ela é vista de forma amedrontadora com raios no céu e uma total escuridão se afundando nas trevas. O eu lírico utiliza diferentes verbos para designar o dobre dos sinos, estes verbos utilizados são "conta , clama e geme". Os mesmos estão de certa forma correlacionados com o momento do dia e com a forma de como esta catedral é representada na manhã ele canta, na tarde ele clama e na noite ele geme. As vogais fechadas utilizadas no refrão contribuem para a criação de uma atmosfera no poema, a mesma extremamente fúnebre, pois o badalar de um sino de igreja possui essa característica, é também musical essa aproximação da poesia e da música, é uma das características do simbolismo. Há, também, uma gradação na caracterização do céu em que a "catedral ebúrnea" aparece ao eu lírico, como pode ser notável nestes versos, "Aparece na paz do céu risonho", "Onde os meus olhos tão cansados ponho", "Aparece, na paz do céu tristonho", "Afunda-se no caos do céu medonho"....


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