12. Du Bois - Fichamento do texto As almas da gente negra. PDF

Title 12. Du Bois - Fichamento do texto As almas da gente negra.
Course História da Historiografia Geral
Institution Universidade Federal de Ouro Preto
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Fichamento do texto As almas da gente negra....


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As almas da gente negra – Du Bois Reflexão prévia O autor pretende mostrar o significado de ser negro no momento em que vivia, que era o século XX. Primeiro tentando mostrar o que a liberdade significou para os negros e quais foram suas consequências. A parte que vai ser explanada no recorte proposto pelo professor trata da relação entre os filhos do senhor e os filhos do escravo Capítulo IX – Sobre os filhos do senhor e do escravo “Cabe perguntar: quais são as relações reais entre brancos e negros no Sul? E, à guisa de resposta, não devemos buscar desculpas ou acusações, mas sim uma narrativa franca e direta”. Pág. 217 O contato entre os homens (no momento me que o autor escreve, séc. XX) e suas relações tem algumas linhas principais, que são a proximidade física dos lares e domicílios, as formas com as quais as comunidades se agrupam, as relações econômicas, as relações políticas e as formas de contato intelectual e de comércio, o intercâmbio de ideias, há também as formas de empreendimento religioso. Essas são as principais formas que os homens estabelecem contato entre si. A partir disso, o autor vai buscar evidenciar como a raça negra no Sul encontra-se e mistura-se com os brancos nessas questões cotidianas. Primeiro vai tratar das habitações. Em quase todas as comunidades sulistas há uma linha concreta que separa o lado dos brancos do lado dos negros. Essa segregação é independendo do agrupamento natural por gradações sociais, ou seja, uma favela negra pode ficar muito perto de um quarteirão residencial branco. Porém algo que não costuma ocorrer é os melhores brancos e os melhores negros vivem próximos, onde tanto os brancos quanto os negros em geral só veem o pior do outro lado. “a crença entre as massas negras de que o povo branco do Sul não deseja sinceramente o melhor para ao Negro intensificou-se nos últimos anos, em razão desse contato diário da melhor estirpe dos Negros com os piores representantes da raça branca” Pág. 219 Agora, no que diz respeito as relações econômicas: “O trabalhador negro precisa de cuidadosa orientação e da liderança coletiva de homens com um coração no peito para instruí-los no sentido da previsão, do zelo e da honestidade. Não é preciso recorrer a qualquer teoria racial para provar a necessidade dessa educação comunal, depois que os cérebros da raça negra foram esvaziados por duzentos e cinquenta anos de ininterruptos ensinamentos em subserviência, desperdício e furtos. Após a libertação, era dever tácito de alguém assumir essa liderança de grupo e a educação do trabalhador negro, que foi abando em uma grande terra, lançado em uma competição aguda e desenfreada com os melhores trabalhadores modernos sob um sistema econômico no qual cada participante está lutando por si”. Pág. 220 O sistema econômico do Sul depois da libertação não era igual do antigo Norte industrial, ou da Inglaterra ou da França, com sindicatos, leis, costumes comerciais e sua longa experiência, ao invés disso se parece mais com a Inglaterra do início do séc. XIX, antes das leis das fábricas. Os donos dessas indústrias não tinham qualquer tipo de

simpatia pelos trabalhadores, onde toda mão-de-obra era levada ao sofrimento, mesmo os trabalhadores brancos, tendo que se submeter a longas goras de trabalho, salários baixos, trabalho infantil, porém entre os trabalhadores negros isso tudo é agravado, em primeiro lugar pelo preconceito e em segundo pela desgraçada herança econômica que os libertos receberam da escravidão. É difícil para o liberto aprender a segurar a oportunidade que lhe seja oferecida, e novas oportunidades para eles são raras. “Devemos aceitar, em parte, o preconceito racial no Sul como um fato que só o tempo pode erradicar. Portanto não podemos esperar, nesta ou nas próximas gerações, que as massas populacionais brancas sejam levadas a assumir a liderança compreensiva e altruísta dos Negros que a atual situação destes requer. Tal liderança, tal ensino e exemplo social devem vir dos próprios Negros.” Pág. 223 Sobre a atividade política “poucos alegam que o movimento para a supressão do voto no Sul tem tal propósito; tem sido declarado aberta e francamente, em quase todos os casos, que o objetivo das leis de supressão do voto é eliminar o homem negro da política” Pág. 226 “É lamentável que, em ocasiões críticas, só com um esforço frenético os juristas se dignem a escutar a respeitosa apresentação da perspectiva do homem negro, em alguma controvérsia corrente. Cada vez o negro vem considerando a lei e a justiça não como salvaguardas protetoras, mas como fontes de humilhação e de opressão.” Pág. 226 Deixar o negro desamparado e sem voto é abandoná-lo à exploração e à corrupção dos piores. Essa situação do negro no Sul está intimamente ligada à questão da criminalidade, que vem crescendo (por parte dos negros) nos últimos trinta anos. Pode-se observar duas coisas: a libertação aumentou a criminalidade e o número de criminosos e que o sistema policial do Sul foi planejado para controlar os escravos. “Seus delitos de início decorriam da preguiça, do desmazelo e do impulso, mais do que da malignidade ou da crueldade desgovernada. Tais desvios de conduta necessitavam de um tratamento minucioso, firme, porém corretivo, sem qualquer laivo de injustiça e com amplas provas de culpabilidade. [...] o sistema do Sul não estava preparado adequadamente para ligar com os criminosos, brancos ou negros. [...] Assim, desenvolveu-se um duplo sistema de justiça, que errava quanto aos brancos pela indevida brandura e imunidade e que errava quanto aos negros pelo indevido rigor, pela injustiça e pela falta de descriminação”. Pág. 228 A polícia foi criada para coagir os negros, não só os criminosos, isso fez com que logo após a libertação a primeira coisa que se tentou fazer foi se utilizar os tribunais como meio de reescravizar os pretos. Não era uma questão de delito e sim de etnia que definia a culpabilidade de alguém. Os negros passam a considerar os tribunais como órgãos de injustiça. Uma das formas de diminuição da criminalidade é o investimento em educação, porém pouco se faz para a educação dos negros, uma vez que de cada cinco dólares gastos em educação pública no estado da Geórgia quatro vão para as escolas dos negros e um para a escola dos negros, e mesmo assim o sistema educacional dos brancos não é satisfatório.

Até o momento o autor buscou elucidar as relações físicas, econômicas e políticas entre negros e brancos no Sul, relatando as razões como a criminalidade e a educação. Agora, num segundo momento ele vai tratar da atmosfera da terra, do pensamento e do sentimento do Sul. “Dentro e fora do sombrio véu da cor, agitam-se consideráveis forças sociais – esforços para o aprimoramento humano, movimentos em direção à desintegração e ao desespero, tragédias e comédias na vida social e econômica, e uma oscilação de corações humanos em ascensões e recaídas que tem feito desta região uma terra em que se misturam a dor e a alegria, mudanças, expectativas e inquietações”. Pág. 231 Isso tudo tem girado em torno dos milhões de libertos negros e seus filhos, cujos destinos está muito ligado ao destino da nação. Porém, um observador que viagem para o Sul pouco vê de tudo isso, quase não se fala dos problemas do negro, tanto na vida cotidiana quanto nos jornais, parece haver um pacto de silêncio. Só consegue se perceber que a sociedade se divide em duas grandes correntes distintas após muito observar a dinâmica da sociedade. Não há um ponto de contato ou transferência onde os pensamentos e sentimento de uma raça possam estabelecer diretamente algum contato com os pensamentos e sentimentos da outra. Antes da guerra, enquanto os negros eram servos existiam elos de intimidade, de afeição, entre as duas raças, pois dividiam a mesma casa, o mesmo espaço etc., porém com a libertação, cada vez há mais negros em categorias elevadas, como médicos, professores, clérigos, que constituem uma aristocracia negra e entre eles e a aristocracia intelectual branca não há qualquer comercio intelectual. Não há um contrato social estabelecido entre as raças que trate dessa separação. “Procurei pintar uma paisagem mediana das relações reais entre os filhos do senhor e do escravo, no Sul. [...] busquei sinceramente impedir exageros indevidos. Não duvido que, em algumas comunidades sulistas, as condições sejam melhores do que as que aponte; mas também estou certo de que, em outras comunidades, as coisas são muito piores”. Pág. 235 “Não basta que os negros afirmem que o preconceito de cor é a causa única da sua condição social, nem que o Sul branco responda que tal condição social é a causa principal do preconceito. Ambos são causa e efeito recíprocos, e uma mudança em apenas um dos lados não trará o efeito desejado. Ambos precisam mudar, ou nenhum dos dois poderá melhorar.” Pág. 236...


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