8 - Drenagem Linfática segundo Leduc PDF

Title 8 - Drenagem Linfática segundo Leduc
Author Cristiano Pereira
Course Recursos Manuais em Estética I
Institution Universidade Federal de Goiás
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Drenagem Linfática segundo Leduc...


Description

DRENAGEM LINFÁTICA Fernanda Ribeiro de Oliveira

UNIDADE

Drenagem linfática segundo Leduc Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:  Analisar os fundamentos da drenagem linfática de Leduc.  Identificar a técnica da drenagem linfática dos membros superiores e inferiores.  Descrever a técnica da drenagem do tronco e cabeça.

Introdução Fisiologicamente, todos os métodos de drenagem linfática têm os mesmos objetivos, porém cada um tem suas particularidades, principalmente em relação à execução das manobras. A técnica de Leduc se diferencia das demais técnicas por utilizar basicamente duas manobras: a de captação ou reabsorção e a de evacuação ou demanda. Neste texto, você vai estudar a drenagem linfática manual (DLM) pelo método Leduc. Com isso, você será capaz de optar pelas manobras dessa técnica quando realizar uma DLM.

Fundamentos da drenagem linfática de Leduc A drenagem linfática manual (DLM) foi apresentada publicamente na década de 1930 por Emil Vodder, dando início a uma técnica incrível. Mais tarde, o fisioterapeuta Dr. Albert Leduc, discípulo de Vodder, desenvolveu a sua própria técnica de DLM. Ele também foi o fundador do Grupo Europeu de Linfologia, que, desde a década de 1970, faz investigações quanto à anatomia, fisiologia e patologias do sistema linfático, com foco especial na microcirculação e nas vias

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linfáticas. Com isso, ganhou reconhecimento internacional na comunidade científica da área de linfologia. Para a realização da técnica de drenagem linfática, Albert Leduc manteve algumas das técnicas que aprendeu, porém, outras coisas foram complementadas. Fisiologicamente não há mudanças, porém, Leduc tem algumas particularidades na realização de sua técnica, veja:  Não inicia a DLM pelo pescoço — ele considera que, em edemas mais distantes, não é possível manipular corretamente o sistema linfático iniciando-se a técnica pela região superior.  Associa, basicamente, manobras de captação ou reabsorção e de evacuação.  Utiliza bandagens elásticas em alguns casos, para complementar a DLM. Nas manobras realizadas na técnica de drenagem linfática de Leduc, acredita-se que dois processos contribuem para a manipulação dos líquidos intersticiais: a captação, que é a consequência do aumento local da pressão tissular, e a evacuação, que se refere, basicamente, ao transporte da linfa pelos vasos. Mesmo sendo diferentes, essas duas manobras contribuem consideravelmente para o trabalho do sistema linfático. Captação ou reabsorção é a manobra realizada no mesmo nível que ocorre a infiltração nos tecidos. Ela tem por objetivo absorver os líquidos que estão em excesso na região com edema e transportá-lo através dos vasos linfáticos de volta para a circulação venosa. Essa manobra é realizada com a mão; os dedos exercem uma pressão com movimentos circulares do punho. Ela contribui para que haja um aumento da pressão tissular, que, por consequência, ajudará na evacuação. Evacuação é a manobra que faz uma transferência dos líquidos captados da zona infiltrada. Com esse manobra é possível aumentar o fluxo linfático na região proximal, contribuindo para o descongestionamento local e assim melhorando o fluxo linfático das regiões distais, diminuindo a sobrecarga desses vasos. Essa manobra também é conhecida como “demanda”, e é realizada de maneira que os ombros e cotovelos são movimentados, o punho é flexionado para se evitar uma pressão mais elevada e os movimentos são sempre suaves (LEDUC, A.; LEDUC, O., 2007). Veja, a seguir, outras manobras que também são utilizadas pela técnica de Leduc.

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 Círculos com os dedos: são realizadas manobras circulares com os dedos, desde o dedo indicador até o mínimo, nas quais se desloca a pele arrastando os tecidos moles por meio de um estiramento suave (na própria limitação da pele), para facilitar a reabsorção nos capilares. A pressão deve ser progressiva, porém suave onde a mão vai se deslocando, mas sempre com atenção para não causar fricção. Deve-se executar de 5 a 7 movimentos no mesmo local.  Círculos com o polegar: trata-se da mesma manobra anterior, porém realizada somente com os polegares.  Movimento combinado: nesta manobra, combina-se o círculo com os dedos e o círculo com os polegares. Os dedos realizam primeiramente a manobra de círculos, seguidos da mesma manobra com o polegar. Esta manobra facilitará a reabsorção do líquido intersticial.  Bracelete: as mãos (com uma ou as duas) envolvem a região a ser tratada e realizam uma manobra com pressão intermitente, ou seja, a manobra é realizada de maneira ampla sem interrupção e mantendo a mesma pressão. Esta manobra tem por objetivo facilitar a reabsorção no nível dos capilares, e é realizada quando o edema atinge grandes áreas. Para Leduc, A. e Leduc, O. (2007), quando realizamos uma manobra com pressão constante e intermitente, favorecemos a recaptação do líquido intersticial.

Técnica de drenagem linfática de Leduc As manobras da drenagem linfática manual pelo método Leduc são realizadas na seguinte sequência no corpo: tórax, mamas, membros superiores, membros inferiores, glúteo e dorso. Veja essas manobras uma a uma, junto com as manobras de pescoço e cabeça.

Pescoço e cabeça Na aplicação da técnica de drenagem de cabeça e face, sempre inicie pelo pescoço, pois ele se encontra na região proximal da via de evacuação da linfa.

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Pescoço 1. Círculos com os dedos com pressões contínuas em fossa retroclavicular. 2. Círculos com os dedos em todo esternocleidomastoideo. 3. Manobras para desobstrução dos linfonodos pré e pós-auriculares, com movimentos circulares e de pressão. 4. Círculos com os dedos da região pré-auricular até a região de mastoide. 5. Drenagem da nuca com círculos dos linfonodos pós-auricular até os occipitais.

Face Na face, as manobras são realizadas com círculos de maneira leve, com as pontas dos dedos, indo de proximal até distal, ou seja, começa pelas regiões mais próximas aos linfonodos. 1. Círculos com os dedos na ponta do mento. 2. Círculos com os dedos em lábios inferiores até os linfonodos submentonianos. 3. Círculos com os dedos da lateral da boca até a região submaxilar. 4. Círculos com os dedos do lábio superior até a região submaxilar. 5. Evacuação da linfa em pescoço até supraclavicular. 6. Manobras para a desobstrução da região maxilar com movimentos circulares e de pressão. 7. Círculos com os dedos das pálpebras inferiores indo em direção às maçãs do rosto. 8. Círculos com os dedos da lateral do nariz até a asa do nariz. 9. Círculos com os dedos das pálpebras inferiores em direção à região pré-auricular. 10. Círculos com os dedos (bem suaves) sobre pálpebra superior até a região pré-auricular. 11. Círculos com os dedos da região frontal até as têmporas.

Tórax e mama Para a drenagem linfática do abdome, o abdome é dividido em quatro partes. Nesse caso, a maior parte — região superior do umbigo — é drenada para os linfonodos axilares.

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1. Manobras de movimentos combinados desde a região supraumbilical esquerda em direção à região axilar esquerda. 2. Manobras de movimentos combinados desde a região supraumbilical direita em direção à região axilar direita. 3. Manobras de movimentos combinados desde a região infraumbilical esquerda em direção à região inguinal. 4. Manobras de movimentos combinados desde a região infraumbilical direita em direção à região inguinal. As manobras se encerram desobstruindo os linfonodos inguinais e axilares com movimentos circulares e de pressão. Antes de iniciar a drenagem linfática da mama, devem ser realizadas manobras de círculos nos linfonodos axilares. Para a drenagem linfática da mama: 1. Drenagem desde o centro das mamas até os linfonodos mamários externos. 2. Drenagem desde o centro das mamas até os linfonodos mamários infraclaviculares. 3. Drenagem desde o centro das mamas até os linfonodos mamários internos. 4. Drenagem desde o centro das mamas até os linfonodos mamários externos. 5. Manobras de desobstrução dos linfonodos axilares com movimentos circulares e de pressão.

Membros superiores Para drenar membros superiores, o indivíduo deve estar em posição de decúbito dorsal. 1. Manobras para desobstrução dos linfonodos axilares, com movimentos circulares e de pressão. 2. Círculos com os dedos desde o cotovelo até a região axilar. 3. Bracelete desde o cotovelo até a região axilar. 4. Círculos com os polegares desde o punho até a região cubital. 5. Movimentos combinados (com as pontas dos dedos) até o punho para drenar a parte externa das mãos.

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6. Círculos com polegares até região de punho, fazendo a demanda com a palma das mãos.

Toda a drenagem linfática é executada desde a região axilar até as mãos, e depois no sentido oposto, das mãos até a região axilar, finalizando com drenagem de região axilar.

Membros inferiores O indivíduo estará em decúbito dorsal (com os membros levemente elevados), para a realização da técnica do lado anterior, e em decúbito ventral (com as pernas levemente elevadas) para a realização da técnica do lado posterior. 1. Manobras para a desobstrução dos linfonodos inguinais, com movimentos circulares e de pressão. 2. Bracelete desde o joelho até região inguinal. 3. Bracelete desde a região maleolar até a região poplítea. 4. Círculos com os dedos desde o joelho até a região inguinal. 5. Círculos com os dedos desde a região maleolar até a região poplítea. 6. Drenagem do tornozelo até a região maleolar. 7. Pressão nos dedos dos pés em direção à região maleolar. 8. Pressão na lateral do pé até a região maleolar. 9. Pressão no dorso do pé até a região maleolar.

Realize as manobras da região inguinal até os pés e dos pés até a região inguinal.

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Glúteo 1. Círculo com polegares desde a face externa dos glúteos em direção à região inguinal, pela via externa. 2. Círculos com polegares na parte interna do glúteo, em via interna, em direção à região inguinal. 3. Movimentos circulares e de pressão para finalizar com a desobstrução dos linfonodos inguinais.

Dorso O indivíduo deve estar em decúbito ventral. Também a região posterior do tórax (costas) é divida em quatro partes diferentes. 1. Manobras de movimentos combinados do centro do dorso até a região escapular e até a base da nuca. 2. Manobras de movimentos combinados da região medial e lateral do dorso até a região axilar. 3. Círculos com polegares desde o dorso, na linha infraumbilical, em direção aos linfonodos inguinais. 4. Círculos com polegares desde o dorso, na linha infraumbilical, em direção aos linfonodos inguinais. 5. Movimentos circulares e de pressão para finalizar com a desobstrução da região inguinal. Para Leduc, A. e Leduc, O. (2017) a duração da DLM não deve ultrapassar 45 minutos e sempre é indicado que o cliente fique um tempo em repouso após o término da sessão.

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Referência LEDUC, A.; LEDUC, O. Drenagem linfática: teoria e prática. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2007.

Leituras recomendadas BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2010. PEREIRA, M. de F. L. Recursos técnicos em estética. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2013. v. 1. PORTAL EDUCAÇÃO. Principais manobras do Método Leduc. [2018?]. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2018.

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