ANOTAÇOES DA OBRA: DAVIS, Mike. Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo. PDF

Title ANOTAÇOES DA OBRA: DAVIS, Mike. Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo.
Author Bianca Mariano
Course Teoria e Metodologia da História
Institution Universidade Estadual da Paraíba
Pages 4
File Size 76 KB
File Type PDF
Total Downloads 18
Total Views 175

Summary

Podemos enquadrara a obra: “Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo” na historiografia dos estudos de história climática. Estes novos discursos procuram explicar o genocídio da época imperial, por meio da observação das condições climáticas que provocaram seca...


Description

ANOTAÇOES DA OBRA: DAVIS, Mike. Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo. DAVIS, Mike. Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo. Rio de Janeiro: Record, 2002. Podemos enquadrara a obra: “Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo” na historiografia dos estudos de história climática. Estes novos discursos procuram explicar o genocídio da época imperial, por meio da observação das condições climáticas que provocaram secas e epidemias que fomentou a fome atrelada com o descaso e a exploração imperial desses países que formam o terceiro mundo atual. Segundo Davis a historiografia do XIX ignorou as secas e fomes durante o fim da era vitoriana. É este pensamento permanecera no século XX como o autor cita em sua análise bibliográfica do assunto, ele cita Eric Hobsbawm, que não cita as principais secas e a fome em sua conhecida trilogia. Davis também indaga o fato de David Landes só fazer uma única referencia a este problema em sua obra “A riqueza e a pobreza das nações”. E mesmo quando tratado os efeitos climáticos como seca as fomes do período contemporâneo foram atribuídas a fenômenos climáticos incontroláveis e à própria responsabilidade dos nativos, supostamente incapazes de garantir alimentação para si própria. A obra de Mike Davis vem mostrar as causas políticas e econômicas desses desastres que consolidaram o poder dos Impérios europeus e fadaram os povos asiáticos a uma miséria crônica e estrutural. Por mais que os estatutos políticos e jurídicos variassem, algumas colônias diretas, outras indiretas e outros ainda países formalmente independentes, o sistema industrial europeu estava integrado ao sistema colonial. Assim fora, desde a origem das colônias e do sistema colonial do mercantilismo. Com a indústria, as colônias passaram a ser mais importantes como consumidoras do que simplesmente fornecedoras de matérias-primas. O domínio comercial acompanhou-se necessariamente, da força militar. Poder e riqueza se associaram para construir um sistema interessados que garantisse a dominação imperial européia, com seus distintos Estados concorrendo entre si mas usufruindo das regras do sistema. Partindo da compreensão do titulo deste trabalho: “Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação do Terceiro Mundo.” O autor Mike Davis, analisa como

este três fatores climas, fome e imperialismo, formaram os ingredientes da construção do terceiro mundo. Davis vai estudar como as secas que ocorreram entre os períodos compreendidos entre 1876-1879, 1889-1891 e 1896-1902, deflagraram uma verdadeira crise nestes locais. Com o agravamento da fome, o imperialismo selou o destino de vários países e ao mesmo tempo assistiu de “camarote” e permitiu o definhamento de milhões de seres humanos pela fome e epidemias mortais. Estes países ocidentais não mediram esforços para enquadrar-se na nova ordem mundial, para a realização deste propósito imperial tiraram proveito das crises substancias, perceberam a oportunidade de obter novas colônias de exploração e assim conseguir recurso para suas economias industriais. Além de novas colônias a nova ordem mundial deste momento exigia mais mão-de-obra barata, este mesmo trabalhador que geraria lucros em dois eixos tanto na importação das manufaturas, quanto na exportação das riquezas mesmo durantes as piores secas e fomes. Na realização deste livro o autor usou do recorte compreendido, como já foi mencionado, em um contexto que podemos entender como pré-primeira guerra mundial, neste recorte foi selecionada para este trabalho pelo motivo de neles terem ocorridos as grandes agravamentos climatológicos do século IXI e inicio do século XX, Davis trabalha seus argumentos no recorte de 1870-1914. O recorte espacial deste livro e a formação do terceiro mundo sob a lente do clima, seca, fome e o imperialismo vinte na época vitoriana ate início do século XX. Em relação a categoria espacial observada nesta obra e o espaço da História climática como instrumento da constatação da invenção do terceiro mundo. A análise de Mike Davis abrange a história, a climatologia e a teoria social para elaborar uma ecologia política da fome que serve de instrumento para a compreensão da dinâmica de estabelecimento da hegemonia dos impérios contemporâneos, especialmente a Inglaterra e os Estados Unidos, diante da maioria do planeta. É uma obra indispensável para a compreensão das desigualdades do mundo atual e de sua gênese histórica, baseadas não em fenômenos “naturais”, mas numa deliberada política imperial de dominação, opressão e genocídio organizado. Em relação à metodologia e fontes empregadas pelo autor temos a utilização do método de analises dos discursos do qual o autor faz diálogos da historiografia produzida

no século XIX e XX. Acerca da abordagem deste tema, na sua fundamentação teórica citamos como exemplo Karl Polanyi em sua obra “The Great Transformation” de 1944, ele cita a fome como capitulo integral na História da modernidade capitalista. Mike Davis destrói o “estereótipo habitual da história econômica do século XX”, de que a “Ásia ficou paralisada enquanto a Revolução Industrial impulsionou a Grã-Bretanha, seguida dos Estados Unidos e por fim do resto da Europa Ocidental, a toda velocidade, pelo caminho do crescimento do PIB” (p. 304). Em 1850, a área do que viria mais tarde ser chamado de “Terceiro Mundo” produzia 65% do PIB global. Tal cifra caiu para 38% em 1900 e para 22% em 1960. Na verdade, a maior parte concentrada em dois grandes países: Índia e China. As razões para as alterações nas relações entre a Europa e o resto do mundo não foi apenas a dinamização da economia européia interna, mas o fato de que a sua indústria estava conectada duplamente com as colônias que forneciam matérias primas e constituíam mercados consumidores dos produtos manufaturados. No quarto final do século XIX, a Índia passou para o primeiro lugar entre os países consumidores de produtos britânicos. Passando para as fontes usadas nesta pesquisa Davis faz usos de fontes como relatos de viajantes, revistas da época como o caso da revista americana “Innocents Abroad de Mark” relato de Young que descreve as secas no Egito da época imperialista inglesa. Além disso, Young relata mortes em massa devido às fomes e epidemias, piores do que as guerras. Outro tipo de fonte empregada pelo autor Davis são as tabelas que contata a estimativa das mortes, ou mortalidade por fome. Mais um tipo de fonte abarcada pelo autor é as crônicas, como exemplo as crônicas de William Digby, um cronista da fome de 1876. Digby afirmava a fome, seca e epidemias um desastre político evitável e não um desastre natural. Sobre a questão da problemática o autor tenta responder, em todo seu texto um eixo principal: Como explicar o desaparecimento da fome da época de paz na Europa, com o aumento dela no resto do mundo? A partir desta problemática chave o autor articula com outras problemáticas que também estão dentro do desenvolvimento deste livro. Por que, no curso dos dois últimos séculos, a Europa, o Japão e os Estados Unidos tornaram-se ricos e poderosos e a África, América Latina e Ásia acabaram pobres e sem poderio político? Mike Davis mostra em seu livro, Holocaustos coloniais, a articulação necessária e

complementar entre a miséria colonial e a pujança dos impérios ocidentais, especialmente o Império britânico decadente, na época vitoriana....


Similar Free PDFs