Aparelho Branquial OU Faríngeo PDF

Title Aparelho Branquial OU Faríngeo
Author Pedro Heitor
Course Embriologia II
Institution Pontificia Universidade Católica do Paraná
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APARELHO BRANQUIAL OU FARÍNGEO – Desenvolvimento do Pescoço Aparelho branquial ou aparelho faríngeo remetem à mesma estrutura  branquial, pois remete à mesma estrutura que forma as brânquias nos peixes. Como em mamíferos forma toda a região da faringe, para mamíferos utiliza-se aparelho faríngeo. Esse aparelho faríngeo ou branqueal está restrito à área de formação do pescoço. A parte mais visível desse aparelho são os arcos faríngeos ou arcos branquiais, vistos externamente no embrião. Entre os arcos e também na face externa há os sulcos ou fendas faríngeas ou branquiais. Esses sulcos estão revestidos por ectoderme. Ao todo são 3 sulcos.

Os arcos estão presentes sempre aos pares e se projetam para a região interna da faringe primitiva. São constituídos, internamente, por mesoectoderma ou ectomesênquima. Esse tecido tem origem na crista neural e constitui-se de um tecido epitelial que sofreu a transição epitélio-mesenquimal e se comporta como um mesênquima. Forma osso, músculo, conjuntivo e cartilagem da região da face e pescoço. Abaixo desses arcos segue mesoderme normal. Arcos branquiais são eixos de mesoectoderme revestido internamente por endo e externamente por ecto.  Existem 4 arcos branquiais visíveis pelo lado e fora. Um arco chamado de VI arco é visível apenas internamente.  O V arco branquial desaparece (da mesma forma que o V arco aórtico), e apenas o VI é visualizado internamente. Entre os arcos, mas pela face interna, há bolsas revestidas de endoderma. Essas bolsas são equivalentes aos sulcos, mas existem em número de 4. As membranas são constituídas pela união de mesoectoderme, endoderme de revestimento das bolsas e ectoderme de revestimento dos sulcos. Apenas a primeira membrana tem importância, pois dá origem ao tímpano.

 Arco branquial. Visualiza-se: bolsa, fenda/sulco e membrana. Em laranja – mesoectoderme. Amarelo – endoderme. Azul – ectoderme.

H= Corte coronal. Visualiza-se a faringe primitiva, bolsa (como se fosse projeção lateral da própria faringe primitiva), arco, sulco e membrana. I = Corte Longitudinal. Visualiza-se os arcos, bolsas, sulcos, membranas. J= Corte Axial. Visualiza-se as bolsas.

 Visualiza-se: I, II, III arcos. O IV está retirado junto com o saco vitelínico.

Visualiza-se: cisto (primórdio de formação da orelha), telencéfalo e primeiro arco. Crista neural migra, a partir da 4 semana, para a região através da primeira onda de migração do nível cranial, que é uma onda dorsolateral que irá povoar os arcos branquiais na região de face e pescoço. Cada arco branquial contém, invariavelmente:    

COMPONENTE VASCULAR  ARCO AÓRTICO: artéria do tronco arterioso, que envolve a faringe primitiva e penetra na aorta dorsal. COMPONENTE ESQUELÉTICO  BASTÃO CARTILAGINOSO: pode ou não sofrer ossificação. Forma o esqueleto do arco branquial COMPONENTE MUSCULAR  forma músculos da cabeça e do pescoço NERVO: nervo craniano, que teve origem no rombencéfalo e cresce para dentro do arco branquial. Inerva a mucosa e os músculos do arco branquial. O V, VII, IX e X nervos cranianos crescem para dentro dos arcos branquiais.

Esses itens podem ou não originar estruturas grandes. Componente Vascular: Arcos aórticos  O saco aórtico é o que possui a maior quantidade de variação e origina as principais artérias do embrião. Está logo acima do tronco arterioso (saco de saída), o qual irá se dividir pelo septo aórtico-pulmonar em

aorta e tronco pulmonar. Nessa etapa ainda não houve formação de aorta e tronco pulmonar. Desse saco aórtico surgem 6 pares de pequenas artérias, os arcos aórticos, que desembocam em artérias dorsais. Os arcos aórticos são as artérias que corresponder a cada arco branquial. O saco aórtico dará origem ao tronco braquiocefálico.

Primeiro Par  sua maior parte desaparece na quarta semana. Forma apenas a artéria maxilar. Segundo par  sua maior parte desaparece na quarta semana. Forma artéria hióide e artéria do músculo estribo, na altura da orelha. Terceiro par  forma as carótidas comum, interna e externa. Quarto par  é diferente no lado direito e esquerdo. No lado esquerdo, forma o arco da aorta. No lado direito forma parte proximal da subclávia direita. Quinto par  desaparece (não se desenvolve) Sexto par também é chamado de arco pulmonar. Forma a parte proximal das artérias pulmonares direita e esquerda e forma o ducto arterioso (comunicação entre tronco pulmonar e aorta).  Anomalias de grandes vasos: pode acontecer do arco da aorta em vez de se formar para o lado esquerdo se forma para o lado direito (problema de lateralidade). Dessa forma, em alguns casos, poderá passar por trás do esôfago, comprimindo essa estrutura. A criança evolui com problemas de deglutição e algumas crises de apneia por causa da compressão. Na formação da aorta, há contribuição de células da Crista Neural e mesoderme esplâncnica, que acabam formando a musculatura lisa desse vaso. Algumas cristo-neuropatias podem ter anomalias cardíacas, relacionadas com a formação do septo aórtico pulmonar e formação da aorta.  Artérias coronárias são EXCLUSIVAMENTE de origem mesodérmica.

Componente Esquelético: O primeiro arco branquial é chamado de arco mandibular e possui duas saliências: 

Saliência Maxilar: forma maxila superior, zigomático e porção escamosa do temporal (o restante do osso temporal vem da formação do crânio)



Saliência Mandibular: forma a mandíbula e maxila inferior

Todos os arcos assumem uma posição um pouco diagonal no pescoço, e conterão porções ventrais e dorsais.  O primeiro arco contém um componente esquelético específico, chamado de Cartilagem de Meckel. Essa cartilagem está em posição diagonal, de dorsal para ventral. o Porção ventral da Cartilagem de Meckel: contribui para a formação da mandíbula. Essa cartilagem faz apenas um molde para a formação da mandíbula, já que esse osso tem ossificação intramembranosa (e não endocondral). A ossificação ocorre no tecido conjuntivo ao redor dessa cartilagem (ossificação intramembranosa). À medida que essa ossificação ocorre, a cartilagem fica presa e morre, pois diminui a vascularização para ela. o Porção dorsal da Cartilagem de Meckel: formação do bigorna e do martelo na orelha média. o Porção média da Cartilagem de Meckel: forma o ligamento anterior do martelo e o ligamento esfenomandibular. A porção média da cartilagem regride e resta apenas a parte fibrosa que forma os ligamentos. O segundo arco é chamado de arco hioideo e participa na formação do osso hióide.  Contém um componente esquelético específico, chamado de Cartilagem de Reichert. Na 5 semana, o segundo arco começa a crescer para a porção inferior e se funde com a porção inferior ao quarto arco (porção de continuação com a região torácica). Essa fusão faz com que o pescoço comece a assumir a conformação lisa existente no feto a termo. Com isso, todos os sulcos ou fendas que estão abaixo do primeiro sulco vão sendo fechados e, com isso, as membranas que estão nessa região também desaparecem, de maneira que resta apenas o primeiro sulco e a primeira membrana. As bolsas permanecem!! Apenas os sulcos e membranas desaparecem.

À medida que os sulcos vão sendo fechados, resta temporariamente um “buraco”, chamado de seio cervical. Esse seio pode ser observado nos embriões até a 7 semana. Depois da 7 semana ele se fecha sozinho e acaba desaparecendo. Como os sulcos são revestidos por ectoderme, o revestimento do seio é feito por um tecido epitelial ectodérmico. Em algumas situações, após a 7 semana esse seio permanece aberto e o epitélio começa a descamar dentro dessa região, fazendo com que esse seio fique maior e a criança pode nascer com uma bolinha no pescoço, que é a persistência do seio cervical. Se houver essa persistência, o seio passa a ser chamado de cisto cervical/branquial/faríngeo. Apenas se fará intervenção cirúrgica se o seio continuar a crescer, comprimir vasos e nervos ou infeccionar.  A cartilagem de Reichert também é dividida: o Porção dorsal da Cartilagem de Reichert: forma o estribo e o processo estiloide do osso temporal o Porção média da Cartilagem de Reichert: forma o ligamento estilo-hióideo.

o

Porção ventral da Cartilagem de Reichert: forma APENAS a parte superior do osso hioide (corno menor). Apesar de o segundo arco formar apenas a menor parte do osso hioide, ele acaba recebendo o nome de arco hioide.

A parte dorsal e média do terceiro arco branquial acaba regredindo e não forma nada. A parte ventral, contudo, forma o corno maior (parte inferior) do osso hióide. O quarto e sexto arcos branquiais formam as cartilagens laríngeas, exceto a epiglote, que vem do tecido mesenquimal normal (que não vem da crista neural).

Componente Muscular: O terceiro, o quarto e o sexto arcos branquiais formam praticamente todos os músculos do pescoço, com exceção do platisma, que vem do segundo arco branquial. O segundo arco está todo relacionado com a formação da musculatura de expressão facial. O primeiro arco está relacionado com a formação da musculatura da mastigação.

Nervos: Haverá um nervo craniano para cada arco branquial. O primeiro arco conterá o Nervo Trigêmio, que inerva sensitivamente pele da face, cabeça e pescoço e motoramente os músculos da mastigação. O segundo arco contém o nervo facial, responsável pela inervação motora dos músculos da expressão facial. O terceiro arco contém o nervo glossofaríngeo, responsável pela inervação motora da língua. Os arcos branquiais estão diretamente relacionados com a formação da língua e toda a parte faríngea da língua tem grande influencia do terceiro arco, por isso essa associação do nervo glossofaríngeo ao terceiro arco. O quarto e sexto arco contém o nervo vago, que possui dois ramos. O quarto arco contém o laríngeo superior e o sexto arco contém o laríngeo recorrente. O laríngeo recorrente de um lado ele sobre e do outro é mais para baixo. O sexto arco aórtico forma o ducto arterioso do lado esquerdo e, por isso, o laríngeo recorrente no lado esquerdo contorna o ducto arterioso. BOLSAS BRANQUIAIS Correspondem aos sulcos ou fendas, mas estão localizados internamente e revestidas por endoderme. São 4 bolsas A primeira bolsa forma a cavidade timpânica e o antro mastoideo. Realiza conexão com a faringe através da tuba auditiva (ou tuba de Eustáquio/ tuba faringotimpânica)  formação da orelha média. A primeira bolsa está alinhada com o primeiro sulco e, entre eles, há a primeira membrana, que dará origem ao tímpano. O primeiro sulco dará origem ao meato acústico externo.  o primeiro arco está contribuindo para a formação da orelha média e da orelha externa. O endoderma das bolsas, juntamente com o ectoderma do sulco e a mesoectoderme dos arcos formam as membranas faríngeas.  o recesso tubo-timpânico + a ectoderme do primeiro sulco forma a membrana timpânica (primeira membrana). A segunda bolsa branquial forma a tonsila palatina, que é um órgão linfoide secundário. A endoderme da segunda bolsa começa a formar reentrâncias, que formam as criptas tonsilares. Essas criptas começam a ser povoadas por células linfoides a partir da 20 semana. O timo estará maduro a partir da 20 semana e liberará linfócitos T. A medula óssea começa a liberar linfócitos B na mesma época, e esses dois tipos de linfócitos povoam as criptas, dando origem às tonsilas palatinas, que estará madura apenas após a 20 semana. Isso não quer dizer que haja maturidade do sistema imunológico. As criptas são os espaços formados pela endoderme onde irão ser depositadas células linfoides. A parte da tonsila que vem da bolsa não é, sozinho, o órgão linfoide. Não há muita diferença entre o inicio e o fim da formação das criptas tonsilares. A terceira bolsa branquial tem uma parte que fica projetada mais dorsalmente (pois está em uma posição diagonal). Essa parte dorsal é globosa e compacta, também chamada de bulbar. Há também uma parte mais ventral, alongada e oca. A porção bulbar forma as paratireoides INFERIORES, chamadas de paratireoides três. A porção ventral forma o timo. À medida que o embrião começa a crescer e a se esticar, o timo desce pelo pescoço até chegar à região do tórax (se destaca do aparelho faríngeo e se aloja no tórax).  Conforme o timo desce até chegar ao tórax, ele vem puxando a parte bulbar, que então vem descendo. À medida que a parte bulbar desce ela se associa à cápsula externa da tireoide. A quarta bolsa branquial também tem uma parte bulbar e outra ventral. A parte bulbar forma as paratireoides superiores e a parte ventral (também chamada de corpo último branquial) forma as células parafoliculares da tireoide.

Visualiza-se: estomodeu e membrana bucofaríngea se desintegrando (se rompe até a 8 semana); bolsas, divertículo (dará origem à tireoide), divertículo laringotraqueal (forma o pulmão).

Visualiza-se: língua, tonsilas (2ª bolsa), 3ª bolsa, tireoide (não vem das bolsas). A terceira bolsa se origina praticamente na mesma altura que a tireoide. Embora o timo desça, a tireoide desce um pouco também.

 Conforme o timo cresce, ele ultrapassa a altura da tireoide e puxa para baixo as paratireoides inferiores da parte dorsal da terceira bolsa, que irão se associar à parte inferior da tireoide. A tireoide desce mais um pouco e se associa superiormente com as paratireoides superiores da quarta bolsa. A tireoide, quando desce, engloba também o corpo último branquial (células parafoliculares). 7-8 semanas à essa altura. Anomalias do aparelho branquial

 Cisto cervical/branquial/faríngeo – resquício do seio cervical, que deveria ter desaparecido na 7 semana. Pode ocorrer de o cisto formar comunicação com a parte externa, formando uma fístula do cisto – pode começar a vasar células descamadas, muco, processos inflamatórios. Pode, ainda, ocorrer de ele manter comunicação com uma bolsa (o mais comum é comunicação com a 2 bolsa – tonsila palatina)- por estar ligado às tonsilas, o cisto pode ser acometido por infecções com mais frequência. Se o cisto não estiver incomodando, não se faz cirurgia. Pode ocorrer, ainda, uma fistula completa -> a segunda bolsa se comunicando com o cisto e o cisto, por sua vez, se comunicando com o meio externo. Pode ser uni ou bilateral esses cistos ou fístulas. Como essas fistulas ficam muito próximas às carótidas, a cirurgia pode lesálas. Esses cistos podem estar localizados na região da orelha (se formaram em torno do primeiro sulco), por contribuição do 1 e 2 arco. Todas essas anomalias branquiais são consideradas anomalias pequenas, que não comprometem a vida da pessoa. Normalmente anomalias menores escondem anomalias maiores, por isso, deve-se fazer uma investigação completa....


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