Apontamentos TC PDF

Title Apontamentos TC
Course Teorias da Comunicação
Institution Escola Superior de Comunicação Social
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Teorias da ComunicaçãoTEORIAS DA COMUNICAÇÃOComunicar é fácil? – Facilidade condicionada.O emissor envolve-se num processo de comunicação para atingir o objectivo de fazer chegar uma mensagem ao receptor.A’A AYEm A→A, o objectivo do emissor foi totalmente cumprido, em A→A’, parte da mensagem a ser p...


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Teorias da Comunicação

TEORIAS DA COMUNICAÇÃO Comunicar é fácil? – Facilidade condicionada. O emissor envolve-se num processo de comunicação para atingir o objectivo de fazer chegar uma mensagem ao receptor.

A’ A

Em A→A, o objectivo do emissor foi totalmente cumprido, em A→A’, parte da mensagem a ser passada cumpriu os seus objectivos e em A→Y, o objectivo atingido ficou distante do original.

A Y

Que concepções definem a existência de comunicação em todos os casos? A concepção positivista. 

Fundamenta-se em pressupostos behavioristas. Estes pressupostos assentam na ideia de que existe uma espécie de automatismo entre um estímulo e uma resposta, desde que o estímulo seja formado de forma a receber a resposta desejada. Ou seja, a um determinado estímulo, corresponde uma resposta automática. A um estímulo correcto, corresponde uma resposta desejada. A mensagem está preparada de tal maneira que vai produzir uma resposta desejada, tratando-se de uma comunicação eficaz.  Estímulo → Resposta

Mensagem

Criada de acordo com os objectivos pretendidos. 

 

A comunicação humana é equiparada à comunicação animal.  Para um determinado estímulo, são dadas respostas padrão. 

Objectivos

Mensagem

Resposta 

O critério de eficácia define-se pela existência de uma intenção inicial do emissor. Tenta-se perceber se entre o objectivo e a resposta obtida houve ou não eficácia na comunicação. 

Emissor → Receptor omnipotência vulnerabilidade



Segundo as teorias que se debruçam sobre emissores com sentido de condicionar comportamentos, a comunicação é reduzida a um processo de transmissão de informação. 

A concepção pragmática.

 

A comunicação é fácil porque tudo é interacção, as consequências (respostas) é que podem ser diferentes.  Não existe não comunicação.  Havendo comunicação, há interacção (comunicação = interacção). 



Um comportamento gera outro comportamento. 



Segundo esta concepção, todas as pessoas são ao mesmo tempo emissor e receptor. 



Define-se pela existência de um jogo de interacção entre expectativas e sanções – positivas ou negativas -, que podem não corresponder à intenção inicial do emissor. 

     

   



Comunicar é fácil porque o fazemos desde que nascemos (comunicação não-verbal).

Natureza

Cultura

Seres vivos → regulados por instintos

Homem

Processos de transacção

Processos de interacção ou de comunicação





Nos animais, a comunicação é utilizada para processos de transacção e obedece ao esquema E→R, em função de uma programação instintiva que vai dar lugar ao aparecimento de respostas automáticas. 



Os animais agem em função de instintos para agir e reagir ao meio em que se vão inscrever, sendo que o meio interfere nos animais. 



No homem, ao contrário dos outros seres vivos, não encontramos o esquema instintivo pré-programado mas antes pulsões. 

  

Possibilidade

Efectividade Trabalho do meio durante um período de tempo



Nascemos com capacidade de transaccionar e, só em função de mediações simbólicas é que comunicamos, ao contrário dos outros seres vivos, que estabelecem relações de transacção com o meio ambiente. 



O homem comunica, ao inverter mediações simbólicas de natureza cultural (ex.: linguagem).  O homem é um ser cuja natureza é cultural e não de ordem natural. 

  

Transacção → Comunicação Estabelecendo relações com (com os outros) (consigo próprio)

o mundo físico-natural o mundo intersubjectivo o mundo subjectivo

Texto de Pedro Frade: “Comunicação”  

Delimita conceptualmente o objecto de estudo da comunicação. Questiona-se o que é a comunicação? Quais os níveis a que ocorre?  O facto de nós todos comunicarmos criou a ideia de que somos competentes ao nível da comunicação e que temos um conhecimento sobre a comunicação.  Mas surgem muitas definições quando se começa a delimitar a comunicação.  A comunicação é extensível à

nossa cultura. a toda a experiência.



A comunicação tem vindo a ser alvo de análise, a diversos níveis. 

 - complexo

 Produção Emissão

a) Percepção – nível teórico (canal/meio) ou sintático (código  utilizado). Fazem parte deste nível as preocupações que se prendem com a capacidade que um canal de comunicação tem para transportar os símbolos de comunicação até ao outro (fidelidade de um canal/capacidade de um código permitir que, através dele, certas ideias possam ser expressas. → Consiste em a mensagem chegar ao outro.

b)

 a) implica a) e b)

b) Compreensão – nível semântico. Tem como objecto o significado da mensagem e a compreensão da mesma. 

 c) Acção – fazer saber crer/acreditar querer fazer

Tem a ver com levar o outro a agir de uma determinada maneira. Não se divulgam mensagens das quais se esperam compreensão, mas sim condicionamento de comportamentos→nível pragmático + complexo

Em resumo… implica

- complexo

- nível teórico/sintático - nível semântico - nível pragmático

implica

+ complexo 

Nível pragmático → consequências do comportamento de alguém sobre outrem → consequências pragmáticas.  Complexificação da sociedade

Complexificação da comunicação 

Quando falamos de comunicação, falamos de uma coisa complexa e que se complexifica ainda mais com o avanço da sociedade. 



A complexificação da sociedade, a nível interno ou ao nível da relação global, implica a necessidade tanto maior de comunicar que acaba por ser um agente de contacto social. 



Condicionantes da produção, discussão e integração dos conceitos e teorias: Condições sociais →→→ Condições teóricas →→→ Produto Fontes institucionais [=> para quê, que interesses]

Horizontes teóricos e científicos distintos [conceitos, metodologias (o quê, como, o porquê)]

Enfoques diferentes geram resultados diferentes

Tipos de teorias da comunicação: 

   

Científicas – teorias constituídas em função de estudos empíricos, segundo metodologias devidamente preparadas, de modo a que os resultados obtidos sejam consistentes.  Normativas – não estudam o que é, mas o que deveria ser e o que se deveria estabelecer a partir de certos valores.  Operativas – constituem um saber mais específico, desenvolvem-se no interior das organizações ou organismos, desenrolando rotinas de trabalho que passam pela 

Modelos da Comunicação Publicidade e Marketing – 1º Semestre Página 5 Rúben Baía

comunicação (saber fazer). ex.: teoria do Marketing, livro de estilo do meio de comunicação. 

Do senso comum – pré-noções que se desenvolvem em cada um de nós acerca daquilo que é a comunicação, das culturas, etc. São obstáculos que quem estuda a comunicação tem que ultrapassar. 

    





As teorias são resoluções de problemas, questões que ainda não foram resolvidas por teorias anteriores, etc. São construções e não reflectem a realidade.  Cada teoria é parcial.  Estas teorias incidem sobre a diversidade de processos comunicacionais, diferenciáveis em função do âmbito social-relacional de referência. 

Existem diferentes contextos de comunicação. O autor “arruma-os”, na medida em que é possível estabelecer uma lógica de pressuposição. → Existe uma pluralidade de patamares.

Complexidade decrescente e

Sociedade global Relações de possibilidade

aumento significativo de casos observáveis

Inter-organizacional e inter-institucional

Intra-organizacional e inter-institucional

Intergrupal

Intragrupal Relações de necessidade Interpessoal

Intrapessoal

   

 

Intrapessoal – todo o pensamento é diálogo e um diálogo consiste no estabelecer de uma relação → é um processo de comunicação.  Interpessoal – dá-se, pelo menos, entre dois sujeitos.  Intragrupal – dá-se no interior de grupos ou de sub-grupos. 



Intergrupal – é aquele em que a comunicação opera entre grupos, sejam eles ou não estruturados. 



Intra-organizacional e intra-institucional – diz respeito à comunicação interna de uma organização ou instituição. 



    

Inter-organizacional e inter-institucional – é aquele em que se distinguem processos de comunicação entre organismos que não estão vocacionados apenas para a comunicação, mas em que esta é importante.  Sociedade global – o público nunca é conhecido (inquéritos, sondagens, etc.).  

Nestes diversos patamares, dizemos que a comunicação é mediada mas nem sempre mediatizada. A mediatização envolve o uso de tecnologia. 



Não é possível haver comunicação ao nível da sociedade global se não houver comunicação entre organizações ou até mesmo intrapessoal. Cada patamar estabelece em relação ao seguinte a possibilidade de ele ocorrer, mas pressupõe a existência dos anteriores (relação de necessidade). 



Cada patamar pode ser analisado a diversos níveis (semântico, etc.). 





Mosaico de conteúdos – Inventariação: 1) Signos, símbolos, códigos… (abordagem centrada nas condições de possibilidade de comunicação numa sociedade – sistemas significantes/códigos). 2) Linguagem verbal, língua/fala, discurso, texto (substância linguística). 3) Linguagem não-verbal (substância não-linguística). 4) Relação, interacção, sistema relacional (abordagem sistémica intra e interpessoal – além da intencionalidade comunicativa dos sujeitos que isolados, não têm sentido). 5) Transferência, transmissão, transporte, processo, canal, via (abordagem tecnológica – optimização informacional). 6) Situação, contexto, tipos de contexto. 7) Recepção, compreensão, percepção selectiva, atenção selectiva, resposta discriminativa (estratégias para produzir selecção – preocupações instumentais). 8) Influência, persuasão, manipulação (a persuação tem uma conotação positiva e a manipulação uma conotação negativa → comunicação intencional). 9) Ligação, conexão, comunidade, separação, fragmentariedade, segmentariedade (a comunicação social é comunitária e aglutinadora ou o contrário?).

Texto de Adriano Duarte Rodrigues: “A planetarização da informação…” 

Quando falamos de comunicação e informação, existem dois aspectos que actualmente tendem a confundir-se mas que têm lógicas de funcionamento relativamente opostas. 



Comunicação e informação são diferentes e têm especificidades próprias, com alguns pontos de contacto. 



O objectivo do texto é desfazer a confusão que existe entre estes dois conceitos. 



Se, por um lado, existem duas esferas diferentes, por outro, elas mantém relações entre si. 



Faz parte das relações entre as duas esferas uma sobreposição da primeira sobre a segunda (informação sobre a comunicação), fazendo a alteração da ideia que as pessoas têm do mundo. 



Segundo o autor, não estamos numa aldeia global. Para isso, a informação tinha que ser igual a comunicação. As formas de funcionamento entre outros aspectos teriam de se homogeneizar entre as duas esferas. 

  



 

 Tudo o que é da ordem da  comunicação é de um espaço de troca simbólica entre  indivíduos da mesma cultura. 

A informação está mais globalizada e generalizada.

Informação

Globalizada



Comunicação

Cultura

É diferentemente percepcionado de cultura para cultura, o que impede a criação de uma aldeia global.  

Estar em Madrid é diferente de estar em Marrocos – é quase desconcertante ir a outros sítios e encontrar as mesmas lojas. Porém, de local para local, as mesmas lojas funcionam de formas diferentes.  ex.: Zara em Lisboa e Zara em Espanha – os horários são diferentes, assim como o atendimento, etc. 

 

As coisas podem ser aparentemente iguais em sítios diferentes, porém, são assimiladas de forma diferente. 



As lojas estão globalizadas, porém, cada cultura, embora mantenha semelhanças entre as informações recebidas, são assimiladas e funcionam de forma diferente ex: Informações dadas acerca da gripe A



Mesma informação

Recepções diferentes

Aldeia global – conversão de cada cultura particular a uma só perspectiva do mundo. → Muito pelo contrário, o que acontece é que as sociedades atingidas pela esfera informativa assimilam o que provém dela nos quadros de comparação próprios da sua cultura, dando lugar ao surgimento de movimentos particulares. Ou seja, não há uma uniformização das culturas proveniente da informação. → Dá lugar à existência de conflitos, dadas as diferentes assimilações. “O facto de designarmos por comunicação social o conjunto dos meios de informação (…) faz com que habitualmente se confunda o domínio da informação com a experiência comunicacional.” Confusão da comunicação – tudo é posto no mesmo “saco”: → meios de comunicação; → vias de comunicação; → acção de comunicar algo a alguém; → passagem de um lugar a outro; → o que comunicado – informação; → relação comunicacional – a própria situação de estar em comunicação. A ideia errada de que tudo isto é comunicação leva à confusão entre os termos.

De onde vem a confusão? → Da própria origem da palavra:  

ex.: Um católico vai à missa e um dos momentos é a comunhão. Só porque já está em comunhão é que pode comungar. → Só quem faz a primeira comunhão  é que pode reincidir na comunidade. 

  

Séc. XIV – língua francesa: “participar em”, “relacionar-se”, “acto de partilhar, de pôr em comum”, muito próximos de comungar e comunhão (communis). 



Séc. XVI – surge “fazer parte de” (partilhar) uma notícia. 



Séc. XVI (final) – comunicar começa também a significar “transmitir” (p. ex. uma doença) → instala-se a confusão.  Séc. XVIII – XIX – os usos que significavam “partilhar” passam para segundo  plano, dando lugar aos usos centrados em transmitir.

 

Raiz latina: communicare – “pôr em comum”, “estar em relação” – ideia de comunhão. 

 

Desenvolvimento dos meios de transporte (estradas, canais, caminhos- deferro), telégrafo, telefone…  Séc. XX - …média de massa.



Meios de comunicação = de passagem de A a B.

Há uma expansão do conceito => comunicação designa as indústrias da 

 imprensa, do cinema, da radiotelevisão.  

Aquilo que era a ideia original de comunicação estar ligada à relação/comunhão/partilha passou para transmissão. Esta nova ideia vem no seguimento do aparecimento dos média de massa. 

Passagem do círculo ao segmento:

Relação

A

Comunicacional

B

Comunicação em processo

A

B

Comunicação linear Transmitir, difundir, distribuir informação.

Feedback – retro-alimentação do processo, retroacção do efeito sobre a causa; reacção de resposta à mensagem e sua influência em estímulo

Sentido predominante. Terá de esperar por meados do séc. XX para ser questionado, momento no qual o círculo é recomposto.



 

Segundo o texto de Adriano Rodrigues, a comunicação em processo compõe a esfera comunicacional e a comunicação linear constitui a esfera informativa. É a contraposição de dois esquemas diferentes. Só um dos esquemas tem direito a ser comunicação.  Compreende-se e é legítima uma certa confusão entre o que é da ordem da comunicação e o que é da ordem da informação em sociedades anteriores à nossa/sociedades fechadas. Mas, com o aparecimento das novas técnicas, deixa de fazer sentido esta confusão. 

- Nas sociedades fechadas compreendia-se a confusão: 



A informação difunde-se através da comunicação:  → Os processos de comunicação no interior das sociedades fechadas têm muitas vezes um valor informativo, pelo que o que circula a nível informativo confunde-se com o que se usa a nível comunicacional.



 

→ A comunicação tem, então, para estas sociedades, um valor informativo, visto que não há um domínio específico. A comunicação não se recebe. Participa-se. Somos parte dela.  A carga da informação continua a precisar de ajuda da comunicação para ser difundida. 

 - Nas sociedades actuais/globalizadas, em que a percepção do mundo é profundamente condicionada pelas técnicas da informação, o que é da ordem da comunicação, não deixa de ter um valor informativo. Não obstante isso, há um sector social que se encarrega e especializa na veiculação da informação. Por exemplo, se a esfera da comunicação é o que é da ordem do que alimenta/reproduz as relações sócias, então podemos abordar uma pessoa e passar-lhe uma informação que soubemos/tivemos conhecimento → Passa-se um saber. → Transmissão de um saber de uma pessoa que detém uma informação para uma outra pessoa que não é suposto sabê-la. → Comunicação com um valor informativo → Não é comunicação “pura”.

 

Na comunicação pode não passar informação. Há, no entanto, uma manutenção dos laços existentes. Desde que haja uma interacção, há comunicação. → Há que separar as águas.  Ex.: “Olá”, “Adeus”, sair com os amigos para tomar alguma coisa → efeito de estar com os amigos → não se fica mais informado por isso → apenas reforçam-se as relações uns com os outros. Se, nesse reforço, contamos algo a um amigo, há informação, mas a comunicação está em primeiro plano → é comunicação com valor informativo → queremos partilhar um sentimento. 

 

Comunicação – processa-se no tecido social. 



Informação – tem a ver com os avanços tecnológicos. Pode alimentar processos comunicacionais → Comenta-se, questiona-se, etc. 



As notícias, por exemplo, informam e nós realizamos comunicação quando as comentamos, etc. 

 



Numa entrevista, após sabermos de que tipo é, podemos saber a sua função. Por exemplo, uma entrevista jornalística visa informar, apesar de ser o resultado de um processo comunicacional. 

“Mas, á medida que a esfera informativa se autonomiza, alcançando hoje um nível planetário, é evidente que a informação é realmente uma dimensão diferente das restantes dimensões da experiência.” Complexificação da sociedade

Complexificação da comunicação Esquema já criado por Pedro Frade. Duas esferas da experiência:  



São diferentes; 

 

Mantém relações muito determinadas e complexas;  Aparentemente mantém relações antagónicas.  Esfera informativa ≠ Esfera comunicacional

Informação Conjunto dos acontecimentos ocorrem e formam o nosso meio ambiente.

Comunicação que Processo de troca simbólica generalizada que ocorre entre pessoas dotadas de razão e liberdade, ligadas entre si, pela conveniência dos mesmos quadros cul...


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