Apostila de parasitologia PDF

Title Apostila de parasitologia
Author Eduardo Ferreira
Course Biologia
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Resumo geral de parasitologia ...


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INTRODUÇÃO AO CONCEITO DA PARASITOLOGIA: A Parasitologia tem como objetivo o estudo dos protozoários e dos animais parasitos. A Parasitologia estuda também os vírus, bacteriófagos, bactérias e fungos, cujos organismos são tratados na Microbiologia. Parasitismo é toda relação ecológica, desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes, em que se observa, além de associação íntima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variável. Portanto, para existir doença parasitária, há necessidade de alguns fatores: a) Inerentes ao parasito: número de exemplares, tamanho, localização, virulência, metabolismo, etc. b) Inerentes ao hospedeiro: idade, nutrição, resposta imune, doenças secundárias, hábitos, uso de medicamentos, etc. Adaptações parasitárias surgiram como conseqüência da associação e com o decorrer de milhares de anos houve uma evolução para o melhor relacionamento com o hospedeiro, tais adaptações podem ser morfológicas e biológicas. TERMOS USADOS EM PARASITOLOGIA Agente Etiológico: É o organismo causador da doença. Antroponose: doença exclusivamente humana. Cepa: variedade de um organismo que apresenta uma característica distinta. Contaminação: é a presença de um agente infeccioso nas roupas, água, brinquedos, superfície do corpo, etc. Epidemia: é a ocorrência, numa região, de uma doença em grandes proporções. Endemia: é a prevalência usual de uma doença em uma determinada região. Estágio: é a fase evolutiva de um organismo. Estádio: é a fase intermediária dentro de um estágio evolutivo de um organismo. Fase aguda: período após a infecção em que os sintomas clínicos são evidentes. Fase crônica: período que ocorre após a fase aguda caracterizando-se pela diminuição dos sintomas. Fômite: objetos que podem veicular ou transmitir o agente infeccioso. Habitat: local onde o agente infeccioso vive. Heteroxênico: parasito que realiza seu ciclo de vida em mais de um hospedeiro. Hospedeiro: é o organismo que alberga o parasito (intermediário e definitivo). Infecção: reação causada pelo agente infeccioso quando penetra no hospedeiro. Infestação: caracteriza toda área superficial do hospedeiro onde ocorre desenvolvimento e reprodução de artrópodes. Monoxênico: parasito que realiza seu ciclo de vida em um único hospedeiro. Parasitemia: carga do agente infeccioso no sangue do hospedeiro. Patogenia: modo de ação do parasito no hospedeiro. Patognômico: sinal que caracteriza uma doença. Ex.: Sinal de Romaña (Doença de Chagas).

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Período de incubação: período que vai da penetração do parasito no hospedeiro até o aparecimento da doença. Portador: indivíduo que transmite o parasito, mas não apresenta os sintomas da doença. Profilaxia: conjunto de medidas para controlar e prevenir uma doença. Reservatório: organismo onde o parasito pode ser reservado. Ex.: Tatu (Trypanosoma cruzi). Vetor: artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre os hospedeiros (biológico ou mecânico). Zoonose: doenças transmitidas entre os animais e o homem. CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS Obrigatórios: Não sobrevive fora do hospedeiro. Ex: Enterobius vermicularis (helminto), alguns protozoários, vírus Facultativos: Livres, mas em contato com o hospedeiro evoluem e causam danos. Ex: fungos Acidentais: Podem causar danos. Ex: ingestão acidental de larvas de moscas. Pseudoparasitas: Não causam danos ao hospedeiro. Podem ser detectados em exame coproparasitológico. Ex: cistos de protozoários de vida livre Fitoparasitas: bactérias, fungos Zooparasitas: artrópodes, helmintos e protozoários Permanente: Constantemente em contato com o hospedeiro. Ex: Ascharis lumbricoides, Enterobius vermiculares Periódicos: Parte de seu ciclo é de vida livre e parte é dentro do hospedeiro. Ex: Necator americanus e Ancylostoma duodenale (vida livre: larva / dentro do hospedeiro: adulto) Temporário: insetos hematófagos Remitente: em contato com o hospedeiro e temporariamente se alimenta de sangue Ex: piolho, pulga Intermitente: só entra em contato com o hospedeiro no momento de alimentar-se. Estenoxeno: Alta especificidade. Ex: Trichuris trichuira - específico da espécie humana Eurixeno: Ampla especificidade Ex: Toxoplasma gondii - homem, felinos. Oligoxeno: Pouca especificidade Ex: Plasmodium malariae - homem e primatas Estenotrófico: Alimenta-se de apenas um tipo de alimento Ex: sangue Euritrófico: Alimenta-se de várias substâncias Ex: Taenia solium - quimo intestinal, Ancylostoma duodenale - quimo e sangue Monoxeno: Completa seu ciclo em apenas um hospedeiro, não tem larva Heteroxeno: Necessita de mais de 1 espécie para completar seu desenvolvimento Ex: Taenia saginata, Echinococus granulosos, Plasmodium spp. Autoxeno: Duas fases (larva e adulto) ocorrem no mesmo hospedeiro Ex: Hymenolepes nana Errático ou Atópico: Parasita encontrado em locais não típicos. Aumenta a gravidade da parasitose Desviados ou Transviados: Mudança no hospedeiro habitual

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PORTAS DE ENTRADA DOS PARASITAS Per Os : entram pela boca (principalmente) através de água, alimentos, ar, fômites (instrumentos inanimados). Ocorre com a maioria dos enteroparasitas veiculadores de agentes etiológicos Per Cutem : entram pela pele Penetração ativa: Larva filarióide infectante Penetração passiva: inoculação pela ação de picadas de insetos Via Mucosa ou Conjuntiva Narina (inalação) Placenta (T. cruzi, Toxoplasma gondii) Vias Genitais AÇÕES DO PARASITO NO HOSPEDEIRO Ação Espoliativa: ocorre pela ação dos parasitos no tecido do hospedeiro quando são absorvidos nutrientes ou sangue. Ex.: Ancylostomatidae (Fe e O2) e hematofagismo de mosquitos. Ação Tóxica: ocorre como resultado de enzimas ou metabólitos produzidos pelo parasito no hospedeiro. Ex.: Reações alérgicas (Ascaris lumbricoides) Ação Mecânica: ocorre pela obstrução do organismo devido ao intenso parasitismo. Ex.: Enovelamento de A. lumbricoides na luz do intestino delgado. Ação Traumática: quando o parasito provoca lesão nos tecidos ou órgãos do hospedeiro (formas larvárias). Ex.: Úlceras intestinais provocadas pelos Ancylostomatidae e Trichuris trichiura. Ação Irritativa: quando o parasito provoca irritação no local parasitado. Ex.: Fixação das ventosas dos Cestoda na mucosa intestinal. RESPOSTA IMUNOLÓGICA Imunidade Natural: mecanismo imunológico inespecífico capaz de responder à agressão de um Agente. Imunidade Adquirida Passiva: quando a imunidade materna é transferida para o filho como uma imunidade temporária. Imunidade Adquirida Ativa: quando a imunidade do organismo é constante, ou seja, para toda a vida.

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CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS O número de seres vivos existentes na natureza é tão grande que, para serem estudados, têm que ser agrupados conforme sua morfologia, fisiologia, estrutura, filogenia, etc. a) A nomenclatura binária teve início com Linnaeus em 1758. b) Táxon (plural taxa) corresponde a diversos níveis de classificação que são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. c) O nome da espécie deve ser binominal e em latim: o 1º nome representa o gênero (escrito com a 1ª letra sempre maiúscula) e o 2º nome é a espécie (escrito com letras minúsculas). Ex.: Schistosoma mansoni. d) O gênero e a espécie devem ser sempre grifados ou escritos em itálico. e) Quando a espécie possui subespécies, essa palavra virá em seguida à da espécie. Ex.: Culex pipiens fatigans. f) Quando a espécie possui subgênero, este virá entre o gênero e a espécie, separado por parênteses. Ex.: Anopheles (Kerteszia) cruzi. FILOS QUE INTERESSAM A PARASITOLOGIA Protozoa: são constituídos por uma única célula com grande variação na morfologia de acordo com a forma evolutiva e o meio em que vivem (trofozoíto, cisto, oocisto e gameta). Reprodução assexuada e sexuada; são autotróficos e heterotróficos; eliminam metabólitos através da membrana plasmática; aeróbicos e anaeróbicos; movimentação realizada por pseudópodes, flagelos e cílios. Platyhelminthes: são multicelulares e caracterizados pela ausência de exo e endoesqueleto, achatados dorsoventralmente. Filo com duas classes importantes Trematoda e Cestoda. Aschelminthes: são multicelulares, geralmente com o corpo cilíndrico e compreendem parasitos de vida livre. Filo com uma classe importante - Nematoda. Arthropoda: maior número de indivíduos do reino animal. Todos com exoesqueleto e patas articuladas (3 pares). Grupo com morfologia variada e colorações diversas. Duas classes importantes – Insecta e Arachnida. PARASITISMO – ENDOPARASITA, ENTEROPARASITA E ECTOPARASITA É a associação entre seres vivos, onde existe a unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação. Desse modo, o parasito é o agressor, e hospedeiro é o que alberga o parasito. Podemos ter vários tipos de parasitos: Endoparasito – O que vive dentro do corpo do hospedeiro. Ex.: Ancylostoma duodenale. Enteroparasito – Endoparasito exclusivo de intestino. Ex.: Entamoeba coli. Ectoparasito – O que vive externamente ao corpo do hospedeiro. EX.: Pediculus humanus (piolho).

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PROTOZOÁRIOS Constituído por cerca de 60.000 espécies conhecidas, dais quais 50% são fósseis e o restante ainda vive hoje; destes, aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas algumas dezenas de espécies atingem o homem. Os protozoários apresentam grande variedade morfológica de acordo com a sua fase evolutiva e o meio a que estejam adaptados. Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim, temos: TROFOZOÍTO Forma ativa do protozoário CISTO E OOCISTO Formas de resistência ou inativa GAMETA Forma sexuada, que aparece em algumas espécies. Microgameta é o masculino e macrogameta é o feminino.

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AMEBAS PATOGÊNICAS – AMEBÍASE INTRODUÇÃO Amebíase é a doença infecciosa causada por protozoários que habitam o intestino grosso. Pertence a família Entamoebidae e suas espécies são: Entamoeba histolytica e E. coli. Algumas espécies do gênero Entamoeba infectam humanos, porém apenas a espécie E. histolytica é causadora de doença. As outras espécies (não-patogênicas) são importantes porque podem ser confundidas com a E. histolytica no diagnóstico. Por ter uma distribuição cosmopolita e alta prevalência, estima-se que existam cerca de 480 milhões de pessoas no mundo infectadas com a E. histolytica. Distribuição com alta incidência de amebíase em países em desenvolvimento. Em países industrializados, os grupos de risco incluem viajantes e imigrantes recentes, e instituições públicas. Entamoeba. coli e E. dispar são as principais responsáveis por infecções assintomáticas. TRANSMISSÃO E CICLO BIOLÓGICO Os cistos são ingeridos pelos hospedeiros, através de água e alimentos contaminados, e atravessam o tubo gastrointestinal. Na região ileocecal ocorre o desencistamento, cistos se transformam em trofozoítas metacísticos, que se multiplicam por divisão binária. Estes se transformam em formas pré-císticas e estas em cistos. As amebas podem ser levadas ao fígado pelo sistema porta e a outros órgãos, onde podem causar necrose focal e formação de abscessos.

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FORMAS EVOLUTIVAS   

cisto – 1 a 4 núcleos (5 a 8 em E. coli); metacisto/precisto; trofozoíto – forma móvel capaz de fagocitar hemácias (E. histolytica)

- BIOLOGIA: CISTO – meio ambiente (poeira, água, solo); TROFOZOÍTO – mucosa do IG. TRANSMISSÃO  Ingestão de cistos em alimentos ou água contaminados;  Vetores mecânicos.

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SINTOMATOLOGIA As maiorias das infecções são assintomáticas, existe também a amebíase invasiva intestinal (disenteria, colite disentérica e não disentérica, apendicites) e a amebíase invasiva extraintestinal (abscesso hepático, pleuropulmonar, cérebro, região perianal, dor abdominal, febre peritonite, abscesso, lesões amébicas cutâneas e genitais). DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL Entamoeba histolytica pode ser diferenciada de outras amebas não patogênicas como E. coli, E. hartmanni, E. polecki, E. gengivalis, Endolimax nana e Iodameba buetschlii. A diferenciação é possível baseando-se em características morfológicas de cistos e trofozoítos, principalmente com relação ao tamanho e ao número de núcleos dos cistos. Diagnóstico: Laboratorial – exame de fezes (HPJ/Faust)

PROFILAXIA:  Higienização adequada;  Lavar alimentos e tratamento água;  Engenharia sanitária. TRATAMENTO: Diferentes drogas são utilizadas no tratamento de amebíases tais como:  Metronidazol (Flagyl) – 3 dozes/dia em 5 dias;  Secnidazol;  Falmonex – 2x/dia em 5 a 7 dias.  Mais recentemente aceita no combate as amebíases o albendazol (até 80% de eficácia).

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Trofozoíto de E. histolytica fresco

Cisto de E. histolytica

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GIARDÍASE INTRODUÇÃO O gênero Giárdia inclui flagelados parasitos do intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Foi possivelmente o primeiro protozoário intestinal humano a ser conhecido. Pela grande dificuldade de diferenciação entre giárdias de diferentes hospedeiros tem sido um fator limitante para o estabelecimento do potencial zoonótico da giardíase, e esclarecer a possibilidade da existência de animais reservatórios. Agente etiológico: - Filo: Sarcomastigophora - Classe: Zoomastigophorea - Família: Hexamitidae

- Gênero: Giardia - Espécie: G. lamblia

IMPORTÂNCIA - Cosmopolita, principalmente em zonas tropicais; - Cerca de 500 mil casos/ano (OMS, 1998). FORMAS EVOLUTIVAS Trofozoítos (Tf): forma de pêra com simetria bilateral medindo 20-10m, face dorsal convexa e ventral côncava, disco adesivo, 2 núcleos, corpos medianos, 4 pares de flagelos; Cistos: Oval ou elipsóide, medindo cerca de 12-8m, 2 a 4 núcleos, fibrilas e corpos escuros. Os cistos são formas de disseminação do parasito através da via oral. No meio externo os cistos podem sobreviver por até dois meses.

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CICLO BIOLÓGICO Monoxênico, após ingestão do cisto no meio ácido do Estômago inicia-se o desencistamento que será completo no Duodeno e Jejuno onde ocorre a colonização. O ciclo se completa ocorrendo novo encistamento e eliminação nas fezes.

Os humanos adquirem a infecção através do consumo de água e alimentos contaminado, pela rota oro-fecal, pelas mãos ou fômites. TRANSMISSÃO A chegada dos cistos se dá pelas fezes humanas, contaminado água e alimentos. Podendo ainda ser transmitida por contato direto ou veiculados por moscas e baratas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a giardíase uma zoonose.

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PATOGENIA Apresenta um aspecto clínico diverso, que varia segundo as formas abaixo: -

Assintomáticos Diarréia aguda e autolimitante Diarréia persistente com evidência de má absorção e perda de peso Náuseas Flatulência Epigastralgia (dor na parte alta do estômago) Irritabilidade Insônia Urticária Ladrilhamento da parede do intestinal por trofozoítos, interferindo na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis A, D e E.

A) AÇÃO TÓXICA (parasitos + resposta inflamatória) parasitos (mucosa)  macrófagos  ativam linfócitos  mastócitos  degranulação celular da mucosa  histamina  reação de hipersensibilidade  edema e contração muscular  aumento do peristaltismo  diarréia. B) AÇÃO MECÂNICA (diminuição na absorção) - Assintomático; - Sintomático (cepa, número de parasitos)  diarréia aquosa, explosiva, malcheirosa com gases e dores abdominais; - aumento da resposta imune  diminuição de parasitos  portador assintomático  recorrência devido a diminuição do sistema imune. DIAGNÓSTICO Clínico: Laboratorial: Parasitológico: procura de cistos nas fezes; - Fezes formadas: método de FAUST; - Fezes diarréicas: método direto; - Fluido Duodenal: pacientes com diarréia crônica Imunológico: ELISA e RIFI; Molecular: PCR. É importante lembrar que indivíduos parasitados podem apresentar um “período negativo”, ou seja, liberação intermitente de cistos nas fezes (média de dez dias). EPIDEMIOLOGIA - Crianças de 8 meses a 12 anos - Assintomáticos; - “Diarréia dos viajantes”; - Cistos: 2 meses, coloração e unhas; - Creches, internatos, etc.

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PROFILAXIA - Higiene pessoal; - Tratamento da água e dos alimentos; - Tratamento dos indivíduos parasitados. - Construção de fossas sépticas TRATAMENTO - Metronidazol (Flagyl); - Albendazol.

Trofozoítos de G. lamblia

Cisto de G. lamblia

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TRICOMONÍASE INTRODUÇÃO Composta por aproximadamente 30 espécies, a família Trichomonadidae apresenta apenas três espécies parasitando o homem que infectam as vias genitourinárias. Agente etiológico: - Filo: Sarcomastigophora - Classe: Zoomastigophorea - Família: Trichomonadidae - Gênero: Trichomonas

- Espécie: T. tenax (cavidade oral) T. vaginalis

Trichomonas tenax – comensal do tártaro e cáries. Não patogênicos sendo transmitida por perdigotos e beijo. Pentatrichomonas hominis – comensal do intestino grosso do homem, chimpanzé e macaco. Não patogênica com transmissão por água e alimentos contaminados. Trichomonas vaginalis – apresenta patogenia no homem. Habita o trato genitourinário masculino e feminino. Apresenta apenas trofozoítos. IMPORTÂNCIA - Cosmopolita; - Transmitida sexualmente; - 180 milhões de mulheres no mundo se infectam por ano. FORMAS EVOLUTIVAS - Trofozoítos: 10-7m, oval, 4 flagelos, membrana ondulante, núcleo, corpo parabasal e axóstilo. BIOLOGIA - Habitat: Homem – próstata e uretra; Mulher – vagina e uretra; - Fisiologia: anaeróbico facultativo, pH entre 5,0-7,5 e temperatura entre 20-40°C; TRANSMISSÃO Relação sexual (direta). - Pode sobreviver por mais de uma semana no prepúcio de homens sadios, após o coito com mulher infectada. - O homem é o transmissor da tricomoníase através da ejaculação - Mãe para filho no parto natural Fômites (indireta) - Roupas - Objetos - Especulo vaginal - Banheiras e toalhas O parasito multiplica-se por divisões binárias sucessivas, o pH entre 4,5 e 5,0 é o ideal para a reprodução dos trofozoítos. 14

CICLO BIOLÓGICO O Trichomonas vaginalis reside no trato genital de mulheres e na uretra e próstata de homens, são replicadas por fissão binária. O parasito não pode apresentar-se sobre a forma de cisto, e não sobrevive por muito tempo no meio externo. T. vaginalis são transmitidos entre humanos, que é seu único hospedeiro conhecido, primariamente por relação sexual. PATOLOGIA Mulher (sintomática): vaginite com corrimento amarelo-esverdeado, fétido, prurido, dor na micção e no ato sexual, aumento da micção (polaciúria), pontos hiperêmicos e leucorréia; Homem (assintomático): leve uretrite com corrimento e ardência miccional, polaciúria, hiperêmia (meato uretral). Aumento da Sintomatologia: mulheres grávidas, anticoncepcional oral e período pós-menstrual. DIAGNÓSTICO Clínico: dificilmente poderá ser realizada através de sintomas e sinais específicos Laboratorial: Parasitológico: Homem – colheita de secreção, urina (20mL) e sêmen (grande quantidade) Mulher – colheita de secreção vaginal (direto, esfregaço e cultura) Vale salientar que no exame microscópico o diagnóstico se dá com a visualização de protozoários móveis. Imunológico: ELISA e RIFI. EPIDEMIOLOGIA - Homem – vida sexual mais ativa e aumento do número de protozoários - Aumento da prevalência – diminuição da higiene; - Longevidade – urina (3hs), sêmen (6hs), toalhas molhadas, umidade; - Mulheres – 20 a 30 anos. PROFILAXIA - Higiene pessoal; - Diagnóstico precoce; - Tratamento dos indivíduos infectados; - Uso de preservativos. TRATAMENTO - Metronidazol (Flagil); - Secnidazol. Em gestantes deve-se fazer o uso tópico de medicamentos.

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Trofozoítos de Trichomonas vaginalis

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BALANTIDIÓSE INTRODUÇÃO Indivíduos da classe Ciliata tem grande importância na ecologia do aparelho digestivo de ruminantes e eqüídeo. Uma espécie existente no intestino grosso de suínos, o Balantidium coli, em algumas situações pode parasitar o homem. MORFOLOGIA Trofozoíto – apresenta o corpo todo recoberto de cílios. Internamente, apresenta várias organelas, vacúolos digestivos e dois núcleos: o macro e micronúcleo. Cisto – de forma esférica. Membrana cística é lisa e, internamente visualização do macronúcleo e vacúolos. BIOLOGIA Vive na luz do intestino grosso de ...


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