As mulheres ou os silêncios da história - Michelle Perrot.pdf PDF

Title As mulheres ou os silêncios da história - Michelle Perrot.pdf
Author M. Pinheiro Martins
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As mulheres ou os silêncios da história - Michelle Perrot.pdf Milena Pinheiro Martins

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O MIT O DO AMOR MAT ERNO T iago silva

A HIST ÓRIA DAS MULHERES.CULT URA E PODER DAS MULHERES: ENSAIO DE HIST ORIOGRAFIA It amar Faria UM AMOR CONQUISTADO: O MIT O DO AMOR MAT ERNO Leila Finkler

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CoordenaÇllo Geral

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As mulheres ou ~Os silêncios da história

Cooederlt1fiJo Editorial Ir. Jacinta"Throlo Garcia I

Luzia Bianchi

1

Comitê Eilitorial Acadêmico

1

Ir. Elvira Milani - PresidCtlte

Michelle Perrot .

,

Glória Maria Palma ir. Jacinta Turolo Garcia _ José lobson de Andrade Arruda ~ . Marcos Virmond Maria Arminda ,do Nascimento Arruda

Tradução Viviane Ribeiro i

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Ir. .Elvira Milani

Coordenaf./Jo Executivn

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SUMÃRlO* .,

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Pc:rrpt, MicheUt. . A3 mulherts o~ 0$ siltnaos da história I Michdle Pc:rrot i traduçAo

9

Viviane Ribdro.•• Bauru, SP; EDUSC, 2005. 520 p. ; 23 'em: •• (Colrçio História) Inclui bibliografia.

PARTE 1

Traduçjo de:

Traços

1,.($

ftmrnts oula silencu de I'hisloirc:. cl998 ..

i~/Jle/'!~

lNTRODUçAO

,-

ISBN' 85-7460-251-5

CApITULO I

1. Mulheres - CondiÇ'Õnsodai. - Evoluçto hist6rka.I:1l1UIo. 1I.Série.

33

CDO 3010412 ISBN (original) 2..Q8.08.0010-8

Práticas da memóriá feminina .

"

.-

CAPITULO 2

I

45 . As filha s de K.r1 Marx: cartas inéditás

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",1.

,

Copyrighte Flrimmarion, 1998

Copyrighte (lr3duçâo) EDUSC. 2005

-

, CAPITULO. 3

II

89

Coroline reencontrado CAPITULO 4

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fuduÇiO realizada a p.ulir da tdiçdo de 1998.

93

Direitos aelusivos dI! publicação cRl,lingua portuguesa

Caroline, uma jovem do Faubourg -Saipt-Germain durante o Segundo

Império .

M 'O Brasil adquiridç.s pela EDITQRA DA UNlVERsIDAD6 DO SAGRADO CORAçAÓ , Rua Irmã Arminda, lO-50 CEP 17011 - 160 - Bauru - $P

,

-

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Fone: (I4)32l~-7) II ~- Fax (14) 3235-7219

;.m:H' ~",,:~ed~rm.b' ,

A ediÇão original francesa da presente obra traz dois capltulos que não se encontram aqui traduridos - os artigos Ma filie Ma"ie e.Le.s !emme.s elleurs imagcs ou le regam

des femme.s. Esta aus!ncia deve-se ao' fato de as editoras responSáveis pelos originais

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não terem cedido os direitos de: publicação para esta edjç40 traduz.ida. (N.E. )

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I PARTE 2 ,<

CAPiTULO 14

3~7 As mulheres e a cid~dania na França: história de u;11a exclusão ' . . ,

Mulheres no trabalho

, ( CAPITOL0 5

155

Greves femininas .... /

CAPITULO '15

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CAPiTULO 6

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1

O elogio!áa dona -de-casa"no discurso dos operárioS-franceses no ~cuJo 19,

O gênero na cidade

343

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PARTE

7 A mulher popular rebelde CAPtruLO

197

CAPITUro 16

365

CAPiTULO 8 _

,223

'Mulheres e m'áquinas no s,éculo 19

Da ama-de-leite à funciOJlária 'de escritório ... Trabalhos de mullleres na .

França do sétulo 19 \

38 1

I

O qtle é um trabalho de mulher?

PARTE

I

Mulheresna cidade

_

I

I CAPITULO l i

e 447

J2 '

, , \~:/salf

I

Corp os s~ bjugados

Público; privado e re~açõ~s entre os _sexos

467

Jdentidade;-i~aldade;- rillerença:'o olhar da Hisr6ria

,

,,'

CApiTULO 2 1

CAPITULO 22

Uma históri or sem afron tamentos

CAPiTULO 13

A palavra piíblica das m'ulh~res ,,'

-

~ CAI!ITULO 23

1

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~ Michel Fou,cault ~ a h~st6ria. das ~ ulheres.'-

--

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481

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CAPITULo 'I 9

CApiTULO 20 '

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CAPITULO

No front dos sexos: um co mbate duvidoso

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263 ' Poq.r dos ho'mens, força das mulheres? O exemplo do século 19

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C APITULO 18

435

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' PARTE 3

Sand: um a mulher na política

Debates

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CAPiTULO l O 251

Flo ra Tristan, pesquisadora r CAPITU,-,? 17

CAPITULO 9 ,

241

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Figuras

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INTROD{JçÃO

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Silenciosas, as mulheres? - Mas-elas são as únicas que escutarnds, dirãó alguns. nossos contempor~neQS, que; co'm certa angústia, têm a impressão de SU;t irresistível ascensão e de sua fala invaso{a. "Elas, elas, elas, elas, sempre elaS, vorazes, tagarelàs .. ::' mas não somente nos salões de chá, transbordando agora do privado para o público"do ensino Par.a o pretório, dos cbnve~tos para . a mídia e até mesmo, ó Cfcero, Sajnt-Just e Jaurês, para O Parlamento . . Evidentemehte,.~rrupção de uma presença e de uma fala f~miriinas em locais que lhes eram até então proibidos. ou pouco familiares. é uma inQya~Q 90 sé,,!lº J 9 Que muda o horiwnte.sonoro. Subsistem, no entanto, muitas zonas mudas e, "_ 0que se refere ao passàdo, um oceano de silêncio, ligado à pàrtilha desigual dos ,traços, da memória e, ~inda mais, da História, êste relato que, por muito tempo,·"esqueceu" as mulheres, como se, por serem de~tinadas à.obscuridade da reprodução, ineriarráveJ, elas estiv:essem fora do tempo,"'o u ao menos fora do aconteámtnto. , inf . ·erá·'o Vi o mas o Verbo eus e Homem. O silêncio 'é o . comum das mu eres. e convém à sua posição s~cundária e subOrdinada. Ele cai bem em seus rostos, levemente sorridentes, não defórmados' pela impertinência do risQ barulhento e viril. Bocas temadas. lábios cerrados, pálpebras -baixas, as mulheres só podem chorar, deiXar as lágrimas correrem como a água de uma inesgotável dor, da qual, segundo Midlelet, elas "'detêm o sacerdócio'~ • • -I O silêncio é, um mandamento reiterado através dos séculos pelas -reli giões, pelos sistemas poHticos e pelos manuais de com·portamento. Silêncio das

SA~RAUTE, Nath,/ie.

Tropismt:$.

Pa'\': GalJim,rd, 119--1. p. 15. X, La PMi,de.

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IlIIrodll(scola de Altos Estudos. Após .discussões em que começamos, na realidade, a elaborar O conteúdo, decidiJIlOS aceitar a proposta. Era uma opor: -'" tunidade que corríam6s ~ risco de não encontrar novamente ~ quç, aliás, ne- . nhum édj tor francês nos havia proposto, o meio d~ sair ae uma semiclandes-- tihidaC1e, d~ fazer a sí.J;ltese (provisória) dt quinze anQ.s de trabalhos qu~, conseqüentemente, g~ariam em vi~ibilidade. Chance de contri~uir, para a legi~mid~de de u.m a rustórill ainda marginal, além de tudo em !lr:na perspectiva

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.', 22 DALARUN, Jacques. L'abime d I'archittcte.lntroduction à Georges Duby. Féodalité. Paris: Gallimard. 19% (reunião de um ~no número de obras): um próxin:ao número de C/10, a ser publicado sob a organização de Christiane Klapisc.h-Zuber, terá dedicado.a Gtorges D.u~y à- história dps mulheres. tema que esta..rá tambtm na ?rdem d9 "dia do colóquio organi7..i\do er Mãcon OCIJ - L998) pelo Institut de - recherche du Vai de Sa6ne-M:\conl13is.

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européia, que só poderia nos agradar. A aventur~ valia 'a pena ser tentada, pois, ainda por cima, ela nos era oferecida. " Era o outono de 1987. Em junho de 1988, um colóquio reuniu no hotei. Talleyrand-Gallifet da rua de Varenne, sede do Cen~o Cultural Italiano, a maiqria das setenta colaboradoras (e colaboradores) da obra, cujos cinco volumes foram publica.d os paralelàmente na Itália e na França,u entre 1990 e 1992.-Trabalho conduzido com facilidade; graças à competência e à atividade das diretoras ·de volumes: Pauline Schmit (1), Christiane Klapish-Zuber (ll), Arlette Farge e Nathalie Davis (II!), Genevieve Fraise e eu (TV), Françoise Thébaud (V) que desejara reunir-se aOZlúcleo inici~L Foi um trabaJho intenso, nl~s no qual tivemos grande prazer. Eu, em todo caso, que fui talvez a principal beneficiária desta situação, Penso tamJ>ém, aqui e acolá, nas estudantes e doutorandas de Jussieu, muitas das quais integraram a universidade. Graças. a. ~las, a história das \Dulheres continua. Então, muito obrigada. ."P. raro poder conciliar um projeto que seja simultaneamente individual, . intelectual e polftico (no sentido mais forte e cidadão do termo). A história das mulheres o permitia. De minJ:a párte. foi assim que a vivi e particu1arment~ durante este último. trabalho. Tive o sentimento de encontrar as mulheres que por muito tempo eu evitara. Encontrar a súa amizade, sua alegria, suas angústi;lS, sua procura de um sentido; o sentimento de melhor compreender aquelas linhagens de mulheres que me h~viam precedido, entre as quais minha mãe, e com isso, encontrar a mim mesma... Mas o lucro não era somen.te existencial. Era intelectual. A hi stória d~s mulheres, ao colocar a questão das relações entre os sexos, revisitava o conjunto dos problemas do tempo: o trabalho; o val~r, o sofrimento, a violência, o .amor, a sedução, o poder, as representações,:as'imagens e o -real, o soCial e o político, a 'Criação, o pensamento sifl:tbdlico. A diferença dos sexos revelava-se de um. grande fecundidad e.i'te fio de Ariadne percorria O labirinto do tempo. Pois do gineceu à casa rural ou bUIguesa, .da: polis grega à democracia conte~­ porânêa, havia comunicaçõ,es dos corredores que não existem ·talvez em mesmo grau nos outros capitulos da agenda histórica. Estes "lugares para a história" (A. Farge) das mulheres podem ser percor;idos sem que nos sintamos completamente deslocadas. A história das m~eres e das relações entre o~ sexos coloca de maneira muito feliz a 'questão da permanência e da mudança, da modernidade e da ação, das rupturas e das continuidades. do invariante e da

'-

23 A edição francesa foi publicâ.da pela Plon, graças a Lau~dler e depois, aos cuida. dos diligentes de Anne le4aria! P3ra ela, o mundo é apenas ~!Da palavra vã e, se às vezes o dem~nio coloca suas armadilhas, ela se le!llbia que sua Mãe .esmagou a cabeça da serpente, ela triunfa!" (12 de má;ço de 1865.). Mari~ é, antes de tudo, guardiã da pu.reza e modelo de sacrificio e de al:megação. Caroline a invoca nas grandes escolhas de . . , sua vida. No entanto, nao. tem por ela os arroubos d.o coração, os acessos de . fervor que Jesus lhe inspir~. A oração tece os· ruas, com. a prece privada revezando-se com a preCe pública, marcada também por uma certa i!1~imidade. Caroline dá .um ~&ran­ de valor a: seu ·oratório,· fazendo ali diversas estações durante o di.a, às vezes, acompanhada de uma am~ga queii~aj ela termina ali as suas n~ites: Ela ·o bs'tina-se pata obter do bisp.o a autorização para rezar a missa na capela do ca~­ telo de Fontaine,·de cuja ornamentação ela se ocupa pessoalmente, esvazian~ _ do as lojas de objetos religiosos do bairro de Saint-Sulpice. Quanto orgulho quando, graças ao ap·o io de Tia Émilie e d~ boa vontade do pároco de Croix, preocupado em contentCif os paroquia~os generosos, o ofício é ali çelc:Pr.a~o! No entanto, não há. nenhum quietismo nesta devoção. A Igreja de Pio IX é ~ilitante, porque ameaçada pela incredulidade.lncredulidade·que provoca em Caroline inquietud_e e espanto.:Como se pode pensar que a hóstia é so. mente um pão? Como se pode não .crer? O pensamento dos descrent~s a perturba; ela gostaria de conve~tê-los; ela sublinha com alivio a afluência à igreja · e a presença dos"hQxnens. 0 céu é, para ela, uma evidência que',atenua a morte, eS,ta pas~agem su'prema sobre a qual ~la insiste muito: neste 'instante,em que , a c?municação estabelece-se com o além, a ~·a~eirél: de morrer é ·.tanto. ato quant "gênero" penetrou amplamente a sociologia e, mais timidamente, a'história,s As historiadoras, por sua vez, interessa ram- se prioritariamente pelos

domésticas, operárias da costura

ou das tabacarias ... Em seguida, elas p,enetra-

ratU nos locais de trabalho misto - ateliês da passamanaria de Saint-Étienne,' . manufaturas, e fábricas,

pa~a alj perscrutar os modos da- divisãO sexual do trà-

balho. De resto, a história industiial àbàndonou progressivamente sua ~ntiga

,

indiferença a est~ respeito. Serg~ Ch~ssagne, Denis Woronoff atr~buem-Ihe urn a importância não

neg~genciáve1. '

3 JAÓu jxVlt siecle it 110S jours. Paris: Seu~ •.1994.

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Parte 1 Mulhem 110 Imballro

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tiane Dufrancatd, Arlette rarge, Christine Fauré, Genevi~ve Fraisse, :hlisabeth Salvaresi - universitárias em sua maioria, acreditavam introduzir em suas pesquisas as questões da atualidade, convencidas que "fazer história consiste em obs~rva~ as duas margens e a ser ativo tanto de um lado quànto de outrO'~lJ As discussões f~~am .âcirradas, tanto sobre a economia do livro, quanto sobre sua apresentação. A escolha do título. sobretudo, mostrou-se complica, da. Nós não o desejávamos claramente explícito. nem sexualmente definido demais. Haveria nesta hesitação a marca de uma "singularidade" francesa que busca a integração. mais do que a distinção sexual? Este primeiro embmissão do Luxemburgoi manifes tações, às vezes de uma extrema violên~ia 'tiveram lugar em Re.ims, em , . , Lyo n, em Saint-" Étienne, contra certas penitenciárias e sobretudo contra congregações religiosas do tipo Bom 'Pastor ou'Refúgios para moças ~'arrependidas': Um decreto de , 24 de março ordenara a sua suspensão "considerando que os trabalhos de agu- , lha e de costura organizados nas prisões aviltaram tanto o preço da mãc;>-de" obra, que as mães, as mulheres e as filhas dQS trabalhadores não podem mais; apesar de um labor excessivo e..de privações sem fim, enfren tar as questõçs de primeira necessidade': Medida se~ conseqüências, Em 1879, a queixa ressUI~ giu, contra os c..onventos sobretudo avivada pela força de um antic1ericalismo

virul ento, alimentado pela aliança da Igreja com o lmpério. Tirar das, religiosas, verdadeltas rivais das operárias. "aqueles mil trabalhos' de confecção que permitiriarry ,a nossas mulheres trabalhar cuidando de seus lares e de seus filhos" (p. 281), confiá-los a associações que empregavam, sob o controle da Federação Operária, "mães, mulheres, filhas, irmãs dos trabalhadores", constituiria uma medida de proteção da mulher e da família operária.'Ol A reivindicação de um salário igual ao dos homens figura, é verdade, m~s de forma menor, e sobretudo por referência às mulheres que devem prover sozin has suas necessidades e para as quais não há saida além da "morte ou d~ vergonha': Denunciada como uma fa talidade econômica, a prostituição - já se cliz "o tráfico de escravas brancas" (p, 602) - suscita horror e reprovação, sendo às"veze~ atacada ferozme'1te, aliás, pelas "damas': A cidadã Chansa rd, delegada das Damas rel.!-nidas de Lyon, difama ás "cidades pro"sti tuídas'> que pre- , feriram "um luxo vergonhoso a este i.nferno que a classe operária chama de lar" e deplora que "as mulheres desavergonhadas que estão em Saint-Lazare sejam .mais felizes dO'que nossas mães de famjJia" (p. 182). Definüivamente, a prioridade dada aos valores familiares faz que a reivin'dicação de' u~a igualdade p~lo trabalho, de uma "liberação" das mulheres pelo' trabalho externo não seja uma das prioridades do movimento operário, E é talvez sobre este ponto que haja mais diferenças entre os dois discursos, masculino e feminino. Inclusive no Congresso de Marselha, onde as declarações das mulheres têm, a este respeit.9, um tom totalmente diferente, O relató"rio final, eJaborado' po~ HU,b ertme Auclert e aceito. declarava: "Quem diz direito, diz responsabilidade: a mulher deve trabalhar, não sendo menos' resl;lo nsável em produzir do que o homem, visto que ela consome. Assim, o Congresso emite' o desejo que haja para os dois sexos a mesma facilidade de produção e aplicação rigorosa desta fórmula econômi ca: para produçã~ igual, salário igual'~ E se el,e propõe: "na ordem do trabalho, uma divisão eqüitativa" • fun~ dada nas capacidades,flsicas, ele sugere esta idéia, em muitos aspectos, inova-

101 Jule.s Simon. L'otlvriere, 3&" edição, 1861; L'ouvrier de Iwit IHls; 1867; é o própriÓ

intérprete ,deste pensamento e do dilema da família/necessidade da produção, Sua.

obra mereceria um3 análise aprofundada. Sobre o pensamentd dos industrialistas do início do sécu lo 19, ver, por exemplo "DUPIN, Charles. Le Pctit Producte:llr Français. Paris: Bachelier, 1828. 208 p" t. 6: L'ouvriere. A "Bonne Marie", que ele transforma em sua heroína, mãe de. três fillios que ela amamenta e vacina desde cedo, faz taDlbém costura em domicilio: A ideo'ogia e a prática do trabalho em domidlio foram relançadas no início do ~culo 20 pelàs possibilidades do parCelamento da energia fomecidâ peja e1etri~ida"de., Ver rURON. Anoie. ú travai( des [el1Ulles d dOtllicile de 1900 41. 1914. d Pahs. Dissertaç30 (Mestrado). Paris 7, 1974 (datilografada). . " I \

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102 O papel das salas de lavores dos conventos como utilização da força de trabalho d.1S mulheres e das religiosás como eduCldoras, e até mesmo como contra mestras , (como nos internatos de seda do Sudeste da Françb) é atuaJmenté o objeto de diversas pesquisas tanto na França quanto no exterior. Ver o artigo de VANOLI , Dominique, Les ouvrieres enfermées: les couvents soyeux. Le.s Révoltes logiques, 11. 2. 1976..

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