Aula 1 - Exame de pulso venojugular PDF

Title Aula 1 - Exame de pulso venojugular
Course Programa da Prática Médica I
Institution Universidade do Oeste Paulista
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Anotações de aulas da Unoeste...


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PPM V – aula 01 - Prof. Marco Aurelio

06/02/2019 Isadora B.

Exame de pulso venojugular É possível dar muitos diagnósticos apenas observando as veias jugulares. Ela dá uma informação estática do volume encontrado, durante a diástole, no ventrículo direito. Observando-as, é possível saber se os ventrículos estão cheios de sangue, com uma boa complacência ou não. Dá para se saber se está com uma insuficiência cardíaca direita (quando há turgência jugular na posição sentada – podendo ser também uma consequência de um problema no coração esquerdo, porém de início se pensa no direito), ou não. ANATOMIA DO CORAÇÃO   

Coração é um músculo estriado esquelético localizado no mediastino médio com leve tendência para o lado esquerdo É dividido em lado esquerdo e lado direito por um septo longitudinal que passa entre a base (em cima) e o ápice (embaixo). Cada lado é composto por 1 átrio e 1 ventrículo. O sangue venoso entra no átrio direito através da veia cava e flui para o ventrículo direito. O VD empurra esse sangue por meio da contração para a artéria pulmonar, que o encaminha para o pulmão, onde ocorrerá a oxigenação. O sangue que agora se tornou arterial, retorna para o átrio esquerdo através das veias pulmonares, e em seguida escoa para o ventrículo esquerdo. O VE impulsiona esse sangue em direção à aorta, e consequentemente para o organismo. VEIA CAVA → ÁTRIO DIREITO → VD → A. PULMONAR → PULMÃO → VEIAS PULMONARES → ÁTRIO ESQUERDO → VE → AORTA → ORGANISMO



Possui 3 faces:  Face esterno costal  Face diafragmática  Face pulmonar esquerda

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Região Precordial: é a região anterolateral esquerda do tórax, onde o coração está localizado. Focos de ausculta: 1. Foco Aórtico: 2º EI, na borda esternal direita 2. Foco Pulmonar: 2º EI, na borda esternal esquerda 3. Foco Aórtico Acessório: 3º EI na borda esternal esquerda (entre o pulmonar e o tricúspide) 4. Foco Tricúspide: 3º EI e 4º EI na borda esternal esquerda (pode variar) 5. Foco Mitral: 5º EI, na linha hemiclavicular (linha que passa no meio da clavícula) esquerda. Corresponde ao ápice cardíaco.

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PROPEDÊUTICA VASCULAR DO PESCOÇO 





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A estrutura mais importante do exame clínico que se verifica é a veia jugular, pois a partir de sua variação ectoscópica (vista pelo olhar do médico), podemos saber se o paciente apresenta insuficiência cardíaca ou não. A partir da avaliação jugular é possível identificar se há algum problema no AD. As veias do pescoço normalmente estão colabadas quando estão situadas acima do plano do AD. Em decúbito dorsal, as veias (abaixo do plano do AD) normalmente estão túrgidas (cheias), mas à medida que se eleva o decúbito, elas vão se tornando invisíveis, desaparecendo na posição ortostática (em pé). A avaliação da turgência venosa deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com a cabeça reclinada de 30º a 45º. A veia jugular interna é a veia mais calibrosa e que se encontra em maior contato com o AD, então as alterações pressóricas do AD causam maiores alterações na jugular interna, porém ela está abaixo do m. esternocleidomastoide e por isso a veia jugular externa é a veia que se avalia no exame clínico. Se o ápice da veia jugular externa (L.C) estiver até nível da linha do manúbrio esternal (L.M) com o paciente em decúbito dorsal de 30º a 45º, o paciente não apresenta insuficiência cardíaca (pressão venosa normal). Se estiver acima da L.M, o paciente apresenta estase jugular (pressão venosa elevada), que leva a um diagnóstico de insuficiência cardíaca direita.

Pressão venosa elevada:  Na posição erguida (ortostática), o ápice da jugular interna se encontra imediatamente por cima da clavícula;  Ao reclinar-se o paciente, o nível ascende ao longo do pescoço, até se esconder no ângulo da mandíbula;

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O que faz com que a jugular interna oscile mais pra cima ou mais pra baixo? Isso ocorre devido a alterações da pressão que ocorrem no interior do AD. Como a veia jugular interna é a que mantém um canal mais direto com ele, é a que mais sofre alterações (a jugular externa também pode apresentar essas alterações).

CARACTERÍSTICAS DO PULSO VENOSO   





O movimento é suave, difuso e oscilante; Como é onda de volume, é melhor visível que palpável, e normalmente não se palpa; Na inspiração profunda, a tendência da veia jugular é colabar (vazia), devido à pressão negativa que é criada dentro da caixa torácica. Na expiração, a pressão exercida na caixa torácica é positiva, deixando a veia jugular túrgida (cheia); - ele falou muito sobre isso. A compressão abdominal eleva a pressão venosa jugular, umas vezes porque eleva a pressão venosa de enchimento e, outras, porque modifica a pressão intratorácica. Em qualquer caso é fenômeno normal, como no exame físico do fígado (reflexo hepatojugular). O problema é quando esse reflexo está exagerado e pode significar uma insuficiência cardíaca direita. O nível do pulso venoso varia com as mudanças da postura, seguindo a influência da gravidade. É maior na posição horizontal que na vertical;

FLEBOGRAMA (tudo relacionado ao átrio) O pulso venoso consta de duas ondas com duas cristas e dois seios:     

ONDA A se deve à contração atrial SEIO descendente X ocorre pelo relaxamento atrial ONDA C representa o pulso carotídeo (Onda de Contaminação de Coincidência com o pulso Carotídeo) ONDA V corresponde ao enchimento atrial (vai encher) SEIO descendente Y traduz a fase esvaziamento atrial e de enchimento rápido ventricular 3

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FLEBOGRAMA NORMAL  Há dificuldade em reconhecer as ondas de flebograma pela inspeção do pescoço.  O pulso venoso é sempre uma análise do VD.

ALTERAÇÕES NA FORMA DO PULSO VENOSO JUGULAR 1. Onda A gigante Durante a contração atrial ocorre uma dificuldade na saída/efluxo de sangue para os ventrículos, havendo algum problema de passagem, podendo ser:     

Estenose tricúspide Estenose pulmonar severa Hipertensão pulmonar Atresia tricúspide TU (tumor) de AD com obstrução da valva tricúspide

Obs.: Qualquer processo que promova uma dificuldade de efluxo de sangue dos átrios para os ventrículos causará uma onda A gigante. 2. Onda canhão sistólica (Cañón)

 A onda cañnón é um aparecimento irregular muito maior que a onda A gigante.  Ocorre em um caso de BAVT (Bloqueio Atrioventricular Total) 4

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 A onda ocorre quando a contração atrial coincide com a valva tricúspide fechada, ou seja, as sístoles atrial e ventricular se coincidem.  O átrio bate independentemente dos ventrículos. O nó atrioventricular gera impulso elétrico para os átrios e posteriormente esse impulso chega aos ventrículos para que haja harmonia. Quando uma patologia impede que esse impulso elétrico seja repassado até os ventrículos, o sangue ao tentar sair do átrio para o ventrículo bate na valva tricúspide fechada e volta para as jugulares com força, formando a onda A em canhão do flebograma. 3. Onda V gigante, precedida de pequena onda C  Não apresenta a onda A, ou seja, não há registro da contração atrial  Explicação da onda C (pulso carotídeo): o AD está sempre sujeito a alterações de pressão devido a contrações ventriculares, onde a valva tricúspide tende a ir para dentro do AD, o que forma a onda C, que por isso também recebe o nome de onda de contaminação.  Se a onda V está maior que a onda A, quer dizer que o enchimento atrial está aumentado. O átrio direito se enche através das veias cavas, e o átrio esquerdo se enche através das veias pulmonares. Quando está ocorrendo contração dos ventrículos, caso as valvas atrioventriculares estejam com mau funcionamento, o sangue retorna por elas e volta para os átrios, que já estavam se enchendo, e por isso aumenta ainda mais seu enchimento, causando a onda V gigante.  A onda V gigante ocorre em casos de insuficiência tricúspide com ou sem fibrilação atrial (na presença de fibrilação atrial, ocorre ausência de onda A, dando lugar a uma onda única)  Acompanha-se de seio descendente Y profundo

4. Seio descendente Y profundo A onda Y é geralmente oblíqua, que é a onda de esvaziamento atrial normal. Dificuldades da saída de sangue para os ventrículos, essa onda será horizontal. Grandes quantidades de sangue caindo para os ventrículos forma uma onda verticalizada. Ou seja, quanto maior for a velocidade de saída do sangue do átrio, mais verticalizada será a onda Y. No caso do seio descendente Y profundo, há uma maior saída de sangue, deixando a onda Y mais verticalizada, observa-se como uma depressão negativa, um súbito colapso diastólico do pulso venoso. 5

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Ocorre nos seguintes casos:   

Pericadite constritiva Miocardiopatias Cor pulmonale com pressão venosa elevada

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