BIM- Inovações Tecnológicas PDF

Title BIM- Inovações Tecnológicas
Course Introdução A Engenharia
Institution Universidade do Anhembi Morumbi
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Summary

BIM- Inovações Tecnológicas, entregue a matéria de Introdução á engenharia....


Description

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CURSO ENGENHARIA CIVIL LARISSA DA SILVA OLIVEIRA

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS - BIM (Building Information Model)

São Paulo 2018

Introdução

O

investimento

em

inovações

tecnológicas

como

máquinas,

equipamentos, materiais e softwares na construção civil trazem modernização e impulsionam o crescimento do setor com produtos gerados com maior rapidez, redução de custos além de maior qualidade no produto final. Este trabalho apresenta o Método BIM ( Building Information Model) ou modelagem de informações da construção, envolve tecnologias e processos que devem ser usados na produção, comunicação e no análise dos modelos de construção. Tem como objetivo a formação de um projeto onde de forma prática todos os participantes estejam correlatos para a construção de um “ modelo único” de edifício. Permite criar plantas de construção inteligente, reunindo vários projetos de origem distintas e suportando todos os aspectos do ciclo de vida do projeto de construção, trazendo informações como orçamento detalhado, metragem e espessuras de cada parte da planta.

Sumário

Aplicações em BIM Segundo o artigo da Universidade Federal de Santa Catarina, a necessidade de compartilhar e compatibilizar projetos vem da perda da comunicação entre os participantes do projeto, gerando altos índices de desperdício. As informações sobre os recursos, tais como materiais, mão-de-obra, capital e equipamentos são fundamentais para o controle do projeto. BIM oferece uma tecnologia com capacidade de fornecer um recurso compartilhado digital para os participante na gestão do ciclo de vida do projeto de um edifício, desde o desenho preliminar, até a gestão de instalações, fornece aos intervenientes no processo construtivo inúmeras possibilidades de ponto de análise e partilha de dados como mostra a figura abaixo:

Diferente da aplicação das ferramentas CAD (Computer Aided Design) de duas dimensões, evoluindo mais tarde para os modelos tridimensionais que, no entanto, baseavam-se em informação bidimensional. modelos BIM (Building Information Modeling), ou em português, Modelos de Informação da Construção, não se limita apenas à implantação de nova tecnologia, mas sim à adoção de novos fluxos de trabalho, havendo uma mudança à metodologia tradicional. Enquanto

em

processos

mais

conhecidos

os

elementos

das

infraestruturas são representados através de linhas e formas, com modelos BIM os elementos passam a ter maior significado pois têm propriedades associadas. Além dos parâmetros geométricos (comprimento, largura e altura), é possível especificar

as outras características como por exemplo, o material, a trama e as propriedades térmicas e acústicas além do orçamento. Segundo o artigo de ... "BIM conecta de forma dinâmica o projeto, a análise e a documentação de processos. Este novo modelo de construção provoca alterações não só na forma como os participantes intervêm no processo construtivo, mas também na fase do projeto em que começam a trabalhar. Deste modo, assume-se que é na fase de projeto detalhado que o esforço do engenheiro passa a ser mais elevado, dado que é onde a relação entre a otimização do desempenho do projeto e o custo de alterações ao mesmo é mais favorável." DIMENSÃO DO MODELO

O aumento da complexidade dos projetos exige que também os modelos BIM sejam cada vez mais desenvolvidos, de modo a proporcionar aos utilizadores uma plataforma sucessivamente com maiores recursos, com vista à total incorporação do processo construtivo num modelo BIM. Com a constante evolução em que os modelos se encontram, vão sendo acrescentadas novas dimensões, pelo que estes são considerados multidimensionais, designando-se modelos “nD”. 3D: representação tridimensional do artefato 4D: análise da duração 5D: análise dos custos 6D: avaliação da sustentabilidade 7D: fase de gestão da construção Surgem nos primeiros momentos somente os modelos tridimensionais, devido ao desenvolvimento dos recursos tecnológicos dos BIM, novas dimensões puderam ser exploradas.

Para uma melhor compreensão das dimensões BIM, seguimos com uma análise mais objetiva às dimensões. ●

4D – Planeamento

Esta dimensão permite aos envolvidos extrair e visualizar o progresso de todas as atividades a decorrerem durante o ciclo de vida do projeto. Uma das vantagens que os modelos BIM possuem é o fato das quantidades destes extraídos, permitirem um planeamento de atividades mais preciso. Sabendo para cada componente a quantidade de trabalho necessária e a produtividade das equipas incumbidas de o realizar, é possível definir com maior rigor a duração da construção. O modelo pode também incluir componentes temporárias tais como, gruas, vedações, elevadores, entre outros. Analisando o plano de atividades, é possível definir o caminho crítico e a dependência de umas atividades com outras". Ferreira Bruno

● 5D – Custos Nesta fase, importa dizer os aspetos chave desta metodologia. O uso de 5D tem como objetivo fazer estimativas orçamentais mais precisas e confiáveis. Os modelos criados fornecem métodos para extrair e analisar custos e também para avaliar diferentes cenários e os impactos das suas alterações.

● 6D – Gestão de Instalações A tecnologia 6D é usada para a operação e manutenção das instalações ao longo do seu ciclo de vida. O modelo permite conter todos os dados dos componentes utilizados, tais como, o seu estado, especificações, garantias, manuais de operação e manutenção, entre outros. facilita a localização e extração de informação relevante sobre um determinado componente, com vista à sua reparação ou substituição

BENEFÍCIOS BIM Segundo a pesquisa, os benefícios em BIM são:

● Planeamento: Maior clareza na avaliação da viabilidade da construção; Previsão do desempenho e qualidade do empreendimento; Antecipada compreensão dos requisitos do projeto; Visualização global do projeto em 3D facilitando a tomada de decisão.

● Projeto: Detenção de erros e omissões; Atualização automática das alterações em todo o modelo; Capacidade de fornecer desenhos 2D precisos e consistentes a qualquer altura;

Colaboração antecipada entre as diversas especialidades envolvidas; Fornece uma precisa extração de quantidades e estimação de custos; Aperfeiçoamento do desempenho energético do edifício.

● Execução: Possibilita a fabricação de componentes de forma precisa, permitindo instalações mais rápidas e com equipas menos numerosas; Reação rápida e eficiente a alterações tardias no projeto; Aumento da rapidez de construção, redução dos custos e minimização de conflitos legais; Conjugado com o planeamento de tarefas permite visualizar a teórica fase do processo em que se deve encontrar a obra.

● Manutenção: Melhoria na recolha e transmissão da informação acerca dos materiais usados; Desenvolvimento de Metodologias BIM de Apoio aos Trabalhos Construtivos de Medição e Orçamentação 15 Informação acerca dos elementos do edifício organizada e acessível facilita a gestão e manutenção do mesmo; Ações de manutenção mais rápidas e precisas; Permite uma compreensão adequada do desempenho de cada sistema.

Contexto do BIM no Brasil O BIM é amplamente utilizado nos setores da construção civil por todo o mundo, entretanto, no Brasil o processo de implantação da tecnologia ainda está em desenvolvimento. Em entrevista, o engenheiro civil e especialista em softwares aplicados a construção civil, Alio Ernesto Kimura, afirma que no cenário atual

apenas uma minoria de construtoras utiliza o BIM em seus projetos, acarretando em uma lentidão na difusão do recurso no mercado em geral, devido a influência que essas têm sobre as outras empresas atuantes no ramo de engenharia civil e arquitetura. Um passo importante é maior utilização da tecnologia por parte das construtoras, forçando as empresas que trabalham em conjunto a se adaptarem a uma realidade no ramo. O engenheiro aponta diversos pontos que influenciam para a baixa adesão do BIM, sendo um dos principais pontos a atual situação econômica do país além de falta de conhecimento sobre a tecnologia, a resistência de muitas empresas que afirmam que o investimento na tecnologia não é proporcional ao retorno por ela oferecido, cultura de que o projeto é feito para auxiliar a construção, mas não é o principal ponto, e também por falta de qualificação dos profissionais da área. A economia brasileira vive ciclos de crescimento e crise atrapalhando o planejamento a longo prazo. Mesmo que empresas possuam projetos de implantação do BIM, quando a alguma crise esse investimento é um dos primeiros a serem cortados pois não são vistos como essenciais. Além disso, existe certa resistência de empresas e profissionais mais conservadores a aderirem a tecnologia devido ao retorno não ser imediato e a aplicação da tecnologia passa a ser vista como um gasto desnecessário. Culturalmente os projetos ainda são vistos como simplesmente um guia para execução. A tecnologia BIM além de auxiliar nos projetos reunindo grandes quantidades

de informações sobre mesmo, apontando erros e possíveis

complicações, podendo ajudar também no planejamento e trazer benefícios gerais como: produtividade, redução de custos orçamentários e com perdas em obras, identificação de incompatibilidade entre projetos e redução no tempo de obra. A falta de profissionais qualificados para atuar com o BIM também é um aspecto que dificulta a introdução da tecnologia na construção civil. A grade curricular das universidades e de outros cursos ligados à área acrescentaram o ensino do recurso a pouco tempo, o que ainda não refletiu quantitativamente em formandos que são capazes de atuar com a tecnologia após finalizarem a graduação.

Com tudo, o especialista aponta uma visão positiva do futuro do BIM no Brasil, e afirma que houve aumento no interesse sobre a tecnologia nos últimos anos. De acordo com o relatório “The Busfiness Vaflue of BIM for Constructfion fin Major Gflobafl Markets” (McGraw Gfiflfl Constructfion, 2013, entre as 40 grandes empresas analisadas no Brasil, 85% possuem nível avançado em desenvolvimento do BIM. Portanto, espera-se que essas empresas tenham papel fundamental no desenvolvimento do BIM no mercado nacional nos próximos anos.

Estudo analítico e recomendações para disseminação do BIM

Em 2016 foi realizado um estudo que analisou 5 países da União Europeia onde o BIM se tornou obrigatório e foi amplamente aplicado no setor de construção. O estudo levou em consideração todos os aspectos envolvidos no contexto de implementação da tecnologia nesses países, e com esses dados em mãos montou um documento com diversas recomendações ao Brasil, além de estratégias para que pudesse fazer um plano efetivo no incentivo interno a adesão do BIM. O Brasil possui relativa participação na indústria de construção mundial sendo detentor de 2%, comparável a outros dois países estudados França (3%) e Reino Unido (2%). Além disso as estruturas da indústria nos países são parecidas, nos 3 casos, para aprovação obras públicas por exemplo, a necessidade de aprovação por diversas etapas do governo e ampla concorrência para execução da obra. Portanto uma estratégia importante que foi utilizada nos países europeus e recomendável ao Brasil, é a atuação do governo como papel de disseminador e com incentivo em diversos pontos que afetam o uso da tecnologia. Com isso, foram feitas recomendações básicas ao governo em estágio, para tornar o BIM obrigatório no país, representado na Tabela 1

Tabela 1 – Recomendações ao governo federal para tornar o BIM obrigatório

Deve ser criado um grupo (indicado GT BIM Brasil) para promover as discussões em relação ao BIM. O próximo passo é criar um protocolo de utilização onde seria especificado padrão para uso do BIM, bem como normas e padrões brasileiros, a exemplo das NBRs e NRs. Para isso, é necessário a criação de um “comitê diretor técnico” com especialistas e atuantes na indústria , que teria o papel de executar as medidas técnicas e normativas recomendadas. O GT BIM BRASIL deverá possui a seguinte estrutura:

Bibiotecas digitais afim de possuir um banco de dados para que funcionará

como

referência

para

processos

licitatório,

regulamentação,

especificação e seleção buscando facilitar a produção de resultado padronizados. Organizado pelo IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciencia e Tecnologia) esse banco trará confiança em relação as informações ali colocadas, fornecendo importante fonte de consultado para profissionais de toda a indústria. As bibliotecas devem buscar apoio de setores privados e atuantes no mercado de construção, podendo então, fortalecer um ciclo positivo como representado:

Ciclo para manter a Biblioteca digital O

governo deve tomar medidas de melhoria de tecnologia e

infraestrutura. O Brasil comparado com os outros países estudados possuí um sistema mais desenvolvido. O OPUS – Sistema Unificado do Processo de Obra utilizado pela Diretoria de Obras Militares um sistema de gestão de obras que o deverá ser levado para as obras públicas, afim de integrar todos os processos envolvidos no BIM. Além isso deve facilitar o acesso a hardware e software relacionados ao BIM. Dessa, forma criar um sistema integrado online visando a colaboração, compartilhamento e desenvolvimento. Portanto o estudo define parâmetros para o governo e um plano de ação, para fazer do BIM uma tecnologia presente na indústria da construção.

Posição do governo

O governo federal criou o Comitê Estratégico de Implementação do Building Information Modelling (CE-BIM), que visa promover a difusão do BIM no Brasil. O CE-BIM visa por meio de estratégias criar um ambiente favorável para que a tecnologia seja aderida pelo mercado, é constituído por diversos órgãos que trabalharam em conjunto com esse propósito. Também foi criado um grupo para atuar efetivamente em áreas específicas relacionadas à tecnologia. Em 16 de maio de 2018 o governo lançou a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM – Estratégia BIM BR que possui respaldo jurídico pelo Decreto nº 9.377 de 17 de maio de 2018. A Estratégia BIM BR estabelece objetivos e ações a serem tomadas afim de que a tecnologia tenha impacto na construção civil e foca em diversos pontos de atuação como: a divulgação coordenada em eventos palestras e diretamente em instituições de ensino, coordenar o setor público para a implantação o BIM; criar condições favoráveis econômicas e de investimentos nos setores públicos e privados; capacitar profissionais; estabelecer normas e regras para padronização da utilização; desenvolver plataforma e biblioteca nacional, dentre outros. O comprometimento do governo é um passo importante para motivar empresas do setor a utilizarem a tecnologia, visto que tem os recursos legais para facilitar a adesão em todos os sentidos, principalmente econômico, legais (com desburocratização), e de padronização do uso com as normas.

Conclusão Observando o atual contexto, o estudo e as medidas adotas pelo governo, pode-se concluir que as recomendações do estudo estão sendo quase que integralmente aplicadas. Com isso, espera-se que nos próximos anos o BIM tenha uma ascensão gradual até que atinja uma maior porcentagem da indústria da construção.

Referência

Kassem, M., Leusin de Amorim, S. R. (2015) BIM Building Information Modeling No Brasil e na União Europeia.

Barison, M., Santos E.T. (2011). Atual cenário da implementação de BIM no mercado da construção civil da cidade de São Paulo e demanda por especialistas

Indústria, Comércio Exterior e serviços acesso em: 18/09/2018 ás 16:25 http://www.mdic.gov.br/index.php/noticias/3317-comite-estrategico-de-implementaca o-do-bim-ce-bim

Techne

Pini

acesso

em

19/09/2018

ás

12:21

https://techne.pini.com.br/2017/08/especialista-afirma-que-embora-esteja-em-proces so-de-difusao-o-bim-ainda-e-pouco-usado-no-pais/...


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