Cartas a uma jovem terapeuta PDF

Title Cartas a uma jovem terapeuta
Course Psicoterapia Breve
Institution Universidade Federal de Sergipe
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Summary

A obra “cartas a um jovem terapeuta” apresenta inúmeros aspectos que perpassam a carreira de um terapeuta, bem como os requisitos fundamentais que sustentam esta profissão. No decorrer das cartas, Calligaris trata questões direcionadas à formação do psicoterapeuta, à cura em psicoterapia, o modo com...


Description

COLEGIADO DE PSICOLOGIA “PSICOTERAPIA BREVE” ALUNO

TURMA

ALINE MATOS DOS SANTOS

V PERÍODO

FICHAMENTO “CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA”

Critérios de Avaliação Estrutura, formatação Credenciais e referência da obra Citações por capítulo ou parte Parecer crítico Resultado Final

Observações do professor:

ARACAJU/2018-1

1,5 0,5 2,0 6,0 10,0

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1. CREDENCIAIS DO AUTOR E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DA OBRA FICHADA CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2008 – 6ª reimpressão. Contardo Calligaris: Nasceu em Milão, em 1948, é psicanalista, doutor em psicologia clínica (Université de Provence) e colunista da Folha de S. Paulo. Italiano, hoje clinica e vive entre Boston e São Paulo. Ensinou estudos culturais da New School de Nova York e foi professor convidado de antropologia médica na Universidade da Califórnia em Berkeley. Seus livros mais recentes em português são Crônicas do Individualismo Cotidiano (Ática) e Hello Brasil! Notas de um Psicanalista Europeu Viajando ao Brasil (Escuta).

2. CITAÇÕES REPRESENTATIVAS DA OBRA “A preocupação moral não é estrangeira ao trabalho psicoterápico, mas, para o terapeuta, o bem e o mal de uma vida não se decidem a partir de princípios pré-estabelecidos; eles se decidem na complexidade da própria vida da qual se trata”. (p. 12). “Admito sem dificuldade que, no decorrer de uma terapia ou de uma análise, há momentos em que o terapeuta ou analista é levado a apontar um caminho e mesmo a empurrar o paciente na direção que parece mais certa”. (p. 27). Repare que, às vezes, sentimentos negativos, como o ódio, permitem e facilitam o trabalho psicoterápico, tanto quanto o amor. Mas é certo que o amor é a forma mais comum dos sentimentos cuja presença assegura o começo de uma psicoterapia. Ou seja, é muito frequente que um/uma paciente se apaixone por seu terapeuta. (p. 43). Invariavelmente, o terapeuta deslumbrado pela descoberta de que ele “pode” agir do mesmo modo com as pacientes com quem ele transa e com aquelas com quem ele não transa. A fantasia de abuso invade todo seu trabalho terapêutico, ou seja, ele não analisa nem aconselha, ele dirige e manda, pois ele goza de e com seu poder. (p. 48)

“Há uma diferença relevante entre ler como estudante, que deve dar conta do que aprendeu, e ler como terapeuta em formação, que interpreta os textos a partir da experiência singular de sua própria terapia ou análise.” (p. 57). “Ou seja, é preciso não ser feliz para correr atrás da felicidade e de seus substitutos. O culto da inquietude inconformada e angustiada é tão essencial ao funcionamento de uma sociedade liberal quanto o sonho de felicidade.” (p. 76).

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“Na verdade, seria possível dizer que a psicanálise não se afastou de um projeto terapêutico; apenas passou a propor a todos, como cura, a chance de tornar-se psicanalista. Com isso, aliás, curou suas próprias finanças e qualquer crise de clientela”. (p. 96).

“A função da supervisão de um jovem terapeuta ou analista, salvo situações catastróficas, deve ser autorizar o terapeuta, inspirar-lhe a confiança em seus próprios atos, sem a qual nenhuma cura vai ser possível”. (p. 124). “Afinal, passou anos de formação aprendendo que, para que a cura aconteça, é preciso tocar na raiz das dores de seus pacientes e que essa raiz, de uma maneira ou de outra, está na infância”. (p. 135). “Enfim, você me pergunta qual seria minha última recomendação. Aqui vai: seja humilde. Não quanto aos efeitos e resultados que você espera de seu trabalho. Mas seja humilde na aceitação das condições impostas por seus pacientes”. (p. 154).

3. PARECER CRÍTICO DA OBRA A obra “cartas a um jovem terapeuta” apresenta inúmeros aspectos que perpassam a carreira de um terapeuta, bem como os requisitos fundamentais que sustentam esta profissão. No decorrer das cartas, Calligaris trata questões direcionadas à formação do psicoterapeuta, à cura em psicoterapia, o modo como se deve conduzir o amor transferencial que ocorre durante a construção da relação terapêutica e, principalmente, as antagônicas discussões que atravessam o campo das psicoterapias e neurociências, além de que, o autor fala da psicoterapia através da vertente analítica. Consequentemente, algumas psicoterapias se apropriam mais das práticas cognitivista ou behaviorista, desconsiderando o método e teoria psicanalítica ao explicar o funcionamento psíquico do ser humano. Embora existam controvérsias epistemológicas entre essas abordagens, se faz necessário problematizar e não descriminar a importância de cada teoria, visto que o terapeuta deve refletir criticamente sobre o sujeito e o contexto de modo multidimensional. Diante das discussões apresentadas na disciplina “Psicoterapia Breve”, no caso de 50%, o supervisor de estagio reúne-se com seus orientandos para problematizar o caso de Ernesto e a partir dos relatos, polemizar o modo como se deve trabalha-lo na psicoterapia. Dessa forma, “Há uma diferença relevante entre ler como estudante, que deve dar conta do que aprendeu, e ler como terapeuta em formação, que interpreta os textos a partir da experiência singular de

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sua própria terapia ou análise.” (p. 57). Assim, problematiza-se a formação como uma experiência fundamental para aquisição de saberes técnicos e teóricos, isto é, as vivencias necessárias serão adquiridas após a formação acadêmica, na medida em que são perspectivas diferentes quando ainda se é acadêmico e quando já é um profissional formado. De forma que nos estágios é essencial ter um contato direto com determinados tipos de pacientes. Por conseguinte, no texto de FIORINI (1981) “Introdução: o campo das psicoterapias e algumas de suas direções de desenvolvimento”, o autor aborda aspectos indispensáveis que orientam o trabalho do psicoterapeuta diante dos desafios desta profissão, bem como a necessidade decorrente de produzir novas teorias, adaptando-as com cada realidade ao abrir o campo de experimentação de técnicas e teorias, ao passo que se crie novas estratégias para sustenta-las. No entanto, Calligaris enfatiza os caminhos que o terapeuta deve seguir para ter uma boa atuação profissional com seu paciente, pois nem todas as regras devem ser seguidas em rigor porque depende do estilo do terapeuta e do estado do paciente, salientando tais regras de Freud. Embora existam regras, o terapeuta deve adaptar seu estilo, pois cada paciente apresentará um desafio de comunicação e compreensão. Na relação entre paciente e terapeuta existem diversos fatores que podem levar ao desastre, como é citado pelo próprio autor, por exemplo, o poder que o terapeuta acredita ter sobre o paciente, o seu ego e por fim ser realmente um amor verdadeiro. Tanto que, “A função da supervisão de um jovem terapeuta ou analista, salvo situações catastróficas, deve ser autorizar o terapeuta, inspirar-lhe a confiança em seus próprios atos, sem a qual nenhuma cura vai ser possível”. (p. 124). Ou seja, a precipitação em buscar uma cura para as queixas principais do paciente permite que muito do que é dito no decorrer da terapia se perca, assim, a supervisão deve inspirar confiança nos atos, por isso a importância da supervisão profissional do terapeuta iniciante, a fim de que supere a insegurança comum ao momento. Por conseguinte, quando se discute a respeito da cura, numa visão psicanalítica, destacase o caráter transformador e atenuador do sofrimento, ressaltando a necessidade de identificação precisa do sintoma. O sujeito que está disposto a ser psicoterapeuta deve passar pelo processo terapêutico, não exclusivamente para conhecer a dinâmica clinica, mas também para tratar de suas próprias inquietações. Portanto, o terapeuta deve ser compromissado e ético na sua atuação, visto que, bem como o autor mostra que o psicoterapeuta deve fazer e ser para alcançar resultados satisfatórios na sua prática....


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