Espaço nas diferentes Correntes do pensamento geográfico PDF

Title Espaço nas diferentes Correntes do pensamento geográfico
Author BEATRIZ ESTELIZA SOARES DE LIMA
Course Geografia Regional
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Pages 5
File Size 103.4 KB
File Type PDF
Total Downloads 4
Total Views 147

Summary

Pequeno resumo a respeito do conceito de espaço nas diferentes correntes do pensamento geográfico....


Description

CONCEITO DE ESPAÇO PARA A GEOGRAFIA TRADICIONAL, TEORÉTICA QUANTITATIVA, CRÍTICA E HUMANÍSTICA

INTRODUÇÃO A ideia de espaço ao longo da história do pensamento científico, sempre apresentou diferentes formas de entendimento, sendo elaboradas várias teorias nos campos das ciências exatas e humanas. Na própria Geografia, o espaço é compreendido sob diferentes percepções, seguindo as principais correntes do pensamento geográfico, como Geografia Tradicional; a Teorético-quantitativa; a Crítica e a Humanista. No passar do tempo, diversos autores já discutiram sobre várias questões relativas à noção de espaço geográfico, podemos citar: Henry Lefebvre, Richard Hartshorne, Rhalf Magalhães Braga; Já no Brasil destacaram-se Milton Santos, Ruy Moreira, Roberto Lobato Corrêa, dentre outros. DESENVOLVIMENTO 1. O Espaço e a Geografia Tradicional Ao longo do contexto da Geografia Tradicional, no período que ela se tornou uma disciplina institucionalizada nas universidades europeias havia uma influência das

abordagens

fundamentadas

pelos

conceitos

de

paisagem

e

região,

considerando neles o objeto da Geografia e sua identidade diante das demais ciências. O espaço, naquela circunstância, era apresentado apenas de forma secundária, em contrapartida, as análises que permeavam as discussões geográficas eram principalmente a noção de paisagem, diferenciação de áreas, região-paisagem, região natural, paisagem cultural e gênero de vida, ou seja, o espaço não era considerado como conceito primordial na Geografia Tradicional, contudo, ele aparece em obras de dois grandes pensadores, Friedrich Ratzel e Richard Hartshorne, ainda que seja apenas de modo indireto.

Friedrich Ratzel em sua obra Antropogeografia discute o espaço como base essencial para a vida do homem, transformando-se como elemento preciso na sua história. Além disso, apresenta dois conceitos importantes: Território e Espaço Vital. Na visão de Ratzel, o território era visto como processo de ocupação de uma porção do espaço por um determinado grupo. Já o espaço vital se referia as necessidades territoriais de uma sociedade associadas ao seu desenvolvimento tecnológico, dessa forma, quanto mais desenvolvida uma sociedade, maior seria sua necessidade de expansão territorial. Isso estaria ligada ao determinismo geográfico, onde as populações que possuíssem melhor espaço vital estariam mais aptas a se desenvolver e a conquistar outros territórios, além disso, para Ratzel o espaço se transforma, através da política, em território. Já para Richard Hartshorne, evidenciou a noção de Espaço Absoluto, quer dizer que, o espaço seria um conjunto de pontos que possuem realidade entre si. O mesmo se baseia nas ideias de Kant, que sofreu influência por Newton, alegando que o espaço e o tempo se relacionam a todas as dimensões da vida. Essa noção de espaço estava ligada à ideia de área, enquanto delimitação. Diante disso, a Geografia enquanto ciência era vista como encarregada pelo estudo de todos os fenômenos formados ao longo do espaço. 2. O Espaço e a Geografia Teorética Quantitativa Baseada no positivismo lógico e na revolução teorético-quantitativa da década de 1950, a Geografia Quantitativa trouxe novas formas de compreender o espaço. Nela, o espaço é tratado como uma planície isotrópica ou como uma representação matricial, constituindo-se em um modelo, onde essa planície isotrópica dispõe de uma homogeneidade física, social e econômica, significando a um padrão perfeito, dentro da análise geográfica. Contrapondo a “planície” com as demais áreas geográficas reais, chega-se ao conceito de diferenciação espacial, onde pela primeira vez é utilizada a conceituação de espaço relativo, embasado no relacionamento dos objetos dispostos no mesmo espaço. Com isso, os estudos geográficos passam a inserir equipamentos e técnicas computacionais como instrumentos de análise, daí que na década de 1970, houve o surgimento do geoprocessamento, dando um impulsionamento a essa corrente do

pensamento geográfico. Assim, Geografia Quantitativa deu grande ênfase em técnicas de análise espacial e geoestatística, tornando conceitos da estatística espacial parte do repertório dos geógrafos. Além disso, propiciou o desaparecimento da paisagem como elemento de interpretação da realidade geográfica, como também o território desaparece das interpretações quantitativas. 3. O Espaço e a Geografia Crítica A Geografia Crítica surge na década de 1970, procurando romper com a Geografia Tradicional e Teorético-Quantitativa. Levanta uma crítica a geografia quantitativa ressaltando que, apesar dos resultados alcançados no estudo dos padrões espaciais, as técnicas da geografia quantitativa não conseguem explicar os processos

socioeconômicos

contidos

a

estas

distribuições.

Tem

como

fundamentação o materialismo histórico e a dialética, apoiado principalmente nas ideias de Karl Marx e de um dos maiores representantes da análise marxista do espaço é Henri Lefebvre. Inicialmente as preocupações dos geógrafos críticos por um lado, era saber se o espaço estaria presente ou não nas obras de Marx e por outro lado questionavam qual o significado e a natureza do espaço, o que motivavam debates entre geógrafos por todo este período. Conforme Henri Lefebvre, o espaço pode ser entendido por meio de 4 concepções: a primeira como uma forma pura (espaço absoluto), todavia, não abrangeria o contexto histórico; o segundo como espaço social, sendo um produto da sociedade e da divisão do trabalho; o terceiro como instrumento político; contudo Lefebvre considera mesmo o espaço como o lugar da reprodução das relações sociais, isto é, espaço não é considerado como objeto, mercadoria ou instrumento; assim, essa reprodução das relações sociais integra o espaço urbano, dos espaços dos lazeres, os espaços da cotidianidade e dos espaços educativos. Sobre o espaço, Lefevbre também se sustentou nos trabalhos de Milton Santos, cuja atenção maior estabeleceu-se na formação do conceito de espaço social e de seus desdobramentos para a realidade geográfica. Em contrapartida, ainda segundo Lefevbre o espaço é mais do que um instrumento político e um campo de ações de um indivíduo ou grupo, ligado ao processo de reprodução da

força de trabalho por meio do consumo, segundo ele, o espaço é um locus da reprodução das relações sociais de produção, ou seja, reprodução da sociedade. De modo geral, o espaço para Lefebvre constitui-se no lugar onde as relações capitalistas se reproduzem e se localizam com todas as suas manifestações de conflitos e contradições. 4. O Espaço e a Geografia Humanista

Além da Geografia Crítica, a datar da década de 70, surge também a Geografia Humanista. Para os geógrafos humanistas, o conceito de espaço geográfico estaria ligado à questão subjetiva, individual e cultural. Assim, o espaço seria o local de morada dos seres humanos e, mais do que isso, é o meio de vivência onde as pessoas reproduzem suas marcas diariamente, possibilitando novas leituras à medida que a compreensão do mundo se modifica. Posto isso, a noção de espaço para a Geografia Humanista está relacionada de maneira muito próxima com as ideias do filósofo alemão Kant. Para ele o espaço não é absoluto, nem relativo e nem relacional. Ele é compreendido pela mente humana, que capta a realidade, porém de forma limitada. O espaço é a forma pelo qual estabelecemos relações entre os fatos exteriores a nós, isto é, uma forma de sistematização das coisas exteriores. CONCLUSÃO Não é uma tarefa das mais fáceis discutir o conceito do espaço geográfico. Porém, compreender o espaço geográfico é fundamental para que possamos compreender os demais conceitos da Geografia, embora isso não queira dizer que o espaço precisa ser base primordial em todas as discussões no campo da Geografia, mas que é relevante levar em consideração que os demais conceitos são delimitados diante de uma base bastante vasta, que é o espaço geográfico. REFERÊNCIAS CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço e as Correntes do Pensamento Geográfico. In: CORRÊA, Roberto Lobato. Geografia, conceitos e temas. 2ª ed. – Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2000. Disponível em:

http://www.ligiatavares.com/gerencia/uploads/arquivos/d9f70cc6d16bd1315391ed90 04d769ce.pdf. Acesso em 02 de Maio de 2019. POLON, Luana Caroline Künast. Espaço Geográfico: Breve Discussão Teórica acerca do Conceito. Revista Geográfica Acadêmica, Roraima, v. 10, 2016. Disponível em: https://revista.ufrr.br/rga/article/download/3834/pdf. Acesso em 02 de Maio de 2019. TEIXEIRA, Alexandre José Almeida. Espaço e Natureza : Questões e Desafios para a Geografia. Khóra, Revista Transdisciplinar, V. 2, N. 2, 2015. Disponível em: http://site.feuc.br/khora/index.php/vol/article/download/41/41. Acesso em 05 de Maio de 2019. ROCHA, José Carlos. Diálogo entre as Categorias da Geografia : Espaço, Território e Paisagem. Revista online: Caminhos de Geografia, Uberlândia v. 9, n. 27, 2008. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15724. Acesso em 05 de Maio de 2019....


Similar Free PDFs