Trajetória do Pensamento Pedagógico Brasileiro PDF

Title Trajetória do Pensamento Pedagógico Brasileiro
Author BEATRIZ ESTELIZA SOARES DE LIMA
Course Fundamentos da Educação
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Summary

O ensaio tem por objetivo retratar a trajetória do pensamento pedagógico brasileiro, com bases nas diversas tendências pedagógicos que se tornaram e se torna presente ao longo do tempo. A metodologia usada foi através de pesquisas e leituras que deram subsídio para o transcorrer do texto....


Description

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TRAGETÓRIA DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO

INTRODUÇÃO O desenvolvimento da educação vem sendo perpassadas há muitas décadas. Na Grécia antiga é que se inicia-se a história da educação, onde começou-se a perceber a sua necessidade em espaços reservados, distanciando-se do cotidiano. Dessa maneira, o presente ensaio tem por objetivo retratar a trajetória do pensamento pedagógico brasileiro, com bases nas diversas tendências pedagógicos que se tornaram e se torna presente ao longo do tempo. A metodologia usada foi através de pesquisas e leituras que deram subsídio para o transcorrer do texto. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS BRASILEIRAS O pensamento pedagógico no Brasil teve inicio graças ao pensamento iluminista advindo da Europa por estudantes e intelectuais que não tinham mais tanto vínculo com a Igreja. Além disso, teve grande apoio dos jesuítas, porém aplicavam um ensino de natureza verbalista, memorístico e repetitivo, em que a educação era a reprodução de uma sociedade cruel, dividida entre analfabetos e "doutores". Rui Barbosa, o precursor da Educação no Brasil por meio da Escola Nova, foi quem se se interessou pela criação de um sistema nacional de ensino que fosse gratuito, obrigatório e que não envolvesse a religião, que fosse desde o jardim de infância até a universidade. Como fundamentação, utilizou-se de estatísticas escolares, métodos e livros, assim, suas ideias sobre esta questão estão postas nos seus famosos pareceres sobre a educação. Em 1924, após a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE), surge o projeto liberal da educação, como um grande otimismo pedagógico, ou seja, restaurar a sociedade por meio da educação, já que antes a pedagogia era reproduzida pelo pensamento religioso medieval. A educação nesse período também teve um interesse do movimento anarquista no Brasil. Para os membros desses movimentos, a educação não era o principal agente estimulador do processo revolucionário, mas teria que haver mudanças na mentalidade das pessoas para que uma espécie de revolução social fosse atingida. Conforme Libâneo (1990) o pensamento pedagógico Brasileiro pode ser entendido sob duas tendências: a liberal e a progressista. No primeiro se inclui a tendência “tradicional”, a 1

Graduanda do Curso de Licenciatura em Geografia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN/Campus Assú. E-mail: [email protected]

“renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. Já na segunda, a “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”. A pedagogia liberal defende a ideia de que a escola tem por incumbência a preparação dos indivíduos para desempenhar papeis sociais, conforme as aptidões individuais. Para tanto, os indivíduos tem que aprender a adaptar-se aos valores e às normas na sociedade de classes, por meio do desenvolvimento cultural individual, isto, esconderia a realidade das diferenças de classes, já que, apesar de difundir a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. Tem destaque os Autores: Fernando de Azevedo, que diz que o estado deve ministrar a educação em todos os graus; Anísio Teixeira, que defende a ideias que a escola tem que da ouvidos a todos e a todas, sem distinção; entre outros. Dessa educação inicia-se pedagogia tradicional, onde conforme a escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço, dessa maneira, as diferenças de classe social não são relevantes e toda a prática escolar não tem relação com o dia a dia do aluno. Partindo do pressuposto da aprendizagem, a educação mantém a capacidade de assimilação da criança como idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade, com isso, a criança é tida como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida. Além disso, os conteúdos são separados da vivência dos alunos e das realidades sociais, razão na qual a pedagogia tradicional é criticada. Ademais, prevalece a soberania do professor que impõe atitude receptiva dos alunos e impede qualquer comunicação entre eles no transcorrer da aula. Na tendência renovada progressivista, a escola continua preparando o aluno para arcar com seu papel na sociedade, porém diferente da tendência liberal tradicional, que atividade pedagógica estava centrada no professor, já nessa, defende-se a ideia de “aprender fazendo”, levando em conta os interesses do aluno. Já na tendência renovada não diretiva, os processos de ensino tem em vista facilitar aos estudantes os meios para buscarem por si só os conhecimentos que são dispensáveis. Prevalecendo quase que exclusivamente o esforço do professor em desenvolver um estilo próprio para facilitar a aprendizagem dos alunos. Ademais propõe uma educação centrada no aluno, no intuito de formar sua personalidade por meio da vivência de experiências significantes que lhe possibilita desenvolver características próprias a sua natureza.

Por fim, a tendência tecnicista que atua diretamente com o sistema produtivo. Seu interesse principal é fazer com que os sujeitos se tornem competentes para o mercado de trabalho, deixando de lado a preocupação com as mudanças sociais. Agora se tratando da Tendência Progressista, defende o envolvimento da escola na formação de um cidadão crítico e participante da mudança social, ou seja, ela parte de uma análise crítica das realidades sociais, sustentando os objetivos sociopolíticos da educação. Dentro dessa Pedagogia tem-se a progressista libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, em que aproxima a educação à luta e organização de classe do oprimido. Paulo Freire criticava o sistema educacional tradicional, e por essa razão criou novos métodos de ensino, diante disso, defende uma pedagogia baseada no respeito, na ética, na dignidade e na autonomia do educando. Segundo Gadotti (2009, p. 83-84) “Para ele, essa sociedade não pode ser construída pelas elites porque elas são incapazes de oferecer as bases de uma política de reformas. Essa nova sociedade somente poderá constituir-se como resultado da luta das massas populares, as únicas capazes de operar tal mudança”. Além de Paulo Freire, podemos citar Rubem Alves que para ele o educando deve ter acesso às prazerosas coisas da vida e deve viver buscando o amor nas suas atividades do dia a dia. Já na progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático, ou seja, os alunos é quem decide o que ser estudado, sem a necessidade de conteúdos definidos. Referente à progressista crítico-social dos conteúdos, diferente da libertadora e libertária, frisa conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola respalda-se na preparação do aluno para o mundo adulto e suas distinções, para uma participação ativa e organizada na democratização da sociedade. Na visão dessa pedagogia acredita-se numa aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. Posto isso, a educação brasileira serviu por muito tempo como uma mercadoria, servindo como fonte de um dos principais progressos do país. Contudo, por meio dela objetivaria uma sociedade baseada nos moldes norte americanos e europeus, querendo mediante isso interesses políticos e econômicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, por meio das Tendências do Pensamento Pedagógico Brasileiro tomamos nota que a educação vem as poucos evoluindo, porém ainda permanece em processo, pois a questão educacional brasileira não é somente uma questão pedagógica, mas sim um desafia a própria sociedade, já que os sistemas de escolas na atualidade ainda é burguesa pautadas mais para o controle social. Além disso, tem-se a dificuldade acabar com as antigas práticas conservadoras, assim, torna-se necessário a busca por uma reflexão no processo educacional. REFERÊNCIAS GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, 2003. GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 8ª ed. Ver. E ampl. - São Paulo, SP: Ática, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990....


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