Exame físico abdome - Resumo PDF

Title Exame físico abdome - Resumo
Author Giovanna Siste de Almeida Aoki
Course Semiologia B
Institution Pontifícia Universidade Católica de Campinas
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Resumo...


Description

Exame físico abdome Anatomia e fisiologia Inspeção da parede abdominal e da pelve, visualizando e palpando os marcos anatômicos ilustrados. Os músculos retos do abdome são mais facilmente identificados quando o paciente, em decúbito dorsal, eleva a cabeça e os ombros. O abdome geralmente é dividido em quatro quadrantes por linhas imaginárias que se cruzam no umbigo: superior direito, inferior direito, superior esquerdo e inferior esquerdo. Os termos mais empregados para designar três dessas seções são de uso comum: epigástrica, umbilical e hipogástrica ou suprapúbica.

 Pontos de referência anatômicos do abdome: rebordas costais, o ângulo de Charpy, a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas ilíacas anteriores, o ligamento inguinal e a sínfise púbica. Na parede abdominal destacam-se as seguintes estruturas: pele, tecido subcutâneo, processo xifoide, umbigo, ligamento inguinal e musculo retoabdominais.



No quadrante superior direito (QSD) do abdome, a consistência amolecida do fígado torna difícil percebê-lo através da parede abdominal. A borda inferior do fígado, a borda hepática, é frequentemente palpável na altura do rebordo costal direito. A vesícula biliar, que fica situada na superfície inferior do fígado, e o duodeno, situado mais profundamente, não são comumente palpáveis. Mais profundamente pode ser percebido o polo inferior do rim direito, especialmente em pessoas magras com a musculatura abdominal relaxada. Movendo a mão medialmente, palpe o gradil costal, que protege o estômago; os pacientes às vezes confundem o processo xifoide, de consistência endurecida, e localizado na linha média, com um tumor. A aorta abdominal geralmente apresenta pulsações visíveis, sendo habitualmente palpável na parte superior do abdome.



No quadrante superior esquerdo (QSE) do abdome, o baço situa-se lateral e posteriormente ao estômago, logo acima do rim esquerdo, na linha axilar média esquerda. A sua borda superior repousa contra a cúpula diafragmática. A 9ª, a 10ª e a 11ª costelas protegem a maior parte do baço. O pâncreas é impalpável nos indivíduos hígidos.



No quadrante inferior esquerdo (QIE) do abdome, geralmente se pode perceber o firme, estreito e tubular colo sigmoide. Algumas porções do colo ascendente e do colo transverso também são palpáveis. Na parte inferior da linha média encontram-se a bexiga, o promontório da base do sacro, a borda óssea anterior da primeira vértebra sacral (SI), às vezes confundida com um tumor, e, nas mulheres, o útero e os ovários.



No quadrante inferior direito (QID) do abdome, localizam-se as alças intestinais e o apêndice, na cauda do ceco, próximo à junção do intestino delgado com o intestino grosso. Estes órgãos não são palpáveis nos indivíduos saudáveis.

INSPEÇÃO Deve-se investigar a coloração da pele, presença de estrias, manchas hemorrágicas e a distribuição dos pelos, bem como a continuidade da parede. Manobra para investigar diástase dos músculos retos anteriores: paciente em decúbito dorsal contrai a musculatura abdominal → investigar a presença de hérnias da parede abdominal. À inspeção abdominal, os seguintes parâmetros devem ser investigados:  Forma e volume do abdome;  Cicatriz umbilical;  Abaulamentos ou retrações localizadas;  Veias superficiais;  Cicatrizes da parede abdominal  Movimentos  Veias dilatadas: Algumas veias de pequeno calibre são normalmente visíveis→ veias dilatadas podem ser um indicio de cirrose hepática ou obstrução da VCI.  Umbigo: observe o contorno e a localização, bem como sinais de inflamação ou protrusão, sugestivos de hérnia ventral. - Forma e volume do abdome: variam de acordo com a idade, sexo e estado de nutrição. Em decorrência de alterações intra-abdominais ou da própria parede abdominal, podem ser encontrados os seguintes tipos:  

Abdome atípico ou normal: grandes variações de acordo com cada indivíduo. Sua principal característica morfológica é a simetria. Abdome globoso ou protuberante: apresenta-se globalmente aumentado, com predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal;

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Abdome em ventre de batráquio: quando o paciente está em decúbito dorsal, observa-se leve predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior; Abdome pendular ou ptótico: paciente de pé, as vísceras pressionam a parte inferior da parede abdominal, produzindo neste local uma protrusão. Abdome em avental: encontrado em pessoas com obesidade avançada, sendo consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal; Abdome escavado: parede abdominal retraída.

- Cicatriz umbilical: normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. - Abaulamentos ou retrações localizadas: em condições normais, o abdome possui forma regular e simétrica. O abaulamento ou a retração em uma determinada região torna o abdome assimétrico e irregular, indicando anormalidade. - Veias superficiais: quando se tornam visíveis, pode caracterizar circulação colateral. - Cicatrizes da parede abdominal: a localização, extensão e forma da cicatriz fornece informações uteis sobre cirurgias anteriores. - Movimentos: encontrados 3 tipos:  Movimentos respiratórios: em situações normais, observam-se movimentos respiratórios no andar superior do abdome (toracoabdominal – homem), nas mulheres ocorre a respiração torácica;  Pulsações: podem ser observadas e palpadas no abdome de pessoas magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal.  Movimentos peristálticos visíveis: em pessoas magras, são vistas ondas peristálticas na ausência de qualquer anormalidade. Movimentos peristálticos visíveis indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo, por isso deve ser analisada a localização e a direção das ondas. PALPAÇÃO Com a mal espalmada, possui tais objetivos:  Avaliar o estado da parede abdominal  Explorar a sensibilidade abdominal  Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais e detectar alterações de sua consistência. Possui 4 etapas que devem ser cumpridas sistematicamente:  Palpação superficial: estudo da parede abdominal e das vísceras que podem alcançar a parede. Investigam-se a sensibilidade, resistência da prede, continuidade da parede abdominal, pulsações e reflexo cutâneo-abdominal;  Palpação profunda  Palpação do fígado  Palpação do baco e outros órgãos 1.

Palpação superficial

- Sensibilidade: para avaliação desta, apalpar de leve ou apenas roçar a parede abdominal com objeto pontiagudo. A localização e a irradiação da dor são as características semiológicas fundamentais para o raciocínio clico, daí a importância de se conhecer os chamados “pontos dolorosos” - Pontos dolorosos Algumas áreas da parede abdominal cuja compressão ao despertar sensação dolorosa, costuma indicar comprometimento do órgão ali projetado. Os principais pontos são: pontos gástricos, ponto cístico ou biliar, ponto apendicular, ponto esplênico e pontos uretrais.  Pontos gástricos: compreendem o ponto xifoidiano (localizado abaixo do apêndice xifoide- presença de dor nesse local é observada na cólica biliar, esofagites, ulceras e neoplasias) e epigástrico (corresponde ao meio da linha xinfoumbilical e é visível na gastrite, ulceras e tumores.  Ponto biliar ou cístico: situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda externa do musculo reto abdominal. Ao se comprimir este local, o paciente deve inspirar profundamente. Neste momento, o diafragma fará o fígado descer, fazendo com que a vesícula biliar alcance a extremidade do dedo que está comprimindo a área. Em casos de colecistite aguda, manobra desperta dor inesperada.



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Ponto apendicular: situa-se na extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca anterossuperiora direita do umbigo. Quando se suspeita de apendicite aguda, este ponto deve ser comprimido, fazendo-se uma pressão progressiva, lenta e contínua. Dando continuidade ao exame, descomprime-se bruscamente a região, que se estiver inflamado, despertara uma dor intensa e aguda, indicando peritonite. Ponto esplênico: localizado abaixo da reborda costal esquerda no início do seu terço externo. Infarto esplênico provoca dor nesse local. Pontos uretais: localizados na borda lateral dos músculos reto abdominais. A palpação desses pontos deve ser feita com as mãos superpostas, comprimindo-se a parede com as polpas digitais dos dedos indicador, médio, anular e mínimo. Dor nesses pontos surge na cólica renal e quase sempre na migração do cálculo renal pelos ureteres.

- Resistência da parede abdominal • Em condições normais, a resistência da parede abdominal é a de um musculo descontraído. Quando se encontra contraída, a primeira preocupação é diferenciar a contratura voluntaria da involuntária. • Faz-se cessar a contração voluntaria desviando-se a atenção do paciente. Quando esta falha, a palpação abdominal torna-se prejudicada. • A contratura muscular involuntária obedece a um reflexo visceromotor, cujo estimulo se origina no peritônio inflamado (peritonite). - Continuidade da parede abdominal Deve-se avaliar a continuidade da parede deslocando-se a mão que polpa por toda a parede e, ao encontrar uma área de menor resistência, tenta-se insinuar uma ou mais polpas digitais naquele local. É possível reconhecer diástases e hérnias.  Diástase: consiste na separação dos músculos retos, quer abaixo ou acima da cicatriz, sendo possível inserir um ou mais dedos entre eles. Se diferencia da uma grande hérnia por não haver saco hernário nem anel palpável.  Hérnias: alterações da parede abdominal caracterizada por haver em alguma parte, uma solução de continuidade por onde penetram estruturas intra-abdominais. Na inspeção nota-se tumefação na região da hérnia e na palpação, consegue-se reconhecer o orifício ou a área da parede abdominal. Aumento da pressão intra-abdominal pode tornar mais evidente uma hérnia. Os tipos mais comuns são a epigástrica, umbilical, inguinal, femoral ou crural e a incisional. - Pulsações Podem ser visíveis e palpáveis e representam a transmissão à parede de fenômenos vasculares intra-abdominais. Deve-se observar a localização e as características táteis das pulsações....


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