IHCS - Popper - Resumo A lógica da pesquisa científica PDF

Title IHCS - Popper - Resumo A lógica da pesquisa científica
Course Introdução às Humanidades e Ciências Sociais
Institution Universidade Federal do ABC
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Resumo do capítulo 1 da obra "A lógica da pesquisa científica", de Karl Popper, para a disciplina de Introdução às Humanidades e Ciências Sociais, ofertada no terceiro quadrimestre de 2018....


Description

Fichamento: POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. Editora Cultrix. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. – Capítulo 1. Descrição geral do texto: o texto possui por volta de 77 parágrafos divididos em 24 páginas, e é subdividido em oito partes no primeiro capítulo. ➔ Antes de iniciar a primeira parte, há uma breve introdução, a qual expõe que o cientista da ciência empírica “formula hipóteses ou sistemas de teorias, e submete-os a teste, confrontando-os com a experiência, através de recursos de observação e experimentação”, e que a finalidade da lógica da pesquisa científica é analisar esse método das ciências empíricas. Também há o questionamento de que seriam esses “métodos das ciências empíricas” e o que leva o nome de “ciência empírica”. 1. O problema da indução ➔ Nesta parte, Popper critica o método indutivo na ciência empírica, a qual apesar de ser amplamente aceita, apresenta alguns problemas. Entre eles, está o fato de inferir um enunciado universal de um particular, o que pode levar a uma falsidade. Outro problema é sobre a indagação da validade de “enunciados universais que encontrem base na experiência”, pois a observação de um experimento ou de seu resultado só pode ter sido originado a partir de um enunciado particular. ➔ Uma inferência indutiva, para ser justificada, necessitaria de um princípio indutivo, mas essa ação resulta uma regressão infinita. Sendo assim, Popper sustenta “que um princípio de indução é supérfluo e deve conduzir a incoerências lógicas”. ➔ Ainda diz que “a teoria a ser desenvolvida nas páginas seguintes opõe-se frontalmente a todas as tentativas de utilizar as ideias da lógica indutiva. Ela poderia ser chamada de teoria do método dedutivo de prova, ou de concepção segundo a qual uma hipótese só admite prova empírica – e tão-somente após haver sido formulada”, ou seja, ele propõe um método em que objeto de estudo deverá ser suscetível à prova. 2. Eliminação do psicologismo ➔ Popper distingue brevemente o que seria parte da psicologia empírica e o que corresponderia à análise lógica do conhecimento. Este primeiro trataria de uma ideia nova, nasce de algo intuitivo e abrange também a reconstrução desse processo, enquanto a segunda, parte “da suposição de que ela consiste apenas em investigar os métodos empregados nas provas sistemáticas a que toda ideia nova deve ser submetida para que possa ser levada em consideração”. 3. Prova dedutivas de teorias ➔ Tendo em vista uma ideia nova a qual ainda não foi justificada, há a possibilidade de se ter conclusões com base na dedução lógica, método proposto por Popper, que consiste em submeter logicamente proposições à prova. Esse método distingui-se em quatro linhas: a primeira coloca em prova a coerência interna do sistema por meio da comparação lógica entre as conclusões; em segundo determina-se se a proposição tem um caráter empírico ou científico através da investigação da teoria pela sua forma; em terceiro, ao tentar analisar se a nova proposição proporcionará avanços, ela é comparada com outras teorias; e por fim, na quarta linha “há a comprovação da teoria por meio de aplicações empíricas das conclusões que dela se possam deduzir”.

➔ A partir dessas quatro linhas, ao obter uma resposta positiva, quer dizer que servirá como apoio para outras teorias. No entanto, ela será superada ou rejeitada conforme o tempo, tendo também, caso as alternativas anteriores não tenham sido efetivadas e ela resistir às provas e não ser superada, a possibilidade de sua qualidade ter sido comprovada. 4. O problema da demarcação ➔ O problema mais significativo do método proposto por Popper é o da demarcação, pois ao rejeitar o método indutivo, cria-se um obstáculo na separação entre a ciência empírica e a metafísica. Sendo assim, os epistemologistas com tendências empiricistas vão para o método indutivo por acharem que ele é o único a oferecer um critério adequado de demarcação. ➔ Os positivistas modernos, ao contrário dos velhos que só admitiam algo como sendo científico os conceitos tidos através das experiências, enxergam a ciência como um sistema de enunciados, antes de ser um de conceitos. Os positivistas tratam o problema da demarcação como um problema da ciência natural, eles não querem uma demarcação bem sucedida e sim a sua “derrubada total e a aniquilação da metafísica”. ➔ Popper visa, diante desse debate com intenções antimetafísico, “formular uma caracterização aceitável da ciência empírica ou de definir os conceitos ‘ciência empírica’ e ‘metafísica’ de maneira tal que, a propósito de determinado sistema de enunciados, possamos dizer se seu estudo mais aprofundado coloca-se ou não no âmbito da ciência empírica”. No entanto, suas propostas seriam rejeitadas por aqueles que acreditam que a ciência tem como propósito o desenvolvimento de enunciados puramente verdadeiros. 5. A experiência como método ➔ Um dos problemas que dificultam a formulação do conceito de “ciência empírica” é o fato de haver inúmeras teorias semelhantes logicamente ao sistema aceito, no entanto, a “ciência empírica” procura representar somente o “mundo real”. Para a diferenciação do sistema que representaria essa realidade, é necessário que ele tenha sido colocado à provas e ter resistido a elas. ➔ O sistema teórico proposto deverá satisfazer três itens: “em primeiro lugar, ele deve ser sintético, de modo que possa representar um mundo não contraditório, isto é, um mundo possível. Em segundo lugar, deve satisfazer o critério de demarcação, ou seja, deve ser não metafísico, isto é, deve representar um mundo de experiência possível. Em terceiro lugar, deve ser diferente, de alguma forma, de outros sistemas semelhantes como o único representativo de nosso mundo de experiência”. 6. A falseabilidade como critério de demarcação ➔ Para Popper, a indução não existe, pois “as inferências que levam a teorias, partindose de enunciados singulares ‘verificados por experiência’ (…) são inadmissíveis”, já que as teorias “nunca são empiricamente verificáveis”, sendo este um requisito para o critério de demarcação da lógica indutiva, ou seja, o método indutivo consiste em proposições capazes de serem julgadas como verdadeiras ou falsas, mas há uma

contradição na questão de que não é possível verificar o valor de uma teoria empiricamente. ➔ Popper argumenta que para reconhecer um sistema é preciso que o mesmo possa ser “passível de comprovação pela experiência”, que o critério adotado para a demarcação deve ser a falseabilidade de um sistema e não a sua verificação. Então, a exigência não recai sobre um sistema empírico ter sido considerado falso ou verdadeiro, mas sim em ser possível a sua refutação pela experiência. ➔ Entre as objeções sobre o critério de demarcação pela falseabilidade, a mais séria consiste em ainda ser impossível todos os sistemas de teorias serem sempre conclusivamente falseados, pois “sempre é viável encontrar alguma forma de evitar a falsificação, introduzindo, por exemplo, uma hipótese auxiliar (…) ou alterando (…) uma definição”, além de também ser possível recusar o reconhecimento de quaisquer experiências falseadoras sem ferir a lógica. 7. O problema da “base empírica” ➔ O uso da falseabilidade como demarcação aparenta somente deslocar o problema, visto que “deverão existir enunciados singulares que sirvam como premissas das inferências falseadoras”. No entanto, existem ganhos, já que a demarcação é urgente para as teorias e raramente há dúvidas sobre enunciados singulares terem caráter empírico. ➔ O problema dos enunciados singulares e de sua maneira de serem colocados à prova, “desempenham, assim, dentro da lógica da ciência, um papel que difere, até certo ponto, do que é desempenhado pela maioria dos outros problemas que nos ocuparão. Pois a maioria desses últimos mantém relação estreita para com a prática da pesquisa, enquanto a questão da base empírica pertence, de maneira quase exclusiva, à teoria do conhecimento”. ➔ É necessário a distinção as experiências subjetivas, as quais não são apteis para justificar nenhum enunciado, das relações lógicas objetivas, “que se manifestam entre os vários sistemas de enunciados científicos e dentro de cada um deles”. 8. Objetividade científica e convicção subjetiva ➔ Popper sustenta ser impossível dar valor as teorias, por nunca serem justificadas ou verificadas por completo. Porém, trata que a objetividade dos enunciados científicos está no fato de que eles sempre podem ser submetidos à prova. ➔ O método dedutivo de teste não busca estabelecer ou justificar os enunciados, por isso não cai na objeção de regressão infinita. No entanto, alguma hora os testes cessarão, não significando um conflito perante a afirmação de que qualquer enunciado seja suscetível à prova. Por fim, Popper conclui dizendo não exigir que “todo enunciado científico tenha sido efetivamente submetido a teste antes de merecer aceitação”. Mas que deseja “apenas que todo enunciado científico se mostre capaz de ser submetido a teste”, contrariando a ideia de que na ciência há enunciados os quais devemos apenas aceitar como verdadeiros, pois aparentam não serem suscetíveis a testes por razões lógicas....


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