A Fotografia - resumo da historia PDF

Title A Fotografia - resumo da historia
Author Patrícia Alexandra Durão
Course História dos Media   
Institution Universidade do Algarve
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resumo sobre a historia da fotografia ...


Description

3. A Fotografia Atualmente, ninguém pode negar que a fotografia se afirma cada vez mais como uma forma de expressão, de informação e de comunicação. Está por toda a parte, nas páginas da imprensa, compondo anúncios ou até mesmo como recordações de acontecimentos íntimos. A fotografia é importante tanto como testemunho artístico ou jornalístico, como prática social popular. Hoje, todos sabemos que a fotografia não é uma produção de imagens inocente, casual ou mecânica, não é uma simples reprodução da "natureza", do mundo que nos rodeia, mas é uma linguagem relativamente estrutura nas suas formas e significados e trabalhada por uma historia que se foi progressivamente enriquecendo. A palavra fotografia engloba noções e prática tão diferentes como as da escrita: o romancista e o jornalista ambos "escrevem", mas o sentido e o alcance das suas escritas" divergem absolutamente.

3.1. Os diferentes discursos acerca da fotografia  Discurso Estético Privilegia qualquer manifestação de carácter criativo e constrói um estudo das formas e da sua evolução, ligando as diferentes tradições visuais. É uma sociologia da fotografia, assente sobre um estudo sistemático dos diferentes contextos desta prática.  Semiologia Permitiu que se passasse a ver a imagem fotográfica com uma mensagem, desmontando o processo da sua comunicação e os diferentes tipos de códigos. A imagem fotográfica só existe plenamente se tiver um leitor que lhe dê uma interpretação. Esta interpretação depende do contexto em que a fotografia é olhada e lida. Uma modificação do contexto equivale a uma modificação de interpretação e de leitura. A mensagem publicitária presta-se a uma analise de tipo semiológico; a fotografia de amadores origina reflexões de ordem sociológica; o retrato pode ser abordado segundo diversos pontos de vista: estético, sociológico, histórico…

3.2. A Invenção da Fotografia A historia da fotografia é baseada na evolução de três elementos técnicos: a luz, o suporte e o formato. A luz é o essencial, é necessário um suporte sobre o qual a imagem se materializa e diversos formatos que servem de base à composição dessa mesma imagem fotográfica.  A Luz Não existe fotografia sem luz. O fotografo observa a luz, persegue-a, orienta-a e esculpe-a. Opõe-se luz natural a luz artificial. Em estúdio, o artista procura muitas vezes reencontrar o modelo natural, exceto quanto pretende propositadamente imprimir novos aspetos, novas formas e matérias a um rosto ou um objeto e se serve de iluminação artificial, para marcar a diferença de um ambiente com luz natural. A invenção e os progressos da iluminação artificial modificaram a prática fotográfica, os temas e a atitude do operador, não só em estúdio como no exterior. Os repórteres passaram a poder fotografar em ambientes noturnos e nos estúdios constroem-se atividades com poderosas iluminações como se de dia se tratasse. O flash eletrónico trouxe uma nova possibilidade de fixar movimentos cada vez mais sofisticados, principalmente no domínio da fotografia de moda.  O Suporte A invenção da fotografia é acima de tudo uma questão de química. A evolução dos suportes fotográficos é um constante progresso na sensibilidade das chapas e das películas. Distinguem-se dois tipos de suporte: o positivo e o negativo. O tipo negativo conhece a evolução técnica mais regular e mais diversificada, quer nos materiais, quer nos processos utilizados. Alguns criadores contemporâneos recorrem ainda a técnicas artesanais: impressão a carbono, a goma bicromatada, ou seja, operações efetuadas à custa de imenso esforço. No entanto, a maioria dos fotógrafos pratica uma arte que se apoia nos avanços de uma tecnologia comprovada. Assim, existem nos dias de hoje duas tendências: uns optam por neutralizar os efeitos técnicos, preocupando-se em encontrar um suporte sem qualquer influência; outros aumentam essas influências.  O Formato Na historia da fotografia, o formato mais corrente é o 24x36, copiado do formato do cinema. Este formato é mais utilizado na sua largura do que na sua altura e é mais apropriado à utilização em exteriores do que em interiores. Para os retratos é mais utilizado o formato 6x6 e os seus derivados. Atualmente, são os imperativos económicos, regulando-se pelos temas e pelas encomendas específicas, que determinam o uso dos formatos fotográficos.

3.2. O Fotojornalismo Em 1855, Roger Fenton era o fotógrafo oficial da Guerra da Crimeia e na altura da Guerra da Secessão, Matthew Brady e Alexander Gardner percorrem os campos de batalha americanos. Porém as técnicas da fotografia não lhes permitiam mostrar os combates em si, mas sim o que deles restava, por exemplo, os cadáveres dos soldados. Só em 1880, com o aperfeiçoamento do instantâneo fotográfico, é que há a existência de uma visão mais dinâmica dos acontecimentos. Anos mais tarde, com os progressos técnicos dos registos fotográficos, o alemão Erich Salomon mostra uma imagem original da historia: reportagens nas salas em que se desenrolavam as conversações secretas entre os grandes da época, aqueles que tinham nas suas mãos o destino do Mundo, pois aproximava-se a Segunda Guerra Mundial. Em 1925, os alemães lançam no mercado a Leica, uma maquina revolucionaria devido ao formato do filme utilizado, 35mm. A guerra transformou-se num dos temas mais interessantes para o repórter, pois esta ação permite imagens espetaculares e porque o publico é por elas atraído. Ainda hoje, os fotógrafos participam em todos os conflitos que acontecem. Para muitas pessoas, a verdadeira fotografia é a reportagem. Esta desempenha um papel transparente, útil e indispensável: mostrar o que se passa no mundo, de bem e de mal. A fotografia é um instrumento complementar da escrita, que era antes a única atividade jornalística. A fotografia monta uma encenação, traça um retrato e mostra uma ação, mas também é ambígua, pode ter vários sentidos, e sem recurso a legenda não é utilizável com segurança. A legenda clarifica, de forma explícita, o sentido de uma fotografia. O Fotojornalismo deve imenso ao aperfeiçoamento de aparelhos, como a máquina Leica, mas a criação de revistas como a Vu, em França, e a Life, nos Estados Unidos, também estão na origem do desenvolvimento desta prática. O funcionamento da redação, o tratamento da atualidade, a paginação, rompiam com as revistas mais antigas como a L’Illustration. Trata-se de publicações totalmente concebidas à volta da fotografia. Só no início do século XX é que se conseguiu aperfeiçoar um processo de reprodução mecânica deste tipo de imagem reutilizável pelos impressores, conseguindo assim explorar os documentos, mas também encomendar a sua realização. Foi neste momento que passou a existir a profissão de repórter.

 A revista Life Henry Luce foi o fundador desta revista e inspirou-se no modelo francês. O primeiro numero da Life apareceu em 1936, com uma tiragem de 466.000 exemplares, numero que duplicou no espaço de um ano. Nos anos 60 já eram cerca de 40 milhões de americanos que liam, semanalmente, a revista. A empresa Time-Life é uma empresa enorme, com cerca de 7000 empregados, a cobertura dos acontecimentos por parte desta revista é total, tem correspondentes instalados em todos os pontos do globo e neste grupo encontra-se também a revista desportiva Sports Illustrated. A cor esteve presente desde os primeiros números. A Life constituiu o maior testemunho fotográfico sobre o mundo moderno e sobre o desenvolvimento dos Estados Unidos.

Em dezembro de 1972, os números vendidos e a publicidade baixaram, devido ao aparecimento da televisão, e a Life deixou de aparecer, pelo menos semanalmente. Hoje em dia, transformou-se numa revista mensal.  Agência Magnum Esta agencia cooperativa foi fundado em 1947 por Robert Capa, George Rodger, David Seymour e Henri Cartier-Bresson. A eles juntaram-se alguns dos melhores fotógrafos do momento. Hoje, a Magnum constituiu uma referencia incontornável, quanto à qualidade dos arquivos dos acontecimentos e dos factos sociais importantes no mundo. Nesta agencia, os fotógrafos são totalmente independentes e livres na escolha dos temas.

3.4. O poder da fotografia e o furo jornalístico Atualmente, as fotografias que produzem maior impacto são, muitas vezes, feitas de forma rudimentar, espontaneamente, feitas até por algum amador presente, por acaso, nos locais do acontecimento. A fotografia é, às vezes, sentida como um ato predatório. O fotografo subtrai uma imagem ao sujeito, apoderando-se de algo que lhe é próprio, chegando mesmo a atuar sem o seu conhecimento, é esse o papel dos paparazzi. Há que captar uma imagem a todo o custo. Após o registo fotográfico tornase necessário tirar partido de uma imagem de melhor ou pior qualidade: no laboratório, descobrir na prova de contacto o melhor cliché e reenquadrá-lo e até retocá-lo, de forma a centrar a imagem no tema principal. A redação substitui-se então ao fotógrafo. A imagem fornecida pelo fotografo nunca é entregue ao publico no seu estado bruto, ela é posta em cena e manipulada pelo contexto: as legendas, o título que prepara ao leitor. Assim, são apagados todos os vestígios de intervenção: o furo e a fotografia de imprensa proíbe toda a manifestação de estilo e estética.

3.5. A arte aplicada e a expressão artística  A Moda A fotografia começa a introduzir-se no mercado da arte e a sofrer algumas influencias, mas ainda estada dotada de um valor comercial. Inúmeros fotógrafos que, inicialmente, pertenciam aos circuitos tradicionais de difusão da fotografia, voltaram-se recentemente para as galerias de arte. Quando as revistas de moda souberam utilizar e dominar a fotografia, desenvolveu-se e prosperou um autentico género, original e autónomo. Assim, Coco Channel, Christian Dior e Yves Saint-Laurent conheceram graças à fotografia uma nova forma de representação dos seus modelos. Paris foi durante muito tempo a grande capital da moda e da arte aplicada.  A expressão artística A arte aplicada é dominada pela encomenda publicitária, de que o fotogrfo tira o maior proveito.

Desde que a fotografia existe que não se para de a comparar com a pintura. Os fotógrafos do século XIX quiseram ser reconhecidos como artistas. A historia da fotografia é caracterizada pelo reconhecimento progressivo de uma forma de expressão artística. Os fotógrafos têm agora ludar nos museus americanos, europeus e de arte moderna, no seio de coleções especificas e de programas de exposições. A fotografia como imagem a duas dimensões retomou em linha de conta a conceção do espaço figurativo e do enquadramento como limite desse espaço, a definição dos princípios da perspetiva lançou definitivamente as bases da futura fotografia. Solucionada a questão do ponto de vista, faltava acrescentar à câmara obscura uma ótica apropriada.  Fotomontagens A preocupação dos fotógrafos em realizarem peças únicas que tivessem o mesmo valor do que as telas levou-os a ir ao encontro da linguagem utilizada pelos pintores. Começaram a intervir nas suas imagens, a retocar provas, acrescentando cor ao preto e branco, depois enveredaram por complexas montagens. O inglês David Hockney realizou pesquisas sobre a imagem fotográfica múltipla, inventando uma espécie de puzzle que mistura vários pontos de vista e varias perspetivas. O norte-americano Lucas Samaras trabalhou outra forma de fragmentação da fotografia, compondo uma imagem com o auxilio de numerosas faixas verticais.  Um novo comportamento fotográfico A Polaroid é um dos mais brilhantes resultados de uma serie de aperfeiçoamentos técnicos. Esta elimina a questão artesanal da impressão, a manipulação química e ótica na câmara escura. Este processo voltou a centralizar a fotografia no próprio conteúdo da imagem, desviando o fotografo de preocupações relacionadas com a sua materialidade. Esta máquina permitiu utilizações pouco habituais, permitiu encarar a hipótese de novos temas para a fotografia, especialmente no caso de uma prática mais intima. Com este processo a fotografia tornou-se um ato ainda mais pessoal, em certos casos totalmente solitário, abriu-se um caminho a experiencias com um gosto mais acentuado pela representação e pela analise do viver quotidiano. A Polaroid permitiu a libertação de novas energias criadoras e de novas inspirações....


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