III - energias de ordem física PDF

Title III - energias de ordem física
Course Traumatologia
Institution Universidade de Pernambuco
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resumo sobre traumatismo de energia de ordem fisica...


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RAFAEL F RAMOS - 108

ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA As energias de ordem física são aquelas capazes de modificar o estado físico dos corpos e de cujo resultado podem surgir ofensa corporal, dano à saúde ou morte. As formas mais comuns são: temperatura, pressão atmosférica, eletricidade, radioatividade, luz e som

TEMPERATURA a) FRIO - causas jurídicas das lesões: crime, suicídio e acidente (principal) - a ação generalizada do frio não gera uma lesão típica. Perícia deve-se orientar pelos comemorativos, exame do local e fato individuais da vítima (idade, alcoolismo, fadiga) - alteração do SN, sonolência, convulsões, delírios, perturbações dos movimentos, anestesias, congestão ou isquemia das vísceras - pode advir a morte, quando aquelas alterações assumem maior gravidade. O diagnóstico da morte pelo frio é difícil ◘ Geladuras: lesões locais provocadas pelo frio 1º grau: palidez ou rubefação local e aspecto anserino (piloereção) 2º grau: formação de bolhas e flictenas de conteúdo claro e hemorrágico 3º grau: necrose dos tecidos moles com formação de crostas enegrecidas, aderentes e esparsas 4º grau: gangrena ou desarticulação ◘ Morte aparente: é preciso cuidado na análise de eletroencefalogramas isoelétricos em prematuros, comas metabólicos, uso de agentes depressores e hipotermia ◘ Morte por Frio - hipóstase vermelho-clara - rigidez cadavérica precoce, intensa e extremamente demorada - sangue na tonalidade menos escura - sinais de anemia cerebral - disjunções das suturas cranianas (às vezes) - sangue de pouca coagubilidade - repleção das cavidades cardíacas - espuma sanguinolenta nas vias respiratórias - erosões e infiltrados hemorrágicos na mucosa gástrica (sinal de Wischnewski) - na pele, flictenas semelhantes aos de queimaduras por frio

b) CALOR - dois tipos de lesões por calor: i. termonose (fonte de calor distante do corpo) ▪ insolação ▪ intermação ii. queimaduras (contato direto com fonte de calor) ▪ eritema ▪ flictenas ▪ escarificação da derme ▪ carbonificação i. Termonose – fontes de calor distantes causam lesões difusas, espalhadas e dispersas ◘ insolações: proveniente do calor ambiental, lesa-se em conta, além da temperatura, os raios solares, a ausência da renovação do ar, a fadiga e o excesso de vapor d’água ◘ intermação: provocada pelo aumento da T corporal e pela má resfriação do corpo, é mais grave que a insolação e ocorre geralmente em ambientes fechados, sem a necessária ventilação - são sintomas letais da termonose: • secreção espumosa e sanguinolenta das VResp. • precocidade da rigidez cadavérica • putrefação antecipada • congestão e hemorragia das vísceras (coup de chaleur) ii. Queimaduras ─ são produzidas lesões por fontes de calor em contato direto com o corpo, seja por fogo, calor irradiante, gazes/líquidos/sólidos superaquecidos ou raios solares) 1º grau: eritema simples (sinal de Christinson), um reação fotodermoide em que somente a pele é atingida por uma vasodilatação com tumefação, mantendo-se íntegra *** Como eritema é uma reação vital, não se evidenciam lesões de 1º grau em cadáveres 2º grau: vesicação, que é a formação de flictenas de conteúdo límpidos ou de colorido amarelo (sinal de Chambert) 3º grau: escarificação, por comprometimento e posterior necrose de todo o tecido dermo-epidérmico e da tela celular subcutêna, formando feridas abertas, que são facilmente infectadas 4º grau: carbonização, superficial ou profunda, de todos os tecidos, inclusive ósseo

RAFAEL F RAMOS - 108 PRESSÃO ATMOSFÉRICA - aumento ou diminuição podem cauasar danos - lei de Boyle-Mariotte - sob temperatura constante, o volume de um gás, varia inversamente, com o aumento da pressão ◘ Carbonização: isolante térmico e elétrico, não raro, órgãos internos permanecem íntegros enquanto o exterior está completamente carbonizado - análise de pelos: ao serem expostos ao calor, podem , dependendo da temperatura, mudar de cor. à 120º C, os pelos castanhos tornam-se loiros e, em 200ºC, tornam-se avermelhados - análise da arcada dentária: elemento com maior resistência, possibilitando uma melhor análise em vítimas expostas a temperaturas acima de 300ºC - Sinal de Devergie → com o aumento da temperatura, a musculatura do cadáver sofre contração post-mortem. Mmss e mmii sofrem acentuada flexaõ e podem mostrar diversas fraturas (aspecto de boxeur, lutador, esgrimista...) Como fazer o diagnóstico: queimadura em vida ou post mortem? Sinal de Montalti → vias aéreas com resíduos de fuligem indicam que a vítima entrou em contato com o fogo ainda viva ◘ Cálculo da área corporal - a extensão da área queimada é, muitas vezes, mais importante do que a profundidade da lesão para determinar a gravidade. É o caso de uma queimadura de primeiro grau, que, por exemplo, pode atingir uma ampla área do corpo - queimaduras de 2º ou 3º grau que comprometam, notadamente as crianças de pouca idade, 30 a 40% da área corpórea, são, quase certamente, mortais - queimaduras de 2º grau que atingem 50% são mortais - queimaduras de 3º grau com comprometimento de 1/3, são mortais

OBS.: Intoxicação por Monóxido de Carbono → tonalidade carminada das vísceras

Mal dos caixões: É comum entre os mergulhadores e outros profissionais que trabalham debaixo d’água ou em túneis subterrâneos. Intoxicação e embolia (maior concentração de gazes dissolvidos no sangue (barotraumas) Mal das montanhas: Altitudes acima de 2.500m. Sintomas mais comuns: cefaleia, dispneia, anoxia, fadiga, insônia, tonturas e vômitos. Mal dos aviadores é uma das modalidades em que a natureza jurídica é por acidente de trabalho Doença dos Monges: forma crônica do mal das montanhas, tem a atividade da eritropoietina (EPO) com o aumento da hematopoiese e consequente maior risco de trombose com dedos em baqueta de tambor - hipóxia relativa - quadro agudo: edemas cerebral e pulmonar, fortes dores de cabeça, náuseas, tonteiras, dispneia, tendência a terer líquidos, espessamento peri-alveolar - melhor espontânea após alguns dias ou coma ou morte ELETRICIDADE - vibração e escoamento de elétrons entre os átomos do condutor elétrico provocada por uma diferença de potencial elétrico existente entre o acumulador e o receptor tentando estabelecer o equilíbrio entre as fontes ◘ Natural: por fenômenos da natureza i. fulminação → age letalmente sobre o ser vivo ii. fulguração → provoca apenas lesões corporais, como o sinal de Lichtenberg (lesão mais notável em vítimas de raios, é causado pela ruptura de pequenos vasos capilares subcutâneos) ◘ Artificial: síndrome de eletropressão é qualquer efeito causado pela eletricidade, letal ou não - Marcas de Jellinek → lesão assinatura de eletropressão (marca de entrada) de baixa tensão, é dura, de bordos elevados, seca, indolor com profundidade variável e pode reproduzir a forma do condutor elétrico - o tipo de morte causado por eletricidade artificial depende da intensidade da corrente: - de 120V: morte cardíaca 120 a 1200V: morte pulmonar + de 1200V: morte cerebral

RAFAEL F RAMOS - 108

RADIOATIVIDADE 1.Raios X: radiodermites (lesões locais) e lesões gerais que afetam órgão profundos, principalmente as gônadas). Classificação das radiodermites em graus, sendo o 3º grau marcado pela necrose (Úlceras de Röentgen) 2.Rádio:Queimaduras e sequelas tardias pela disseminação dos raios alfa, beta e gama 3. Energia Atômica LUZ - preponderam lesões oftalmológicas - o raio laser pode causar lesões ainda maiores não só ao aparelho visual, em especial a córnea e o cristalino, como também a pele SOM - as lesões mais comuns decorrem de acidente de trabalho, notadamente em pessoas que permanencem sem proteção em ambiente de poluição sonora - a intensidade do som pode ser aceitável para o aparelho auditivo do humano, mas se este for exposto por um longo período de tempo a uma constância dessa mesma intensidade, pode vir a ocorrer algum tipo de lesão - epilepsia acustogênica → motivada pela intensidade e permanência de certos ruídos - a perícia se baseia na anamnese, otoscopia e testes audiométricos...


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