M1 pronto - Perguntas e respostas sobre o tema: clínica psicológica com crianças e adolescentes PDF

Title M1 pronto - Perguntas e respostas sobre o tema: clínica psicológica com crianças e adolescentes
Author Gabriela Keller
Course Psicologia 
Institution Universidade do Vale do Itajaí
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Perguntas e respostas sobre o tema: clínica psicológica com crianças e adolescentes...


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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Disciplina: Psicologia Clínica – 8º noturno Professora: Drª Juliana Vieira A. Silva Alunos: Gabriela Keller de Moura M1.1 Responda as seguintes questões de acordo com o caso descrito. a) Quais condições/requisitos um profissional deve ter para trabalhar com crianças e adolescentes? Um terapeuta de crianças e adolescentes precisa ter uma formação um tanto diferenciada de um psicoterapeuta de adultos, pois as demandas e a forma como essas se expressam são muito diferentes quando se trata de crianças e adolescentes. Meira (2009), em sua obra aborda vários requisitos que este tipo de profissional deve ter. Em primeiro lugar, o terapeuta deve ter uma formação muito específica para trabalhar com estas duas faixas etárias para que possa compreender de maneira intensa o funcionamento e desenvolvimento destes. Além disso, o bom terapeuta, conhecendo o processo do adolescente e da criança pode ter a noção mais apurada do que é sintomático e do que não é. Para obter esse tipo de conhecimento deve haver uma constante leitura de obras tanto clássicas como modernas em prol de uma eterna atualização profissionalizante (MEIRA, 2009). As crianças e os adolescentes devem ser valorizados e respeitados em sua fala e comunicação não verbal. O terapeuta deve ter todo o conhecimento bem internalizado dentro de si, mas deve buscar ser espontâneo e criativo para acessar o “mundo” das crianças e adolescentes que, na maioria das vezes é de difícil acesso (MEIRA, 2009, grifo nosso). Ainda mais, o psicoterapeuta deve estar presente na sessão, ou seja, emocionalmente aberto e disposto, permitindo a formação de um vínculo forte e duradouro para que se sintam confortáveis para expressar suas demandas, seja lá quais forem (MEIRA, 2009). Meira ainda traz que, com relação especificamente às crianças, o terapeuta deve estar disposto a se colocar em situações nas quais possa se sujar, sentar no chão, auxiliar crianças que se sujem, entre outros, o que requer, também, uma disposição física adequada. O terapeuta infantil também deve ter a habilidade de regredir e voltar ao normal durante as sessões quantas vezes forem necess´rias para que se possa brincar sem deixar de elaborar as questões que aparecem (MEIRE, 2009). De uma forma geral, o terapeuta infantil deve estar disposto a agir de modo empático

com criança e o adolescente procurando se relacionar com estes dentro de seus universos e não do universo do próprio terapeuta. b) Analise a postura da psicóloga da ONG e justifique suas respostas utilizando de informações sobre as habilidades do psicólogo. Pelo fato de a psicóloga ser recém formada, é notório que a mesma não possuía uma formação específica para ser terapeuta de crianças e adolescentes como Meire (2009) aponta a importância disso em sua obra. Sendo assim, esta psicóloga não soube como acessar o “mundo” daqueles adolescentes que estavam em atendimento grupal no hospital. A primeira questão que foi observada é que não houve formação de vínculo e, segundo Meire (2009), sem um vínculo forte estabelecido o paciente não se sente confiante de trazer aspectos e queixas de sua vida para o atendimento. Ao não compreender aqueles adolescentes com relação ao seu desenvolvimento cognitivo, físico, emocional e psíquico, a psicóloga os tratava muitas vezes com rispidez ao invés do respeito que o terapeuta precisa demonstrar para com seus pacientes. c) Analise se existem os 3 níveis no caso de C.B.S e qual a influência desses sistemas ou não na vida dela. Justifique a sua resposta teoricamente. O modelo ecológico do desenvolvimento é uma teoria de Urie Bronfenbrenner, onde o desenvolvimento do ser humano, depende não só das características biopsicológicas, mas também dos contextos, como se fosse uma série de estruturas encaixadas uma dentro da outra, dividindo o ambiente ecológico em vários níveis: microssistema,

mesossistema,

exossistema,

macrossistema,

cronossistema

(PETERSEN, 2011). Analisando o caso de C.B.S na sua fase de adolescência, conseguimos identificar os três níveis do modelo ecológico. C.B.S foi acompanhada pela ONG Recriar com Você, onde residiu até completar 17 anos no sítio Cheiro de Flor, onde residia com outros adolescentes, e tinha vínculo com duas amigas e com a gestora do sítio, esse era o microssistema da adolescente. Embora esse vínculo não estivesse conectado diretamente com a sua família de origem, mantinha vínculos e laços com aquela comunidade, onde era o lugar de maior vínculo e proximidade da adolescente, onde interagia diretamente e com continuidade.

No estudo de caso apresentado, alguns aspectos não ficam muito claro devido à falta de informações, porém, partindo do pressuposto que a adolescente se encontrava em uma ONG para adolescentes em vulnerabilidade, entendemos que a mesma se encontrava matriculada em uma escola regular, sendo assim conseguimos observar o mesossistema da adolescente, que seria essas interações entre os microssistemas, ou seja, as relações que se estabelecem entre a ONG, escola e amigas. O exossistema engloba as articulações entre pessoas envolvidas no sistema em que a adolescente circula, e que a afetam indiretamente, como por exemplo, a administração da ONG, assistência médica e os atendimentos psicológicos. d) Qual o papel do psicólogo hospitalar e o que você sugere para o psicólogo hospitalar do caso descrito ? O papel do psicólogo hospitalar é atender a dar apoio tanto aos pacientes, como aos familiares ou responsáveis por este paciente, buscando o bem estar físico e emocional, além disso, o psicólogo hospitalar, possui um olhar diferenciado acerca da avaliação e do acompanhamento de pacientes que estão em situação de internamento. Também podem atuar em ambulatórios clínicos, unidades de terapia intensiva, no pronto socorro, e enfermarias, e utilizar as técnicas como: atendimento psicoterapêutico grupal ou individual, que irá depender das instalações físicas do hospital e da mobilidade e demanda dos pacientes (ANDRADE, 2017). Porém, não se deve negligenciar o contexto hospitalar que é muito específico e pontual já que o psicólogo nunca pode saber ao certo quanto tempo aquela criança ou aquele adolescente irá ficar internado na instituição, por isso salienta-se a importância do uso de técnicas breves de psicoterapia.(CREPALDI; RABUSKE; GABARRA, 2006). Além disso, para os mesmos autores, “o foco da intervenção deve ser a situação de doença e hospitalização” e todas as ações a serem desenvolvidas deverão ser traçadas pensando nesta situação (CREPALDO; RABUSKE; GABARRA, 2006, p. 28). Com relação ao desempenho do psicólogo hospitalar, é difícil determinar a sua postura já que não existem muitas informações acerca disto. Mas, como sugestão ficaria o realizamento de atendimentos individuais com C.B.S visto que era agressiva tanto quando criança quanto na adolescência. Outra sugestão seria o psicólogo procurar por estratégias que permitissem trabalhar as demandas dessa menina

durante o curto processo de internação e também que o mesmo tivesse recomendado alguma ação interventiva social na família da criança e também tratamento psicoterápico para entender a reação agressiva da criança e como é a situação familiar atual. e) Se você fosse o psicólogo de C.B.S. durante sua infância ou adolescência como seria sua intervenção? Justifique teoricamente. Faríamos conforme foi sugerido na questão anterior. Tentaríamos alguma técnica como Meire (2009) recomenda para tentar adentrar as brechas de agressividade na C.B.S, tentando estabelecer um vínculo forte, e tentaríamos elaborar com a mesma a questão da cirurgia e do incômodo de ter a perna operada, mas como o tempo é muito curto para um prognóstico de sucesso procuraríamos investigar desde cedo sua situação familiar, já que a perna quebrada e a agressividade extrema são sinais de que algo está errado com essa criança, para evitar que a mesma se visse na condição de que fugir de casa seria sua única solução.

REFERÊNCIAS ANDRADE, D. S. O papel do psicólogo no hospital na visão dos profissionais de saúde. Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: . Acesso em 20 abril 2017. CREPALDI, M.A.; RABUSKE, M.M.; GABARRA, L.M. Modalidades de atuação do psicólogo em psicologia pediátrica. In: CREPALDI, M.A.; LINHARES, M.B.M.; PEROSA, G.B. (Orgs.). Temas em psicologia pediátrica. (pp.13-55). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. MEIRA, A.C.S. Condições essenciais do psicoterapeuta de crianças e adolescentes. In: CASTRO, M.da G.K.; STURMER, A. (Cols.). Crianças e adolescentes em psicoterapia: a abordagem psicanalítica. (pp. 42- 54). Porto Alegre: Artmed, 2009 PETERSEN, C.S. (2011). Avaliação inicial de crianças: a dimensão bioecológica do desenvolvimento humano. In: Petersen, C.S.; Wainer, R. (2011). Terapias Cognitivo-Comportamentais para crianças e adolescentes. Porto Alegre: ArtMed. Complementar:...


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