Manual UFCD 7210 - Prevenção de Infeção PDF

Title Manual UFCD 7210 - Prevenção de Infeção
Author Ricardo Ferreira
Course Biologia e Geologia
Institution Ensino Secundário (Portugal)
Pages 32
File Size 1.9 MB
File Type PDF
Total Downloads 88
Total Views 232

Summary

UFCD 7210Prevenção e controlo na infeção na prestação decuidados pessoais e à comunidadeBRUNO COELHOGUARDA 2021FICHA TÉCNICAObjetivos e Condições de UtilizaçãoO formando deverá complementar os conhecimentos adquiridos e retidos durante a sessão com a leitura do presente Manual. Contém todos os temas...


Description

UFCD 7210 Prevenção e controlo na infeção na prestação de cuidados pessoais e à comunidade

BRUNO COELHO

GUARDA 2021

FICHA TÉCNICA

Objetivos e Condições de Utilização O formando deverá complementar os conhecimentos adquiridos e retidos durante a sessão com a leitura do presente Manual. Contém todos os temas abordados durante o módulo, devendo ser um suporte ao estudo a desenvolver pelo formando, bem como um reforço aos conhecimentos adquiridos durante a sessão. A leitura do Manual não invalida que o formando não aprofunde os seus conhecimentos, através da consulta da bibliografia recomendada ou de outros que julgue convenientes. No final dessa unidade de formação de curta duração, o formando deve ser capaz de: - Identificar os conceitos e princípios fundamentais associados à prevenção e controlo de infeção na prestação de cuidados de higiene, conforto e eliminaç ão; - Identificar situações de risco potenciadoras da infeção associadas aos diferentes contextos de prestação de cuidados em contexto domiciliário e institucional; - Identificar os principais dispositivos individuais e as medidas de precaução individual.

Conteúdos Princípios da prevenção e controlo da infeção, medidas e recomendações - Conceitos de doença, infeção e doença infeciosa - Enquadramento legal do controlo da infeção Conceitos básicos associados à infeção - Epidemiologia da infeção - cadeia epidemiológica * Microrganismos e patogenicidade * Reservatórios ou fontes dos microrganismos * Portas de entrada e de saída dos microrganismos * Vias de transmissão * Hospedeiro e sua suscetibilidade * Resistências anti-microbianas

1

Situações de risco em contexto domiciliário e institucional - Exposição a riscos biológicos * Tuberculose * Hepatite A, B e C * HIV - Manipulação de produtos biológicos Dispositivos individuais e medidas de precaução individual - Equipamento de proteção individual (qual, quando e como usar) - Higiene das mãos (conceito, técnicas, procedimentos) - Uso adequado e seguro das barreiras protetoras - Cuidados de higiene pessoal - Vacinação - Fardamento

Fontes Bibliográficas * www.dre.pt/application/conteudo/127608823 * www.sns24.gov.pt/guia/programa-nacional-vacinacao/ * Orientação de Boa Prática Para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, 2010, Lisboa. * Santana R., Costa C., 2008, A integração vertical de cuidados de saúde: aspectos conceptuais e organizacionais, Revista de Saúde Pública, Volume Temático: 7. * www.covid19.min-saude.pt/

Autor: Bruno Ricardo Ferreira Coelho

2

ÍNDICE Pág 1 – BINÓMIO SAÚDE / DOENÇA ......................................................................................... 4 1.1 – DETERMINANTES DA SAÚDE .................................................................................... 4 1.2 – CUIDADOS DE SAÚDE................................................................................................ 6 2 – MICROORGANISMOS: VÍRUS E BACTÉRIAS.............................................................. 9 2.1 – SISTEMA IMUNITÁRIO ................................................................................................ 9 2.2 – VÍRUS ........................................................................................................................... 9 2.3 – BACTÉRIAS ...............................................................................................................16 3 – HIGIENE DAS MÃOS ....................................................................................................22 3.1 – LAVAGEM DAS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO .........................................................23 3.2 – FRICÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS ...................................................................... 25 4 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S)............................................. 26 4.1 – COLOCAÇÃO E REMOÇÃO DE EPI’S EM CONTEXTO DE SAÚDE........................ 27 5 – VACINAÇÃO ................................................................................................................. 29 5.1 – PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO PORTUGUÊS .................................................30

3

1 – BINÓMIO SAÚDE / DOENÇA O que é a saúde? Será um conceito estático ou um conceito em movimento? Diz-nos René Dubos que a “saúde é uma qualidade da vida que envolve a aptidão social, emocional, mental, espiritual e biológica por parte do indivíduo, resultante das adaptações ao meio ambiente”. Milton Terris entende-a como sendo “um estado de bem-estar físico, mental e social e a capacidade para funcionar, e não somente a ausência de se sentir doente ou incapacitado”. Já Henry Sigerist considera que “a saúde não é simplesmente a ausência de doença; é algo positivo, uma atitude de alegria face à vida e a aceitação entusiasta das responsabilidades que a vida impõe ao indivíduo”. Torna-se claro que o conceito de saúde é muito mais abrangente que um simples estado de ausência de doença física. Devendo ser entendido, e tal como refere a Organização Mundial da Saúde, como sendo “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”. Assim o conceito de doença considera-se como sendo a falta ou perturbação do estado de saúde, que ponha em causa o equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio ambiente.

1.1 – DETERMINANTES DA SAÚDE A saúde do indivíduo depende de um grande número de fatores que condicionam positiva ou negativamente o seu estado de saúde. A esses fatores chamamos de determinantes da saúde. São as circunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem e os sistemas dedicados a lidar com a doença. Estas circunstâncias são, por sua vez, modeladas por um vasto conjunto de forças: económicas, políticas e sociais. Temos como exemplos de determinantes da saúde os seguintes: •

Genes, idade e sexo (Determinantes Biológicos)



Água, ar, radiações e agentes infeciosos (Determinantes Ambientais)



Pobreza, classe social, emprego e educação (Determinantes Socioeconómicos)



Álcool, tabaco, sexualidade, nutrição, exercício e drogas (Estilo de Vida)



Saúde pública, medicamentos e acesso aos cuidados (Serviços de Saúde)

Dahlgren & Whitehead explicam os mecanismos pelos quais as interações entre os diferentes níveis de condições sociais produzem as desigualdades em saúde, desde o individual até o nível das condições económicas, culturais e ambientais que predominam na sociedade como um todo. No âmbito individual, consideram-se algumas características como idade, género e fatores genéticos que influenciam a saúde do

4

indivíduo; no nível imediatamente superior situam-se os fatores relacionados com os comportamentos e estilos de vida (hábitos tabágicos e o sedentarismo). Os comportamentos muitas vezes ultrapassam o limiar das responsabilidades individuais, podendo ser considerados parte dos determinantes sociais quando são fortemente influenciados por informações, propagandas, pressão dos pares, possibilidade de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer. O próximo nível demonstra a influência das interações estabelecidas na sociedade e na comunidade disponibilizadas por meio de redes comunitárias e de apoio, serviços sociais, de lazer e de segurança. Essas redes expressam o nível de coesão social e constituem-se em elemento fundamental para a saúde da sociedade. No próximo nível estão as condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, que colocam as pessoas em desvantagem social pelo maior grau de exposição ao desemprego, à alimentação inadequada, às habitações insalubres, ao menor acesso aos serviços públicos, entre outros. O último nível aponta as condições económicas, culturais e ambientais sendo que estes determinantes agem sobre todos os outros, pois o padrão de vida alcançado por grupos específicos determina a escolha da moradia, do trabalho, das interações sociais e dos hábitos alimentares, com repercussões sobre a saúde. O modelo de Dahlgren e Whitehead destaca a importância dos fatores não-clínicos sobre a situação da saúde dos indivíduos e das populações.

Modelo dos Determinantes Sociais da Saúde de Dahlgren & Whitehead

5

1.2 – CUIDADOS DE SAÚDE Os cuidados de saúde são um conjunto organizado de atividades médicas, gerais e específicas, que se prestam à população de forma coordenada e cujo principal objetivo é assegurar a cada membro da sociedade o melhor nível de saúde possível. Em Portugal encontram-se organizados em vários níveis, a saber: •

Cuidados de Saúde Primários



Cuidados de Saúde Secundários



Cuidados de Saúde Terciários/Cuidados Continuados Integrados



Cuidados Paliativos

Cuidados de saúde primários Os cuidados de saúde primários representam o primeiro nível de serviços de saúde pessoais na comunidade, garantindo cuidados acessíveis, contínuos e completos para as necessidades de saúde ao longo da vida de um indivíduo. Os profissionais que prestam cuidados de saúde primários trabalham com os utentes e as suas famílias. Atendem às suas necessidades de saúde imediatas e a longo prazo, e não apenas em resposta a um conjunto de doenças específicas. Têm uma abordagem que envolve determinantes de saúde mais amplos e aspetos inter-relacionados que influenciam o bem-estar físico, mental e social das pessoas. Estes níveis de cuidados v isam a promoção da saúde e a prevenção da doença; o diagnóstico diferencial e o tratamento são elementares; e quando se torna necessário encaminham para instituições mais especializadas. É o primeiro nível de contacto com o sistema nacional de saúde (Centros de Saúde, UCSP’s e USF’s). Têm como princípios fundamentais •

Ser equitativos e universalmente acessíveis



Permitirem a participação da comunidade na definição e implementação das agendas de saúde



Serem centrados na pessoa e na sua família



Possuir tecnologia apropriada.

Cuidados de saúde secundários Os cuidados secundários ou hospitalares podem ser definidos como o conjunto de atividades de prevenção, promoção, restabelecimento ou manutenção da saúde, bem como de diagnóstico, tratamento/terapêutica e reabilitação, em ambiente hospitalar e realizadas a doentes em fase aguda de doença, cujos episódios se caracterizam pela necessidade de intervenções especializadas, exigindo o recurso a meios/recursos com tecnologia diferenciada

6

A complexidade do atendimento neste nível é maior e o utente já entra em contato com profissionais de saúde mais especializados. São realizados também exames mais detalhados para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Nesta fase, o processo de atendimento é mais personalizado e reforça os cuidados necessários para recuperação da saúde. Já estamos perante uma condição de doença do utente que necessita de tratamento. Este nível de cuidados visa o tratamento/cura da doença; o diagnóstico e/ou tratamento são feitos com recurso a meios e métodos mais diferenciados; implicam custos muito mais elevados para o utente e SNS (Rede hospitalar pública e privada). Cuidados de saúde terciários Os cuidados de saúde terciários, também designados cuidados continuados integrados, designam o conjunto de intervenções sequenciais de saúde e/ou apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global entendida como o processo terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social São cuidados de saúde e de apoio social continuados e integrados a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência. Centram-se na recuperação global da pessoa, promovendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito da situação de dependência em que se encontra (Rede Nacional de Cuidados Continuados e Estruturas de Reabilitação). Os principais objetivos deste nível de cuidados são: •

Prestar cuidados continuados integrados a pessoas em situação de dependência



Investir no desenvolvimento de cuidados de longa duração, promovendo a distribuição equitativa das

respostas a nível territorial •

Qualificar e humanizar a prestação de cuidados



Potenciar os recursos locais e apoiar a criação de serviços comunitários de proximidade



Ajustar ou criar respostas adequadas à diversidade que caracteriza o envelhecimento individual e as

alterações de funcionalidade. Cuidados Paliativos Os cuidados paliativos são um conjunto de cuidados, destinados para a pessoa que sofre de uma doença grave ou incurável, e também para a sua família, com o objetivo de aliviar o seu sofrimento, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida. Os tipos de cuidados que podem ser envolvidos são: •

Físicos: servem para tratar os sintomas físicos que podem ser incómodos como a dor, falta de ar,

vómitos, fraqueza ou insónia •

Psicológicos: cuidam dos sentimentos e de outros sintomas psicológicos negativos, como angústia

ou tristeza

7



Sociais: oferecem apoio na gestão de conflitos ou obstáculos sociais, que podem prejudicar o

cuidado, como falta de alguém para prestar os cuidados •

Espirituais: reconhecer e apoiar em relação a questões como oferecer auxílio religioso ou

orientações em relação ao sentido da vida e da mort e. Todos estes cuidados não podem ser oferecidos somente pelo médico, sendo necessário que exista uma equipa composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e diversos outros profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e um capelão ou outro representante espiritual. São cuidados prestados a doentes em situação de intenso sofrimento decorrente de doença incurável em fase avançada e rapidamente progressiva. Prestam acompanhamento, tratamento e supervisão a doentes em situação clínica complexa e de sofrimento decorrente de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva. São cuidados ativos, coordenados e globais, que incluem o apoio à família, prestados por equipas e unidades específicas de cuidados paliativos, em internamento ou no domicílio. Têm como principais objetivos: •

Promover, tanto quanto possível e até ao fim da vida, o bem-estar e a qualidade de vida dos doentes



Aliviar o sofrimento e o tratamento da dor



Visam o apoio à família durante a progressão da doença e o apoio durante o luto, o que implica o

envolvimento de uma equipa interdisciplinar de estruturas diferenciadas. Os cuidados paliativos são um pouco como a borboleta (metaforicamente falando), “a borboleta vive pouco tempo. Mas nesse pouco tempo, ela poliniza as flores, embeleza a natureza e deixa as pessoas alegres e com um sorriso nos lábios. Ela é o exemplo vivo de que a vida não se mede só em tempo; a vida mede-se também em intensidade.”

8

2 – MICROORGANISMOS: VÍRUS E BACTÉRIAS O que são microorganismos? São organismos unicelulares tão pequenos que não podem ser vistos a olho nu. Encontram-se praticamente EM TODO O LADO. São conhecidos por micróbios ou germes e geralmente dividem-se em 2 grandes grupos: vírus e bactérias. Muitos deles são suscetíveis de causar doenças nos humanos e por isso é importante tomarmos precauções e ter um sistema imunitário fortalecido.

2.1 – SISTEMA IMUNITÁRIO No nosso organismo existem células, tecidos e órgãos envolvidos na defesa contra agentes patogénicos como as bactérias e os vírus, causadores de doenças. É um sistema de estruturas e processos biológicos que protege o organismo contra doenças. De modo a funcionar corretamente, o sistema imunitário deve detetar uma imensa variedade de agentes, desde os vírus às bactérias, e distingui-los do tecido saudável do próprio corpo. Os patogénicos pretendem ultrapassar as barreiras do organismo, resistir e multiplicar-se, e destruir tecidos do hospedeiro. Podem rapidamente evoluir e adaptar-se de modo a evitar a deteção e neutralização por parte do sistema imunitário . Para defender o organismo contra esses invasores, o sistema imunológico deve ter a capacidade de distinguir entre o que pertence ao organismo (o próprio corpo) e aquilo que não pertence (não é próprio do corpo ou estranho). É responsável por promover o equilíbrio do organismo a partir da resposta coordenada das células e moléculas produzidas em resposta ao microorganismo patogénico. A melhor forma de fortalecer o sistema imunitário e fazê-lo responder bem frente a microrganismos invasores é por através de uma alimentação saudável e prática de hábitos saudáveis. Além disso, é importante cumprir o plano de vacinação para estimular a produção de anticorpos e evitar que se desenvolvam doenças no futuro.

2.2 – VÍRUS Os vírus são microorganismos que se destacam, principalmente, pelas doenças causadas no homem, entretanto, eles não parasitam apenas as células humanas. Esses organismos, que só se reproduzem no interior de células, podem infetar qualquer ser vivo, desd e uma bactéria até uma planta. Seres acelulares que não apresentam nenhuma atividade a não ser que parasitem uma célula hospedeira. Todos são constituídos por DNA ou RNA que se vai ligar ao DNA ou ao RNA da célula hospedeira, podendo ainda conter enzimas que ajudam nas reações de “ataque” à célula. São incapazes de se reproduzir e de realizar o metabolismo de modo autónomo.

9

Transmitem-se facilmente de uma pessoa para outra e são pequeníssimos. Os vírus não se podem reproduzir sozinhos, infetam outras células e aproveitam-se do seu material biológico para se reproduzir. Multiplicam-se no interior da célula “hospedeira” e quando esgotam o seu material biológico, destroem-na e libertam-se milhares de novos vírus para o exterior.

Exemplo de um vírus

Os vírus multiplicam-se no interior das células infetadas graças à inserção de seu material genético, que passa a comandar o metabolismo da célula hospedeira. Cada vírus possui um mecanismo diferente de multiplicação. Após se multiplicarem, os vírus podem romper as células infetadas para a libertação de novas estruturas ou o material genético viral pode manter-se ligado ao da célula hospedeira, e a transmissão desse material para novas células ocorre à medida que ela se divide, . Os vírus podem ser encontrados em praticamente todos os locais e infetar qualquer tipo de célula. As doenças causadas por eles são chamadas de viroses e são tratadas com pouca medicação, sendo recomendado normalmente repouso e boa alimentação. É importante frisar que os antibióticos não são eficazes no tratamento de doenças virais.

Vírus podem infetar qualquer ser vivo

10

Como exemplos de doenças causadas por vírus, também chamadas de viroses, podemos citar: •

SIDA



Papeira



Dengue



Ébola



Febre-amarela



Gripe



Hepatites



Herpes



HPV



Meningite vírica



Raiva



Rubéola



Sarampo



Varicela



Covid-19.

Herpes Labial Forma de transmissão: via aérea, contato pessoa-pessoa e contato com objetos contaminados pelo vírus. Sintomas: •

Formação de bolhas e feridas nos lábios



Está presente em cerca de 90% da população mundial (a maioria possui o vírus mas não apresenta

...


Similar Free PDFs