Memorial descritivo - Anotações de aula 5-8 PDF

Title Memorial descritivo - Anotações de aula 5-8
Author Gabriel Scherer
Course Construção Civil I
Institution Universidade Feevale
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Summary

Memorial de especificações de uma obra. Resumo do que precisamos saber dos processos iniciais, estruturais e de alvenaria....


Description

UNIVERSIDADE FEEVALE

MEMORIAL DE ESPECIFICAÇÕES

Trabalho realizado na disciplina de Construção Civil I

São Leopoldo, 2019.

 SERVIÇOS PRELIMINARES/INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS O canteiro de obras deve conter todas as instalações necessárias de maneira planejada e organizada. Não existe obra sem projeto, e o planejamento do canteiro faz parte deste processo da obra. Um canteiro bem organizado contribui para uma melhor qualidade de execução para que tudo fique de acordo com o projeto, além do ganho significativo de produtividade. Ao realizar o seu planejamento, é importante dar ênfase à alguns pontos:

1. ADMINISTRAÇÃO DA OBRA: É expressamente obrigatório e de responsabilidade do contratado obter todas as licenças e aprovações dos projetos, bem como estar atento à todas as leis trabalhistas, prezando a segurança e dando condições de trabalho aos envolvidos com a mão de obra.

2. PLANEJAMENTO: É importante fazer o estudo do layout antes de ir para o canteiro, deixar tudo posicionado e muito claro de como tudo vai funcionar.

3. ESTOCAGEM DE MATERIAS: É preciso analisar os locais de estocagem de materiais, diferenciar o que é perecível ou não é, pois muitos materiais precisam ser protegidos das intempéries, sendo armazenados em locais cobertos;

4. LOGÍSTICA: Quando falamos em logística, estamos falando da redução do número de operações de carga, descarga e transporte, da minimização da distância a percorrer dentro da obra. É preciso sempre pensar no transporte dos materiais envolvidos, e para isso deveremos tomar alguns cuidados:

a) Importante deixar os materiais que precisam ser transportados para os pavimentos superiores perto de elevadores de carga, como por exemplo o concreto e argamassa produzida em obra, se for o caso; b) Importante deixar os materiais perto de onde serão utilizados, criando uma linha de produção mais compacta, reduzindo a locomoção por parte dos operários; c) Deixar a betoneira perto do local onde será utilizada a argamassa produzida;

d) É necessário analisar todos os pontos de carga e descarga e deixar tudo o mais compactado possível, gerando uma logística de transporte adequada dentro do canteiro; e) Na hora de planejar os locais de convivência, importante deixar esta área mais longe da carpintaria, evitando sujeira e muito barulho neste local, gerando um espaço um pouco mais agradável aos peões, que gera melhores condições de trabalho, que gera produtividade.

5. OBRIGATORIEDADES NORMATIVAS: Existem algumas normas que falam a respeito da instalação do canteiro de obras e que precisam ser exercidas: NBR 12284:1991 – Esta norma nos diz respeito às áreas de vivência em canteiro de obra, sobre as obrigatoriedades para as instalações sanitárias, formação de dormitórios, refeitório e outros aspectos relacionados. NR 18 – Determina diretrizes sobre as condições de trabalho na indústria e na construção. Ela é muito importante para minimizar riscos de acidentes e trazer bem-estar aos trabalhadores. NR 06 – Esta norma nos diz respeito aos equipamentos de proteção individual (EPI), indispensáveis para garantir a segurança dos envolvidos na obra.

Fig. 1 – ORGANIZAÇÃO DE UM CANTEIRO DE OBRAS.



LOCAÇÃO DE OBRA

Consiste em transferir para o terreno, em escala real, o projeto de térreo e de fundação. Permite trazer os principais elementos da estrutura, como vigas baldrame, pilares, portas, paredes e outros. Para que a locação seja bemsucedida, é preciso dar ênfase a alguns pontos: 1. O terreno precisa estar limpo e com o processo de terraplanagem e compactação pronto, se for o caso; 2. Os setores da obra devem estar definidos; 3. A referência para o início da locação precisa estar estabelecida; 4. Importante ter acesso ao projeto de planta baixa para fazer a locação da obra;

5. Ao fazer a locação, dependendo o caso, é relevante ter o acompanhamento de um profissional topógrafo, devido a algum desnivelamento do terreno; 6. A transferência dos elementos a planta baixa para o terreno pode ser feita através de pontaletes e linhas de nylon; 7. Materiais a serem utilizados em uma locação: nível de mangueira, teodolitos e níveis, nível de pedreiro, trena métrica, esquadro, linha de nylon, prumo de centro, pontaletes/estacas de madeira, ripas de madeira, marreta, martelo, cavadeira, pregos, tinta;

METODOLOGIA 1. Implantação com gabarito É uma estrutura provisória, construída de tábuas e pontaletes/estacas de madeira, espaçados a 1,5m da construção, que deve ter uma altura de aproximadamente 1,2m. Esta estrutura contorna toda a área edificante da obra, permitindo que sejam construídos eixos que auxiliarão na construção dos elementos da edificação. Para a sua montagem, primeiro é necessário ter uma referência inicial, que pode ser um ponto definido no terreno, uma parede de construção vizinha, alinhamento frontal, etc. Na primeira estaca, medimos do alinhamento até um ponto, que podemos denominar de ponto A. Para termos o alinhamento e deixar o gabarito paralelo, utilizamos o princípio de Pitágoras. Formamos um triângulo com a trena para determinar um ângulo de 90°, e por razões de conferência, medimos as diagonais, que devem apresentar o mesmo valor. Após definirmos o alinhamento, crava-se os demais pontaletes e coloca-se a guia lateral, utilizando uma mangueira de nível. Finalizado os processos anteriores, demarcamos os pontos com pintura e cravamos os pregos. Após isso, passamos a linha de nylon entre os pregos. Os pontos que se cruzam são definidos como pontos, marcados com piquetes. As linhas definem eixos e faces dos elementos.

Fig. 2 – Locação de obra com implantação de gabarito.

2. Implantação eletrônica Este método é exercido através de estações totais que, devidamente programado, permite a locação de elementos na obra com relação as coordenadas planimétricas, denominada X e Y, e altimétrica, denominada Z. O desenho da implantação é transformado em coordenadas, os dados são transferidos para o equipamento que, através de uma mira eletrônica, são transferidas para o terreno com precisão milimétrica.

Fig. 3 – Implantação eletrônica com estação total.



FUNDAÇÃO – ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

É uma estava muito versátil, moldada in loco, que se adapta a muitos tipos de terreno. Excelente para o meio urbano, pois causa muito pouca vibração no solo, além de suportar cargas elevadas. Para executar esta fundação, são necessárias três etapas, sendo elas a perfuração, concretagem e armadura:

1. Perfuração: Esta estaca é perfurada através de um equipamento com trado no formato de espiral, sendo introduzida no solo por rotação. Fazse a perfuração até a profundidade estabelecida em projeto. Em sua execução, é preciso ter cuidado na hora de tirar o trado, pois se removido de forma equivocada, pode desbarrancar as paredes do furo, ocasionando uma perda das características laterais na estaca Hélice Contínua.

2. Concretagem: Ao concluir o processo de perfuração, damos início à concretagem. No trado espiral existe um tubo central vazado, por onde é bombeado o concreto. Conforme vai sendo retirado o trado,

simultaneamente é bombeado concreto sob pressão, processo que é controlado pelo operador através de um computador de bordo, que traz informações como a profundidade e a quantidade de concreto que está sendo injetado no furo. O concreto precisa seguir as especificações da Norma NBR 6122:2010 (Item F.9), que traz especificações a respeito do slump, consumo de cimento, fator água/cimento, agregados e afins. Na hora de fazer a concretagem se faz necessário elevá-la até o nível do terreno para não ocorrer o problema do embuchamento, que ocorre quando a concretagem não é feita de forma correta até o nível do terreno, com isso cai solo dentro da estaca, este solo vira torrões, que ocasiona um problema na hora de inserir a armadura, problema denominado embuchamento. No computador de bordo precisa-se monitorar se a pressão está positiva. Se estiver negativa significa que, a retirada do trado está deixando vácuo, que estou retirando-o mais rápido do que injetando concreto, problema que é denominado estrangulamento do fuste.

3. Armadura: Finalizado o processo de concretagem, é colocada a armação em forma de gaiola, sendo introduzida manualmente dentro da estaca ou com o auxílio de maquinário. As gaiolas precisam ser executadas com barras grossas e estribo em espiral, contudo, as pontas precisam ser afuniladas para não enroscarem na parede da perfuratriz. Não é recomendado o uso de equipamentos para inserir a armadura, pois ela pode escapar e entrar no solo. Para evitar este problema, é preciso verificar se o slump não está baixo e estar atento ao início da pega do concreto.

Fig. 4 – Execução de uma estaca Hélice Contínua.

 ESTRUTURA – CONCRETO ARMADO É uma estrutura de concreto que utiliza sua armação feita com barras de aço, estas ferragens auxiliam na resistência à tração da estrutura. Materiais necessários para a execução do concreto armado: -Cimento: O projeto deverá estabelecer os tipos de cimento adequados, tecnicamente e economicamente. -Agregados miúdos e graúdos: Os agregados não podem ter alta variabilidade quanto a sua granulometria, isso precisa ser deixado claro ao fornecedor do material. Os agregados devem estar praticamente isentos de materiais orgânicos -Água: Caso a água utilizada no amassamento conter substâncias nocivas em quantidades prejudiciais, a resistência do concreto pode ser reduzida. -Armaduras: Verificar se as barras de aço estão com as bitolas corretas e não apresentam sinais de corrosão, o que tornaria inviável sua utilização. É recomendado armazenar as barras de aço o menor tempo possível e recebê-

las já cortadas e dobradas. Em sua armazenagem, é importante colocá-las sobre travessas de madeira, cobrindo-as com lona plástica. -Formas: As mais conhecidas são as de madeira, metálicas e tubos de papelão.

EXECUÇÃO Antes de sua execução é necessário olhar se as barras de aço não apresentam corrosão, fissuras e nem bolhas. É recomendável definir em obra o menor número possível de diâmetros, facilitando sua execução. Quanto a colocação da armadura, é preciso tomar todo o cuidado necessário para que a armadura fique no lugar correto a ser concretado. Insuficiência de concretagem ou má qualidade dele podem acarretar corrosões nas armaduras, sabendo que assim terá um contato maior com as intempéries externas. Atenção para o espaçamento mínimos entre a parte externa da armadura e as barras de ferro, tendo que atingir o cobrimento de concreto regulamentado em norma. A altura máxima para o lançamento de concreto é de 2,5 metros. Ao lançar o concreto direto sobre a laje, espalhar com o auxílio e pás e enxadas. Importante utilizar o vibrador no concreto, a fim de retirar as bolhas de ar.

Ao fazermos a utilização do concreto armado é necessário estar atento para algumas normas:

NBR 6118: Nos diz respeito ao projeto e execução de obras de concreto armado, quanto aos seus procedimentos; NBR 7187: Cálculo e execução de pontes de concreto armado; NBR 7480: Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado; NBR 6119: Cálculo e execução de lajes mistas; NBR 7211: Agregados para concreto.

Fig. 5 – Execução de um radier de concreto armado.

 ALVENARIA CONVENCIONAL Este tipo de alvenaria consiste em uma estrutura onde as cargas são voltadas para o sistema laje, viga e pilar. É formada por assentamento de tijolos a fim de separação de cômodos, proteção da parte interna contra intempéries, isolamento térmico e acústico. EXECUÇÃO Para sua execução são necessárias três etapas, sendo elas a marcação, elevação e encunhamento:

1. Marcação: a) Primeiramente, se faz necessário a limpeza do local onde será colocada a alvenaria; b) Com o local limpo, confere-se a modulação do local, que é a compatibilidade entre as dimensões da parede sem necessidade de quebras ou enchimentos. Para isso enfileira-se os tijolos no

piso sem argamassa, com juntas de 1cm. Se achar mais fácil, pode-se fazer o cálculo medindo o comprimento de um tijolo multiplicado pela quantidade, mais a soma das juntas de 1cm, assim descobrindo se haverá quebras;

c) É feito o chapisco em locais que entrarão em contato com a alvenaria, como vigas, lajes e pilares. Tradicionalmente se faz a aplicação com colher de pedreiro. Em caso de argamassa industrializada para chapisco, se faz a aplicação com desempenadeira dentada. Chapisco rolado é aplicado com rolo de espuma; d) É realizada a colocação de linha de nylon, que é fixada com pregos na argamassa das juntas, com o objetivo de criar uma guia para a primeira fiada de tijolos, que precisa ficar perfeitamente alinhada;

2. Elevação: a) a) O assentamento da primeira fiada precisa começar pelos cantos, espalhando-se uma camada de argamassa no local com colher de pedreiro. Sua espessura normalmente é maior que as demais devido à possível irregularidade do piso, sempre com o auxílio de uma mangueira de nível para saber o nivelamento. b) O processo de assentamento consiste em colocar argamassa, assentar o tijolo e retirar o excesso de argamassa, excesso que pode ser reutilizado para o restante do assentamento; c) A argamassa utilizada neste método deve ser produzida com cimento, cal e areia; d) Cada bloco que for assentado de deve ter seu alinhamento, prumo e nível conferidos. Este processo pode ser executado com régua e o nível de bolha; e) A argamassa deve ser aplicada sobre a superfície da fiada anterior e na face lateral do bloco que será assentado posteriormente. A quantidade de argamassa deve ser suficiente para que um excesso seja expelido quando o bloco for pressionado para ficar na posição correta; f) A distância entre um bloco e outro, as juntas da argamassa, deverá ser de 0,7 a 1,5 cm;

g) É recomendado que em um dia seja elevada a alvenaria no máximo a uma altura de meio pé direito, ou até 1,5 metros de altura;

Fig. 6 – Elevação da alvenaria de vedação.

3. Encunhamento: O encunhamento consiste na ligação do topo de nossa parede de alvenaria e a viga ou laje de concreto armado. Este processo merece atenção a alguns pontos: a) O encunhamento só deverá ser feito após executada a elevação do último pavimento, a fim de evitar trincas na alvenaria. Recomendável que se espere pela cura de 60 dias; b) Para realizar este processo pode ser usado o sistema de argamassa com expansor, argamassa com baixo consumo de cimento e alto consumo de cal hidratada, poliuretano expansivo (desde que fique garantida a estabilidade da alvenaria); c) Para executar o encunhamento é necessário que o local esteja limpo e umedecido; d) Nos vãos das portas se faz necessário a construção de vergas, e nas janelas as vergas e contravergas. Estes elementos segurarão as cargas para que elas não cheguem nas esquadrias, causando fissuras e complicações na hora de encaixar tudo nas aberturas/vãos; e) As vergas e contravergas podem ser construídas com concreto armado.

Fig. 7 – Representação das vergas e contravergas....


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