Orçamento de Produção PDF

Title Orçamento de Produção
Course Controladoria
Institution Universidade de Mogi das Cruzes
Pages 15
File Size 229.6 KB
File Type PDF
Total Downloads 82
Total Views 158

Summary

O orçamento de produção é o principal instrumento para se estimar quanto será gasto para obtenção das receitas definidas no orçamento de vendas, é o documento básico que possibilitará a elaboração dos orçamentos de matérias-primas, mão-de-obra direta e custos indiretos de produção. ...


Description

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO O orçamento de produção é o principal instrumento para se estimar quanto será gasto para obtenção das receitas definidas no orçamento de vendas, é o documento básico que possibilitará a elaboração dos orçamentos de matérias-primas, mão-de-obra direta e custos indiretos de produção. Em sua elaboração estão implícitas decisões de grande impacto sobre a lucratividade da empresa. Nas empresas industriais, grande parte dos custos totais é representada pelos custos de produção. Por isso o orçamento de produção requer a conciliação dos seguintes aspectos:  O atendimento ao orçamento de vendas;  A minimização dos custos de produção;  A minimização dos investimentos em estoques. A responsabilidade pela preparação do orçamento de produção cabe ao responsável máximo pela área de produção e também caberá a ele a responsabilidade por sua execução. A elaboração do orçamento de produção tende a diminuir o conflito entre as áreas de produção e vendas, pois cria a possibilidade um diálogo maior entre as áreas permitindo que as argumentações dos dois lados sejam avaliadas quantitativamente. Conceitos básicos Definição dos dias de estoques de produtos acabados Definição dos dias de estoques de vários elementos, dos quais se destacam: Demanda: o grau de certeza quando à demanda, sua vulnerabilidade e mesmo a sazonalidade afete o perfil de entrega e, consequentemente, dos dias de estoque requeridos para que a organização não perca vendas em demasia e, por outro lado, não tenha excesso de estoque. Prazo de produção: se um produto requer 20 dias para ser elaborado; ter menos do que isso em estoque implica aceitar o risco de perder vendas. Natureza do produto: pode ser entendida em termos de natureza física, natureza tecnológica ou mesmo moda. Significa que manter um estoque de 30 dias para um produto que tenha vida útil de 10 dias implica potencial de aumento de perdas na organização. Benefício da escala de produção: em alguns casos é mais adequada a produção no seu lote econômico com consequente excesso de estoque do que a produção em nível fora da

escala otimizada. Trata-se de decisão pela redução do custo unitário de produção versus aumento do custo de carregamento dos estoques. Tipo de produção: quando a produção a ser desenvolvida é para estoque, e não para atender pedidos especiais. Custo de carregamento de estoques: o alto custo do dinheiro afeta o nível de risco que a organização tolera no seu plano de negócios. Nesse sentido, a avaliação do custo-benefício deve considerar o custo de oportunidade da empresa ao investir em estoque versus os benefícios da não perda de vendas ao definir o nível de dias de estoque.

Análise do nível da capacidade instalada e necessidade de novos investimentos para atender a demanda A terceirização da produção, bem como a adequação desse tipo de direcionamento na obtenção de produtos deve ser considerada de maneira cuidadosa e deve ser tratada com uma ação de longo prazo e não somente como uma oportunidade momentânea. Sua análise não deve ser voltada exclusivamente para a rentabilidade da operação no seu sentido direto e as consequências que têm sobre o resultado no longo prazo também devem ser avaliadas. Produtos em processo Em conjunto aos produtos acabados, deveriam ser definidos os dias de consumo, os quais são influenciados pela racionalidade do layout da planta, distanciamento entre as várias fontes de produção, complexidade do processo, etc. Materiais Após os ajustes da capacidade por redução de produção ou aquisição de equipamentos que foi decidido no momento em que o plano estratégico foi revisado, os materiais devem ser tratados de maneira análoga aos produtos acabados, ou seja, definição dos dias de estoque de materiais por cada tipo. Neste momento que devem ser definidas questões relacionadas com a política de estocagem de insumos, levando em conta escassez, volume de recursos envolvidos e mesmo o quão crítica se constitui essa matéria-prima para as metas de produção. Os estoques de materiais são definidos com base em variáveis, como: Tempo de espera: decorre do intervalo de tempo requerido para que a empresa faça o pedido e receba o insumo e quanto maior este intervalo, maior o risco de perda de produção em caso de não-disponibilidade de materiais para manter o estoque de segurança e garantir a continuidade do processo de produção. Fornecedores: em alguns casos, quando o poder de negociação é pequeno, obriga a organização a se sujeitar ao poder do fornecedor não conseguindo gerenciar o patamar de estoques que desejaria. Reposição de pedido: em certos momentos, o atendimento do pedido é bastante diferente do solicitado aumentando o nível de incerteza quando ao fluxo de produção, quando isto ocorre deve-se aumentar o nível do estoque de segurança para evitar o desabastecimento. Consumo de Materiais

A partir da premissa de consumo de cada matéria-prima, são calculados os consumos por tipo de insumo. Compras Projetadas A valorização das compras de cada insumo após a definição das quantidades nos permite obter os valores que irão alimentar a conta de fornecedores, bem como apuração do ICMS, Pis, Cofins e outros. Horas Trabalhadas Com base nas premissas de consumo de mão-de-obra, as horas produtivas são calculadas e, a partir do indicador hora produtiva/hora trabalhada, identifica-se o número de pessoas necessárias para atender ao nível de produção.

Programação da produção e políticas de estoque A programação da produção é um dos pontos mais difíceis na administração das empresas industriais. E quando aumentam o número de operações do processo produtivo e o número de componentes de um produto, as dificuldades são ainda maiores. Além dos estoques de matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados, os outros materiais (materiais de manutenção e materiais para uso indireto ou para novos projetos) requerem um tratamento especial por não manterem uma relação direta com a atividade corrente da produção. Quando os valores desses estoques são significativos a elaboração da política correspondente deve levar em conta o consumo de cada item durante um logo período de tempo, e recorrer a técnicas estatísticas e matemáticas visando identificar o comportamento futuro. A programação de produção e o controle dos estoques devem ser feitos individualmente, por item fabricado ou por família de produtos ou grupo de itens que apresentam semelhanças

no

processo produtivo. Como geralmente ocorre, apenas um

pequeno número de itens representam a maior parte do faturamento e da

produção

é

necessário ordenar os itens numa curva ABC, seguindo um critério de valor e dedicando maior atenção aos itens mais representativos. Produção Constante A produção teria um nível constante durante todo o exercício e os excessos ou faltas de produção seriam atendidos pelos estoques, porém este método apresenta algumas desvantagens como: maiores áreas para estocagem, despesas vultosas com seguro e armazenagem, maiores riscos de obsolescência física ou técnica e maiores custos financeiros de investimentos em estoques. Produção ao nível de vendas Neste método os estoques são mantidos ao mínimo e a produção mensal varia em função das vendas, ou seja, haverá estoques acumulados se as vendas de determinado período forem inferiores ao planejado; caso contrário, se a procura for superior ao planejado, a produção será intensificada ou a entrega dos

produtos será adiada, até que se possa

reprogramar a produção. É um método muito utilizado em empresas fabricantes de produtos perecíveis ou empresas cujos produtos sejam de difícil estocagem. As desvantagens desse método são: Requer uma maior capacidade produtiva, que deve ficar ociosa durante considerável parcela do ano; Nível de emprego de mão-de-obra apresenta fortes oscilações durante o exercício, o que implica maiores despesas com admissão e a demissão de pessoal, maiores despesas de treinamento e menor produtividade. Produção por ciclos Este método consiste na fabricação contínua da quantidade total anual de determinado produto, durante certo período de tempo e é utilizado quando o custo de substituição de equipamentos torna proibitivas alterações frequentes da composição dos produtos fabricados a qualquer momento.

As vantagens desse método decorrem da minimização dos custos de substituição de equipamentos e do tempo perdido com o ajustamento das máquinas para a fabricação de outros produtos. As desvantagens decorrem da formação de estoques: áreas de estocagem custos de manutenção de estoques, riscos de obsolescência e custo do capital investido. Políticas de estoque Os estoques estão intimamente ligados à produção e à venda de mercadorias sendo assim extremamente importantes para uma perfeita coordenação entre essas duas funções, desvinculando o programa de produção do programa de vendas, o que possibilita não só uma maior flexibilidade na produção como também a fabricação em quantidades mais econômicas. Sem a estocagem de matérias-primas, haveria necessidade de adquirir nos momentos precisos as quantidades exatas exigidas pela produção, o que impediria a otimização da função de compra, que é conseguida através da obtenção de melhores preços por quantidade e tempo de entrega. Os estoques devem ser objeto de políticas específicas por parte da alta administração da empresa, pois proporciona maior flexibilidade à empresa em suas atividades de compras e a maximização dos resultados globais da empresa, que só poderá ser conseguida através de uma política definida nos mais altos escalões da empresa. Os níveis de estoques intervêm em quase todas as áreas funcionais da empresa: Área de suprimentos: para otimização de seus objetivos específicos, interessa a compra em grandes volumes e a obtenção de prazos longos para a entrega das mercadorias; Área de produção: se beneficia com estoques maiores de matérias-primas, obtendo maior flexibilidade na fabricação; Área de vendas: interessa maiores estoques, porque assim consegue a redução dos prazos de entrega aos clientes; Área financeira: que objetiva a minimização de investimentos em estoques, pois absorvem fatias significativas do ativo total da empresa. A definição da política de estoques requer, além dos fatores já considerados, a consideração das características de vendas e da produção dos bens analisados: Características das vendas são os seguintes: Prazos de obsolescência

física ou técnica; Reação do mercado a atrasos na entrega; Tamanho e frequência dos pedidos; Sistema de distribuição. Características da Produção Tipos de processamento; Flexibilidade da produção;

Exigências de qualidade, limite de vida útil e risco de obsolescência. O tipo de programação escolhido, as características das vendas e as características da produção são alguns dos fatores considerados na definição da política de estocagem, porém a análise só será completa com face dos custos decorrentes de sua manutenção, estudo este que pode ser feito através do Modelo de Lote Econômico. O Modelo de Lote Econômico está relacionado à compra de matérias-primas e à estocagem de produtos acabados e produtos em elaboração, através dele podemos determinar o número de unidades a serem encomendadas de dado item a ser estocado, caso sejam conhecidos o seu consumo previsto e os custos de obtenção de armazenagem, por obtenção do produto entendendo-se sua compra ou fabricação. Apesar das dificuldades de mensuração dos custos envolvidos, o conceito do lote econômico nos fornece, mesmo através de aproximações grosseiras desses custos, uma visão mais objetiva e racional das decisões de investimento em estoques. Após a obtenção do orçamento de produção, o

passo

seguinte

consiste

na

determinação do custo dessa produção. Orçamento do Custo de Produção O orçamento de Custo de Produção pode ser classificado em três categorias distintas. Orçamento de Matérias-Primas A preparação desse orçamento requer o cumprimento das seguintes fases: a) Determinação das quantidades de matérias-primas

exigidas

para

o

atendimento da produção A determinação da quantidade de matérias-primas exigidas para o atendimento da produção baseia-se no orçamento de produção e em dados históricos da composição de matérias-primas de cada produto. E é nesta fase é que se deve ser definidos as épocas do ano em que seu consumo deve ocorrer. b) Estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas Uma ótima política de estoque constitui-se num conjunto de regras de decisão que permitem atender às necessidades de consumo a um custo mínimo em termos de investimento em estoques.

Essas regras de decisão dever ser operacionalizadas de modo que o almoxarife sabia quando deve ser emitida a solicitação de compra ao departamento de suprimentos e em que quantidade. E devem ser detalhadas de maneira que se disponha pelo menos para a grande maioria dos itens, de informações sobre os estoques mínimos e máximos a serem mantidos, sendo esses limites fixados em quantidades físicas ou valores monetários. c) Elaboração do programa de suprimentos (Orçamento de Compras) Representa a determinação do programa de aquisição de matérias-primas necessárias para o atendimento dos planos de produção e estoque. A responsabilidade pela sua elaboração cabe à área de suprimentos.

Na sua elaboração deverão ser consideradas as conveniências de compras em termos de preços, prazo de entrega e demais condições. d) Determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção. Esta fase consiste na valorização, utilizando-se para isso dos preços estimados até o início do período atingido pelo orçamento, corrigindo-se os mesmos com índices que geralmente são estabelecidos pelo departamento de orçamentos e aprovados pela diretoria. A responsabilidade pela sua elaboração cabe aos executivos do departamento de compras, uma vez que a estimativa dos custos unitária de matérias-primas assume grande importância, pois representam uma parcela significativa dos custos totais de produção. Com base na experiência e expectativa de inflação determinam-se os percentuais de aumento e também as épocas em que os mesmos devem ocorrer, levando em conta as tendências das condições de mercado que regerão o período em análise. Os custos de matérias-primas incluem o preço da matéria-prima menos os descontos obtidos e mais as despesas de fretes e taxas de desembaraço alfandegário, quando for o caso e devem ser estabelecidos em consonância com os critérios adotados pelo sistema de custos da empresa. Orçamento de mão-de-obra direta Este processo de elaboração também é de grande importância, pois absorve parcela substancial dos custos totais. Orçar a mão-de-obra direta significa: Estimar a quantidade de Mão-de-obra direta que será necessária para cumprir o programa de produção; Projetar a taxa horária que será utilizada e, Calcular o custo total de mão-de-obra. O orçamento pode ser apresentado detalhando-se as quantidades e os valores de mãode-obra direta por produto, centro de custo e período de tempo. Este orçamento, agregado aos orçamentos de matéria-prima e de custos indiretos, permitirá a apuração do custo total de produção.

Neste orçamento está implícita uma das mais importantes decisões por parte da organização, a definição de sua política de pessoal, pois se trata do nível de emprego a ser mantido durante todo o período orçamentário. A política salarial é que fornecerá dos dados quanto às taxas horárias a serem utilizadas no orçamento. A elaboração deste orçamento traz grandes benefícios a empresa, pois por requerer a fixação antecipada das taxas salariais, de acordo com a política salarial da empresa, tendem a oferecer oportunidades para o estudo dos efeitos da influência dos salários sobre a produtividade. E permite também ao departamento de pessoal definir programas de recrutamento e treinamento. A sua elaboração envolve dois passos básicos:

Determinação do número de horas necessárias A responsabilidade pela definição do número de horas necessárias é primeiramente atribuída ao departamento produtivo e de maneira global a responsabilidade cabe ao executivo máximo da área de produção. Os métodos normalmente utilizados são: a) Registros de tempos e movimentos pela engenharia industrial, que busca através do estudo de tempos e movimentos das tarefas executadas na elaboração de um determinado produto, determinar tempos- padrão de fabricação; b) Estimativas diretas do supervisor, que se baseiam em informações históricas e em julgamento pessoais, feitas diretamente pelo supervisor do departamento para as empresas que não dispõem dos serviços de engenharia industrial. Este método é mais adequando às empresas que fabriquem por encomenda ou se utilizem processos pouco automatizados, de produção em pequena escala. c) Estimativa de um grupo assessor, a estimativa neste método, se baseará nos registros de custos da empresa, buscando encontrar relações entre o número de horas de mão-de-obra direta e os volumes produzidos. Porém cabe ressaltar que a escolha de um desses métodos deve ser efetuada em função das características de cada empresa, bem como do sistema de custo utilizado. A determinação do número de horas necessárias para o atendimento das exigências da produção geralmente é feita por nível de seção e as diferenças entre categorias são levadas em consideração quando da fixação de taxas horárias. Também devem ser considerados os tempos considerados improdutivos e períodos de ociosidade. Valorização em termos monetários Cabe ao executivo máximo da produção a responsabilidade pela fixação das taxas horárias, que devem estar dentro da política salarial da empresa. A mão-de-obra direta inclui os custos de pessoal identificados como atividades específicas da produção. Porém, há uma questão controversa, quanto a classificação dos encargos sociais correspondentes, aos prêmios e aos valores de horas extras, pois algumas empresas defendem como sendo custos diretos, portanto, mão-de-obra direta ou custos indiretos de produção.

Outras defendem a exclusão dos mesmos, pois entendem que esses custos adicionais não interferem na natureza do trabalho executado. Custos indiretos de produção Os custos indiretos de produção são todos os custos incorridos ao nível departamento ou ao nível de fábrica como um todo e não podem ser classificadas como mão-de-obra direta ou matéria-prima, tais como materiais indiretos (combustíveis, lubrificantes, lixas, etc.), mãode-obra indireta empregada, depreciação, material de escritório e outros. Normalmente são gastos que não podem ser alocados a um único departamento, então são alocados a cada departamento através dos critérios de rateio do sistema de contabilidade de custos da empresa. A responsabilidade pela sua elaboração é dividida entre dos diversos chefes dos setores ou centro de custos, mas sua aprovação cabe ao executivo máximo da área de produção. É um dos orçamentos mais

complexos, devido a heterogeneidade dos itens envolvidos e a dificuldade de correlacionar com o montante de custos indiretos aos volumes de produção. Os custos de produção podem ser classificados quando à sua variabilidade em relação à produção em três distintas categorias: Custos fixos: são aqueles incorridos quer haja produção ou não e independem do volume de produção, exceto se houver um aumento muito grande na escala de produção; Custos variáveis: são aqueles que oscilam numa proporção constante com a produção, onde se esta for nula, eles não existirão; Custos semivariáveis: são aqueles que variam com a produção, mas não em proporção direta, são compostos por uma parcela fixa e outra variável. Elaborados os orçamentos de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de produção, os mesmos são aprovados e reunidos para a apuração do custo das unidades a serem produzidas....


Similar Free PDFs