René Descartes e a modernidade PDF

Title René Descartes e a modernidade
Author Luana Lantyer
Course Filosofia e Ética
Institution Universidade do Vale do Paraíba
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Summary

Redação relacionando o filme Matrix com René Descartes...


Description

Re n é D e s c a r t e s e a m o d e r n i d a d e A D R I A N A C AR LO TA B E C K, LU A NA B Á R B ARA M E D EI R O S , M A RI A E D U AR D A C U S T Ó D IO , S E LM A D E O LI V E I RA , V I N Í C I U S B RAG A M E N D ON Ç A .

UM POUCO SOBRE A TEORIA DE DESCARTES René Descartes nasceu na França, em 1596, em um momento de intensa crise da sociedade e cultura europeia. Foi um dos principais pensadores do racionalismo, expondo suas ideias com cautela para evitar a condenação da igreja. Descartes é considerado um dos pais da filosofia moderna ao fundar a obra Discurso do método, que afirma: todos os homens têm, por natureza, a mesma razão e a capacidade de pensar com lógica. O princípio básico de sua filosofia baseia-se na frase “cogito, ergo sum”, que significa “penso, logo existo” ou “duvido, logo sou” explicada na obra História da Filosofia: Do humanismo à Descartes: Sem qualquer passagem argumentativa. Efetivamente, apesar de ser formulada como qualquer silogismo, "penso, logo existo", tal proposição não é um raciocínio, mas uma intuição pura. Não se trata da abreviação de uma argumentação como a seguinte: "Tudo aquilo que pensa existe; eu penso, logo, existo." Trata-se simplesmente de um ato intuitivo graças ao qual percebo minha existência enquanto é pensante. (REALE E COL., 2004, p.293)

A base de seu pensamento é a dúvida, portanto, René valorizava a atividade do sujeito pensante em relação ao real a ser conhecido. O método racional é caminho para garantir o conhecimento de uma teoria cientifica. Em sua obra Discurso do método o principal fundamento é duvidar daquilo que suscitar duvidas, o chamado “ceticismo metodológico”. O ceticismo metodológico possui 4 preceitos: A primeira regra baseia-se na ideia de não se deve acatar nunca como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência, ou seja, evitar acuradamente a precipitação e a prevenção, assim como nunca se deve abranger entre nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e distintamente à nossa inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida. (..) A segunda regra é a de "dividir cada problema que se estuda em tantas partes menores, quantas for possível e necessário para melhor resolvê-lo. A terceira regra é a de conduzir com ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-se, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais complexos, supondo uma ordem também entre aqueles nos quais uns não precedem naturalmente aos outros, (...) A última regra é a de fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais a ponto de se ficar seguro de não ter omitido nada (REALE E COL., 2004, p.289 e 290).

DESCARTES E A MODERNIDADE: “MATRIX” O filme “Matrix” lançado em 1999 por Lana e Lilly Wachowski, demonstra, no gênero de ficção cientifica, a história de um jovem programador chamado Thomas Anderson (Keanu Reeves), que, de noite é um hacker que invade sistemas de computador ilegalmente com o apelido de Neo. Ao se deparar com a constante pergunta: “o que é Matrix?”, dedica-se a encontrar Morpheus (Laurence Fishburne), o que o protagonista não sabe é que ele é observado há um tempo por Morpheus, até que a famosa hacker, Trinity, o leva até ele para à luta contra a dominação dos homens pelas máquinas. Morpheus oferece uma pílula azul, com efeito de esquecimento, e uma vermelha, para que possa continuar e descobrir afundo a Matrix,

conduzindo Neo para uma nova dimensão do mundo, mudando então, a rasa concepção de um jovem extremamente curioso para uma profunda reconstrução de seu conhecimento sobre o universo e o homem nele inserido, representada pela citação: Estamos diante da humanização radical do conhecimento, reconduzido a sua fonte primigênia. Em todos os ramos do conhecimento, na cadeia das deduções, o homem deve proceder de verdades claras e distintas ou de princípios auto evidentes. Quando esses princípios não são facilmente identificáveis, é preciso hipotetizá-los, seja para ordenar a mente humana, seja para fazer emergir a ordem da realidade - confiança na racionalidade do real -, às vezes coberta por elementos secundários ou pela sobreposição de elementos subjetivos, acriticamente projetados fora de nós. (REALE E COL., 2004, p.294) Ou seja, a parte “estamos diante da humanização radical do conhecimento”, representa, no universo da Matrix, as máquinas e a inteligência artificial a qual Neo brigava contra. Já em “às vezes coberta por elementos secundários ou pela sobreposição de elementos subjetivos, acriticamente projetados fora de nós”, percebe-se o quanto Descartes cogitava a possibilidade de existir elementos que encubram a verdade. A Matrix, é um exemplo claro do quanto a realidade é protegida pela ilusão e o quanto a ilusão leva os homens para longe da verdade através do ato de não duvidar. Diante disso, no filme há uma realidade virtual, que faz parte apenas de uma simulação interativa neural, a que chamam de Matrix. O protagonista, ao questionar a natureza da sua realidade busca uma resposta para cessar essa incerteza. A comparação que pode ser feita entre Neo e Descartes, dá ênfase na investigação incessante pela realidade autêntica – não virtual – porque assim como o protagonista, René questiona tudo que está a sua volta. O pensador francês, buscando a verdade, duvida e atesta que a consciência é enganosa, tendo como princípio: “tudo é tido como falso”. A única maneira que René tem como certeza é a própria dúvida, demonstrada em sua ideia: “duvido logo existo”. A busca pela autenticidade nos movimenta e nos motiva a buscar a verdade, também demonstrado pelo protagonista, que não apreciava a sensação de não poder controlar sua vida bem como as coisas ao seu redor. Então ao aceitar a pílula vermelha, Neo observa que o mundo que ele conhece não existe na realidade e faz apenas parte de uma simulação de computadores. A verdadeira realidade é um futuro distópico em que a raça humana é cultivada em pequenas cápsulas para se obter energia que alimenta um sistema de inteligência artificial enquanto a mente deles é submersa em uma realidade simulada. Ao analisar algumas citações de Descartes vê-se certa semelhança com o protagonista do filme. René Descartes cita que: “Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir .”, o que Neo faz é filosofar quando escolhe descobrir a realidade, abrindo então seus olhos. Em outra citação Descartes diz que: “Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.”, o protagonista após entrar em choque ao contemplar a realidade, acorda desorientado e alarmado numa cápsula de líquido, com uma série de conectores em na sua pele, demonstrando o quanto é doloroso e demorado o processo de “libertação” do mundo virtual. “Para examinar a verdade, é necessário, uma vez na vida, colocar todas as coisas em dúvida o máximo possível.”, nessa frase de René percebemos que Neo colocou a dúvida em primeiro lugar e conseguiu atingir a pura verdade. Por fim quando Descartes cita que “Não é suficiente ter uma boa mente: o principal é usá-la bem.”, vemos que o protagonista, um hacker extremamente inteligente, conseguiu usar suas habilidades mentais a seu favor.

REFERÊNCIAS BIBL IOGRÁFICAS REALE, G.; ANTISERI, D. HISTÓRIA DA FILOSOFIA: Do Descartes. Tradução Ivo Stomiolo. São v. 3, 2004. 339 p. Tradução de: Storia della filosofia.

humanismo à Paulo: Paulus,

MATRIX. Direção de Lana Wachowski, Lilly Wachowski. 1999. (150 min.)

BEZERRA, Juliana. René Descartes. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/descartes/ Acesso em 16 de junho de 2019...


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