Resenha 3 - Um discurso sobre as ciências PDF

Title Resenha 3 - Um discurso sobre as ciências
Author Robson José de Oliveira Brito
Course Filosofia
Institution Universidade Federal de Pernambuco
Pages 2
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Summary

Santos apresenta uma série de concepções que explanam o que ele chama de “paradigma emergente”, ou “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente”. Assim, ele assume uma “via especulativa” que seria a única possível para abordar a “configuração do paradigma que se anuncia no horizonte”...


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – CAA CURSO DE PEDAGOGIA – NFD DISCIPLINA: Teoria da Complexidade e Educação – 2018.1 PROF.: Aline Renata Alunas (os): Robson Brito

Resenha

O paradigma emergente (p. 59-79)

Santos apresenta uma série de concepções que explanam o que ele chama de “paradigma emergente”, ou “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente”. Assim, ele assume uma “via especulativa” que seria a única possível para abordar a “configuração do paradigma que se anuncia no horizonte”. Em suas palavras, o paradigma emergente decorre de uma especulação “fundada nos sinais que a crise do paradigma atual emite” e é também “produto de uma síntese pessoal impregnada na imaginação sociológica”. Boa Ventura de Souza Santos explica que o paradigma emergente gira em torno de três máximas, resumidas a seguir. Primeiro que no paradigma emergente, a distinção dicotômica entre ciências naturais e ciências sociais passa a ser superada. Os avanços da física e da biologia questionam os conceitos de distinções orgânico / inorgânico, seres vivos / matéria inerte e humano / não humano, e diferentes teorias teriam introduzido na matéria “os conceitos de historicidade e de processo, de liberdade, de autodeterminação e até de consciência” nas ciências naturais. Neste processo, as ciências sociais e as humanidades passam a surgir com maior relevância. Segundo o autor, há uma “emergente inteligibilidade da natureza” presidida “por conceitos, teorias, metáforas e analogias das ciências sociais”, e a partir disso nota-se que as teorias físico-naturais, uma vez pensadas em seu espaço epistemológico e metodológico específicos, se aplicam no domínio social. Além disso, a ciência pós-moderna abraça a concepção humanística das ciências sociais. Onde a ação humana é subjetiva e torna a humanidade como objeto central do conhecimento, o que por sua vez necessita de um método próprio (qualitativo) e ganha maior resistência à separação sujeito / objeto, dando preferência a compreensão do

mundo do que à sua transformação. Desta forma, o mundo será natural e social ao mesmo tempo. Por último, a ciência moderna é um conhecimento parcial, que avança por especialização, rigorosamente formulado e analisado no campo empírico. Mas também é disciplinar, que “segrega uma organização do saber orientada para policiar as fronteiras entre as disciplinas e reprimir os que as quiserem transpor”. A ciência pósmoderna será local pois se formará a partir de temas importantes para os grupos sociais e também total pois como lembra a fala de Santos, elege como horizonte “a totalidade universal de que fala Wigner ou a totalidade indivisa de que fala Bohm”. Assume-se desta forma como analógica utilizando-se o uso de conceitos e teorias fora do seu contexto de origem. Ela contará com a “pluralidade metodológica”, “fusão de estilos”, “interpenetrações entre cânones de escrita”, “uso de vários estilos segundo o critério e a imaginação pessoal” e “constelação de métodos” para buscar o não dito que permanentemente existirá nas problemáticas estudadas. Mas que deveriam impulsionar o conhecimento em vez de desmerece-lo, pensando-se aqui na ideia de continuidade e imprevisibilidade da ciência.

Referências

SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2008. (20-59)...


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