Resenha Crítica - A História Secreta Da Obsolescência Programada PDF

Title Resenha Crítica - A História Secreta Da Obsolescência Programada
Course Sociologia Geral Ciências Sociais -
Institution Universidade Estadual de Montes Claros
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Resenha Crítica sobre o documentário "COMPRAR, JOGAR FORA, COMPRAR: A HISTÓRIA SECRETA DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA" Direção de Cosima Dannoritzer. Espanha/França: Produção: TVE / Arte, 2010 (53 min)....


Description

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES CENTRO DE CIÊCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA CURSO DE DIREITO DISCIPLINA – SOCIOLOGIA GERAL PROF. GEELISON FERREIRA DA SILVA ACADÊMICA ANDRESSA VITORIA SANTOS E SOARES

RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO COMPRAR, JOGAR FORA, COMPRAR: A HISTÓRIA SECRETA DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

COMPRAR, JOGAR FORA, COMPRAR: a história secreta da obsolescência programada. Direção de Cosima Dannoritzer. Espanha/França: Produção: TVE / Arte, 2010 (53 min).

Cosima Dannoritzer nasceu em Dortmund na Alemanha no ano de 1965. Como roteirista e diretora ela produziu documentários com ênfase em temas sobre tecnologia, ciência e ecologia. Além do documentário A História Secreta da Obsolescência Programada, pelo qual se tornou conhecida internacionalmente e recebeu diversos prêmios, a diretora também produziu A Tragédia do Lixo Eletrônico, obra que fala sobre a grande quantidade de lixo eletrônico que é despejada ilegalmente em países de terceiro mundo. O Documentário Comprar, jogar fora, comprar aborda a obsolescência programada, uma ideia que consiste em fabricar produtos como uma data de validade préestabelecida, para que assim o consumidor precise comprar de novo, tendo como objetivo a contínua produção e lucro das indústrias. A explanação inicia-se com Marcos, em Barcelona, quando sua impressora para de funcionar e todos os técnicos o aconselham a comprar uma nova. Marcos seria mais uma “vítima” da obsolescência programada, que surgiu em nossa sociedade nos anos 20 quando as indústrias começaram a diminuir a vida útil dos produtos, iniciando-se com a lâmpada. Assim, formou-se o primeiro cartel mundial, Phoebus, uma união das principais fábricas de lâmpadas, impondo que as mesmas não deveriam ter duração maior que 1.000 horas. A obsolescência programada surge juntamente com a produção em massa e a sociedade de consumo. Antes disso os produtos eram feitos pretendendo uma longa durabilidade, porém, a produção acelerada e o acumulo de bens culminaram na Crise de 1929, causando uma grande recessão econômica nos Estados Unidos. Sendo assim, com a necessidade de vencer a Grande Depressão, Bernard London, um investidor imobiliário, sugeriu sair da crise tornando a obsolescência programada obrigatória, no entanto, essa ideia

não foi aceita. Em vez disso, nos anos 50, a obsolescência planejada ressurgiu, mas não se tratava mais de obrigar o consumidor a comprar, e sim de seduzi-lo a tal prática. É fato que a obsolescência planejada foi criticada. Um de seus críticos é Serge Latouche, professor de economia da Universidade de Paris, que condena a ideia por querer proporcionar um crescimento sem limites em um planeta limitado e propício a sofrer com a escassez de recursos. Quem também não aceita a ideia da obsolescência programada é Marcos, que procura consertar sozinho sua impressora, e assim, acaba descobrindo a existência de um chip dentro dela responsável por fazer a impressora parar de funcionar após determinado número de impressões. O documentário volta para o ano de 1940, e procura analisar a posição dos químicos e engenheiros que eram obrigados a produzir mercadorias de qualidade inferior. Traz-se como exemplo o químico Dupont, criador do Nylon. A fibra sintética foi testada na produção de meias para as mulheres da época, e concluíram que o fio teria alta durabilidade, significando que os produtores não venderiam muitas meias. Assim, ordens foram dadas pra a produção de fibras menos resistentes, com menor vida útil. Essa realidade, no entanto, só existia nos países capitalistas do ocidente. O bloco Leste e socialista sofria com a escassez de matéria-prima, por isso não havia sentido na obsolescência programada. Em Berlim Oriental, uma fábrica começou a produzir lâmpadas de longa duração, que foram recusadas pelo lado Ocidental e, assim que o muro caiu, a fábrica foi fechada. Essas lâmpadas de longa duração, só existem agora em museus. Outro exemplo da obsolescência planejada é mostrado, dessa vez, nos anos 2000, e na era da internet os consumidores vão lutar contra essa ideia que já se fixou em nosso sistema econômico. Casey Neistat produz um vídeo denunciando a Apple pela produção de iPods com bateria de baixa duração e que não disponibilizavam novas baterias para consumo. O caso acabou sendo levado a justiça e, com o apoio de milhares de consumidores, foi realizado um acordo que consistia na Apple prolongar a vida útil dos iPods e disponibilizar para venda novas baterias. Essa sociedade do consumismo exacerbado descarrega seus excessos, ilegalmente, nos países de terceiro mundo, a exemplo Gana. Sob a premissa de diminuir o abismo digital existente entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, nações do Norte geoeconômico enviam lixo eletrônico, declarados produtos de segunda mão, para a África. Esses resíduos, sendo grande parte proveniente da empresa Apple, destroem a natureza e o meio ambiente de Gana.

O documentário retorna á história de Marcos, que procurando na internet, encontra um site da Rússia oferecendo um software gratuito que possibilita zerar a contagem de impressoras com o chip contador. Assim como Marcos, muitos estão tentando lutar contra a obsolescência programada, um deles é Warner Philips, descendente da família fabricante de lâmpadas. Dessa vez, ele vai de contra a tradição dos produtos com baixa durabilidade e fabrica uma lâmpada LED que dura 25 anos. Outra vertente da luta contra a obsolescência planejada é a reformulação da produção, chamada “do berço ao berço” essa ideia sugere que as fabricas funcionem como a natureza e não produzam resíduos, mas sim nutrientes. Existem também críticos mais radicais que propõem reformular toda a nossa economia e valores. No final do documentário, Marcos instala o software em seu computador, o programa limpa o chip contador e faz a impressora voltar a funcionar. O documentário é uma clara crítica ao nosso sistema consumista e de produção em larga escala. A obsolescência programada desencadeia graves problemas ambientais e, sabendo-se que nosso planeta tem recursos limitados que já começaram a desaparecer, é preciso lutar contra esse sistema promovendo o consumo consciente e a produção sustentável. Mas principalmente, é necessário mudar nossa cultura e estilo de vida em que relacionamos a felicidade ao consumo....


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