Resenha DA Serie Cooked EP1-2 PDF

Title Resenha DA Serie Cooked EP1-2
Author Tatiane Goularte
Course Nutrição Clínica
Institution Universidade de São Paulo
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Summary

resenha serie ...


Description

ALUNA -TATIANE GOULARTE SUAVI Ficha técnica: 

Nome do Livro que inspirou o documentário: Cozinhar, Uma História Natural da Transformação



Nome Documentário: Cooked



Autor: Michael Pollan



Plataforma: Netflix



Ano:2016



Duração: 58 min episódio 1 /50 min episódio 2



Nome episódios Fogo e Água (respectivamente)



Nacionalidade EUA

Episódio 1- Fire (fogo)

O documentário do mestre Michael Pollan, baseado no livro dele (no Brasil foi traduzido para Cozinhar, Uma História Natural da Transformação), disponível no Netflix. Esse primeiro episódio da série traz muitos assuntos relevantes e interessantes, mas que também podem causar certa polêmica.Logo no começo são mostrados alguns dados históricos como, por exemplo, que a espécie humana é a única que cozinha de fato, e foi justamente por desenvolver essas habilidades que o nosso corpo foi capaz de evoluir até chegar onde chegamos hoje. Conforme os primatas foram aprendendo técnicas básicas (aquecer, cozinhar, assar), o nosso corpo foi se modificando: não tínhamos mais músculos tão fortes nas mandíbulas e os dentes e a boca foram ficando menores; paralelamente, o cérebro começou se desenvolver e aumentar de tamanho. Tudo isso porque os alimentos cozidos demandam menos energia do nosso

corpo para mastigação e digestão. Compare com um animal ruminante, por exemplo, ele passa mais da metade do dia mastigando e isso gasta muita energia. Portanto, poupar esse gasto fez com que usássemos essa energia para modificar/evoluir partes do nosso corpo. O Pollan diz, inclusive, que se não fosse esse ponto crucial na evolução não seríamos como somos hoje. Uma parte bem legal traz questões como "o que ato de cozinhar realmente significa". Significa amor, entrega, carinho, união, cultura, generosidade, tenho sempre está abordagem com meus pacientes que o comer é muito mais do que somente colocar o alimento na boca. E com o passar do tempo perdemos todos esses adendos que envolvem a cozinha. Noto sempre quando atendo paciente e no documentário trás muito bem como hoje em dia não gastamos quase nada do nosso tempo cozinhando, mas vendo os outros cozinhando na TV, em competições por exemplo. Outra parte muito legal é quando ele fala sobre procedência. De onde vem a sua comida? Uma pergunta tão básica, chega a ser besta. Mas, piores são as respostas: do supermercado, do armário da minha casa, da minha geladeira. Um desconto vai, porque acho que isso é fruto da falta de informação que nos assombra hoje e da tal praticidade da vida moderna. As pessoas não são burras, nem estúpidas, nem ignorantes. Falta informação de qualidade e de verdade circulando por aí. Agora vem a parte polêmica. Com todos esses dados e fatos, o documentário se mostra ligeiramente contrário a práticas como alimentação viva (na qual todos os alimentos são consumidos crus ou "cozidos" a, no máximo, 40 graus Celsius) e vegetarianismo (sem alimentos provenientes de animais). Em relação à alimentação viva, o fato de consumirmos quase tudo praticamente cru não seria compatível com a ideia de que cozinhar os alimentos faça parte da nossa evolução. Já sobre o vegetarianismo, o autor defende a hipótese de que uma agricultura realmente sustentável envolve a criação de vegetais e animais juntos. O ciclo de nutrição da natureza funcionaria da seguinte forma: as plantas alimentam os animais que, através de seus excrementos, fornecem adubo para as plantas. Portanto, focar o consumo somente nos vegetais não seria sustentável para o planeta.

Independente dos extremos, acho que o resumo desse primeiro episódio é: vamos olhar para as tradições/costumes/crenças e absorver tudo o que elas têm de bom para nos dizer. Cozinhar, fazer um churrasco, não comer carne, consumir somente alimentos crus. Nos como nutricionistas temos que estar abertos com olhar amplo, pois vamos atender pacientes com várias ideologias, respeitar e orientar na minha visão é o melhor caminho.

Episódio 2- Water (água)

O episódio seguinte, água, ajuda a termos uma reflexão sobre os nossos hábitos alimentares e as escolhas que fazemos com a nossa alimentação. Mostra como a falta de tempo tornou opcional o ato de cozinhar e como isso faz com que as pessoas escolham atalhos, geralmente comida processada, congelada e ou simplesmente uma tele-entrega para colocar em suas mesas todos os dias. Achei super valido trazer dados científicos de tempo de cozinhar na atualidade dita como moderna, hoje o americano passa em média 27 minutos por dia cozinhando. Em 1965, eram gastos 60 minutos na preparação de alimentos. São eles, os americanos, o povo que passa menos tempo cozinhando do que qualquer outro povo do mundo. Porém, até 1980, não haviam crianças com diabetes tipo 2, considerado uma doença exclusiva para adultos. E o que vemos hoje são milhares de crianças desenvolvendo a doença. Foi comprovado que as taxas de obesidade crescem de maneira inversamente proporcional ao tempo que gastamos cozinhando, ou seja, quanto menos se cozinha, mais cresce o número de obesos. O Brasil este cada dia mais próximo de dados como dos americanos a evolução de doenças crônicas e alarmante, podemos

observar

que

a

cultura

de

comidas

prontas

aumentou

significativamente nas últimas décadas. O episódio água também mostra como a publicidade moldou o nosso hábito e nossas preferências alimentares. São exibidas algumas propagandas dos anos 60 e 70 que podem parecer absurdos hoje, mas que na época faziam total

sentido. Em várias delas, dizia-se que a comida processada chegava para salvar as pessoas dos horrores da comida caseira. Mais bizarro é saber que nos Estados Unidos a indústria de alimentos processados cresceu pela necessidade de escoar a produção após o final da Segunda Guerra, já que essa comida era produzida para alimentar as tropas e como não havia mais tropas, era só dar essa comida para a população em geral.

Nos dias de hoje podemos ver como as propagandas fazem uma apelação dos

industrializado,

lembro

de

duas

propagandas

que

fazem

isso

perfeitamente, suco em pó Tang, mostrando crianças felizes e utilizando as frutas para retratar que vem de frutas naturais, e outra clássica é do Danoninho que vale por um bifinho. Nós como nutricionistas temos que reeducar nossos pacientes com o olhar do que tem dentro destes produtos os ultaprocessados, muitos não tem nem ideia do que consome ou o quanto isso faz mal à saúde só pensam no marketing e praticidade. Achei interessante é que Pollan diz que ele não quer convencer e nem obrigar as pessoas a cozinhar. Ele quer atrai-las pelo prazer de cozinhar, as vezes em atendimento eu tento usar o argumento da memória afetiva de cozinhar, muitos pacientes fazem o resgate de voltar a cozinhar pensando neste tópico. A maior conclusão deste episódio está na fala de um estudioso: que você pode comer o que quiser, mesmo que seja torta com bolo com cookie com sorvete, desde que você faça todas essas coisas. A linha da nutrição de comportamento alimentar veio para trazer exatamente isso, fazer o paciente entender que comer a comida de verdade: tubérculos, carnes e frutas é o caminho certo. Um grande avanço foi nosso Guia Alimentar Brasileiro 2020, deixando claro a questão dos ultaprocessados, destacando o desembalar menos e descascar e cortar mais, acho que temos que usar isso como mantra para mostrar aos pacientes desta importância, educa-los sobre comer comida de verdade....


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