Resenha - Documentário Escolarizando o Mundo: o ultimo fardo do homem branco PDF

Title Resenha - Documentário Escolarizando o Mundo: o ultimo fardo do homem branco
Author William Freitas
Course Politica e Legisl Educacional
Institution Universidade Católica de Pernambuco
Pages 2
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Summary

Gestão Educacional e Escolar Professora: Sandra Montenegro Aluno: William Silva de Freitas O documentário “Escolarizando o mundo: o ultimo fardo do homem branco” (Schooling the World: The White Man's Last Burden), dirigido por Carol Black, apresenta ao espectador um lado perverso da educação, estabe...


Description

Gestão Educacional e Escolar Professora: Sandra Montenegro Aluno: William Silva de Freitas

O documentário “Escolarizando o mundo: o ultimo fardo do homem branco” (Schooling the World: The White Man's Last Burden), dirigido por Carol Black, apresenta ao espectador um lado perverso da educação, estabelecendo uma forte crítica a forma que a educação moderna se organizou e estabeleceu no mundo e como suas práticas corroboram para uma tentaiva de homogeneização cultural. Em uma parceiria americana-indiana, o documentário nos traz como premissa a ideia de que nem sempre fora a intenção da educação promover a autonomia e a emancipação, principalmente se esta estiver a serviço de interesses políticoseconômicos, e para tal, documentário parte de algumas situações, como a de Ladakh, situada no sudeste asiático – conhecida como pequeno Tibet – epicentro de disputas políticas entre Índia, Paquistão e China, e o esforço da cultura budista tibetana em manter viva suas raizes culturais e linguísticas. A partir desta perspecitiva, documentário faz um retrospecto, em que, a priori parte dos danos causados pela colonização e seu plano de “desculturação” das sociedades tradicionais, e posteriormente, os impactos do processo de globalização principalmente em países subdesenvolvidos. Neste ponto, a crítica estabelecida pelo documentário gira em torno da coloniozação violenta; a exploração sofrida em defesa dos interesses do capital; e a mais contundente, a respeito da educação moderna globalizada. Situações de desculturação de povos são exemplificada em diversas partes do documentário, ao mostrar relatos de pessoas que associam o declínio dos valores culturais aos impactos da educação moderna que, ao desconsiderar os aspectos dacultura local em detrimento de uma hipervalorização de uma cultura ocidental urbana e de consumo material, descaracteriza os partícipes desta forma de educação, assim, afastando-os de duas origens, e tornando-os estrangeiros de suas próprias culturas. O documentario também destaca que, diversas vezes, práticas nocívas a essas culturas vem, também, de atitudes que aparentam ser bem intencionadas. A ideia de que se está democratizando a educação, levando-a aos locais mais “remotos”, trazendo o que há de moderno, e “ajudando aqueles que não tem acesso a educação” se camufla em meio a práticas que, à primeira vista parecem ser benéficas, mas logo manifestam suas

incoerências e consequências. A exemplo disso, Carol Black nos revela os depoimentos de uma senhroa alemã que relata de forma orgulhosa e feliz que arrecadou fundos para construir um alojamento para que as meninas de Ladakh possam residir perto da escola e ; e das crianças matrículadas na Escola Missionária Moráviana Leh (no bloco english commands de world), em que uma delas diz gostar de ser ensinada em inglês pois assim poderá iur a outros países, alem de falar que os alunos que são pegos falando sua lingua nativa pagam uma multa de 5 rúpias. Tanto na fala da senhora alemã, quanto das meninas, é perceptível não há uam tomada de conhecimento dos impactos negativos de tais situações, pois muitas vezes tais impactos são cobertos pela ideia de que “devemos levar educação para todos”, porém, se ao menos refletir sobre as práticas. Apesar do filme se projetar no que ocorre principalmente em Ladakh, a crítica ao modelo educacional moderno também se aplica em outros contextos, e nesta perspectiva, o documentário gira em torno da ideia de que até que ponto o estabelecimento de um curriculo padronizado é benéfico para diferentes pessoas, culturas e sociedades? Desta foma, o documentário de Carol Black se manifesta como um importante alerta ao paternalismo ocidental e suas consequências, sufocando culturas inteiras, rompendo elos milenares, e criando outros artificialmente. A escolarização apoiada nos modelos europeu e norte-americano – aliados ao advento da globalização e consolidação da lógica capitalista – acabaram por não permitir se repensar currículos, pedagogias e especializações que se moldem à cultura de determinada sociedade, de maneira que tal educação possa se inserir nessa sociedades mantendo suas tradições vivas e organicas. Ao se negligenciar as culturas não hegemônicas, se reproduz uma educação que, assim como na música que encerra o documentário (Little Boxes, de Malvina Reynolds), transforma as pessoas em “caixinhas”, onde “todas elas parecem simplesmente iguais”.

Referências Bibliográficas Escolarizando o Mundo: o ultimo fardo do homem branco. Direção: Carol Black, Estados Unidos e Índia. 2011....


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