Resumo A alegoria do patrimônio PDF

Title Resumo A alegoria do patrimônio
Author Karina Braun
Course Patrimônio Histórico Cultural
Institution Universidade do Vale do Taquari
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CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. Tradução de Luciano Vieira Machado. São Paulo: Estação Liberdade/Ed.UNESP, 2001.

 INTRODUÇÃO – MONUMENTO E MONUMENTO HISTÓRICO François Choay é historiadora das teorias e das formas urbanas e arquitetônicas na Universidade de Paris, a autora reconstitui a concepção, ao longo do tempo, do que vem a ser patrimônio histórico. Isso inclui um mergulho no conceito de monumento histórico e nas diferenças entre conservação e restauração. O livro alegoria do patrimônio, traz inúmeras reflexões de cunho teóricas relativas à preservação patrimonial. A autora aborda, de modo crítico e didático como se deu a evolução do conceito de monumento ao longo da história ocidental, e principalmente como este conceito está associado ao imaginário e à memória das populações que convivem com determinados bens patrimoniais, discute também a relação entre o poder público e a instituição de monumentos. A introdução intitulada Monumento e Monumento Histórico, capítulo ao qual estou responsável, apresenta uma discussão sobre conceitos de patrimônio e monumentos, relacionado à construção de identidade histórica e à memória local. No início do texto a autora caracteriza conceitos para facilitar a compreensão de sua aplicabilidade no texto. Logo conceitualiza a palavra patrimônio estando ligada às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de um sociedade. Já património histórico: A expressão designa um fundo destinado ao usufruto de uma comunidade alargada a dimensões planetárias e constituído pela acumulação contínua de uma diversidade de objectos que congregam a sua pertença comum ao passado: obras e obras-primas das belas-artes e das artes aplicadas, trabalhos e produtos de todos os saberes e conhecimentos humanos (CHOAY, 2014, p 11). No livro A alegoria do patrimônio, François escolhe abordar a categoria que para ela mais diz respeito a vida de todos e de cada um, o património edificado. No passado, monumentos históricos e patrimônio poderiam ser confundidos e até considerados sinônimos. Quando, na França, é criada a primeira Comissão dos Monumentos Históricos, em 1837, as três grandes categorias de monumentos históricos eram constituídas pelos vestígios da Antiguidade, pelos edifícios religiosos da Idade Média e por alguns castelos. No final da Segunda Guerra Mundial, o número de bens inventariados aumentou em dez vezes, mas a sua natureza não tinha mudado quase nada. Eles derivam, essencialmente, da arqueologia da história erudita da arquitetura. Posteriormente seriam todas as formas da arte de construir: Eruditas e populares; Urbanas e rurais; Todas as categorias de edifícios; Públicos e privados; Santuários e utilitários. Todas as formas da arte de construir, foram anexadas, sob novas denominações, chamadas de Arquitetura Menor.

A palavra patrimônio histórico se transformou no que a autora chama de “palavra-chave da mídia”. Criticando a relação da mídia ao patrimônio, pois para Choay: O culto prestado hoje em dia ao patrimònio histórico exige, pois, mais do que uma verificação de prazer. Exige um questionar, uma vez que ele é o revelador, negligenciado e, contudo, incontestável, de um estado da sociedade e das questões que nela existem (CHOAY, 2014, p 12). Choay (2006) chama o monumento como sendo tudo o que for edificado por uma comunidade de indivíduos para recordar ou fazer que outras gerações de pessoas recordarem acontecimentos, sacrifícios, ritos ou crenças. É nesse sentido que: O monumento assemelha-se bastante a um universo cultural. Sob múltiplas formas, parece estar presente em todos os continentes e em quase todas as sociedades, quer elas possuam ou não escrita. O monumento, segundo os casos, recua as inscrições ou acolhe-as, tanto com parcimônia, como de forma liberal, por vezes até se cobrir com elas e estimular uma deriva em direcção a outras funções (CHOAY, 2014, p 18). O monumento deve ser algo ligado diretamente a memória, de forma a se ter uma relação com o tempo vivido. Logo o monumento, seria o edifício criado pela beleza, que “impõem atenção sem pano de fundo”. Em grande resumo, o monumento seria o edifício criado e determinado para uma designação em específico, planejado e bem estruturado para tal finalidade, já que o monumento é diferente, seu valor não se dá pela funcionalidade planejada, mas sim pelo calor que o edifício vai adquirindo, conforme seu valor para a sociedade com aquilo que representa. O monumento tem por finalidade fazer reviver no presente um passado engolido pelo tempo. O monumento histórico mantém uma relação diferente com a memória viva e com a duração. É as diferentes relações que os monumentos e os monumentos históricos mantém com o tempo, a memória e o sabem, que impõem uma diferença maior relativa à sua conservação. Adotar práticas de conservação de tais monumentos, obras, lembranças sem dispor de um referencial histórico, sem atribuir valor particular ao tempo e a duração, sem ter colocado a arte na história, é totalmente desprovido de sentido, acaba levando ao esquecimento. Todo objeto do passado pode ser convertido em testemunho histórico sem que para isso tenha tido, na origem, uma destinação memorial. De modo inverso, cumpre lembrar que todo artefato humano pode ser deliberadamente investido de uma função memorial (CHOAY, 2014, p 26). A partir deste conceito, tudo se quer guardar e nada esquecer, nascem as políticas de memória, vale citar a Memória do Holocausto, utilizada pela autora como exemplo. Monumentos e memórias são únicos e não reproduzíveis e devem portar consigo para o futuro seus elementos caracterizadores e as marcas de seu tempo. Instrumentos e suportes materiais da memória,

individual e coletiva permitem infinitas possibilidades de atualização e interpretação ao longo do tempo, por um grupo social ou por uma consciência individual. Para finalizar vale citar o último parágrafo da autora, que apresenta bem qual o intuito de sua obra. “Numa palavra, não quis fazer da noção de património histórico e da sua utilização o objecto de um inquérito histórico, mas o tema de uma alegoria” (CHOAY, 2014).

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Françoise Choay inicia seu capítulo analisando etimologicamente a palavra patrimônio. Esta, está ligado à estruturas familiares, sendo referente à posse. Patrimônio histórico, por sua vez, aparece como sendo uma ressignificação, ocorrendo com o acréscimo do adjetivo, refere-se ao acúmulo de uma sociedade, a nível mundial, de bens que remetem ao passado, e que seja produto dos saberes e conhecimentos humanos. Seguindo uma mesma linha, a autora escreve que existe uma distinção, por vezes não evidenciada, entre monumento e monumento histórico. Nas palavras de Choay, monumento é tido por: [...] seu modo de acção sobre a memória. Não só ele a trabalha, como também a mobiliza pela mediação da afectividade, de forma a recordar o passado, fazendoo vibrar à maneira do presente. Mas, esse passado invocado e convocado, de certa forma encantado, não é um passado qualquer: foi localizado e seleccionado para fins vitais, na medida em que pode, directamente, contribuir par2a manter e preservar a identidade de uma comunidade, étnica ou religiosa, nacional, tribal ou familiar (CHOAY, 2014, p. 17-18).

Em seguida a autora aborda alguns marcos temporais tais como a primeira Comissão dos Monumentos Históricos ocorrida na França em 1837, onde se subdividiu os monumentos em três grandes categorias (vestígios da Antiguidade, edifícios religiosos do medievo, e alguns castelos). Em década de 70 do Século XIX, o Japão passa pela assimilação do tempo ocidental e adota a preservação patrimonial. Anteriormente os japoneses concebiam arte como algo que não era antigo ou novo (de forma estanque) mas, sim, vivo. No mesmo período os Estado Unidos começam a proteger o patrimônio natural, mas muito pouco o edificado, salvando apenas habitações individuais de personalidades nacionais. Em 1931, em Atenas, ocorre a primeira Conferência Internacional para a Conservação dos Monumentos Históricos. Posteriormente a esses dados, Choay traz a problematização no que tange a questão do patrimônio se tornar um “empecilho” ao “desenvolvimento” O acordo patrimonial e o ajuste de práticas conservadoras não se faz, no entanto, sem dissonâncias [...] Na Europa, como noutros locais, a inflação patrimonial é igualmente combatida e denunciada por outras razões: custos de manutenção, inadaptação às necessidades actuais, acção paralisante sobre os grandes projectos de ordenamento do território. São igualmente invocadas a necessidade de inovar e às dialéticas de destruição que, ao longo dos séculos, substituem os antigos monumentos por novos. Com efeito, sem recuar até à Antiguidade ou à Idade Média, e restringindo-nos a França, basta recordar as centenas de igrejas

góticas destruídas nos séculos XVII e XVIII em nome do “embelezamento”, substituídas por edifícios barrocos ou clássicos (CHOAY, 2014, p.15)

A essa questão soma-se a vontade dos arquitetos, querendo marcar o espaço urbano com seus estilos arquitetônicos variados, indo de encontro à percepção de uma conservação não estanque (exemplificado no Museu do Louvrè). Na sequência, Françoise Choay retorna a diferenciação entre monumento e monumento histórica. Segundo ela, monumento deriva de recordação, de carga afetiva, uma memória viva. Sua produção parte de um passado selecionado a fim de preservar a identidade de uma comunidade. É tido como um dispositivo de segurança, uma garantia da sensação de não ser esquecido (função antropológica). A partir do século XVII, monumento é caracterizado como algo mais voltado a edificações do que um agente da memória. Atualmente, a ideia de monumento fora alterado. Hoje, o monumento deixou de ser signo para ser sinal. As motivações que a autora são, por exemplo, a grande abrangência que se deu ao conceito de arte e a “perda da memória orgânica” capaz de ser detentora de todas lembranças e dos sentimentos que elas carregam (dado as novas formas de registro em massa como a prensa de Gutenberg). Novas modalidades tomaram frente no carregar da memória [...] a fotografia é uma forma de monumento adaptado ao individualismo da nossa época: o monumento da sociedade privada, que permite a cada um obter em segredo o regresso dos mortos, privados ou públicos, que fundam a sua identidade (CHOAY, 2014, p 22)

Emprega-se, hoje, no monumento a tarefa de ser o portador da história “que não se deve esquecer”, ao invés da história que “se quer ser lembrada”, portador, por vezes, do horror e medo. Esquece-se os símbolos e se faz uso do real. Do mesmo modo, as sociedades actuais desejaram conservar viva, para as gerações futuras, a recordação do genocídio do povo judeu da Segunda Guerra Mundial. Melhor do que os símbolos abstractos ou imagens realistas, melhor do que fotografias, são os próprios campos de concentração, parte integrante do drama comemorando, com as suas barracas e câmaras de gás, que se tornaram monumentos. Bastou um arranjo discreto e algumas etiquetas: da sua velha morada, para sempre deserta, os mortos e os seus carrascos advertirão até à eternidade aqueles que forem a Dachau ou a Auschwitz (CHOAY, 2014, p. 23).

Por fim, a autora faz uso das palavras de A. Reigl onde a diferenciação fica explícita com a caracterização a priori e a posteriori de monumento e monumento histórico: [...] o monumento é uma criação deliberada (gewolte), cujo destino foi assumido a priori e à primeira tentativa, ao passo que o monumento histórico não é desejado inicialmente (ungewolte) e criado enquanto tal. Este último é constituído a posteriori pelos olhares convergentes do historiador e do amador, que o seleccionam de entre e massa dos edifícios existentes e de que os monumentos representam apenas uma pequena parte. Todo o objecto do passado pode ser convertido em testemunho histórico sem ter tido por isso na sua origem um destino memorial. Inversamente, recordêmo-lo, todo o artefacto humano

pode ser deliberadamente investido de uma função de memória (CHOAY, 2014, p. 24-25)



CAPÍTULO I - OS HUMANISMOS E O MONUMENTO

ANTIGO

A autora Françoise Choay inicia o primeiro capítulo da obra remontando á temporalidade dos séculos XIV e XV, para situar o nascimento do monumento histórico em Roma. É nesta temporalidade que ela se direciona para fazer uma crítica historiográfica, referente as pilhagens ocorridas nas obras romanas por parte dos humanistas. Também transpassa neste capitulo a arte grega juntamente com as humanidades antigas, em que diversas das obras gregas foram levadas para todo o mundo e muitas delas copiadas, devido a sua grande beleza. Desta forma podemos verificar que o patrimônio citado neste capitulo se direciona ao material, esculturas, pinturas e as grandes obras de engenharias, principalmente Gregas e Romanas. Os objetos gregos espoliados pelos exércitos romanos começam por entrar discretamente no interior de algumas residências patrícias, mas seu status muda no momento em que Agripa pede as obras entesouradas no recôndito dos templos sejam expostas à vista de todos, à luz viva das ruas e dos grandes espaços públicos. (CHOAY; Françoise, 1925, p. 33)

A autora ainda frisa ainda que, nenhuma obra, monumento ou construção tem um valor histórico. Porém faço a ressalva para a temporalidade em que a autora escreve esta obra, no ano de 1925, tendo ela uma visão a frente de seu tempo, criticando a falta de cuidado e zelo para com obras históricas tão importantes para a humanidade, porém tão malcuidadas e sem respaldo algum das autoridades governamentais. A comparação com a modernidade ocidental deve, contudo, ser relativizada. Na verdade, nenhum princípio proíbe a destruição dos edifícios ou dos objetos de arte antigos. Sua preservação se deve a causas aleatórias. Além disso, nem os bens móveis colecionados (esculturas, pinturas, vasos, camafeus) nem os edifícios antigos (religiosos ou civis) admirados são investidos de um valor histórico. (CHOAY; Françoise, 1925, p. 34)

Parte importante deste capitulo é também o que a autora chama de “restos”, referindo-se aos monumentos e a todas estruturas deixadas pelos gregos e romanos, situando-se durante a idade média ou período medieval, como estas estruturas foram tratadas durante este período posterior a queda de ambos os impérios, Grego e Romano. Trazendo até o leitor diversos relatos, tristes ao meu ver, da utilização destes monumentos históricos, muitos se transformando em igrejas ou em templos religiosos ou ainda em habitações para habitantes para a população medieval. Não deixando de ser monumentos históricos, porém não sendo preservados para que em um futuro distante ainda sejam apreciados e vistos como obras do passado da humanidade. Na Provença, os anfiteatros de Arles são transformados em fortaleza; suas arcas são fechadas, constrói-se um quarteirão de habitações sobre suas arquibancadas e edifica-se uma igreja ao centro. Até nos arcos de triunfo erguem-se torres de defesa, como a que foi erigida no século XII sobre o arco de Sétimo Severo pelos Frangipani. (CHOAY; Françoise, 1925, p. 36)

A autora traz como conceitos principais os “cortes cronológicos”, em que a mesma se refere à o recorte temporal estudado ou lido, no qual deve-se estudar minuciosamente as especificidades de cada caso ocorrido referente a estes patrimônios, sendo eles preservados ou não. A autora utilizada também como palavrachave “antigüizante”, utilizada para definir a primeira fase do período em os vestígios históricos se concentram e são tratados como tais, somente os edifícios e obras da antiguidade.

----------------------------------Françoise Choay, autora do livro, inicia o capítulo nos séculos XIV e XV, para situar o nascimento do monumento histórico em Roma. Ainda neste capítulo refere- se a um novo clima intelectual que se desenvolve em torno das antigas ruínas de Roma. Relata também, que o nascimento do monumento histórico, nesta região, deu-se por volta de 1420. “A coleção antiga de obras de arte, que antecipa o múseu, parece ter surgido no fim do século III a.C. Entre a morte de alexandre e a cristianização. O território grego

revela a elite culta de seus conquistadores”.. A partir deste trecho, a autora faz uma analogia, questionando a cultura medieval e relativiza a modernidade ocidental. Segundo Choay, muitos monumentos perderam o sentido e outros sofreram terríveis destruição, principalmente pelo proselitismo cristão e pela indiferença

em

relação ao uso destes monumentos. Durante as décadas de 1420 e 1430, ocorreram fortes dialogos entre os artistas e os humanistas. A autora explica que os primeiros formaram o olhar dos segundos, que por sua vez, revelavam a perspectiva histórica e a riqueza da humanitas grecoromana. O canteiro de obras romano é visto, segundo a autora, como uma lição de construção, porém, arquitetos como, Ghiberti ou Filarete ao contrário dos arquitetos do “quattrocento”, não deixaram de mencionar as obras dos séculos XIII e XIV. Seria entediante, afirma Choay, enumerar todas as medidas de proteção tomadas em Roma até o fim do “quattrocento”. Baseado na razão ou no sentimento, todo esse discurso, geralmente, se transformará na justificativa da demolição, mascarando e autorizando a destruição real. É assim que em Roma, os discursos da perspectiva artística, histórica e o da conservação, contribuem para o surgimento de um novo objeto: reduzido apenas às antigüidades, para um pequeno e erudito público, porém, nem por isso deixa de construir a forma original do monumento histórico, conclui a autora.



CAPITULO II “A Época dos Antiquários – Monumentos Reais e Monumentos Figurados”

No presente capítulo a autora faz uma análise da questão da preservação e conservação do patrimônio histórico entre os séculos XVI e XVIII, dando ênfase para os colecionadores particulares, denominados no período como antiquários, que a partir de suas pesquisas conseguiram obter grande número de objetos que julgavam ser de interesse histórico.

Neste período (XVI – XVIII) ainda não ser observava uma ação por parte dos Estados Nacionais visando à proteção do patrimônio histórico, pois este ainda era um conceito um tanto quanto incipiente e em vias de desenvolvimento. Durante mais de dois séculos, a pesquisa foi desenvolvida por uma rede de eruditos de todas as nações da Europa. Surpreendentemente, diferentes por seu nascimento (da média burguesia à alta aristocracia), por sua condição (religiosos e leigos, diletantes e profissionais, homens de letras e homens de ciência) e por sua fortuna, estavam unidos na mesma paixão pela Antigüidade e pelas antiguidades (CHOAY, 2006, p.63). As buscas pelos objetos históricos de interesse dos Antiquários tinham como ponto central inicial a tão almejada antiguidade Greco-Romana, com seus monumentos, construções e objetos. Por muito tempo, esse período da história foi o que despertou mais interesse nos antiquários. Por volta dos séculos XVI e XVII, havia dois principais grupos de pessoas interessadas em colecionar e preservar materiais que remetessem a época clássica: os antiquários, como já comentado e os humanistas. Este é um importante ponto que a autora traz em sua análise e serve como uma espécie de condutor das práticas dos antiquários que são estudadas nesse capítulo do livro. Para diferenciar os dois grupos – antiquários e humanistas –, a autora utilizase de um conceito interessante, denominado como “hierarquia da confiabilidade (p.62)”. Para os humanistas, os documentos do período clássico consistiam em fatos incontestáveis do ponto de vista da confiabilidade histórica. Já para os antiquários, os objetos e monumentos da antiguidade eram o que representavam de mais assertivo no que se referia à veracidade do passado. A autora segue sua análise abordando outro ponto muito importante do capítulo: o surgimento das antiguidades nacionais. Esse ponto de inflexão – que surge no final do século XVI – dos interesses dos antiquários representa uma enorme mudança do foco, deixando o mundo greco-romano e centrando-se na história de cada nação. Em seus novos focos de busca, os antiquários julgavam ter encontrado uma característica histórica que unia grande parte das...


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