Resumo de O Capital cap. 21, 22 e 23 PDF

Title Resumo de O Capital cap. 21, 22 e 23
Author Bruno Pereira
Course Economia Política
Institution Universidade Federal de São João Del Rei
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Resumo de O Capital capítulos 21, 22 e 23...


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RESUMO: O CAPITAL ECONOMIA POLÍTICA CAP 21/22 Reprodução Simples Todo processo social de produção é processo de reprodução; não é possível parar de consumir e produzir. As condições de produção são as de reprodução; é preciso separar meios para a nova produção, para o consumo produtivo; são separados para esse fim, inadequados para o consumo A reprodução simples é totalmente gasta na compra de bens de consumo, isto é, D-M-D. A reprodução ampliada significa acumulação, ou seja, que uma determinada fração da mais-valia total é empregada para a aquisição de mais capital, variável e constante, desta maneira aumenta a escala de produção, exemplo: D’-M-M’-D’’-M-M’-D’’’. De acordo com Marx para que o processo de produção, isto é, a fabricação de bens tome vida é preciso de capital como condição inicial, visto que sem sua presença o processo se tornaria irrealizável. Lembrando que esse capital pode se apresentar em duas formas: Variável, parte do capital total que sai valorizada do processo de produção mediante a criação de mais-valia ou capital fixo, que corresponde a parte não circulante do capital constante, ou seja, a parte do capital utilizada em máquinas, equipamentos, instalações.

REPRODUÇÃO AMPLIADA O processo de produção se inicia com a compra da força de trabalho por determinado tempo e recomeça com o fim do prazo e a nova compra; o produto do trabalhador (força de trabalho) no processo de produção se transforma em dinheiro; A reprodução ampliada é a repartição do processo de produção em escala aumentada, quando a sociedade não apenas repõe os bens materiais consumidos, mas também produz meios de produção e artigos de consumo pessoal complementares. Na reprodução ampliada, uma parte da mais-valia é empregada pelo capitalista para ampliar a escala da produção: para a compra de meios de produção complementares e

para a contratação de mais operários. Consequentemente, parte da mais-valia agrega-se ao capital inicial, isto é, é acumulada.

CAP 23 – COMPOSIÇÃO DO CAPITAL Cada capitalista pode, individualmente, aumentar sua própria competitividade aumentando a produtividade de seus trabalhadores. A forma de fazê-lo é utilizar mais “meios de produção” – ferramentas, maquinaria etc. – por cada trabalhador. Produz-se um aumento da proporção da extensão física dos meios de produção para uma quantidade de trabalho empregada, proporção que Marx denominou “composição técnica do capital”.

Porém, um crescimento no volume dos meios de produção também implica um aumento do investimento necessário para adquiri-los. Isto também aumentará mais rápido que o investimento em força de trabalho. Para usar os termos de Marx, o “capital constante” cresce mais rápido que o “capital variável”. O crescimento dessa proporção que ele denomina “composição orgânica do capital”(6) é o corolário lógico da acumulação de capital.

No entanto, a única fonte de valor do sistema como totalidade é o trabalho. Se o investimento cresce mais rápido que a força de trabalho, também deve crescer mais rápido que o valor criado pelos trabalhadores, que é de onde sai o lucro. Em suma, o crescimento de capital cresce mais rápido que a fonte de lucro. Como conseqüência, haverá uma pressão pela baixa da proporção de lucro por capital investido – a taxa de lucro.

Cada capitalista deve lutar por uma maior produtividade para obter vantagem sobre seus competidores. Mas, o que parece benéfico para o capitalista individual é desastroso para a classe capitalista como um todo. Cada vez que a produtividade aumenta cai o montante médio de trabalho requerido na totalidade da economia para a produção de um bem (o que Marx chamou “trabalho socialmente necessário”), e é isto o que as pessoas

estarão dispostas a pagar por dada mercadoria. Assim, hoje podemos ver uma queda contínua no preço de bens como computadores ou reprodutores de DVD produzidos em indústrias onde as novas tecnologias estão provocando aumentos mais rápidos na produtividade.

Assim, O incessante e impetuoso desenvolvimento técnico, impulsionado pela concorrência entre capitalistas, obriga-os a investirem em maquinaria (capital constante) que lhes permite produzir o mesmo com menos tempo de “trabalho vivo” (capital variável). Portanto, na sua busca pela reprodução de capital, tendem a investir mais em capital constante (k) e menos em capital variável (v), aumentando tendencialmente a composição orgânica do capital (coc) e a taxa de lucro tende a diminuir. O desemprego resulta deste maior investimento em capital constante em prejuízo do capital variável, tornando-se assim também mais difícil aos capitalistas obter a mais-valia.

CONCENTRAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO Os dois principais processos de desenvolvimento capitalista são os processos de concentração e centralização do capital — processos estes frequentemente confundíveis, mas que se devem distinguir estritamente, Marx dá destas noções a seguinte definição:

Todo capital individual — diz ele — é uma concentração mais ou menos extensa dos meios d,e produção, com a correspondente arregimentação de um exercito mais ou menos numeroso de operários. Toda acumulação torna-se instrumento para nova acumulação. A medida que aumenta a massa da riqueza, que funciona como capital, ela estende a concentração deste, filtre as mãos de capitalistas individuais, e amplia em larga escala a base da produção e dos métodos de produção especificamente capitalistas... O crescimento do capital social efetua-se peto aumento de muitos capitais individuais. Dois pontos caracterizam esse tipo de concentração que repousa diretamente sobre a acumulação, ou melhor, confunde-se com ela(1). Em primeiro lugar, a crescente concentração dos meios sociais da produção entre as mãos dos capitalistas individuais é limitada — mantendo-se invariáveis as demais circunstâncias — pelo grau de crescimento da riqueza social. Em segundo, a parte do capital social, localizada em cada esfera especial da produção, é repartida entre numerosos capitalistas independentes uns dos outros. A esta dispersão do capital social total em vários capitais individuais, ou a esta repulsão recíproca de diversos capitais individuais, opõe-se sua força de atração. Não se trata mais de uma concentração simples, idêntica à acumulação, mas de uma concentração de capitais já formados, da supressão de sua autonomia particular, da expropriação de um capitalista por um outro, da transformação de uma série de pequenos capitais em alguns poucos

maiores. Este processo distingue-se do primeiro pelo fato de que supõe simplesmente unia diferente redistribuição dos capitais existentes e já em função. O capital acumula-se entre as mãos de um só, porque escapa à posse de muitos. É a centralização propriamente dita, por oposição à acumulação e à concentração(2).

Por concentração, entendemos, portanto, o aumento do capital pela capitalização da mais-valia por ele produzida; por centralização, a reunião de vários capitais individuais em um só. A concentração e a centralização percorrem diversas fases de desenvolvimento, que convém igualmente examinar. A esse propósito, constatamos que os dois processos, concentração e centralização, reagem constantemente um sobre o outro. Uma forte concentração de capital acelera a absorção das empresas mais fracas e, inversamente, a centralização faz crescer a acumulação do capital individual e, consequentemente, agrava o processo de concentração.

Critica de Marx para teoria Malthusiana

Basicamente Malthus dizia em sua teoria da população que a população cresceria mais rápido que a produção de alimentos, população cresceria em uma PG(progressão geométrica)

e

os

alimentos

em

PA

(progressão

aritmética)

Então Marx critica dizendo que não era o excesso populacional o responsável pelas condições de miséria e pobreza no espaço geográfico, mas sim as desigualdades sociais, como a concentração de renda no contexto da produção capitalista.

Capital Fictício e Capital Portador de Juros / Descolamento do capital Capital, em Marx, é uma relação social (e não apenas um fator de produção ou uma soma de ativos). Marx desenvolve categorias e formas sociais que se desdobram em formas mais complexas, como o capital a juros e o capital fictício. Esse desdobramento das formas universaliza o modo de produção capitalista e difunde a sede de acumulação de riqueza abstrata. Nesse contexto, o capitalismo não é um sistema cujo objetivo é

satisfazer necessidades de consumo, mas um modo de produção cuja a finalidade é a acumulação da riqueza em dinheiro e outras formas financeiras. Capital Fictício - Na formação do capital fictício, o capital aparece como fonte misteriosa e auto criadora de juro, como fonte do seu aumento próprio. É como um feitiço automático em que o valor se valoriza a si próprio, dinheiro procriando dinheiro (D-D’ ... dinheiro gerando mais dinheiro, ao invés de D-M-D’, dinheiro gerar mercadoria que geraria mais dinheiro) Perde-se assim até ao último vestígio toda a conexão com o processo real de valorização do capital. O capital aparece como um autómato que se valoriza a si próprio

Capital Portador de Juros - Por conseguinte, de ambos os "pontos de vista", tanto o da mercadoria (circulação simples) quanto o do capital (reprodução), as determinações postas pelo capital portador de juros aparecem como irracionais, isto é, o capital portador de juros traz consigo determinações que negam ambos os círculos prévios de O Capital. Continuemos a análise deste parágrafo central:

Emprestar e tomar emprestado, em vez de vender e comprar, é aqui a diferença que decorre da natureza específica da mercadoria capital. Do mesmo modo que o que se paga aqui é juro, em vez de preço da mercadoria. Se se quiser chamar o juro de preço do capital monetário, então essa é uma forma de expressão totalmente irracional de preço, completamente em contradição com o conceito do preço da mercadoria. O preço se reduz aqui a sua forma puramente abstrata e sem conteúdo, ou seja, ele é determinada soma de dinheiro paga por qualquer coisa que, de uma maneira ou de outra, figura como valor de uso; enquanto, segundo seu conceito, o preço é igual ao valor expresso em dinheiro desse valor de uso. (MARX, 1984c, p. 265-266, grifo nosso).

O juro é, pois, esse preço irracional que, diferentemente dos preços de mercado das mercadorias comuns, tem sua grandeza inteiramente determinada pela concorrência, quer dizer, pelas interações entre oferta e procura:

Se procura e oferta se cobrem, o preço de mercado da mercadoria corresponde a seu preço de produção [...]. Mas é diferente o que se dá com o juro do capital monetário. A concorrência não determina aqui os desvios da lei, mas não existe lei alguma de repartição além da ditada pela concorrência. (MARX, 1984c, p. 267)

E, com isso, temos a negação da negação das três regras da lei do valor– que o capital portador de juros nega, tanto quanto o mundo da reprodução capitalista. Vejamos uma a uma essas regras. Como já indicado, a primeira regra da circulação simples, e que a posição do capital (transformação da força de trabalho em mercadoria) nega, é que o valor de uso é a finalidade da circulação (já que no circuito D-M-D' a finalidade é a valorização do valor). No caso da mercadoria capital, porém, seu valor de uso (a produção potencial de mais valor que ela carrega consigo) volta a ser a finalidade do movimento. Contudo, este está longe de ser um valor de uso trivial, o que deixa claro que o movimento da mercadoria capital, ainda que resgate formalmente a regra do valor de uso como finalidade, suspendendo a interversão ao pôr a valorização do valor como o verdadeiro valor de uso, reinstaura a circulação simples de mercadorias, entretanto, de modo a dar-lhe uma nova determinação (a aparência de que mercadorias podem valorizar-se espontaneamente) A segunda regra que a posição do capital nega é a que afirma a equivalência na troca (já que, quando a mercadoria força de trabalho entra em cena, essa equivalência deixa de existir). Quando a mercadoria em questão é o capital, a "equivalência" é restabelecida. Vimos que o preço se reduz aqui à sua forma pura, mera quantidade de dinheiro (o "ser nada mais que"). Desse modo, qualquer preço se mostra como equivalente, não porque ele não difira do valor, mas exatamente porque não há valor por trás desse preço: qualquer relação será equivalente, isto é, terá um sinal de igual no meio. Para as mercadorias triviais, "[...] a verdadeira dificuldade na determinação geral dos conceitos de procura e oferta é que esta parece levar a uma tautologia" (MARX, 1984c, p. 144); aqui, ao contrário, não apenas somos levados à tautologia, como não há nada além dela. Isso está intimamente relacionado ao fato de que, "[...] no caso do capital portador de juros, tudo aparece como externo" (MARX, 1984c, p. 267). Aqui, mais uma vez, o movimento da mercadoria capital resgata a regra da equivalência, mas se trata de uma equivalência sui generis, que põe o totalmente arbitrário (da definição do juro pela concorrência) como a verdadeira "equivalência" A terceira regra, que reza que a apropriação se dá pelo trabalho próprio, é negada pela posição do capital, porque, no caso da produção capitalista, a apropriação se dá por meio da expropriação de trabalho alheio. Ora, no caso da mercadoria capital, o trabalho alheio expropriado vai ao encontro de um capital também alheio. Como lembra Marx, o

capitalista monetário "[...] faz das poupanças alheias seu capital e do crédito que os capitalistas reprodutivos se dão mutuamente e que lhes dá o público, sua fonte privada de enriquecimento"

A difusão do crédito e, em particular, das sociedades por ações transforma, cada vez mais, os capitalistas em recebedores de juros e dividendos, ao mesmo tempo em que a direção da produção é transferida para pessoas assalariadas — gerentes e diretores. Dessa maneira, acentua-se mais e mais o caráter parasitário da propriedade capitalista.

Sendo assim podemos observar que o capitalismo “Possui o próprio germe para sua destruição”...


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