Resumo - Os sete saberes necessários à educação do futuro. PDF

Title Resumo - Os sete saberes necessários à educação do futuro.
Author Higor Rodrigues
Course Introdução a Educação
Institution Universidade de Pernambuco
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Resumo da Obra: Os sete saberes necessários à educação do futuro. De Edgar Morin (Capítulos 1, 2, 6 e 7)
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Universidade de Pernambuco - UPE Curso de Licenciatura em Ciências Sociais Disciplina: Introdução à Educação

Resumo da Obra: Os sete saberes necessários à educação do futuro. De Edgar Morin (Capítulos 1, 2, 6 e 7)

Capítulo 1 - As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão É impressionante que a educação que visa a transmitir conhecimentos seja cega ao que é conhecimento humano, os seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e à ilusão e não se preocupe em fazer conhecer o que é conhecer. De fato, o conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta "ready made", que pode ser utilizada sem que sua natureza seja examinada. Da mesma forma, o conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que serviria de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez. É necessário introduzir e desenvolver na educação estudo das características cerebrais, mentais, culturais dos conhecimentos humanos, de seus processos e modalidades, das disposições tanto psíquicas quanto culturais que o conduzem ao erro ou à ilusão. O calcanhar de Aquiles do conhecimento. A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados pelos sentidos. Resultam, daí, os inúmeros erros de percepção que nos vêm de nosso sentido mais confiável, a visão. Ao erro da percepção acrescenta-se o erro intelectual. O conhecimento, como palavra, idéia, de teoria, é fruto de uma tradução/construção por meio da linguagem e do pensamento e, por conseguinte, está sujeito ao erro. O

conhecimento comporta a interpretação, o que introduz o risco de erro na subjetividade do conhecedor, de sua visão de mundo e de seus princípios de conhecimento.Daí os numerosos erros de concepção e de idéias que sobrevêm a despeito de nossos controles racionais. A projeção de nossos desejos ou de nossos medos e pás perturbações mentais trazidas por nossas emoções multiplicam os riscos de erro. O desenvolvimento do conhecimento científico é poderoso meio de detecção de erros e de luta contra as ilusões. Entretanto, os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões, e nenhuma teoria científica está imune para sempre contra o erro. Além disso, o conhecimento científico não pode tratar sozinho dos problemas epistemológicos, filosóficos e éticos. A educação deve dedicar-se, por conseguinte, à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras. Os erros podem ser mentais - pois nenhum dispositivo cerebral permite distinguir a alucinação da percepção, o sonho da vigília, o imaginário do real, o subjectivo do objectivo. A própria memória é fonte de erros inúmeros. Nossa mente tende, inconscientemente, a selecionar

as lembranças convenientes

e eliminar as

desagradáveis. Há também falsas lembranças, fruto de pura ilusão. Os erros podem ser intelectuais - pois os sistemas de idéias (teorias, doutrinas, ideologias) não apenas estão sujeitas ao erro, como protegem os erros possivelmente contidos em seu contexto. Os erros da razão: a racionalidade é a melhor proteção contra o erro e a ilusão. Mas traz em seu seio uma possibilidade de erro e de ilusão quando se perverte, se transforma em racionalização. A racionalização, nutrindo-se das mesmas fontes da racionalidade, constitui grande fonte de erros e ilusões. A racionalidade não é uma qualidade de que são dotadas algumas pessoas - técnicos e cientistas - e outras não. A racionalidade também não é monopólio ou uma qualidade da civilização ocidental. Mesmo as sociedades arcaicas podem apresentar elementos de racionalidade em seu funcionamento. Começamos a nos tornar verdadeiramente racionais quando reconhecemos a racionalização até em nossa racionalidade e reconhecemos os próprios mitos, entre os quais o mito de nossa razão toda-poderosa e do progresso garantido.

É necessário reconhecer, na educação do futuro, um princípio de incerteza racional: pois a racionalidade corre risco constante, caso não mantenha vigilante autocrítica quanto a cair na ilusão racionalizadora. E a verdadeira racionalidade deve ser não apenas teórica e crítica, mas também autocrítica. Os erros paradigmáticos - os modelos explicativos - os paradigmas - também são sujeitos a erros - de concepção e de interpretação de conceitos. O paradigma cartesiano, por exemplo - mola mestra do desenvolvimento científico e cultural do Ocidente - se fundamenta em contrastes binários: sujeito/objecto, alma/corpo,

espírito/matéria,

qualidade/quantidade,

sentimento/razão,

existência/essência, certo/errado, bonito/feio, etc. - não encontram, no mundo de hoje, a fundamentação que parecia possuir no início do século XX. O paradigma - como o cartesiano - mostra alguma coisa e esconde outras - podendo, portanto, elucidar e cegar, revelar e ocultar. É no seu seio que se esconde o problema -chave do jogo da verdade e do erro. Capítulo 2 – Os Princípios do conhecimento pertinente. Em seguida, no segundo capítulo, o autor fala a respeito do conhecimento pertinente, que traça um caminho pelo aprendizado global e especifico. Morin afirma que, para que o conhecimento seja pertinente, ele precisa passar pelas dimensões do contexto, do global, do multidimensional e do complexo. Sobre o contexto, ele afirma que “para ter sentido, a palavra necessita do texto, que é o próprio contexto, e o texto necessita do contexto no qual se enuncia’’, ou seja, as palavras podem mudar de significado de acordo com o contexto as quais estão inseridas. Já o global ele diz ser mais que o contexto, pois é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo organizacional. Quando ele fala a respeito do multidimensional, ele explica afirmando que o homem é um ser com várias dimensões, como a psíquica, a biológica e a social. Por último ele afirma que o conhecimento pertinente deve enfrentar a complexidade, ou seja, unir o singular ao múltiplo. Ele também fala a respeito da importância do conhecimento geral para o entendimento do especifico, e do especifico para a compreensão do geral. Para ele, o conhecimento deve mobilizar o que o conhecedor sabe do mundo, e a educação deve estimular o uso

do conhecimento geral. Posteriormente, ele pontua a questão da antinomia, que é um conflito de ideias que ocorre quando as mentes formadas pelas disciplinas perdem suas aptidões naturais para contextualizar os saberes, devido a certos obstáculos que são encontrados no processo de aprendizado. Após essa análise, Morin segue para um discurso a respeito dos problemas essenciais da busca pelo conhecimento pertinente. Ele fala a respeito da disjunção e especialização fechada, onde afirma que os problemas essenciais nunca são parcelados e os problemas globais são cada vez mais essenciais, e sobre a redução e disjunção, que podem restringir o conhecimento por que reduzem e separam conteúdos, fazendo com que o aprendizado não passe por todas as dimensões anteriormente citadas. Por fim, Morin fala sobre a falsa racionalidade, principio que permeia o mundo globalizado e tecnológico. Ele afirma que o problema dos humanos é beneficiar-se das técnicas, mas não se submeter à elas. Ele diz que, por não conhecermos o conhecimento pertinente, utilizamos de nossa racionalidade para fazer coisas que nos prejudicam, pois o fato de parcelarmos e compartimentarmos os saberes nos faz incapazes de compreender o todo, de idealizar a ação pensando em toda a sua complexidade. Capítulo 6 - Ensinar a compreensão. O problema da compreensão tornou-se crucial para os humanos, e por isso, deve ser uma das finalidades da educação do futuro. Educar para a compreensão humana é diferente

de

educar

para

a

compreensão

de

disciplinas

determinadas.

Há duas formas de compreensão. A intelectual (objetiva), a qual passa pela inteligibilidade e explicação e a humana (intersubjetiva), a qual vai além da explicação. A educação como obstáculo para a compreensão age com a dificuldade ou ate ignorância de aceitar a cultura do outro. Existe a ignorância dos ritos e costumes do outro, o que pode levar a ofender inconscientemente ou desqualificar a si mesmo perante o outro. A incompreensão dos valores imperativos no seio de outra cultura, a incompreensão dos imperativos éticos próprios a uma cultura. Todos esses exemplos são obstáculos intrísecos às duas compreensões. O egocentrismo, o etnocentrismo e o sociocentrismo têm como traço comum se situarem no centro do mundo e considerar como secundário tudo que está fora de seu âmbito. O egocentrismo cultiva a "self deception", tendência de jogar a outrem todos os

males. Leva a ver no ser humanos atos alheios e selecionar aqueles que lhes são desfavoráveis, eliminar os favoráveis, e por fim eliminar ou selecionar aquilo que é desonroso. Tal fato (egocentrismo) amplia-se com o afrouxamento das disciplinas e obrigações que levaram à renúncia os desejos individuais. Nos dias atuais, se expande provocando calúnias, agressões, como também homicídios psíquicos. Segundo o autor, o mundo dos intelectuais é o que mais existe a hipertrofia de ego, pela necessidade de consagração e glória. Etnocentrismo e sociocentrismo nutrem xenofobia e racismos e podem até desqualificar um ser humano. As ideias preconcebidas, racionalizações baseadas em premissas arbitrárias, a incapacidade de autocrítica, a arrogância, o desprezo são causas e consequências das piores incompreensões, tanto do ego quanto do sociocentrismo. A ética da compreensão é a arte de viver que nos demanda compreender de modo desinteressado. como resumo, a ética da compreensão pede para que se compreenda a incompreensão. O bem pensar permite o ser humano de entender igualmente as condições objetivas e subjetivas das situações. A consciência da complexidade humana pode ser vista em uma abertura subjetiva em relação ao outro, exemplo disso é o ser humano se abrir a um tipo de história contada no cinema, mas quando a mesma história é contada na vida cotidiana, é vista com outros olhos. Com relação à interiorização da tolerância, há quatro graus da mesma: respeitar o direito de proferir um propósito que parece ignóbil; respeito de expressões e ideias antagônicas às suas; é preciso respeitar a ideia antagônica a sua pois se ela existe, tem algum fundamento e por fim, a consciência das possessões humanas com os mitos, ideologias, ideias ou deuses, tolerância que vale para as ideias, não para insultos ou agressões desrespeitosas. Com relação à ética, cultura e compreensão planetárias, as culturas devem aprender umas com as outras pois o fato de compreender também é reaprender incessantemente. A compreensão entre sociedades supõe sociedades democráticas abertas, mas que infelizmente há problemas de compreensão de estruturas de pensamento. O proposto é que pela educação essa compreensão apareça de maneira mais desenvolvida, como uma educação do futuro. Capitulo 7 - A ética do ser humano. A ética humana (antropo-ética) deve ser considerada como a ética da cadeia dos termos indivíduo/sociedade/espécie, sendo essa a base para ensinar ética no futuro. Assume a

condição humana na complexidade do ser, alcançar a humanidade do próprio ser e consciência pessoal, assumir o destino humano em suas antinomias e plenitudes, desenvolver éticas de solidariedade e compreensão. A antropo-ética compreende por fim a esperança na completude da humanidade como consciência e cidadania. Indivíduo e sociedade existem mutuamente e a democracia favorece a relação rica e complexa entre essa existência. Democracia se fundamentando no controle da máquina do poder pelos controlados, sendo assim um regime político. Regime que necessita do consenso da maioria dos cidadãos. Aceitando também antagonismos e diversidades como todo tipo de política. Democracia necessita de conflitos de ideias e opiniões para se manter, sendo assim um sistema complexo o qual vive de antagonismos e conflitos, pluralidades e concorrências. As democracias são frágeis, vivem conflitos e esse podem fazê-la submergir. Não sendo um sistema generalizado em todo o planeta, o qual comporta ainda ditaduras e resíduos totalitaristas da época da segunda guerra mundial. Nas condições de uma ciência muito fechada apenas aos cientistas, com novas descobertas de conhecimento técnico, o cidadão acaba perdendo o direito que ficar sabendo de mais notícias que possam fazê-lo enxergar de outra forma o mundo em que vive. O fosso que cresce entre a tecnociência esotérica e os cidadãos cria a dualidade cujo conhecimento é parcelado, incapaz de globalizar e contextualizar, criando assim mais uma fratura social, sendo expulsos assim do campo político por serem ignorantes para o sistema o qual não puderam ter acesso. A humanidade como destino planetário deve empenhar-se para a espécie humana se desenvolver cada vez mais e com mais conhecimento. A humanidade é enraizada com conhecimento, deixou de constituir uma noção abstrata do mundo e passou a ter um noção real, deixa de ser um ideal para ser um destino....


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