Seminário - Resenha e análise do artigo: O Paciente na Psicoterapia de Grupo BECHELLI, Luiz Paulo; SANTOS, Manoel Antônio PDF

Title Seminário - Resenha e análise do artigo: O Paciente na Psicoterapia de Grupo BECHELLI, Luiz Paulo; SANTOS, Manoel Antônio
Author Julia Pedroso
Course Psicoterapia de Grupos
Institution Universidade Metodista de Piracicaba
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Summary

Resenha e análise do artigo: O Paciente na Psicoterapia de Grupo
BECHELLI, Luiz Paulo; SANTOS, Manoel Antônio
Este trabalho tem como finalidade comentar e analisar o artigo escolhido que trata sobre o tema de psicoterapia em grupo enfatizando o papel ativo do paciente neste processo. A p...


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UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA Faculdade de Ciências Humanas Curso de Psicologia

Resenha e análise do artigo: O Paciente na Psicoterapia de Grupo BECHELLI, Luiz Paulo; SANTOS, Manoel Antônio

PIRACICABA - SP 2017

UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA Faculdade de Ciências Humanas Curso de Psicologia

Resenha e análise do artigo: O Paciente na Psicoterapia de Grupo BECHELLI, Luiz Paulo; SANTOS, Manoel Antônio

PIRACICABA - SP 2017

SUMÁRIO 1. Introdução....................................................................................................................4 2. Objetivo........................................................................................................................4 3. Resenha do artigo.......................................................................................................... 3. Análise Teórica.............................................................................................................6 4. Conclusão...................................................................................................................13 Referências Bibliográficas ANEXOS ANEXO I – Artigo: BECHELLI, L.; SANTOS, M. O paciente na psicoterapia de grupo.

1. INTRODUÇÃO De acordo com Zimerman (1957) A psicoterapia de grupo desenvolveu-se muito depois da Segunda Guerra Mundial, momento em que diversos psiquiatras e psicanalistas se interessaram por tal tema. Menciona que a psicoterapia de grupo, se realizada de forma correta, leva a resultados terapêuticos favoráveis e redução dos sintomas. Neste contexto, Bechelli e Santos (2005) enfatizam que o paciente é o agente principal da sua própria mudança, é a figura central do processo terapêutico, por isso, todas as decisões tomadas por ele serão respeitadas, tendo em vista seus conceitos e visões de mundo. Ele é o grande responsável pelo seu processo de transformação, podendo buscar motivação e assumir responsabilidades. Além disso, para tais autores, na psicoterapia ocorre o que é chamado de reação espelho, que se trata da comparação com outros membros do grupo e pode gerar maior conhecimento de si mesmo e compreensão de seus próprios sentimentos. Na psicoterapia individual é comum que o terapeuta seja associado a um espelho que reflete as características do paciente. Já no grupo, é como se ele estivesse diante de vários espelhos, de forma que mesmo que seja na condição de observador, mesmo que esteja em silêncio, o paciente obtêm benefício pela experiência em grupo. Zimmerman (1957) afirma que Bion foi um dos autores que mais contribuiu para este tema, destacando sempre a importância do grupo funcionar como uma totalidade e descrevendo as tensões que se desenvolvem em tal forma de psicoterapia. Segundo Bion (1975) todo grupo encontra-se para fazer algo e dessa forma, de acordo com as capacidades dos indivíduos, eles cooperam entre si. Tal autor esclarece que os grupos fazem parte de uma natureza humana, sendo mais do que um simples conjunto de membros: Existem características nos indivíduos cujo significado só pode ser entendido se se compreende que constituem partes do seu equipamento como um animal grupal; e o funcionamento desses aspectos só pode ser percebido ao se observar o indivíduo dentro do grupo. Nesse sentido, a função grupal é parte integrante da investigação sobre o funcionamento mental humano.” (OSÓRIO, 1986, p. 60)

2. OBJETIVO Este trabalho tem como finalidade comentar e analisar o artigo escolhido que trata sobre o tema de psicoterapia em grupo enfatizando o papel ativo do paciente neste processo. A partir disso, fazer uma análise teórica tendo como referência o autor Wilfred Bion. 3. RESENHA DO ARTIGO O artigo “O paciente na psicoterapia de grupo” escrito por Bechelli e Santos (2005) se refere a um estudo sobre o papel do paciente na psicoterapia de grupo, discutindo as variáveis que determinam a participação dos integrantes envolvidos. Tais autores ressaltam que há muito tempo diversos autores buscam compreender o funcionamento e organização dos grupos, no entanto, é recente a preocupação em estudar sobre o papel que o paciente desempenha no processo psicoterápico grupal, sendo ele um agente de mudança. Além disso, Bechelli e Santos (2005) explicam que nas primeiras sessões da psicoterapia de grupo, é importante que os pacientes sejam apresentados e que conheçam as regras. É natural que no início o silencio se instaure, mas é este mesmo silencio que os convidará a começar a falar, favorecendo uma auto-revelação e o compartilhamento de sua própria intimidade. Assim, todos os membros passam a tomar conhecimento dos fatos que ocorrem na vida de cada um. Dessa forma, de acordo com os autores, surge uma interação livre e espontânea, uma discussão aberta marcada pela livre associação de ideias. Por isso, a associação livre se trata do principal recurso do terapeuta, não colocando censuras e permitindo que o paciente participe de forma ativa e possa desenvolver compreensão acerca de si mesmo e dos outros. É destacado também que, com o passar do tempo, ocorre um amadurecimento do grupo, gerando confiança. Assim, Os pacientes se tornam mais envolvidos e comprometidos, oferecendo apoios e interpretações entre eles. Independente da idade, nível socioeconômico ou qualquer outra característica, todos os membros tem um igualdade de status, devendo assim, serem tratados com respeito e dignidade, afinal “cada participante é uma fonte rica de experiência tanto para si quanto para os demais” (BECHELLI; SANTOS, 2005, p. 119).

O paciente inicia com sua bagagem familiar e social, suas crenças, valores, atitudes e distorções que podem levar a dificuldades. A partir disso, os autores esclarecem que é comum que muitos pacientes, ao serem convidados a participar de psicoterapia de grupo, se sintam inseguros e digam frases como: “Sou muito tímido, não vou conseguir me expressar” “Como posso confiar em pessoas que não conheço?” No entanto, isso faz parte do processo natural e nos leva a considerar o papel que o participante irá assumir no grupo. Além disso, Bechelli e Santos (2005) destacam que é natural que no início os pacientes achem que é responsabilidade do terapeuta descobrir as causas dos sintomas ou encontrar soluções para seus problemas: Fantasiam que o terapeuta é uma figura onipotente e onisciente capaz de proporcionar toda ajuda, apoio, cuidado físico e emocional, de forma ilimitada, segura e constante. Transferem assim, para outrem suas responsabilidade e dificuldades, e procuram as soluções no terapeuta ao invés de examinarem sua própria pessoa. (BECHELLI; SANTOS, 2005, p. 120)

Por isso, é bem comum que no início os pacientes sejam hesitantes e mantenham o olhar fixo no terapeuta, como se os outros pacientes tivessem um papel secundário. Porém, gradualmente o paciente passa a compreender seu papel ativo na psicoterapia e assim analisa e busca novas soluções para si e para os outros ali presentes. Bechelli e Santos (2005) ressaltam a importância de que os pacientes desenvolvam uma relação de confiança na primeira fase da psicoterapia. Neste momento eles estarão desencorajados e emocionalmente instáveis e ao se sentirem em condições seguras, de respeito, sinceridade e empatia por parte dos outros integrantes, será mais fácil falar de suas intimidades e sentimentos. Pode acontecer também que o ter contato com os outros membros do grupo, faça com que algum participante traga significados e recordações de experiências que incomode o paciente, evocando seus conflitos, e por isso pode passar a assumir certos riscos que normalmente evitaria: tentar novos comportamentos, compartilhar experiências, vivenciar sentimentos que normalmente procura manter distância. PÁGINA 121 – COLOCAR A PARTE DA LANA AQUI

Bechelli e Santos (2005) enfatizam a necessidade de respeitar os limites de cada um, de forma que cada cliente deverá saber o momento em que está preparado para revelar segredos que vê como negativos, que possa acha que seja humilhante, que cause desaprovação, rejeição, etc. Por isso, a empatia e a aceitação do conteúdo sem julgamentos são fundamentais nesse processo, o que não significa ter que concordar com o que está sendo dito. Gradualmente o paciente começa a se sentir mais seguro para falar o que quiser e conforme isso ocorre é importante que o grupo e o terapeuta reajam normalmente, pois esse processo é de alívio para o paciente, por se sentir confortado diante de situações e emoções tão dolorosas. Assim, a ausência de julgamento proporciona que o paciente possa se desenvolver e se tornar mais independente. Entende-se como crescimento quando a pessoa consegue se aceitar como é não sendo o que os outros esperam dela. De acordo com os autores, quando o paciente oculta uma informação ou um dado importante, deixa de expor as emoções vividas naquele presente momento e pode tornar-se menos envolvido no processo psicoterápico e pode se beneficiar pouco com a experiência. Com isso, fica privado de um feedback e não se dá a oportunidade de avaliar suas próprias emoções e comportamento. Tal feedback pode ser verbal ou nãoverbal, direto ou indireto, pode ser considerado uma informação para orientar uma ação futura. O feedback é uma informação sincera que encerra um componente emocional e ao mesmo tempo uma revelação pessoal. Torna-se também mais útil quando o feedback apresenta um significado claro, compreensível e relacionado ao assunto e quando não possui termos técnicos, juízo crítico e conteúdo grosseiro. Este feedback pode ser oferecido inclusive de um paciente para o outro. Bechelli e Santos (2005) explicam que inicialmente o paciente desenvolve um relacionamento de dependência com o terapeuta, mas é necessário que, aos poucos, consigam adquirir sua autonomia e cada vez mais assumir um papel ativo e de responsabilidade em sua participação no grupo, de maneira que seja agente de seu discurso, e não apenas um sujeito que ocupa o lugar de vítima relacionado a fatores sociais, biológicos e familiares, sendo responsável pela maneira como interpreta e responde aos acontecimentos. A busca do progresso deve levar em conta a ativa participação e interação com os demais membros do grupo, de maneira que perceba em si as vicissitudes necessárias a serem modificadas em sua maneira de ser e agir, avaliando sua capacidade crítica em

enfrentar e mudar a maneira com a qual se insere, atua e modifica as circunstancias inerentes ao seu papel de sujeito no mundo. Alguns pacientes, sem a experiência anterior em psicoterapia, podem desviar a atenção do grupo, contando histórias sem relevância para os objetivos da psicoterapia. Para isso, o grupo deve ofertar uma intervenção de caráter educativo, de preferência vinda dos próprios membros do grupo, orientando e direcionando os conteúdos que devem apresentar para que seja benéfico a todos e a si próprio. Contudo, alguns pacientes podem realizar o movimento, em conjunto, de trazer esses assuntos de pouca relevância, sem conteúdo e preocupação para o processo de terapia grupal, ao qual preferem falar sobre questões que não abordem suas problemáticas, fazendo assim, de forma trivial, evitando sua indagação e análise crítica dos fatos, de maneira que evitam entrar em contato com suas angústias e questões pessoais relevantes, e, até mesmo no conflito interno que pode gerar a indagação de tais aspectos. Os autores esclarecem que a psicoterapia de grupo proporciona que o paciente tenha a oportunidade de observar a melhora em seus colegas, conquistada pelo autoconhecimento, frente às atitudes positivas e à luz das orientações desenvolvidas. Os momentos em que se regride ou piora, não é motivo para desanimo, e devem ter a noção de que não estão blindados para problemas futuros, pois a psicoterapia não confere imunidade à emergência da possibilidade de uma nova crise. O paciente diz sobre si, não apenas da forma como descreve a si mesmo, mas da maneira de se vestir e portar, seu comportamento não verbal e até mesmo o local onde senta (se está próximo ou isolado do círculo), se chega atrasado, se faz barulho, seu tom de voz e o tema que escolhe e prefere discutir. Com o decorrer das sessões o paciente passa a enxergar o terapeuta como autoridade, não o considerando mais um ser dotado de poderes sobrenaturais como pensava a principio, apenas um agente que participa ativamente do seu progresso. Ele passa a entender também que todo exame interior é para o seu próprio beneficio e não para contribuir com o trabalho do terapeuta.

3. ANÁLISE TEÓRICA Citar e explicar os conceitos do bion (colocando o Osório como referência pq o texto é dele) e tentar relacionar com o nosso artigo pelo menos minimamente. - Materialidade grupal; cultura grupal Suposições básicas: Dependência; luta-fuga; acasalamento. o contrário dessas suposições é o Grupo de Trabalho No nosso artigo fala mto sobre o fato do grupo ganhar maturidade com o tempo, dá pra relacionar bastante com isso. Bion (1961 apud BECHELLI; SANTOS, 2005) propõe que um sujeito que não está acostumado com a psicoterapia, fica surpreso ao observar um grupo, onde seus componentes dotados de uma inteligência e que ao mesmo tempo, dispõem de uma discussão completamente limitada, pois assim, se satisfazem emocionalmente, evitando entrar em contato com suas angústias e idiossincrasias. Dessa maneira, denomina esse comportamento básico de “esquiva e luta”, dizendo que os integrantes defendem uma suposta ansiedade persecutória, aos quais os membros se propõem escapar do perigo. “Para ganhar segurança e preservar o grupo, os participantes sacrificam as necessidades individuais e a tarefa de auto-avaliação”. (BECHELLI E SANTOS, 2005, p. 123)

4. CONCLUSÃO De acordo com Bechelli e Santos (2005) o desenvolvimento do homem se dá através do contato com o outro. Diante da terapia de grupo, o paciente descobre que pode obter um crescimento pessoal por meio da interação grupal. A experiência de estar diante de algo novo, leva o paciente a desenvolver novas habilidades como a criatividade e a inovação. Tal interação com o outro contribui para que o indivíduo consiga lidar melhor com o conflito de ideias e opiniões presentes nas situações vividas no decorrer das sessões, a capacidade de tolerar a diversidade que emerge do grupo. Na psicoterapia de grupo, o crescimento pessoal surge justamente da autenticidade que a terapia provoca no individuo, obrigando a agir de forma a conduzir e ser o autor do próprio progresso

Referências Bibliográficas BECHELLI, L.; SANTOS, M. O paciente na psicoterapia de grupo. Revista LatinoAmericana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 1, p. 118-125, 2005. BION, W. R. Experiências com grupos: os fundamentos da psicoterapia de grupo . 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1975, p. 129-154. SILVA, L. A. P. M. Contribuições de Bion à psicoterapia de grupo. In: OSÓRIO, L.C. Grupoterapia hoje. Porto Alegre: artes médicas, 1986, p. 57-63. ZIMMERMANN, David. As diversas aproximações à terapêutica de grupo. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 5-18, Mar. 1958.

ANEXO...


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