Resenha do artigo Reflexões sobre o ensino de História Circe Bittencourt PDF

Title Resenha do artigo Reflexões sobre o ensino de História Circe Bittencourt
Course Laboratório de Ensino de História II
Institution Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Nesse documento encontra-se uma resenha do artigo “Reflexões sobre o ensino de História”, encontrado na Revista Estudos Avançados, 32 (93), pp. 127-149, 2018. Escrito por Circe Bittencourt....


Description

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES Laboratório de Ensino de História I Referência: BITTENCOURT, Circe F. “Reflexões sobre o ensino de História”. In: Estudos Avançados, 32 (93), pp. 127-149, 2018.

Resenha O artigo analisado nessa resenha foi escrito por Circe Bittencourt, que é doutora em História Social formada pela Universidade de São Paulo (USP), ela o escreveu no ano de 2018 em um período de debate sobre o currículo educacional, sendo assim, ao longo do texto ela demonstra os percursos do ensino de História. Inicialmente, observa-se como o ensino de História era voltado para uma nação branca e cristã, privilegiando a formação de uma elite e excluindo a formação de diferentes grupos sociais e isso estava interligado com o ensino de História baseado nas Humanidades Clássicas, na qual era usada em muitas escolas dos jesuítas. Eles selecionavam cuidadosamente os textos históricos escritos por autores gregos e romanos, com o objetivo de formar oradores e para adesão à cultura portuguesa. O ensino de História referente às Humanidades Clássicas se transformou em Humanidades Científicas, com isso passou a englobar todas as classes sociais. Em segunda análise, Bittencourt relata sobre um projeto do deputado Martim Francisco Ribeiro de Andrada cuja proposta era desvincular o ensino de História do “ensino de letras humanísticas” e também criar um sistema de educação pública desassociada a interferência da Igreja. Martim Francisco propôs a organização do ensino em dois graus: o primeiro teria três anos de duração e seria para alunos de 8 e 10 anos, e o segundo seria para jovens de 12 a 18 anos e seria organizado por disciplinas, incluindo a História e a Geografia. Para efetivação desse novo ensino o deputado sugeriu a criação de livros didáticos, cuja produção deveria ser feita pelos professores ou por ordem superior. A proposta de Martim Francisco foi recusada pela Assembleia Constituinte de 1823, com isso em 1826 surgiu um novo projeto educacional, que foi apresentado pelo deputado Januário da Cunha Barbosa, cujo objetivo era organizar o ensino médio com aulas organizadas através de disciplinas escolares autônomas e implementadas por educadores especialistas.

Ademais, a História teve início com o seu processo de autonomização quando foi introduzido aos cursos preparatórios, no Colégio Pedro II, em liceus e em escolas privadas; desligando-se definitivamente das letras. Foi nesse mesmo período que começou a criação de uma cadeira para a História do Brasil, trazendo consigo um sentido de formação nacionalista associado à História das Civilizações na qual tinha um confronto com a História Sagrada. No final do século XIX e meados do século XX, a História perde sua autonomia para a História da Civilização, pois a mesma era fundamentada em bases científicas, com isso difundiram-se novas propostas curriculares e manuais escolares. Entretanto, de acordo com a autora

os confrontos mais complicados referem-

se à História do Brasil, cujo ensino estava associado a temas no qual se referia ao moral e cívico, com isso o ensino de História do Brasil teve como objetivo principal formar alunos com base nos princípios da cidadania, sendo assim selecionavam os grandes homens e justificavam o predomínio da política oligárquica. A História do Brasil só voltou com sua autonomização quando ocorreu a reforma Capanema em 1942, cujo objetivo foi uma renovação curricular baseada nas Humanidades modernas, com princípios patriótico e cívico. Logo após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu organização de novos currículos para valorizar uma educação com base na Humanidade Científica. Esses novos currículos tinham como objetivo constituir nas disciplinas escolares uma organização através da combinação de objetivos, conteúdos, métodos e avaliação. Nas páginas finas, Bittencourt mostra quanto o ensino de história foi perseguido pela ditadura militar nos anos 1960 e os reflexos desse ocorrido, pois o retorno da História como disciplina foi um desafio para os professores e continua sendo, isso tem relação com o período no qual a autora escreveu o texto, pois segundo ela ao avaliar todo o processo histórico e observando as situações futuras, cada vez mais o professor terá menos poder já que o aprendizado estará pautado na tecnologia, em empresas internacionais e sistemas avaliativos. Sendo assim, fica evidente que esse artigo é bastante rico em informações que levam as pessoas a conhecerem todos os desafios que a História, como disciplina, passou e a autora demonstra que esses desafios ainda não acabaram, já que a História é uma disciplina bastante perseguida, isso ocorre porque ela ensina as pessoas pensarem criticamente, com isso aqueles que têm um status que proporciona poder utilizam o ensino de história para manipulação (como Bittencourt apresentou no texto mostrando que os jesuítas selecionavam os textos para

ensinar de acordo com o que eles queriam) ou tentam fazer com que a disciplina seja cada vez mais desvalorizada....


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