Resenha sobre o Terceiro Capítulo do Manual de Oslo PDF

Title Resenha sobre o Terceiro Capítulo do Manual de Oslo
Author Elaine Alves
Course Gestão Ambiental
Institution Universidade de Pernambuco
Pages 3
File Size 70 KB
File Type PDF
Total Downloads 13
Total Views 125

Summary

Análise do Capítulo 3 do Manual de Oslo edição 2018...


Description

Resenha sobre o Terceiro Capítulo do Manual de Oslo – 2018 Elaine Cristina Alves RESUMO Este artigo discorre sobre as definições contidas no capítulo 3 do Manual de Oslo 2018 a respeito da classificação de diferentes tipos de inovação, caracterização de empresas e negócios inovativos para facilitar a coleta de dados de empresas em diferentes países, estruturas e tamanhos. Estas definições são úteis para realização de pesquisa na identificação de produtos, empresas ou processos inovadores. O Manual de Oslo teve a sua primeira edição em 1991 decorrente da interação do Grupo de Trabalho de Especialistas Nacionais em Ciência e Tecnologia da OCDE realizada em OSLO na Noruega, preocupados em identificar as inovações desenvolvidas pelas empresas mundo a fora, servindo como base para pesquisas que possibilitam organismos de fomento usar tais informações para financiamento de produtos e empresas com forte condição de inovação. ANÁLISE O capítulo 3 trata especificamente dos critérios para medição de inovação de empresas processos e produtos e define Inovação como sendo um fenômeno difuso, heterogêneo e multifacetado. O manual define ainda inovação como sendo um produto ou processo de negócios novo ou aprimorado (ou a combinação disso) que difere significativamente dos anteriores produzidos pela empresa. A inovação pode se dar nos produtos, nos processos ou nos modelos de negócios. Para avaliar os produtos de uma empresa, o manual define bens como sendo objetos tangíveis, cuja propriedade pode ser transferida, enquanto serviços são atividades intangíveis, produzidas e consumidas simultaneamente e infere que a linha divisória entre bens e serviços pode ser difícil de estabelecer, e alguns produtos podem ter características de ambos, como por exemplo, os produtos digitais. Quando a inovação se dá no processo ou nos processos utilizados pela empresa, pode-se medir o nível de inovação analisando dois aspectos: o processo em si, que se dá nas áreas de desenvolvimento, finanças, comércio ou analisando o resultado obtido com o processo , que ele classifica como inovação. As atividades de inovação podem ser contínuas, adiadas ou abandonadas e inovação pode se dar através de projetos ou programas, melhorias contínuas ou temporárias. Os processos que servem ao negócio da empresa são serviços desenvolvidos para servir à própria empresa e incluem distribuição, logística, marketing, vendas e serviço de pós vendas, tecnologia da informação, setores administrativos e funções de gestão, engenharia, serviços técnicos relacionados à empresa e produto e desenvolvimento de novos negócios. Estas atividades podem ser desenvolvidas por equipe própria ou adquiridos de fontes externas. O resultado da inovação nos processos se dá com maior eficácia, eficiência na utilização dos recursos, confiabilidade e resiliência, acessibilidade e conveniência, usabilidade para os envolvidos no negócio. A inovação dos processos pode ser motivada por metas e/ou implementação de estratégia de negócios e só é concretizada quando há uma mudança substancial entre o modelo atual e o modelo anteriormente utilizado pela empresa depois de ter passado por um teste piloto antes da sua implantação.

Desde a sua primeira edição o Manual de Oslo vem sofrendo modificações. Na edição de 2018 os autores passam a realizar um comparativo sobre as mudanças que aconteceram de uma edição para outra Na 3ª edição do manual a lista de classificação das atividades para avaliação da inovação era considerada o suficiente para uso nas pesquisas, porém aplicações mais detalhadas podem melhorar a comparabilidade dos resultados das pesquisas sobre inovação. Por esta razão a edição de 2018 introduz a utilização de novas tecnologias como o design thiking, cocriação, prototipagem rápida ou triagem de alto rendimento para a realização das pesquisas. Avaliação do design de produtos na edição 3 estava linkada à inovação em marketing, na edição de 2018 está sob inovação de produtos, embora inovação em embalagens continue sob o link de comercialização, portanto Marketing ainda. O sistema de Informação, na terceira edição, constava na condição de serviços auxiliares, nesta, sob o departamento de administração e gestão. Estas mudanças na classificação possibilitaram definir com maior clareza as categorias funcionais para identificar os tipos de inovações nos modelos de negócios, indicando combinações de tipos de inovação por objeto que podem desencadear inovações subsidiárias ou decorrentes no processo utilizado pela empresa e/ou no produto. O modelo de negócios inclui os principais processos de negócios que pode avaliar se a evolução estudada significou produtos que atendem melhor às necessidades dos usuários. Quando estas inovações são abrangentes transformam mercados ou criam novos. Uma vez verificado que houve mudanças significativamente diferentes, pode-se dizer que a inovação foi constatada. Contudo a expressão “significativamente diferente” é um termo subjetivo que exige uma avaliação do contexto em que se deu além dos resultados decorrentes desta transformação, para ser estabelecida. Esta transformação pode ser econômica ou de evolução de processo ou ainda da criação de um produto novo. Para avaliar , desta forma, os impactos que a inovação causou, faz-se necessário verificar se a transformação obtida pela inovação é nova só para a empresa, nova para o mercado ou nova para o mundo; como a inovação pode transformar o mercado em que opera ou sob a expectativa da empresa quanto ao potencial para melhorar a sua competitividade. Ao analisar os impactos, pode-se verificar se estes foram radicais, quando transforma o processo estabelecido pela empresa ou disruptivos, quando obtido pela evolução de aplicações simples e constante em um nicho de mercado, difundindo-se pelo mercado. Esta análise, realizada pelos critérios estabelecidos pelo Manual de Oslo, ajudam a separar o que é apenas mudança daquilo que é realmente inovação, uma vez que mudanças são as atualizações ou remoção de erros em processos, enquanto a inovação apresenta a sua evolução, modificando-o significativamente. Avaliando processos e resultados, considerando um período de 3 anos, é possível estabelecer se um negócio é ou não inovador. Para a obtenção deste parâmetro, a análise deve relatar ou inovações no período estudado, nenhuma inovação, ou ainda se o processo de inovação ainda está em curso, mas ainda não estabelecido. CONCLUSÃO A frenética evolução tecnológica vem exigindo de gestores, clientes, financiadores e até da academia, instrumentos que possam estabelecer parâmetros para coleta e interpretação de dados sobre inovação, para que cada interessado em sua utilização possa tomar as melhores decisões dentro do mercado.

O Manual de Oslo, criado com o propósito que ajudar o mundo neste processo, tem o objetivo de classificar e parametrizar critérios e definições que facilitam o processo de coleta de dados, ajudando a comparar empresas, negócios, mercados, produtos e processos. Sem ele a tarefa seria impossível, uma vez que é utilizado em todo o mundo unificando a base conceitual para possibilitar as pesquisas necessárias à determinação do que é ou não inovação. Entender e utilizar estas ferramentas é mais que necessário, é questão de sobrevivência para as empresas, em especial aquelas dedicadas à tecnologia, cujo mercado evolui exponencialmente. Isto fica evidenciado na própria evolução do manual que de uma edição para outra acrescentou formas de pesquisas inéditas como design thiking, cocriação, prototipagem rápida e triagem de alto rendimento, além do destaque de novos parâmetros como o de desenvolvimento de processos de negócios, que na edição anterior estava diluído dentre os outros procedimentos e neste ganha destaque. É interessante observar que o manual desmistifica ainda alguns conceitos, tais como o senso comum que acredita que “produtos conceitos” sejam inovação, como por exemplo carros, produtos de moda que são mostrados ao público concentrando grande plasticidade e alta tecnologia e que nunca serão lançados, portanto não são inovação e sim uma curiosidade, ou no máximo uma tendência. Mesmo uma estratégia de marketing deixa de ser inovação, por mais vanguardista que seja em sua concepção, caso não seja implementada. Portanto o Manual de Oslo é um instrumento que deveria ser lido por gestores, como leitura obrigatória, caso este queira que sua empresa sobreviva em um cenário tão mutante como o que vivemos. Recife, 13/09/2020...


Similar Free PDFs