Sensopercepção, Pensamento, Juízo de Realidade, Consciência do Eu e Suas Alterações PDF

Title Sensopercepção, Pensamento, Juízo de Realidade, Consciência do Eu e Suas Alterações
Author Ludimila de Souza
Course Tópicos Avançados em Neurologia
Institution Universidade Estadual de Montes Claros
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Ludimila P ereira de Souza |1 Universidade Estadual de Montes Claros

Resumo: Sensopercepção, Pensamento, Juízo de Realidade, Consciência do Eu e Suas Alterações

Ludimila Pereira de Souza - Turma 71 (2017-2023)

Ludimila P ereira de Souza |2 Referências: Cheniaux e Dalgalarrondo

 SENSOPERCEPÇÃO O organismo consegue se autorregular por meio de informações obtidas do ambiente a partir do fenômeno da sensopercepção, que é constituído por uma dimensão neuronal (a sensação) e outra neuropsicológica (a percepção). - sensação: é o fenômeno em que estímulos físicos, químicos ou biológicos originados fora ou dentro do organismo produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. Esses estímulos aos órgãos receptores fornecem informações sobre o ambiente ao organismo. É um fenômeno passivo, uma vez que consiste apenas nos estímulos atuando sobre os sistemas de recepção do organismo. Com ela podemos distinguir as qualidades elementares dos objetos. Características: passivo, físico, periférico e objetivo. - percepção: é a tomada de consciência pelo indivíduo do estímulo sensorial, ou seja, a transformação dos estímulos puramente sensoriais em fenômenos perceptivos conscientes. É um fenômeno ativo,em que o sistema nervoso e a mente do sujeito sintetizam os estímulos sensoriais, confrontando-os com experiências passadas da memória e com o contexto sociocultural no qual o individuo se encontra para, assim, atribuir um significado às experiências. É a integração das impressões sensoriais e da associação destas às representações. Características: ativo, psíquico, central e subjetivo. Alguns autores diferenciam percepção de apercepção. A percepção seria o conjunto ativo e criativo de experiências que partem de estímulos sensoriais e que são recriadas na mente. Já a apercepção seria a entrada de novas percepções e sua articulação com outras já existentes ou o reconhecimento e a identificação do material percebido com um preexistente. Ou seja, a identificação, reconhecimento e a discriminação dos objetos. É o que dá significado às sensações. Exemplo: Sensação: cores e formas de uma fotografia. Percepção: quadro, carteiras, crianças sentadas uniformizadas e uma senhora em pé. Apercepção: uma aula. As qualidades sensoriais podem ser assim classificadas: - exteroceptivas: visuais, auditivas, gustativas, olfatórias - interoceptivas: bem estar, mal estar, sede, fome - propioceptivas: movimento e posição do corpo, equilíbrio. Para que a sensopercepção aconteça, precisamos de alguns elementos básicos. Um deles é a imagem perceptiva real, ou simplesmente imagem, que se caracteriza por ser nítida (contornos precisos), por possuir corporeidade (viva, brilho, luz), por não poder ser alterada pelo individuo, por ser estável e não mudar de um momento para outro e por apresentar todos os detalhes completos diante do observador. Essa é a imagem perceptiva, mas temos, também, a imagem representativa ou mnêmica. Para distinguirmos o fenômeno imagem do fenômeno representação, devemos considerar que a representação refere-se às experiências da imaginação, ou seja, é reviver uma imagem sensorial determinada sem que o objeto que a produziu esteja presente. Logo, é uma imagem na consciência. Por isso, não é tão viva e nítida quanto à imagem real, nem estável (pois aparece e desaparece do campo da consciência) e mostra-se como um desenho indeterminado e incompleto. Existem alguns subtipos de imagem representativa, que são: - eidetismo: é a capacidade de um indivíduo evocar uma imagem guardada na memória e visualizá-la de forma muito precisa e nítida, de maneira semelhante à percepção. - pareidolia: é a visualização voluntária de imagens a partir de estímulos pouco precisos. Por exemplo: ver formas de animais em nuvens. Quando criamos imagens novas (imagem criada) ou quando evocamos imagens percebidas no passado de maneira voluntária (imagem mnêmica), estamos nos referindo à atividade psíquica da imaginação, que é um processo de criação de imagens sem a presença de estímulos sensoriais. O produto minimamente organizado da imaginação é a fantasia. Ela pode ser consciente ou inconsciente, de modo que se origina de desejos e conflitos dessas duas esferas. É uma produção imaginativa. 

Alterações Da Sensopercepção

o QUANTITATIVAS Quando as imagens sensoriais mostram-se com intensidade alterada. Hiperestesia: quando as percepções mostram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade e duração. Por exemplo, um ruído parece um estrondo e as cores tornam-se muito mais vivas(ex: alucinógenos, esquizofrenia aguda, epilepsias). Ao aumento da intensidade do estímulo na pele, damos o nome de hiperpatia, em que esse estímulo torna-se desagradável (ex: síndromes talâmicas).

Ludimila P ereira de Souza |3 Hipoestesia: quando se percebe o mundo ao redor mais escuro, cores menos brilhantes, alimentos com menos sabor, e acontece muito em quadros depressivos. Em relação aos estímulos táteis, podemos ter hipoestesias em faixa (lesão das raízes medulares dos nervos), em bota ou em luva (lesão dos neuronios periféricos). Anestesia: a anestesia tátil é a perda da sensação tátil em determinada área da pele. Analgesia: perda da sensação dolorosa da pele. Parestesia: corresponde a alterações da sensopercepção associadas a doenças neurológicas. São sensações táteis desagradáveis que surgem de maneira espontânea, como o formigamento após cruzar as pernas por muito tempo (parestesia de Berger). Disestesia: também são alterações da sensopercepção associadas a doenças neurológicas, mas, aqui, ocorrem sensações táteis anômalas frente a um estímulo provocado (logo, não é espontânea como a parestesia). Assim, o paciente refere frio ao examinador colocar uma fonte de calor em sua pele. Ambas ocorrem por doenças nos nervos, como a neuropatia periférica diabética, neuropatia por carências nutricionais, esclerose múltipla e síndrome de Guillain-Barré. Agnosia: não reconhece estímulos visuais, táteis, auditivos na ausência de déficit sensorial. Identifica apenas a forma e a cor de um objeto, mas não reconhece o objeto nem sabe dizer sua função. Lesao de áreas associativas corticais. Alucinação negativa: ausência de registro sensorial de um objeto que está no campo sensorial. Ex: não ve uma pessoa que está diante de seus olhos. o QUALITATIVAS São as mais importantes na psicopatologia, e podem ser ilusões, alucinações, pseudoalucinação e alucinose. Cheniaux traz paleidolia aqui. Ilusões: é quando a percepção de um objeto real se dá de maneira deformada. No lugar do objeto existente, vemos outro. Pode ser devido a um rebaixamento do nível de consciência, a um estado afetivo muito intenso ou a um estado de fadiga grave ou atenção marcante. As mais comuns são as visuais e as auditivas. Elas podem ser: - por desatenção: quando elementos representativos são introduzidos para completar ou corrigir estímulos falhos. Como quando corrigimos falhas na impressão de um livro - catatímica: a deformação tem origem em um afeto intenso de desejo ou temor. - onírica: associada a uma diminuição do nível de consciência. Obs: a atenção remove ilusões por desatenção e catatímicas. Alucinações: correspondem à percepção de um estímulo externo ausente, ou seja, percepção de um objeto que não existe. As alucinações, diferentemente dos sonhos, ocorrem paralela e simultaneamente a outras percepções reais. A atenção não remove as alucinações. - verdadeiras : são aquelas percepções que apresentam as mesmas características da imagem perceptiva real. Possuem uma capacidade de convencimento, logo, são aceitas pelo juízo de realidade, mesmo parecendo estranhas ao paciente. Elas são raras,visto que ocorrem sob lucidez de consciência. - pseudoalucinações: são as alucinações psíquicas ou as alucinações aperceptivas. Assemelham-se tanto às imagens representativas quanto às perceptivas, mas caracterizam-se pela ausência de corporeidade e localização no espaço subjetivo interno. Os pacientes percebem com os olhos e ouvidos internos (internos = dentro da mente). Podem ocorrer no delirium (rebaixamento), nas epilepsias (estreitamento) e na esquizofrenia. -alucinoses: assim como nas alucinações verdadeiras, o objeto percebido está no espaço objetivo externo, mas diferencia-se daquelas por causarem estranheza no indivíduo. Ocorrem sob lucidez de consciência e estão relacionadas a distúrbios de origem orgânica, como enxaquecas, lesões do pedúnculo cerebral/tronco cerebral/lobos occipital e temporal. O fenômeno dos membros fantasma em amputados é um exemplo de alucinose. a) visuais: são visões nítidas que o paciente experimenta sem o estímulo visual. Podem ser elementares/simples, quando se enxergam pontos brilhantes, cores e bolas, e são chamadas também de fotopsias. Podem ser complexas/elaboradas, quando se enxergam figuras, objetos, pessoas e cenas, e por isso também são chamadas de alucinações cenográficas. b) auditivas: são as mais comuns. Podem ser simples, como os zumbidos, estalidos, sinos, ou seja, uídos (tinnitus) que podem ser contínuos, intermitentes ou pulsáteis. Podem ser complexas, como palavras e frases, sendo denominadas alucinações audio-verbais, em que o paciente escuta vozes sem estímulos reais com conteúdo depreciativo e de perseguição. Podem ser musicais, as quais se enquadram nas complexas. Comuns na esquizofrenia e alucinose alcoolica. OBS: SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO – são fenômenos próximos das alucinações auditivas, em que o indivíduo ouve o pensamento. Pode ser o próprio pensamento ou os pensamentos que foram introduzidos em sua cabeça. OBS: ALUCINAÇÕES MUSICAIS – é a audição de tons musicais, ritmos, harmonias e melodias sem o estímulo auditivo externo e são acompanhadas da consciência clara e crítica por parte do paciente. c) olfativas e gustativas: o paciente experimenta um odor ou gosto bastante desagradável. Comuns na esquizofrenia. d) cutâneas: sensações táteis, térmicas, dolorosas e hídricas. O paciente sente choques, espetadas, queimações, insetos (associados com o delírio de infestação – síndrome de Ekbom) . Ex: delirium tremens e intoxicação por cocaína. e) cenestésicas (viscerais): o paciente relata sensações de seus órgãos internos, como o cérebro encolhendo, que seus órgãos genitais estão sendo tocados, que estão sendo atingidos por irradiações ou descargas elétricas, etc. Ocorre nos delírios de influencia e na síndrome de Cotard (quando os órgãos internos não são normalmente percebidos).

Ludimila P ereira de Souza |4 f) cinestésicas: falsa percepção de movimento de todo o corpo ou de seu segmento. O paciente pode achar que está girando, voando, caindo, afundando, etc. Ocorre no delirium tremens e em quadros de etiologia orgânica. Algumas formas especiais de alucinação: a) funcionais: são verdadeiras alucinações desencadeadas por um estímulo sensorial. Não é o mesmo que ilusão, porque esta é uma deformação na percepção de um objeto presente, enquanto que as alucinações funcionais são apenas desencadeadas por um estímulo real. Por exemplo, ouvir vozes ao abrir o chuveiro. b) combinadas ou sinestesias: são alucinações de várias modalidades sensoriais que ocorrem ao mesmo tempo. Por exemplo: ver uma pessoa que conversa com o paciente e toca nele. c) extracampinas: quando as alucinações ocorrem fora do campo sensorial. d) autoscópica: visão da imagem do próprio corpo projetada no espaço externo. Ocorre em lesões do lobo parietal e na esquizofrenia. Fenômeno do duplo: existe um eu dentro do próprio corpo e um eu fora dele. e) hipnagógicas ou hipnopômpicas: normalmente são visuais, mas podem ser auditivas e táteis. Acontecem na transição sono-vigília, em que as primeiras ocorrem ao adormecer, e as segundas, ao despertar. Possuem mais características das representações que das percepções.  Como podemos explicar as alucinações? 1) privação sensorial: por meio de experimentos, foi estudado que, quando um individuo fica submetido a uma privação sensorial, ele passa a apresentar distúrbios neuronais que se manifestam como fenômenos alucinatórios. Diante da privação, ocorre um estado de liberação neuronal associado à redução das aferências ao SNC (deaferentação), em que o próprio sistema nervoso produziria o fenômeno sensorial. Ou seja, quando o sistema nervoso é privado de estímulos externos, ele mesmo, para manter a homeostase, produz o fenômeno sensorial. Na surdez, ocorrem alucinações musicais. No déficit visual, alucinações visuais. Exames de neuroimagem mostraram que as áreas corticais ativadas na percepção normal da fala são também ativadas durante as alucinações auditivas. 2) neuroquímica: as alucinações estão associadas a uma hiperatividade das vias dopaminérgicas e serotoninérgicas. Percebeu-se que os antipsicóticos antagonizam a atividade da dopamina, diminuindo os sintomas das alucinações. Os alucinógenos (LSD) provocam um quadro alucinatório bastante rico por ter um efeito agonista serotoninérgico. 3) cognitivista: as alucinações seriam imagens derivadas de fontes internas de informações erroneamente classificadas como sendo do mundo externo. 4) psicodinâmica, psicológica e afetivas: o afeto, os conflitos internos inconscientes e os desejos seriam a base das alucinações. Assim, estas corresponderiam ao movimento inconsciente do aparelho psíquico expulsar para o meio externo as angústias e os conflitos internos insuportáveis e impossíveis de serem aceitos pelo Eu consciente.  PENSAMENTO Podemos definir pensamento como sendo elementos sensoriais que fornecem substrato para o processo de pensar. O pensamento é constituído por elementos intelectivos, que são: conceitos, juízos e raciocínio. Já o processo de pensar é delimitado pelo curso, forma e conteúdo. Além disso, podemos definir alguns princípios básicos do pensamento lógico-formal, que são: - identidade: refere-se à não contradição do pensamento. Se A é A e B é B, A não é B. - causalidade: as mesmas causas produzem os mesmos efeitos. Se A é causa de B, B não é causa de A nem A é efeito de B. - lei da parte pelo todo: discrimina a parte do todo. Se A é parte de B, B não é parte de A. Esses foram os princípios definidos por Aristóteles e que foram superados por Hegel Conceitos -> palavras O conceito é o elemento estrutural básico do pensamento e por ele se exprimem os caracteres essenciais e mais gerais dos objetos e dos fenômenos da natureza. Eles se formam a partir de representação e não possuem elementos de sensorialidade, por isso não podemos visualizá-lo, ouvi-lo ou senti-lo. Eles são formados a partir de dois processos, um primeiro de eliminação dos caracteres de sensorialidade (para ficar somente a dimensão conceitual) e o segundo de generalização (um mesmo conceito engloba todos os tipos daquele objeto). Os conceitos são formados por abstração e generalização. Juízos -> frases ou preposições Formar juízos é o processo que conduz ao estabelecimento de relações entre dois ou mais conceitos. Os juízos têm função de formular uma relação unívoca entre um sujeito e um predicado. Raciocínio É um modo especial de ligação de conceitos. É o processo que estabelece relações entre conceitos e uma sequência de juízos, formando um encadeamento de conhecimentos. Processo de pensar Nele, podemos distinguir três aspectos do pensamento. O curso, que diz respeito ao modo, à velocidade e ao ritmo em que o pensamento flui. A forma, que se refere à estrutura do pensamento, à sua arquitetura, ao conjunto de interesses e conteúdos. E, por fim, o conteúdo, que pode ser associado aos temas e aos assuntos do pensamento.

Ludimila P ereira de Souza |5 

Alterações dos Elementos do Pensamento o

ALTERAÇÕES DOS CONCEITOS

Desintegração: ocorre quando há uma dissociação entre a ideia de um objeto e a palavra que o designa. Uma mesma palavra passa a ter vários significados, ou o conceito perde seu significado original. Por exemplo: ateu deixa de significar descrente para significar crente (“a teu comando”). Ocorre em esquizofrenias. Condensação: quando dois ou mais conceitos são fundidos, ou seja, duas ou mais ideias se unem para constituir um só conceito. Isso origina os neologismos. o

ALTERAÇÕES DOS JUÍZOS

Juízo deficiente ou prejudicado: quando a elaboração do juízo é prejudicada por deficiência intelectual ou pobreza cognitiva. Os juízos tornam-se simplistas e sujeitos à influência do meio social. Juízo de realidade ou delírio: será discutido adiante. 

Alterações do Pensamento

Podem ser alterações quantitativas, que modificam o CURSO do pensamento, ou qualitativas, que modificam a FORMA ou o CONTEÚDO. o ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS Aceleração do curso: o paciente fala mais rápido, desenvolve maior produtividade ideativa e maior velocidade no processo associativo. Ocorre na mania, no estado de ansiedade e de agitação psicomotora. Alentecimento do curso: o paciente fala mais devagar. Há redução no número de ideias e de representações e inibição do processo associativo. Ocorre na depressão. Interrupção do curso: é quando ocorre um bloqueio do pensamento de modo abrupto e sem motivo aparente. O paciente vivencia essa interrupção do fluxo de seu pensamento, que resulta em um vazio ou em um “branco” do pensamento, sendo relatado por ele como se alguém o tivesse roubado. o

ALTERAÇÕES QUALITATIVAS

1) DA FORMA Fuga de ideias: é uma variação rápida e incessante de tema, como se houvesse um afastamento de ideias-alvo ou continua sucessão entre diferentes ideias-alvo em um curto espaço de tempo. O pensamento é facilmente desviado por estímulos externos. Normalmente está associada à logorreia e à aceleração do curso do pensamento. Ocorre nas crises maníacas primárias. Desagregação: há perda do sentido lógico da associação de ideias, e novas associações são formadas de maneira incompreensível e irracional. Assim, o discurso torna-se incoerente, fragmentado e muitas vezes ininteligível. O pensamento pode ser caracterizado por ser dissociado, confuso, incoerente, vago e descarrilado. Prolixidade: quando o discurso é dotado por vários detalhes irrelevantes e desnecessários, que derivam de uma incapacidade de síntese e fazem com que a ideia-alvo seja alcançada tardiamente ou nem o seja. Geralmente ocorre quando há comprometimento intelectivo, como no retardo mental e na demência. Quando o paciente é prolixo, apresenta dificuldade em responder de forma direta e objetiva a uma pergunta. Minuciosidade: quando o discurso é caracterizado por um número excessivo de detalhes relevantes, introduzidos para enriquecer a comunicação, bem como para evitar omissões. Ex: o paciente minucioso consegue descrever tudo o que sentiu a cada dia em uma consulta médica e com os mínimos detalhes. Acontece no TOC e no transtorno de personalidade obsessiva (anancástica)

Ludimila P ereira de Souza |6 Perseveração: ocorre um empobrecimento do processo associativo, de modo que o discurso torna-se focado em apenas uma única ideia-alvo em decorrência da perda da flexibilidade do pensamento. Ou seja, há uma dificuldade em abandonar o tema do discurso, que é recorrente de maneira excessiva em um mesmo tempo. Ocorre na esquizofrenia, nos retardos mentais e no delirium. - um tipo especial de perseveração são as ideias obsessivas. São ideias reconhecidas como absurdas e irracionais pelos próprios pacientes, e que eles as reconhecem como próprias. São ideias repetitivas e que se impõem à consciência do individuo contra a sua vontade e que o levam a uma luta interna. Por exemplo: uma mulher tomada pela ideia de que o marido poderia sofrer um acidente fatal de carro quando ela saía de casa; a senhora que, sempre que ia à igreja, imaginava os santos despidos. 2) DO CONTEÚDO Concretismo: é o discurso pobre em abstrações, metáforas e analogias. Seria um pensamento empobrecido. O individuo pode até usar símbolos e expressões, mas não como representações, e sim como algo substantivo e concreto. Ocorre na esquizofrenia e no delirium. Ideias delirantes: são alterações do conteúdo do pensamento discutidas a seguir.

 O JUÍZO DE REALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES – DELÍRIO Delírios são juízos falsos, um erro do juízo e que tem origem patológica. Em geral, possuem um conteúdo possível, mas improvável. Caracterizam-se por: - se acompanham de uma convicção extraordinária: em que o paciente acredita que não se pode duvidar da veracidade de seu delírio, é u...


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