Sociedades Andinas anteriores a 1532 PDF

Title Sociedades Andinas anteriores a 1532
Course História da América I
Institution Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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Resumo e notas.
GIBSON, Charles. Sociedades andinas anteriores a 1532....


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SOCIEDADES ANDINAS ANTERIORES A 1532 – CHARLES GIBSON Resumo/notas A invasão da região andina ocorre em 1532, mais de 20 anos depois da chegada dos espanhóis na Mesoamérica. Todo o conhecimento (incompleto) sobre as civilizações andinas em 1532 deriva de histórias e relatos orais posteriores. Os registros são extremamente fragmentados e a arqueologia não é muito explorada na região. Existem registros muito mais antigos que já foram estudados; quanto mais nos aproximamos de 1532, mais raros são os dados arqueológicos existentes.

Há um desinteresse por parte dos historiadores modernos em relação à pesquisa de novas fontes (além dos relatos escritos). A maioria dos autores e trabalhos utilizam as mesmas fontes, diferenciando apenas em questões de interpretação.

Nas últimas décadas houve avanço no entendimento da articulação entre os grupos étnicos locais e os incas, através do estudo das demandas litigiosas ou dos registros demográficos e tributários compilados nas primeiras décadas do domínio espanhol. O exame da vida cotidiana e da organização dos estados andinos só avançará quando arqueólogos e etnólogos trabalharem juntos para desvenda-las. Pouco trabalho arqueológico foi realizado na região inca central.

Segundo relatos, a região era rica na quantidade de pessoas e em suas habilidades, nas tecnologias de construção, na metalurgia, nas estradas, na irrigação, nos produtos têxteis...

➢ A região mais densamente povoada era o entorno do lago Titicaca. ➢ Para praticar a agricultura, os povos andinos enfrentavam adversidades geográficas e climáticas, que foram transformadas em vantagens de adaptação. Começaram com pequenos grupos, cultivando alimentos e pescando. Conforme a população aumentou, passaram a buscar alimento em lugares cada vez mais distantes. ➢ Foi desenvolvido um processo de conservação em que os produtos eram congelados à noite e secos ao sol no dia seguinte (chuñu e charki). Com essas adaptações e desenvolvimento, as dimensões das comunidades políticas andinas variaram de algumas centenas de famílias a 25 ou 30 mil, podendo totalizar (em conjunto) 5 milhões de pessoas ou até mais. Esse aumento no tamanho das comunidades resulta em mudanças

na localização e na função das diferentes colônias, além de ter influenciado diretamente a complexidade de arranjos nas periferias. A busca por acesso a produtos exóticos era tão grande que a períodos de conflito se seguiam sempre épocas em que o acesso era partilhado, por mais tensa que fosse a trégua.

MITMAC > era o nome dado ao colono na língua quíchua. Ele podia manter vínculos com seu local de origem, embora esse pudesse se localizar a vários dias de distância. Foram criados dispositivos institucionais para garantir não só o acesso dos colonos aos produtos, mas também ao intercâmbio social. A especialização das técnicas tornou-se implícita no próprio padrão de colônias espalhadas. Os mitmacs que viviam nas praias, por exemplo, podiam secar os peixes e algas comestíveis. Em troca, a caravana que vinha das montanhas trazia tubérculos, carnes, lã, etc.

Quando a comunidade política controladora ultrapassa o número de 20 mil famílias, ocorre uma mudança no padrão andino de complementaridade vertical. Os mitmacs poderiam ser transportados para diferentes territórios, assegurando aos incas o governo e as rendas. Esse governo era, entretanto, indireto: não havia pagamento de tributo.

Se o mitmac quisesse reafirmar seu vínculo com o centro, ou mesmo visita-lo, deveria caminhar entre 10 e 15 dias até sua terra de origem. Alguns, que haviam sido deslocados, poderiam levar até mais tempo para retornar.

Apesar das dificuldades implicadas nas novas dimensões de dominação, o Estado Inca deu continuidade à colonização nos Andes.

Os mitmacs passam a fazer arte, além de seus trabalhos agrícolas; também passaram a ser utilizados pelo Estado com propósitos militares. Constantes rebeliões exigiam guarnições que trabalhassem em tempo integral antes de 1532.

O TAHUANTINSUYO (Estado Inca), apesar de ter se expandido rapidamente, não foi a primeira comunidade política multiétnica dos Andes.

O período FORMATIVO ou HORIZONTE PRIMITIVO andino era centrado em CHAVÍN, um templo nas montanhas do leste. É considerado a matriz da civilização andina, tendo alcançado seu apogeu de influência entre 1000 e 300 a.C.

Não existe um consenso sobre como surgiram os horizontes andinos (períodos em que as autoridades centrais conseguiam controlar tanto as comunidades das montanhas quanto as costeiras), ou sobre como eles vieram a se desintegrar. Alguns sugerem o comércio; outros, motivações religiosas.

O HORIZONTE MÉDIO vai de 500 a.C. até por volta de 1000 d.C. Centrava-se em Tihuanaco (próximo ao lago Titicaca) e Huari (no Peru). Ambos foram colônias urbanas de vasta extensão, consideradas núcleos de Estados. Pesquisas recentes revelam que eles podem ter exercido hegemonia ao mesmo tempo, com esferas de interação distintas.

A tradição oral dos Andes concorda que os séculos que antecederam a expansão inca foram AHUACA RUNA (tempo de soldados), no Período Intermediário Tardio.

AYLLU – uma comunidade familiar extensa com ascendência comum, real ou suposta, que trabalha coletivamente em um território de propriedade comum.

➢ Correlacionar informações históricas com escavações arqueológicas não é uma prática comum nos Andes. Ainda existem continuidades nos modos de vida e nas línguas, apesar dos 500 anos de domínio colonial. No período pré-colonial, era disseminada a língua aimará. Os europeus chamavam a língua inca de quíchua. Os próprios incas a chamavam de RUNA SIMI, que significava língua do povo.

Depois do longo período de conflito que separou o Horizonte Médio do Tardio ou Incaico, Cuzco deixou de ser, no século XV, o núcleo de uma comunidade local para se tornar um importante centro urbano: a capital do Tahuantinsuyo. Não se sabe até que ponto os grupos étnicos incorporados pelos incas estavam representados na capital. Não era apenas o centro administrativo dos incas, mas também um centro cerimonial.

Não existe consenso acerca da extensão da intervenção de Cuzco no governo dos grupos étnicos incorporados. Há indícios de que, em algumas regiões rebeldes, os incas designaram governadores para substituir o “senhor natural”. Os aldeões deveriam não apenas encher os armazéns de seu senhor e do santuário local, mas também produzir renda para o Estado.

REFERÊNCIA GIBSON, Charles. Sociedades andinas anteriores a 1532. In:...


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