Temas clássicos da psicologia sob a ótica da Análise do comportamento - Resumo - Consciencia e autoconhecimento PDF

Title Temas clássicos da psicologia sob a ótica da Análise do comportamento - Resumo - Consciencia e autoconhecimento
Course Analise Experimental Do Comportamento Ii
Institution Universidade Federal de Minas Gerais
Pages 8
File Size 193.5 KB
File Type PDF
Total Downloads 46
Total Views 136

Summary

Temas clássicos da psicologia sob a ótica da análise do comportamento - Resumo do capítulo 13 - Consciência e Autoconhecimento...


Description

Temas clássicos da psicologia sob a ótica da Análise do comportamento CAPÍTULO XIII - CONSCIENCIA E AUTOCONHECIMENTO

a consciencia e geralmente considerada, no minimo, como dificil de ser submetida aos metodos de investigacao empirica de que poderiamos dispor. Afinal, a ciencia trabalha com aquilo que podemos observar, manipular e medir, e podemos faze-lo, dentro de certos limites, com o comportamento e tambem com o corpo dos organismos (p. ex., estudando a sua anatomia e fisiologia). No entanto, como poderiamos aplicar tal metodo a consciencia (ou a estados de consciencia), cuja privacidade parece desafiar o avanco da tecnica de instrumentacao cientifica e que talvez nos leve, outra vez, a pensar se nao ha algum problema com nossas concepcoes sobre tal objeto ? por que, afinal, temos algo como a experiencia subjetiva em vez de simplesmente nos comportarmos sem que nada do tipo ocorra (ou por que nossos comportamentos nao ocorrem no escuro , por assim dizer)? A experiência subjetiva tem algum papel funcional ou causal na determinação da conduta

EVENTOS PRIVADOS Skinner: Uma pequena parte do universo esta encerrada dentro da pele de cada um de nos. Nao ha razao pela qual ela deveria ter um status fisico especial porque ela esta dentro dessa fronteira, e talvez possamos ter um tratamento completo dela pela anatomia e fisiologia (...). Nos a sentimos e em algum sentido observamos, e poderia parecer tolo negar essa fonte de informacao so porque nao mais que uma pessoa pode fazer contato com seu mundo interior. Entretanto, nosso comportamento, ao fazer esse contato, precisa ser examinado. Em suma: Não há razão pra excluir eventos privados só porque são inacessíveis Esses eventos são físicos O que se relata não é um dado científico confiável Deve-se buscar entender como eventos privados e físicos se relacionam com o cpto.

Explicação pela fisiologia: Eventos que ocorrem no interior são percebidos por meio de sistemas perceptivos mais internos (interoceptivo e proprioceptivo) se comparado com o sistema perceptivo voltado para o exte-

rior Cpto verbal: antecipar o cpto da pessoa questionada ou obter infos sobre o que não está diretamente acessível. Há reforçamento contingente à respostas adequadas. Somente com a ajuda da comunidade verbal que essas sensações tornam-se discriminativas para nós. Se nao fosse por intermedio dos membros da comunidade verbal em que estamos inseridos, certamente seriam muito raras as ocasioes em que discriminariamos nossos proprios estados corporais, pois e por intermedio da comunidade que nossos relatos a respeito de nossos estados corporais (ou seja, privados) podem ser reforcados de maneira contingente. A comunidade não consegue ser precisa no ensino de nomeação de eventos privados para o proprio individuo, a consequencia é que seu autoconhecimento é incompleto ou inadequado e ele encontra limitacoes para se gerenciar de maneira eficiente.

CONTEÚDO CONSCIENTE Conteúdo consciente: espécie de recorte de algum aspecto momentaneo no correr da nossa expe. subjetiva Problema: experiencias como as citadas nao tem contrapartes no mundo fisico (p. ex., um comprimento de onda eletromagnetica tem propriedades distintas das cores como essas nos aparecem) e, por serem privadas, nao so tornam a investigacao cientifica dificil, como parecem pressupor um mundo mental em que possam ocorrer. -> Considerar o papel do controle que o estímulo tem sobre o cpto. Estímulos discriminativos: adquirem controle sobre uma resposta quando esta é reforçada em sua presença Generalização: quando a resposta e emitida em uma condicao algo similar aquela em que foi reforcada, mas em que apenas algumas das propriedades da ocasiao original estao presentes, Discriminação: se a resposta for consistentemente reforcada quando apenas uma propriedade particular estiver presente, essa ultima termina por ganhar controle exclusivo aquilo que percebemos depende do controle que os estimulos da situacao exercem sobre nosso comportamento subsequente

e tal controle nao determina completamente a ocorrencia desse comporta-

mento, mas torna sua ocorrencia mais provavel. Depende da história de reforçamento e da filogenia

Imaginação, alucinação, sonhos... Como explicar? Tentativas mentalistas: Teoria da cópia: filósofos gregos, reformulada, adotada pelos psis cognitivistas. Percebemos o mundo, fazemos cópias internas que ficam guardadas, podem ser vistas novamente quando queremos ver a coisa percebida que não está presente para ser observada. As características da cópia podem ser recombinadas para formar algo novo Críticas à teoria da cópia: 1. É preciso explicar como o mundo e copiado ou armazenado nos organismos e como essas copias podem ser recuperadas depois para que possamos observa-las -> usa-se metáforas sem suporte empírico Solução de Skinner: Somos estimulados pelos objetos em nosso ambiente, mas estes não são absorvidos ou aplicados pelo organismo, a estimulação controla o comportamento 2. a teoria da copia nao da conta, por fim, de explicar o comportamento de ver. se o mundo e copiado internamente, o que vemos quando olhamos para nossas copias? Cada tentativa de ver é criar uma cópia. - Deixa sem explicação o próprio cpto de ver não há imagens no sentido de cópias privadas,há comportamento perceptual. se nao ha copias para serem vistas dentro dos organismos, aquilo que resta para ser visto quando o objeto esta ausente e o proprio comportamento de ver. Ver - é reforçador; na ausencia do objeto visto + motivação para ver = podemos produzir o próprio objeto ou algo parecido. Privação = aumento da probabilidade de emissão de uma resposta privada que causa uma estimulação similar à de quando o objeto está no ambiente. Estimulação: qualquer cpto produz estimulação colateral que é produzida automaticamente quando emitimos uma resposta. Pode ser pública ou privada. Autoestimulação: importante na interpretação comportamental de vários tipos de cpto: São os estimulos que controlam o comportamento. Respostas não podem controlar respostas subsequentes, a não ser que haja uma estimulação intermediária que estabeleça esse controle. Dessa maneira, quando vemos, na ausencia da coisa vista, emitimos, por conta da motivacao estabelecida anteriormente, uma resposta privada que nos estimula automaticamente; e e esse mesmo estimulo privado autoproduzido e similar que observamos sem que a coisa figurada esteja presente em nossas imediacoes. De maneira mais tecnica, trata-se de um encadeamento em que a resposta privada cria a ocasiao para a observacao por meio de uma estimulacao produzida automaticamente quando houve a ocorrencia da primeira. nao e a percepcao somente

seja essa de eventos privados ou publicos

que causa o

problema da consciencia, mas um tipo especial de contingencia que nos leva a ver que estamos vendo , o que e o mesmo que ter consciencia de que vemos. somos controlados por estimulos do nosso ambiente proximo porque as contingencias a que fomos expostos em nossa historia passada estabeleceram esse controle, porem a comunidade verbal faz perguntas sobre nos mesmos e que estabelecem a ocasiao em que a auto-observacao sera reforcada,

Uma pessoa se torna consciente em um sentido diferente quando uma comunidade verbal arranja contingencias sob as quais ele nao apenas ve um objeto, mas vê que o está vendo. Nesse sentido especial, a consciencia (...) e um produto social. Emprego da palavra consciente: 1º ha controle de estimulo envolvido, com resultado de que a pessoa ou o organismo se comporta de maneira diferencial quando aquele estimulo esta presente 2º uma pessoa esta consciente quando ve que esta vendo e, nesse caso, nao e apenas o objeto visto que controla o comportamento subsequente

como no caso anterior

, mas

tambem os estimulos produzidos automaticamente pelo ato de ver. A pessoa observa e se observa ao mesmo tempo

Introspecção: um exame mais detido ou sistemático do conteúdo consciente. modo de auto-observação cuidadosa e dirigida, principalmente, aos nossos eventos privados Exame cuidadosó da própria experiência subjetiva

Comportamento descritivo podemos empregar os relatos assim obtidos para guiar o processo de auto-observação e também para compartilhar com os outros as experiências vividas. Sobre a introspecção: Devemos questionar a respeito da confiança que podemos ter no conhecimento assim adquirido ou mesmo ponderar sobre sua eficiência frente a outros tipos de autoconhecimento, como a descrição das contingências a que estamos submetidos

AUTO-OBSERVAÇÃO E AUTOCONSCIÊNCIA Nossos corpos também fazem parte do nosso ambiente Autoconsciência: Comportamentos de auto-observação podem levar pessoas a discriminarem a si mesmas - um modo de autoconhecimento geralmente chamado de autoconsciência Devem ser ensinadas pela comunidade verbal por reforçamento arbitrário Discriminação condicional do próprio comportamento

Experimento: Discriminação condicional onde o comportamento anterior é o estímulo condicional, usando diferentes esquemas de reforçamento. Autorreconhecimento no espelho Gallup (1970) - Teste do espelho - investiga a capacidade de percepção de primatas Conclusão: o comportamento de autorreconhecimento é específico de certas espécies com intelecto avançado. o autorreconhecimento da imagem no espelho implica um conceito de self ; ou mesmo um autoconceito suficientemente bem integrado . Estudo: Epstein, Lanza e Skinner ( 1981 ). Nele, os pombos puderam ver uma marca azul em seus corpos cuja imagem era refletida no espelho e passaram a bicá-la, sendo então reforçados. houve problemas em replicar o experimento original de Epstein, Lanza e Skinner (1981) com pombos (Dymon; Barnes, 1997) e fica aberta aos cientistas do comportamento a oportunidade para tentar replicar e estender esses resultados.

Autodiscriminação de estímulos privados Lubinsky e Thompson (1987) realizaram um experimento em que pombos discriminavam estados corporais provocados pela aplicação de certas drogas e comunicavam aquilo que sentiam a pombos que compartilhavam suas gaiolas pressionando certas chaves. É muito provável que os animais que figuraram nesses experimentos nunca aprendessem a se observar e a se discriminar se não tivessem sido expostos a essas situações experimentais. e a autodiscriminação (ou autoconsciência ) não é um processo especial de discriminação, mas que há, sim, uma diferença com relação à localização dos estímulos discriminados. O que foi dito já parece bastante esclarecedor, mas é preciso considerar, ainda, que as pessoas geralmente desenvolvem repertórios de auto-observação com a ajuda da comunidade verbal, o que ocorre simultaneamente à aquisição de repertórios de autodescrição

COMPORTAMENTO DESCRITIVO Tem cptos autoconscientes que não incluem cpto verbal. Operante verbal TATO: a descricao (o tato, o relato) é necessaria para falarmos em consciencia em humanos, ou seja, quando o individuo e capaz de emitir o operante verbal tato em relacao a algo, dizemos que ele tem consciencia desse algo.

Saber descrever é uma condição para reconhecermos que há consciência O TATO: Reforço diferencial de uma resposta verbal diante de um estímulo não verbal Características para instalação do tato: Controle pelo SD que é não verbal; Reforço generalizado Quando a correspondencia com a situacao de estimulacao e precisa, chamamos a resposta de objetiva , valida , verdadeira ou correta -> Tato puro - Há um controle exclusivo pelo Sd O tato estabelece uma ligacao entre o comportamento do ouvinte e um relevante estado de coisas. O relato verbal é um tato, sob controle dos aspectos relevantes deste estado de coisas, que permite ao pesquisador fazer inferências sobre este estado de coisas ao qual ele não tem acesso direto . a pessoa esta consciente de algo quando ela emite um tato sob controle desse algo. No caso de apenas repetir uma informação, pela AC, pode-se considerar que não há consciência, pois esse cpto (repetir a informação) não é um tato, é um ecoico. No caso de emitir operante verbal intraverbal, pode-se dizer que há consciência Sobre cpto autodescritivo: "Somente através da aquisição de tal comportamento o falante torna-se consciente [aware] do que e do porquê ele está fazendo ou dizendo." (Skinner, 1957, p. 139) Autotato: pode sofrer distorções Experimento: correspondencia entre comportamento verbal descritivo e comportamento nao verbal que e descrito. Crianças relatando sobre qual brinquedo usaram: LB - correspondência entre fato e relato Reforço de respostas afirmativas -> aumento resposta + e redução da correspondência fato-relato -> respostas passam a ter função de mando. As contingências verbais estabelecidas pelos outros levam o indivíduo a se auto-observar e a descrever o que observa, mesmo quando o observado é inacessível aos outros. a comunidade verbal estabelece contingencias que constroem repertorio de auto-observacao e modelam a descricao.

AUTOCONHECIMENTO O autoconhecimento é apenas o conhecimento no qual o sujeito que produz conhecimen-

to é também o objeto conhecido. A especificação auto refere-se ao objeto do conhecimento e não à forma ou maneira que o conhecimento é produzido. Para o Behaviorismo Radical, o autoconhecimento nao é imediato; ao contrário, ele é sempre mediado por outros. (Sério, 200, p. 170) Ocorre modelagem por reforço diferencial às resposta a perguntas acerca dos eventos privados. Só emitimos esses comportamentos autodescrivos por causa da comunidade verbal Repoertório de autconhecimento: Auto-observação e autodescrição auto-observacao inclui observar: as condicoes em que o comportamento surge, o proprio comportamento e as suas consequencias. O autotato e o relato sob controle daquilo que e auto-observado. A consequencia da auto-observacao e a exposicao do individuo aos estimulos produzidos automaticamente por seu proprio comportamento, como exposto anteriormente. Quatro maneiras de a comunidade, que nao tem acesso a estimulacao privada do individuo, ensina-lo a responder verbalmente a essa estimulacao: 1º Reforçamento contingente a respostas verbais que acompanham eventos públicos vinculados a eventos privados. Ex: Criança que se fere no joelho. 2º Inferencias: a comunidade verbal ensina o indivíduo a falar sobre eventos privados - a comunidade infere o estímulo privado, não a partir de estímulos públicos que o acompanham, mas de respostas colaterais, incondiconadas, não verbais. 3º Flar de cpto públicos, abertos, observáveis - assim se pode descrever os mesmos cptos quando estes ocorrem em nível privado. Retroceder do público para o privado. 4º inducao, uma resposta adquirida e mantida em conexao com estimulos publicos pode ser emitida em resposta a eventos privados. Estímulos publicos e privados tem propriedades em comum. Uso de metáforas.

autoconhecimento é constituído socialmente, pois o produto da auto-observação torna-se, por meio de contingências estabelecidas pela comunidade, Sd para o relato.

AUTOCONTROLE estamos conscientes do que estamos fazendo quando descrevemos a topografia de nosso comportamento. Sabemos porque agimos de forma A ou B quando descrevemos as relações org-amb funcionalmente. Isso facilita na intervenção que podemos fazer sobre o cpto.

A partir dos autotatos -> construir regras para controlar o cpto -> autocontrole a consciência é necessária, mas não suficiente para o autocontrole. Existe a possibilidade de as variáveis estarem inacessíveis ou de o indivíduo não ter repertório suficiente para, mesmo ciente da sua situação, gerenciar-se por meio da manipulação das variáveis das quais seu comportamento é função.

CPTO INCONSCIENTE Inicialmente, todos os nossos cptos são inconscientes Inconsciente reprimido da psicanálise: produto de práticas coercitivas, o relato produz autoestimulação aversiva que é cancelada ou evitada por outros cptos

AUTOCONHECIMENTO E PSICOTERAPIA por falta de repertório de autoconhecimento, o indivíduo não consegue criar autorregras em determinadas situações e, por isso, não consegue estabelecer o autocontrole.

CONCEITOS CHAVE: Consciência: Responder discriminativo aos estímulos produzido proprio comportamento Autoconhecimento: capacidade de discriminar e descrever eventos que ocorrem no proprio organismo ou relacoes estabelecidas entre esse organismo e o mundo. Reforço generalizado: dinheiro, atenção...

Comportamento verbal: Intraverbal - O intraverbal diferencia-se do tato basicamente por causa dos estímulos discriminativos que controlam cada um dos dois, no caso do primeiro, o discriminativo é verbal e no segundo não-verbal. Ecóico - condição prévia necessária para o estabelecimento de outros tipos de operantes verbais. É controlado por estimulo discriminativo verbal apresentado por outro falante e por reforço generalizado. O estimulo discriminativo e a resposta verbal correspondem ponto-a-ponto. O individuo atua como ouvinte e como falante....


Similar Free PDFs