Trabalho de Resenha Crítica - Prof. Vania PDF

Title Trabalho de Resenha Crítica - Prof. Vania
Author Arthur Monteiro
Course Artes
Institution Universidade Estadual de Maringá
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Summary

Trabalho realizado com o intuito de conscientizar os alunos sobre piadas com as minorias sociais....


Description

Colégio estadual Alberto Jackson byington Júnior

Resenha Crítica “O riso dos Outros”

Trabalho sugerido pela Professora: Vania Trabalho redigido pelo aluno: Arthur Monteiro Nº 4 2ºA

Maringá, 11 de setembro de 2018

Resumo

Lançado em dezembro de 2012 e veiculado pela TV Câmara, o documentário O Riso dos Outros (51:35), de Pedro Arantes é um filme que tem como objeto central o humor realizado no Brasil e aborda assuntos polêmicos e não menos interessantes como os tipos de piadas, a censura no humorismo, a tal da patrulha do politicamente correto, as piadas preconceituosas e os alvos desse tipo de piadas, dentre outros. Com participações de Laerte, André Dahmer, Hugo Possolo, Antônio Prata, Jean Wyllys, Lola Aronovich, Idelber Avelar, Nany People, Rafinha Bastos, Danilo Gentili e Marcela Leal, dentre outros, o filme atinge plenamente o objetivo de levantar a discussão se deve haver limites e responsabilidades quando o assunto é o humorismo. Dentre os muitos pontos positivos do documentário, de cara gostaria de mencionar a edição, pois ela consegue demonstrar exatamente como realmente são o Rafinha Bastos e o Danilo Gentili, por exemplo, enquanto profissionais do humor, isto é, verdadeiros babacas. Exemplo claro disso é um dado momento, mais para o final do filme, quando a equipe do documentário vai até Buenos Aires, onde entrevistam um produtor de stand-up, Gabriel Groswald, e uma comediante lésbica, Ana Carolina. Se nos dermos ao trabalho de comparar a visão que esses indivíduos têm sobre o papel do humor e dos comediantes com as opiniões de Danilo Gentili e Rafinha Bastos, por exemplo, fica bastante claro a razão do nível rasteiro das comédias e comediantes de sucesso que atingem as grandes massas no Brasil. Não estou defendendo aqui que não existem humoristas e comediantes que façam humor de bom nível no Brasil. O próprio documentário traz considerações de cartunistas como o Laerte e o André Dahmer, por exemplo, que rechaçam esta ideia. Meu propósito ao fazer o destaque acima era mostrar, de modo bastante didático, como o documentário trabalhou a diferença de piadas que exploram as minorias, os preconceitos e os estereótipos. É certo que na Argentina também existem comediantes escrotos como o Danilo Gentili e o Rafinha Bastos, uma vez que a babaquice não respeita divisões políticas. Marcela Leal A comediante Marcela Leal é um dos destaques negativos do documentário ao aparecer defendendo a piada machista sobre estupro escrita por Rafinha Bastos e veiculada na Rolling Stones Magazine. Há vários trechos interessantes a se destacar ainda no tema sobre piadas discriminatórias e/ou que exploram os estereótipos. O documentário aborda, por exemplo, a repercussão da piada sobre estupro feita pelo Rafinha Bastos, publicada na Rolling Stones, na qual ele dizia que uma mulher feia devia era agradecer ao estuprador por ela ter tido uma oportunidade de sexo. Como bem apontou Lola Aronovich, quer no documentário, quer em seu blog,

trata-se de uma piada tão velha e tão infame, que certamente o tataravô do Bastos já devia fazer em sua época. Isso torna bastante evidente a falácia de quem se auto promove vinculando-se à ideia da renovação no gênero humorístico e da produção de textos inteligentes. Infelizmente, o destaque negativo fica para o fato de a única comediante mulher, Marcela Leal, defender a piada sobre estupro do Rafinha Bastos e, pior que isso, ser registrada no documentário fazendo piadas tão escrotas quanto a dos outros dois já mencionados, sobre a vida sexual de sua vizinha gorda. Tal como disse Nany People no próprio documentário “Como a maioria dos atores que fazem humor são homens, eu cansei de ver o universo ser decantado, escaneado e sacaneado por eles. (…) e até as mulheres que fazem humor, e são poucas as que fazem, fazem humor muito machista. Elas reforçam toda a leitura que os homens já têm delas, entendeu? ”

Assim, fica difícil selecionar aquele que foi o auge das piadas de mau gosto que acabaram por ser desveladas pelo documentário. Eu arriscaria, talvez, como não poderia deixar de ser, que foram duas participações do Danilo Gentili. A primeira quando ele aparece em seu stand-up no Comedians, fazendo uma piada de como os deficientes auditivos que tentam falar parecem ridículos, e a segunda é quando ele faz um ataque pessoal à presidenta Dilma Rousseff. Segue abaixo transcrição da piada sobre a Dilma: Não aponto estes trechos como críticas ao documentário, muito pelo contrário. Considero que seja justamente por isso que este filme é extremamente relevante, pois são justamente essas passagens do documentário, que explicitam o extremo mau gosto das piadas produzidas em muitos shows de stand-ups, que nos fazem pensar no tipo de humor que consumimos e que, inevitavelmente, acabaremos reproduzindo em nossa vida cotidiana, nas mesas dos botecos, em nosso local de trabalho, em casa e nas redes sociais. É justamente ao nos deparar com essas piadas mais grosseiras no documentário que somos levados a refletir (ou pelo menos deveríamos) se queremos nos vincular com as representações que determinados tipos de piadas fazem a respeito das mulheres, dos negros, dos deficientes, das lutas sociais, dos mendigos, enfim, de todos esses alvos fáceis do tipo de piada mais rasteira que vem sido produzida e que tem alcançado a grande massa através da veiculação em programas de TV (Zorra Total, CQC e afins) ou de um público mais privilegiado, que pode pagar pelos Stand-Ups nas casas noturnas bacanas de suas cidades. E o pior disso tudo é que eles ainda tentam se eximir de toda e qualquer responsabilidade de ter produzido suas infâmias, jogando a culpa toda para cima de seu público, como o Danilo Gentili faz questão de deixar claro após fazer uma piada sobre a Preta Gil. Por fim, gostaria de parabenizar a Lola Aronovich, ao Laerte, ao André Dahmer, ao Hugo Possolo, ao Idelber Avelar e, especialmente, ao Antônio Prata e ao Jean Wyllys, que aparecem no documentário deixando bastante claro que há limites sim para o humor e de que, tais limites não se tratam de

censura, mas sim de respeito aos direitos que as minorias conquistaram após duras lutas contra a opressão da ideologia burguesa travestida de humor e servindo como instrumento de manutenção de valores tais como a família patriarcal, que subjuga as mulheres e repudia os homossexuais, além do valor máximo a defender, o domínio do homem branco sobre os demais grupos étnicos. Essas pessoas merecem os parabéns, pois se opor a tais comediantes não significa meramente mostrar como eles são babacas, mas significa ter a coragem de enfrentar a classe social que produziu tais representações, e lutar para tentar expor o que a ideologia burguesa tenta esconder através do trabalho medíocre de alguns comediantes. Não é à toa que estes são os comediantes escolhidos para aparecer na TV em horário nobre em pleno sábado, quando o pobre não tem dinheiro para sair e permanece em sua casa vendo a televisão. Justamente por essa razão, dedico o fim deste post a destacar algumas frases de quem, durante o documentário, tomou a postura de expor o que a classe dominante tenta desesperadamente esconder. Retirado do Site: https://umhistoriador.wordpress.com/2012/12/27/o-riso-dos-outros/

Resenha Crítica

O preconceito não é um ponto positivo, que é basicamente composto pelo pensamento generalizado, e que causa um sentimento ruim no alvo abordado com seu comportamento de discriminação. A maioria dos comediantes que participaram no documentário falaram que no seu modo de trabalhar com o humor não tinham pretensão política, econômica ou social. Desse modo, eles conseguem ficar em uma posição “confortável” de isenção de responsabilidade para usar dessas piadas preconceituosas. Quando Danilo Gentili diz que “toda piada tem um alvo”, um problema é construído quando se trata da minoria social, e que é retrato das mazelas sociais. Um dos pontos importantes abordados no documentário foi o limite do humor, e como os humoristas se contradiziam, como o exemplo de Danilo Gentili e Rafinha Bastos. Ambos fazem parte do mesmo campo discursivo. Entretanto, o Danilo apresentou uma antipatia absurda, enquanto o Rafinha demonstrou sagacidade e magnetismo no seu discurso, que mesmo com piadas preconceituosas, consegue demonstrar carisma ao alvo da piada. O documentário diz respeito as tendências do humor, bem como a questão da ousadia e dos limites em relação aos alvos das piadas, que claramente tem como preferência a crítica por etnias, sexo, opções sexuais, peso e muitas vezes até orientação religiosa, o que leva grande parte dos telespectadores dos shows de Stand Up, em algum momento se sentirem constrangidos e muitas vezes atacados. Uma das propostas do documentário é entender até onde o humor pode ir, se vale mesmo tudo pelo resultado esperado, mesmo que carregue com ela uma dose de crueldade. Para a maioria dos comediantes, não interessa o assunto da piada, se ela consegue arrancar risadas da plateia, então já está valendo, pois, o resultado foi alcançado...


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