Última Parada 174 PDF

Title Última Parada 174
Author Myllena dos Santos Bica
Course Ciência Política - Teoria Geral Do Estado
Institution Universidade Feevale
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Summary

Resenha e análise jurídica do filme Última Parada 174...


Description

UNIVERSIDADE FEEVALE

ANTÔNIO SÉRGIO ROMANO SOARES DELMAR DE MELLO MYLLENA DOS SANTOS BICA

PROCESSO AVALIATIVO DA DISCIPLINA DE CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO

Novo Hamburgo 2014

Antônio Sérgio Romano Soares Delmar de Mello Myllena dos Santos Bica

PROCESSO AVALIATIVO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA DO DIREITO E DIREITO ROMANO

1º processo avaliativo da disciplina de Ciência Política e Teoria Geral do Estado.

Novo Hamburgo 2014

RESENHA CRÍTICA Esta obra cinematográfica baseada em fatos reais tem como pano de fundo o subúrbio carioca, onde as famílias convivem com as consequências do domínio do tráfico de drogas. O drama inicia com uma tragédia que é bastante comum com jovens mães das periferias das grandes cidades, qual seja a jovem mãe Marisa que tem seu filho bebê tomado à força por um traficante e em seguida é expulsa da favela, tudo isso motivado por dívida contraída com o tráfico. O nome do bebê é Alessandro, um dos protagonistas do filme. Alessandro cresce criado por traficantes e é instruído nas estratégias e comunicações do crime. Paralelamente a esta trajetória, outro garoto, da mesma idade, de nome Sandro o qual teve a mãe assassinada a facadas por assaltantes que invadiram sua casa, também terá a vida modificada pelo crime. Sandro fica então sob os cuidados de sua tia, evangélica frequentadora de uma Igreja Pentecostal do subúrbio. Ainda profundamente transtornado e abatido com a morte da mãe ele se sente desconfortável no convívio com família da tia na pequena casa da favela. Então um dia ao sair para ir à escola ele decide mudar de rumo, toma uma barca de travessia e resolve conhecer Copacabana (era desejo de sua mãe que quando seu pequeno prosperasse montar outro em Copacabana). Uma cena marcante se passa quando o garoto - vestido com o uniforme escolar – debruça-se no parapeito da barcaça e deixa cair o caderno nas águas da Baía da Guanabara. Essa é certamente uma analogia as suas chances de um futuro melhor que estavam sendo deixadas para trás e perdidas para sempre. Surge então outro protagonista da trama, que passa a viver nas ruas da cidade, educado pelas duras normas do crime e pela indiferença da população. Encontra companhia nos garotos de rua da cidade, com os quais passa a estabelecer uma espécie de relação de hierarquia quase tribal e primitiva, como em quase todas as gangues. Marisa, que também se converteu e agora é evangélica, passa então a realizar buscas contínuas pelas ruas da cidade a fim de encontrar o filho roubado. Esse tipo de busca é realizado diariamente nas cidades brasileiras por famílias que tiveram suas crianças roubadas, sequestradas, ou mesmo crianças que fogem como no caso do personagem Sandro do filme que estamos analisando. O filme traz novamente à tona um dos massacres mais chocantes da última década, o Massacre da Candelária. Até hoje o fatídico massacre gera polêmica e discussões sobre os reais autores dos disparos contra o grupo de menores moradores de rua que dormiam sob uma marquise na Praça da Igreja da Candelária na cidade do Rio de Janeiro. O acontecimento gerou envolvimento de autoridades, ONG´s e grande parte da sociedade em geral, no sentido de investigar o crime e amparar os menores sobreviventes. A Praça da Candelária é o local que acaba por unir de forma inusitada os destinos de Alessandro e de Sandro, um destes imprevistos e destas surpresas que a vida apresenta para qualquer ser humano. Alessandro que foi praticamente criado e educado desde muito menino no mundo do crime, pois fora arrancado ainda bebê do colo de sua mãe, era traficante de

drogas e vendia inclusive para os menores de rua (embora ainda fosse menor), foi preso no local da chacina por estar armado e provavelmente ter passado no local para cobrar os garotos. Enquanto que Sandro, órfão cuja mãe fora assassinada, escapou ileso dos tiros e foi escondido com os demais sobreviventes por integrantes de uma ONG em uma casa abandonada da favela. Sandro rouba dinheiro de uma das integrantes da ONG, foge do esconderijo para comprar drogas. Na saída da favela é pego com as drogas por policiais e é preso. O destino dos dois acaba novamente se cruzando no Instituto para menores aonde os dois são levados. Na instituição acabam se tornando parceiros e engendram um plano de fuga que coloca os menores na rua. Durante a campanha para amparar os menores sobreviventes e no período de internação, Marisa, ao ver os menores pela televisão equivocadamente pensa que Sandro é o filho que lhe fora tomado pelos traficantes. Ansiosa por reencontrar o filho ela visita a instituição de menores onde os garotos estão internados e diz a Sandro que é sua mãe. O rapaz responde negativamente, dizendo que a ela que sua mãe está morta. No entanto, Marisa mal sabe que seu filho legítimo é Alessandro, parceiro de Sandro. Após a fuga, de volta à favela a dupla agora começa a agir em conjunto, fazendo uma parceria em vários assaltos violentos, entretanto ocorrem desavenças e seus caminhos acabam se separando. Sem ter para onde ir Sandro procura acolhida na casa de Marisa, mesmo tendo certeza de que ela não é sua mãe. A mulher, agora casada com o pastor Josuel recebe o rapaz de braços abertos, pois para ela Sandro é seu filho legítimo. A harmonia do casal é desfeita com a presença de Sandro na casa. Josuel não se agrada com a situação de ter um menor infrator como convidado além de não ter certeza sobre a filiação do jovem. O redemoinho de violência e tensão começa quando Sandro passa a cometer violência e ameaças dentro de casa, chegando a levar o dinheiro do pastor Josuel ameaçando este à mão armada. Ao levar para casa uma antiga namorada, que conhecera nos tempos de menino de rua, Sandro acaba desagradando Marisa que não tolera as relações sexuais entre o casal. O jovem aumenta o consumo de drogas e ao flagrar sua namorada (que ele tinha ciência ser prostituta.) tendo relações com seu ex-parceiro, Alessandro, agride-o e inicia uma escalada de ações violentas. Acaba sendo expulso de casa por Marisa e chega novamente à situação de ficar nas ruas. Chega então o fatídico dia em que é cercado pela polícia e faz reféns dentro de um ônibus no centro da cidade do Rio de Janeiro. A situação dramática se arrasta por horas a fio. Todos os sentimentos de frustração, abandono, desespero, ódio e desesperança tomam por completo o jovem Sandro. Já é noite na chamada Cidade Maravilhosa quando se dá o clímax de toda a trama. Após liberar alguns reféns, Sandro sai do ônibus, fazendo uma jovem de escudo humano. Ambos são cercados pela polícia e no meio do tumulto ouve-se um disparo.

Ainda em meio a muita confusão os policiais investem derrubando Sandro e a refém, porém ainda não se sabe que disparou e quem foi atingido. Sandro é conduzido rapidamente por policiais para um camburão, enquanto a refém, aparentemente inconsciente, é levada para uma ambulância. Naquela hora, enquanto a viatura policial e a ambulância seguiam destino, filmadas pelas câmeras dos helicópteros das redes de TV, ainda pairava a dúvida sobre o disparo. Mais tarde surgiu a notícia de que Sandro morrera asfixiado na viatura policial.

ANÁLISE CRÍTICA

A periferia carioca, representada pelas favelas nos morros do Rio de Janeiro é o cenário onde se desenvolve o filme analisado. Seu começo remonta os tempos da abolição da escravidão. Nesse contexto as oportunidades apresentadas pelo mundo do crime superam em muito as chances e as tentativas de levar uma vida honesta. É também importante ressaltar o esforço heroico dos voluntários de organizações não governamentais, grupos evangélicos e moradores anônimos, os quais mantém a esperança de uma transformação social profunda. Por fim a presença do Estado, por meio da polícia, que ás vezes faz o papel de bandido, deixando a situação bastante instável....


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