Title | Unidade 6 |
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Course | Economia A |
Institution | Ensino Secundário (Portugal) |
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Unidade 6Rendimentos e repartição dos rendimentos➔A atividade produtiva e a formação dos rendimentosOs rendimentos constituem fluxos gerados pela a atividade produtiva que são distribuídos pelos seus intervenientes, de acordo com a participação de cada um. A produção de bens e serviços const...
Unidade 6 Rendimentos e repartição dos rendimentos A atividade produtiva e a formação dos rendimentos
Os rendimentos constituem fluxos gerados pela a atividade produtiva que são distribuídos pelos seus intervenientes, de acordo com a participação de cada um. A produção de bens e serviços constitui um ato economico indispensável à vida dos indivíduos. A produção criaosbens necessários à sobrevivência dos indivíduos mas por outro lado ela é por si, geradora de riqueza.
O valor acrescentado constitui o valor adicional que é criado pelas unidades produtivas de um país e representa a riqueza gerada durante um determinado período.
A distribuição funcional dos rendimentos Noção de repartição funcional dos rendimentos
A distribuição funcional dos rendimentos consiste na repartição do rendimento de acordo com a função que cada agente desempenha na atividade económica. ● Se é trabalhador, recebe salários; ● Se é proprietário, recebe rendas; ● Se é capitalista, recebe juros; ● Se é empresário, recebe lucros. A distribuição funcional dos rendimentos permite tirar conclusões sobre a divisão do rendimento total de um país pelos diversos tipos de rendimentos de cada agente económico, os chamados rendimentos primáriosqueincluem os salários, as rendas, os juros e os lucros. Rendimentos primários – são rendimentos que ocorrem na repartição primária: salários, rendas, juros e lucros. No entanto, existem outros tipos de rendimentos que não são formados espontaneamente, os chamados rendimentos secundários, que resultam da intervenção do Estado como agente regulador e que visam atenuar as desigualdades decorrentes da repartição primária dos rendimentos, nomeadamente os subsídios de desemprego, de doença e invalidez. Rendimentos secundários – são rendimentos provenientes de transferências sociais que podem ter origem interna ou externa. A remuneração dos fatores produtivos- os rendimentos primários O salário – corresponde à parte do rendimento gerado pela atividade produtiva que é repartido pelos trabalhadores em troca do trabalho realizado.
O salário real relativo a um determinado ano corresponde ao salário nominal corrigido pelo IPC registado nesse ano. Relação entre a taxa de variação média do IPC e a taxa de variação média dos salários nominais ● taxa de variação média do IPC < taxa de variação média dos salários nominais => Aumenta o poder de compra.
● ●
taxa de variação média do IPC = taxa de variação média dos salários nominais => Mantém o poder de compra. taxa de variação média do IPC > taxa de variação média dos salários nominais => Diminui do poder de compra.
A renda – corresponde à remuneração que cabe aos proprietários de bens imóveis, sejam eles urbanos (prédios, por exemplo) ou rústicos (terrenos, por exemplo), pelo facto de os terem cedido a terceiros. O juro – corresponde à remuneração que cabe aos detentores do capital monetário, pelo facto de cederem o seu uso a terceiros. O montante do juros a receber depende: ● da taxa de juro fixada; ● do tempo de duração do empréstimo; ● do montante do capital emprestado. O lucro – corresponde à remuneração que cabe aos empresários, pelo facto de terem investido o seu capital na atividade produtiva. 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠 Amortização – corresponde ao valor do capital fixo que foi consumido durante o processo produtivo e que é necessário repor para manter intactaa capacidade produtiva e se poder dar início a um novo ciclo. Prof. Bernardino
A repartição pessoal dos rendimentos
Noção de repartição pessoal dos rendimentos A distribuição pessoal dos rendimentos consiste na repartição do rendimento pelos indivíduos/famílias. Fatores que contribuem para as desigualdades na distribuição pessoal dos rendimentos: ● ● ● ●
diferente distribuição da propriedade; desigualdades salariais; disparidades regionais. desigualdades de género;
● ● ● ● ●
diferença de idades; desigualdades dos tipos de profissão; Diferenças nas qualificações profissionais; desigualdades dos ramos de atividade; Etc.
Indicadores que permitem analisar as desigualdades na distribuição pessoal dos rendimentos: ● O leque salarial; ● A curva de Lorenz; ● O rendimento per capita. O leque salarial O leque salarial representa a relação que existe entre o salário máximo e o salário mínimo desse país e permite tirar conclusões sobre a dispersão dos salários. A diferente qualificação resulta de vários fatores: ● diferença na capacidade dos indivíduos; ● diferentes graus de formação escolar; ● desiguais níveis de experiência profissional. O rendimento per capita O Rendimento Nacional per capita representa o rendimento médio por habitante e é frequentemente utilizado para fazer comparações da distribuição de rendimentos entre regiões ou países e mede o nível de qualidade de vida de uma população.
Limitações deste indicador: ● Pelo facto de ser uma média, encobre as desigualdades que se verificam na distribuição do rendimento. ● Não tem em conta os rendimentos gerados pelo trabalho informal, como é o caso do trabalho voluntário e do trabalho doméstico. ● Não tem em conta a economia subterrânea , como é o caso dos rendimentos gerados por atividades ilícitas. Para ultrapassar as limitações do indicador Rendimento Nacional per capita são introduzidos outros indicadores, dos quais se destacam: ● O índice de desenvolvimento humano (IDH), que é um indicador composto e mede as realizações médias de um país em três dimensões: uma vida longa e saudável; o acesso ao conhecimento; um padrão de vida digno. ● As curvas de Lorez, que ilustram as desigualdades na distribuição do rendimento;
● Os elementos disponíveis sobre o valor da economia paralela. Além do leque salarial, da curva de Lorenz e do rendimento nacional per capita, utilizam-se outros indicadores que permitem analisar as desigualdades na distribuição pessoal dos rendimentos: ● O coeficiente de Gini; O coeficiente de Gini é um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento que visa sintetizar num único valor a assimetria dessa distribuição. Assume valores entre 0 (quando todos os indivíduos têm igual rendimento)e 100 (quando todoo rendimento se concentra num único indivíduo)”. ● O rácio S80/S20; O rácio S80/S20 é um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento, definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 20% da população com maiores rendimentos e a parte do rendimento auferido pelos 20% de menores rendimentos. ● O rácio S90/S10; O rácio S90/S10 é um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento, definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 10% da população com maiores rendimentos e a parte do rendimento auferido pelos 10% de menores rendimentos.” ● O limiar de pobreza e o risco de pobreza antes e após transferências sociais. A taxa de risco de pobreza corresponde à proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo do limiar de pobreza definido como 60% do rendimento médio nacional. As curvas de Lorenz A curva de Lorenz é uma representação gráfica que se utiliza para estudaras desigualdades que ocorrem na distribuição do rendimento pelas famílias, permite analisar a distribuição dos rendimentospela população de um paíse possibilita a comparação de dados entre vários países e em diferentes períodos. %Rendimento
Índice de Gini – mede a desigualdade do rendimento.
A redistribuição dos rendimentos Noção de redistribuição dos rendimentos A redistribuição dos rendimentos é um processo levado a cabo pelo Estado que tem, de uma forma geral, os seguintes objetivos: ● Corrigir as desigualdades provocadas pela repartição primária dos rendimentos; ● Cobrir os riscos individuais; ● Pôr ao serviço de toda a população um conjunto de bens e serviços sociais.
Rendimentos primários = salários + rendas + juros + lucros. Transferências
do
Estado/comparticipações
sociais
=
subsídios
+
comparticipação em despesas + pensões + gratuitidade do ensino e da saúde. Impostos diretos e contribuições para a Segurança social = impostos diretos (IRS + IRC + IMI + IMT) + contribuições para a Segurança Social.
As políticas do Estado na redistribuição dos rendimentos Para promover o bem-estar social da comunidade o Estado: ● protege os indivíduos dos riscos decorrentes da sua atividade (desemprego, doenças, acidentes, idade, etc.); ● garante uma maior justiça social através de uma distribuição mais equilibrada dos rendimentos; ● satisfaz as necessidades coletivas. Para proporcionar aos cidadãos inúmeros serviços que satisfazem as necessidades coletivas, o Estado suporta gastos com pessoal, instalações, materiais, etc. Estes gastos representam as despesas públicas. Então, as despesas públicas são os gastos que o Estado suporta paraporem prática as suas funções. No entanto, para cobrir os gastos, o Estado tem de obter recursos financeiros, nomeadamente através dos impostos, contribuições, taxas etc. Estes recursos financeiros representam as receitas públicas. Então, as receitas públicas são os recursos financeiros que o Estado obtém para fazer face aos encargos com as despesas públicas.
As despesas públicas dividem-se em: ● despesas correntes – são aquelas que garantem o normal funcionamento da administração pública (exemplos: pagamento de vencimentos aos funcionários públicos, pensõesdereformaeinvalidez, subsídio de desemprego etc.); ● despesas de capital – são aquelas que estão relacionadas com o aumento da capacidade produtiva do país (exemplos: construção de autoestradas, pontes, centrais hidroelétricas, etc.) As receitas públicas dividem-se em: ● receitas correntes – são as que se destinam ao financiamento das despesas públicas correntes, de caráter repetitivo e não devolutivo, dependendo a sua arrecadação de autorização legislativa de corrente da lei do Orçamento (exemplos: impostos, taxas, multas, contribuições para a Segurança Social, rendimentos de propriedade, transferências correntes e venda de bens e serviços correntes); ● receitas de capital – são as que não têm caráter repetitivo e derivadas da venda de bens de investimento, das transferências de capital e dos passivos financeiros (exemplos: receitas resultantes das privatizações, da venda do património do Estado ou da obtenção de empréstimos, etc.). Quanto à sua origem as receitas públicas podem classificar-se: ● patrimoniais ou voluntárias – derivadas da venda pelo Estado aos particulares de uma parcela do seu património ou das receitasdoSEE (exemplos: mais-valias na venda de edifícios do Estado, lucros das empresas públicas, alugueres de prédios, etc.) ● coativas ou tributárias – são prestações pecuniárias fixadas por via legislativa e exigidas autoritariamente pelo Estado aos particulares (exemplos: impostos, taxas e multas, etc.) ● creditícias – resultam dos empréstimos que o Estado obtém interna ou externamente (exemplos: certificados de aforro, crédito bancário, etc.) Entre as receitas do Estado, as coativas ou tributárias são, sem dúvida, as mais importantes, nomeadamente: ● o imposto – é uma prestação em dinheiro, estabelecida por lei a favor do Estado e que não tem contrapartida por parte deste (exemplos: Impostos diretos: IRC, IRS, IMI, IMT. Impostos indiretos: IVA…) ● a taxa – é uma prestação em dinheiro a favor do Estado que tem contrapartida por parte deste (exemplos: taxa moderadora, taxa de radiodifusão, propinas, etc.) ● a multa – é uma prestação pecuniária, devida pelos cidadãos ao Estado em consequência do incumprimento de uma norma jurídica (exemplos: multa por infração ao Código da Estrada, multa por cumprimento de obrigações fiscais fora do prazo, etc.)
O Estado intervém na redistribuição dos rendimentos a partir das políticas fiscais e sociais. Política fiscal- traduz-se na criação de impostos sobre bens e serviços e rendimentos. Política social- a sua finalidade é atenuar as desigualdades sociais existentes entre os cidadãos, garantir a igualdade de oportunidades, o acesso a meios que permitem a satisfação das necessidades básicas e prevenir situaçõesde pobreza e exclusão. Política de redistribuição dos rendimentos tem como finalidade a promoção da equidade, a redução das desigualdades sociais originadas na repartição primária dos rendimentos, através das políticas fiscais e sociais. Objetivos: ● Reduzir as desigualdades sociais; ● Melhorar a qualidade de vida dos cidadãos com menores rendimentos. Instrumentos: ● Impostos; ● Transferências sociais; ● Serviços públicos. Medidas: ● Imposição de impostos diretos a taxas progressivas (as famílias e as empresas com maiores rendimentos terão de pagar ao Estado uma parcela muito mais elevada). ● Aumento das transferências sociais (pensões de reforma, invalidez, subsídio de desemprego para famílias mais desfavorecidas para que estas possam viver com dignidade). ● Prestação de bens serviços essenciais a título gratuito ou quase gratuito (educação, saúde, habitação social, etc.). O rendimento disponível dos particulares O Rendimento Nacional (RN) – corresponde à soma dos rendimentos gerados pelo processo produtivo de um país, num período igual a um ano, sendo repartido pelos fatores produtivos intervenientes na produção. No entanto, o RN não nos indica o rendimento de que um país pode realmente dispor, pois existem outras parcelas que não são considerados no seu valor. É o que acontece com: ● as transferências externas (remessas dosemigrantes,porexemplo)e as transferências internas (o subsídio de desemprego, por exemplo) que fazem aumentar o rendimento das famílias;
impostos diretos (IRS, por exemplo) e as contribuições para a Segurança Social (TSU, por exemplo) que fazem diminuir o rendimento das famílias. O Rendimento Disponível dos Particulares (RDP) – corresponde à soma dos rendimentos entregues às famílias resultantes da sua participação no processo produtivo, acrescida das transferências internas e externas recebidas pelas famílias e diminuída dos impostos e contribuições para a Segurança Social pagas pelas famílias. ●
As desigualdades na repartição dos rendimentos em Portugal e na União Europeia Na análise das desigualdades na distribuição dos rendimentos podem ser considerados vários aspetos, nomeadamente: ● desigualdades entre países; ● desigualdades entre regiões; ● desigualdades entre categorias sociais. As desigualdades na distribuição dos rendimentos entre países: Através da comparação dos valores de alguns indicadores nacionais pode-se concluir, com algumas reservas, se um país é, em termos médios mais rico ou menos rico do que outro. Apesar das suas limitações, os indicadores mais usados para medir e avaliar situações de desigualdade económica entre países são: ● o Rendimento per capita; ● o PIB per capita. As desigualdades na distribuição dos rendimentos entre regiões: Tal como acontece entre os vários países, também dentro do mesmo país encontramos desigualdades na distribuição do rendimento entre regiões. Algumas desigualdades regionais podem ser verificadas através de alguns indicadores, nomeadamente: ● da remuneração média mensal dos trabalhadores; ● do valor médio da prestação de RSI (Rendimento Social e Inserção) por beneficiário; ● da taxa de desemprego por regiões; ● Etc. As desigualdades na distribuição dos rendimentos entre categorias sociais:
Dentro do mesmo país também podemos encontrar situações de desigualdade por categorias sociais relacionadas com a profissão, as habilitações académicas, o sexo, a idade etc. Para analisar as desigualdades entre categorias sociais, usam-se alguns indicadores, nomeadamente: ● a remuneração de base média e número de trabalhadores abrangidos pelo RMMG (Remuneração mínima mensal garantida), por atividade económica; ● a pensão de invalidez, velhice e sobrevivência; ● a população desempregada por grupo etário; ● Etc. ...