Urinálise 3 - Apontamentos 3 PDF

Title Urinálise 3 - Apontamentos 3
Course Patologia Clínica Veterinária
Institution Universidade Federal do Pampa
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Anotação de aula da disciplina Patologia Clínica Veterinária do curso de Medicina veterinária...


Description

Urinálise 3 Alterações observadas nas amostras de urina mantidas a temperatura ambiente após 2h: aumento de pH, diminuição da glicose (glicolise por ação bacteriana). Diminuição de cetonas: conversão do ácido acetoacético a acetona, evaporação da acetona. Bilirrubina: diminuição, por causa da oxidação a biliverdina por exposição a luz. Urobilinogênio: diminuição, por causa da oxidação à urobilina por exposição a luz. Hemácias/leucócitos: diminuição, por causa da lise in vitro. Os cilindros diminuem, principalmente se a urina estiver alcalina. Os cilindros são importantíssimos na urinálise. Cilindros Cilindros são elementos importantíssimos no diagnóstico das nefronpatias. Geralmente a albumina, por ser uma proteína de massa molecular grande, ela se precipita, obstruindo os túbulos renais, formando o cilindro. A formação dele ocorre em todos os túbulos, desde os proximais até os túbulos coletores maiores. No ramo descendente da alça de Henle é comum a formação de cilindros, pois a luz é mais estreita. Nos túbulos distais, embora sejam mais largos, a urina atinge a sua maior densidade, é comum a formação de cilindros também. Nada impede que eles sejam formados nos ductos coletores maiores, porém quando são formados aqui, o prognóstico já é desfavorável. Eles estão entupindo um tubo de maior calibre, quando forma aqui, vários néfrons se tornam afuncionais. Nesse caso, o animal está mais próximo de ter uma insuficiência renal. São considerados cilindros da falência renal. Nas urinas alcalinas há uma dificuldade na formação de cilindros, em herbívoros é mais raro

encontrar cilindros. Geralmente quando se encontra a urina está mais ácida. Primeiro tem que ter uma substancia nefrontoxica, para romper a barreira do glomérulo. Depois, a albumina consegue passar. Se tem entupimento, essa substancia irritante vai ficar retida, começa a lesar o epitélio, as células vão descamando, vai depositando sobre aquela matriz. Vai tendo uma modificação dos diversos tipos de cilindro. Se houver hemorragia, vão ter cilindros hemáticos. Não há necessidade de coloração. Larva de parasito: é raro encontrar. Pode ser que a urina esteja contaminada com fezes. É mais fácil encontrar ovo de parasito. No cão é comum encontrar sptz na urina. Tipos de cilindro e significado clínico 1. Hialinos: 0-2 /cpa (campo de pequeno aumento = objetiva de 10). Não vamos ver exame de urina por imersão (objetiva de 100). São constituídos de matriz protéica (albumina) e uma mucoproteína, exclusivamente. São encontrados em pequena quantidade nos animais saudáveis. É difícil de ser conservado na urina. Algumas vezes não tem significado clínico. Tem valor semiológico, mas depende. O cilindro hialino sozinho, geralmente não tem valor diagnóstico. Mas se estiver junto com outras substancias, já pode ser patológico. Em casos de irritação renal, albuminúria fisiológica, processos febris (aumento da permeabilidade da membrana glomerular), nefrites crônicas, são casos onde os cilindros hialinos podem aparecer. O cilindro hialino serve de base para os demais tipos de cilindros, pois ele é constituído somente da matriz

protéica e mucoproteína. Quando tem ele, só ele, é sinal que não está havendo hemorragia, nem descamação de epitélio. É homogêneo semitransparente, bem apagado. Às vezes há grânulos, pois cristais depositam em cima. Pode ser observado fisiologicamente. 2. Epitelial: toda vez que encontrar é patológico. São cilindros que contém na sua superfície um grande número de células epiteliais. O que está descamando está depositando em cima de um cilindro hialino. Esse cilindro epitelial, a gravidade do processo é proporcional ao número de cilindros na urina, e ao número de células depositados em cima do cilindro. Quanto mais células, indica que uma área maior foi ou está sendo lesionada. São vistos nas nefrites agudas, nefroses e degeneração do epitélio tubular, são todos processos agudos. 3. Granuloso: pode ser encontrado de 0-1/cpa. É comum em animais que teve funções renais comprometidas, e logo que recupera desse processo, principalmente na primeira semana após essa melhora, a urina do animal pode ter mais cilindro do que na época que ele estava doente. Esse aumento de cilindros logo após a recuperação, pode ficar até 15 dias para limpar a urina. Isso ocorre pois está ocorrendo uma fase de “lavagem” dos túbulos. Nesse caso, é o cilindro hialino com a deposição de grânulos, ou fragmentos celulares. Esses grânulos são subprodutos da degranulação das células epiteliais, leucócitos e/ou hemácias. Pode ser considerado grosso ou fino = estou avaliando os tamanhos dos grânulos. Estreito e largo = estou avaliando o diâmetro. Se for largo, foi formado em túbulo coletor maior, é um problema. O cilindro epitelial se retido pode se tornar granuloso. A granulação fina e grossa

não tem problema, tenho que avaliar se são largos ou estreitos. Há cilindros mistos. Hialino e granuloso. Como o hialino não tem valor, acaba classificando como granuloso. 4. Céreos ou cerosos: não são encontrados em situações fisiológicas. São formações largas, retangulares homogêneas e opacas. Se assemelha a parafina. Geralmente apresenta as extremidades rombas, como se estivessem quebradas. No alongamento dele tem reentrâncias, como se estivesse quebrando. São cilindros que indicam cronicidade, lesão renal grave (degeneração renal). O quadro clínico está sério, prognóstico desfavorável. Pode ser encontrado na amiloidose renal. São cilindros granulosos ou epiteliais envelhecidos, ficaram muito tempo nos tubos (com exceção da amiloidose). Pode ser um cilindro epitelial, que se tornou granuloso (rompimento das células), que envelhecido se torna céreo. 5. Gordurosos: não é comum encontrá-los. São cilindros hialinos com grande número de gotículas de gordura com tamanho variável, altamente refringente. Há um processo degenerativo a nível tubular. Se houver gordura que não seja a nível renal, vou ver gotas de gordura. Quando encontro em cima da matriz, concluo que o processo degenerativo foi tubular. Lipidose tubular: frequente em gatos, deposição de lipídeos a nível tubular. Nefropatias em gatos. Diabetes mellitus no cão: devido a grande mobilização de gordura. 6. Hemáticos eritrocitários ou hemorrágico: matriz hialina com grande número de eritrócitos íntegros depositados. Se tenho uma hemorragia abaixo da pelve, vou ter hematúria

mas não vou ter cilindro hemático. O cilindro hemático formou lá nos tubos. Se houver uma fita de muco muito grande, e hemácias depositadas em cima, pra quem não tem experiência vai achar que é cilindro hemático. 7. Leucocitários ou purulentos: tenho a matriz (albumina + mucoproteína), vão depositar leucócitos ou piócitos. Indica nefrite supurada, pielonefrites e abscessos renais. Não confundir com cilindroides de pus, onde há uma massa alongada de muco ou proteína + leucócitos na superfície. Se o processo é a nível de bexiga, vai ter piúria, mas não vai ter cilindros. 8. Cilindróides: não tem valor diagnóstico. É uma estrutura mimetizando os cilindros hialinos. São constituídos de uma pequena quantidade de muco e proteína. Contém fibrina. O cilindróide tem uma extremidade bem filamentosa, se assemelha a um sptz, só que maior. Cilindros largos: são formados a nível de túbulos coletores maiores, são volumosos, geralmente aparecem nos estágios mais avançados ou terminais das doenças renais. Um grande número são denominados de cilindros da falência renal. Só a presença deles, dos cilindróides, vai indicar néfrons afuncionais. Muco É um achado frequente na urina. É indicativo de inflamação ou irritação no trato genito-urinário. Pode se apresentar na forma de fita (mais comum) ou filamentos retorcidos. é normal a presença de muco na urina de eqüídeos, principalmente em fêmeas. Nas demais espécies, é indicativo de irritação ou inflamação na uretra, bexiga, ou contaminação das secreções

genitais (fêmea no cio). Não é considerado clinicamente significativo. Espermatozóides É um achado bastante frequente no cão. Nas demais espécies, é indicativo de espermatorréia = eliminação involuntária de sptz. Bactérias Cocos, bastão. Quando há bactérias, pode ser devido a infecção ou contaminação com bactérias do meio ambiente. Não quer dizer contaminação a nível de trato genital, pois quando é esse tipo de contaminação, há piúria (geralmente). Quando há contaminação em um frasco, por exemplo, não vai ter piúria, não tem leucocitúria. A urina é um excelente meio de cultura para bactérias. A urina normalmente é estéril. Leveduras (fungos) São maiores que bactérias, menores que hemácias. Na maioria das vezes são contaminantes, raramente vão causar infecção. Cândida: relacionada com várias vaginites na fêmea. Pode ter uma infecção genital por cândida. É bastante frequente encontrar macroconídeos (forma esporulada do fungo, se assemelha a uma vagem de amendoim). Isso pode ser indicativo de recipiente contaminado. Protozoários Raramente encontramos infecções urinárias por protozoários. Encontramos infecções do TGU. Trichomonas. Cistos de Eimeria ou Isospora podem aparecer quando a urina se contamina com fezes. Ovos de parasitas

Capillaria plica, é um parasito de bexiga de cão, lobo e raposa. Stephanurus dentatus: rins de suínos, causa “escadeiramento” de suínos. Dioctophyme renale: rins do cão, lobo, raposa e marta. Filaria e outros tipos de ovos também podem ser encontrados. ELEMENTOS INORGANIZADOS 1. Cristais: precipitação dos sais ou solutos em suspensão. Essa precipitação pode ser na bexiga ou no trato urinário. Ou no tudo de ensaio (in vitro). Urina armazenada por muito tempo, vai dar cristalúria. É um achado inespecífico, raramente tem valor diagnóstico. A identificação específica, do tipo de cristal, é difícil. A morfologia desses cristais é semelhante. Pode modificar sua morfologia em urinas armazenadas por longo período. A precipitação desses sais em suspensão vai depender do pH urinário e da solubilidade desses cristais. Medicamentos podem dar cristalúria: sulfas (precipitam facilmente em pH muito baixo e em animais com redução no consumo de água; podem traumatizar os túbulos), aspirina e ácido ascórbico. Os cálculos geralmente têm natureza mista. Urolitíase = presença de cálculo. Tipos de cristais: ácido úrico, comum em dálmatas. Ácido hipúrico: envenenamento por etilenoglicol (usado em radiadores de regiões frias). Bilirrubina: indicativo de insuficiência hepatica, colestase, distúrbio venoso sistêmico. Oxalato de cálcio: pode ser indicativo de urolitíases. 2. Gorduras: presença de gorduras esparsas na urina, na forma de pequenas gotas. Geralmente indicam lipúria/lipidúria. Causas de lipúria: lubrificação do cateter. Metamorfose gordurosa das células tubulares dos gatos. Obesidade.

Normal no gato (principalmente no macho). Dietas ricas em gorduras. hipotireoidismo e diabetes mellitus. O fluxo urinário funciona como um meio de defesa. Pielonefrite é mais comum em fêmeas bovinas: uretra mais dilatada, mais curta. Com o fluxo urinário, dificulta a aderência bacteriana. No caso do macho, por a uretra ser mais longa, as bactérias têm maior dificuldade para atingir a bexiga. A urina ácida impede o desenvolvimento bacteriano, no caso do bovino não há esse meio de defesa pois a urina é alcalina. Mucina: dificulta a aderência bacteriana. IgA: na mucosa epitelial. Altas concentrações de ureia e sais inorgânicos, leva a uma alta osmolaridade, a urina é hipertônica, a bactéria perde água para o meio, e morre....


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