1.1. O Fim do Modelo Soviético - Módulo 9 PDF

Title 1.1. O Fim do Modelo Soviético - Módulo 9
Author Joana Silva
Course História A
Institution Ensino Secundário (Portugal)
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Summary

O Fim do Modelo SoviéticoEntre 1985 e 1991, a História sofreu modificações profundas: A Guerra Fria terminou de forma inesperada  As democracias populares europeias aboliram o comunismo  As duas Alemanhas fundiram-se num só Estado  A URSS desintegrou-se, deixando os Estados Unidos sem concorrent...


Description

O Fim do Modelo Soviético Entre 1985 e 1991, a História sofreu modificações profundas:  A Guerra Fria terminou de forma inesperada  As democracias populares europeias aboliram o comunismo  As duas Alemanhas fundiram-se num só Estado  A URSS desintegrou-se, deixando os Estados Unidos sem concorrente ao lugar se superpotência mundial O fim do modelo soviético transformou a geografia política do Leste europeu e lançou os antigos Estados socialistas numa transição económica difícil.

A era Gorbatchev Uma nova política

Em março de 1985, Mikhail Gorbatchev é eleito secretáriogeral do Partido Comunista da União Soviética. O novo líder enfrenta a deterioração que o sistema vinha sofrendo desde os tempos de Brejnev. Enquanto o nível de vida da população baixava, o atraso económico e tecnológico, relativamente aos Estados Unidos, crescia. Neste contexto, Gorbatchev inicia uma política de diálogo e aproximação ao Ocidente, propondo aos Americanos o reinício das conversações sobre o desarmamento.

Não sendo possível igualar o programa de defesa nuclear da administração de Reagan (“Guerra das Estrelas”), Gorbatchev procura criar um clima internacional estável que permita à URSS utilizar os seus recursos para a reestruturação interna. Decidido a ganhar o apoio popular para o seu plano de renovação económica, ao qual chamou perestroika, (reestruturação), Gorbatchev inicia, simultaneamente, uma ampla abertura política, conhecida como glasnost (transparência). A perestroika propõe-se descentralizar a economia, estabelecendo a gestão autónoma das empresas (agora privadas dos subsídios do Estado). Paralelamente, incentiva a formação de um setor privado, como forma de estimular a concorrência e compensar a escassez crónica de bens de consumo. A glasnost apela à denúncia da corrupção, à crítica (a censura é abolida) e à participação efetiva dos cidadãos na vida política. Em março de 1989, esta abertura democrática reforça-se com as primeiras eleições verdadeiramente pluralistas e livres na União Soviética. O colapso do bloco soviético

Nos países de Leste a contestação ao regime soviético alastrou e

endureceu e, ao contrário do que noutros tempos acontecera, não houve intervenção militar russa para “normalizar” a situação.

A dinâmica política desencadeada pela perestroika torna-se incontrolável, conduzindo, também, ao fim da própria URSS.

A doutrina de “soberania limitada” implementada pela URSS nos países de Leste foi abandonada (era considerada como uma obrigação pesada – Doutrina Sinatra).

Mosaico de povos, culturas e religiões, o extenso território das Repúblicas Soviéticas desmembra-se, sacudido por reivindicações nacionalistas e confrontos étnicos.

Os países de Leste puderam, finalmente, escolher o seu regime político.

O processo começa nas Repúblicas Bálticas. Em 1988, a Estónia assume-se como Estado soberano no interior da URSS. Em 1990, a Lituânia afirma o seu direito de deixar a União. O mesmo acontece com a Letónia.

No ano de 1989, uma vaga democratizadora varre o Leste. Os partidos comunistas perdem o seu lugar de “partido único”. Neste processo, a cortina de ferro que separava a Europa, levantase. As fronteiras do Ocidente são abertas e, em 9 de novembro, cai o Muro de Berlim. Face à queda do Muro e ao colapso dos regimes comunistas, a divisão da Alemanha deixara de fazer sentido. Depois de negociações entre os dois Estados alemães e os quatro Estados que detinham direitos de ocupação, a Alemanha reunifica-se (Conferência 2+4 – maio de 1990). Em 3 de outubro de 1990, a nação germânica reencontra a unidade perdida. No mês seguinte (novembro) é anunciado o fim do Pacto de Varsóvia e, pouco depois, a dissolução do COMECON. O fim da URSS

Confrontado com estas dissidências, Gorbatchev, que nunca tivera em mente a destruição da URSS ou do socialismo, tenta parar o processo pela força, intervindo militarmente. Esta atuação retira o líder soviético da vanguarda reformista e o apoio passa para Boris Ieltsin. Eleito presidente da República da Rússia em junho de 1991, Ieltsin reforça o seu prestígio ao encabeçar a resistência a um golpe de Estado dos saudosistas do partido comunista. Pouco depois, o novo presidente toma a medida extrema de proibir as atividades do partido comunista. No outono de 1991, a maioria das repúblicas da União declara a sua independência.

Em 21 de dezembro nasce a CEI (Comunidade de Estados Independentes), à qual aderem 12 das 15 repúblicas que integravam a União Soviética. A 25 de dezembro, Gorbatchev abandona a presidência da URSS (já desaparecida).

Os problemas da transição para a economia de mercado A perestroika tinha prometido aos Soviéticos uma melhoria acentuada e rápida do nível de vida: melhores salários, mais bens de consumo e, melhor assistência social. Mas, ao contrário do previsto, a reconversão económica foi um fracasso e a economia deteriorouse rapidamente. O fim da economia planificada significou o fim dos subsídios estatais às empresas, que se viram na necessidade de se tornarem lucrativas ou enfrentarem a falência. Assim, muitas unidades desapareceram e outras extinguiram numerosos postos de trabalho. Simultaneamente, o descontrolo económico e a liberalização dos preços (os bens de primeira necessidade deixaram também de ser subsidiados pelo Estado) desencadearam uma inflação galopante. O desemprego, o atraso nos pagamentos das pensões e dos salários dos funcionários públicos, bem como a rápida perda de valor

do rublo (moeda) significaram o fim das poupanças de muitas famílias soviéticas que se viram sem meios de subsistência. Em contrapartida, a liberalização económica enriqueceu um pequeno grupo (altos funcionários) que, em pouco tempo, acumulou fortunas. Antigos gestores estatais apoderaram-se do controlo das empresas, que foram privatizadas. Outros canalizaram fundos públicos para investimentos privados no estrangeiro. De forma geral, a riqueza passou para as mãos de antigos altos funcionários que souberam aproveitar a posição-chave em que se encontravam. Os países de Leste viveram também, de forma dolorosa, a transição para a economia de mercado. Privados dos subsídios que recebiam da União Soviética, os antigos satélites da URSS sofreram uma brusca regressão económica. Com exceção da RDA, (que recebem subsídios da Alemanha Ocidental), a transição fez-se precipitadamente e com poucas ajudas externas. Tal como na Rússia, o caos económico instalou-se e as desigualdades agravaram-se. (A percentagem de pobres elevou-se, em apenas uma década (1988-1998), de 2% para 21% da população total.)

Porém, este quadro genérico esconde grandes disparidades regionais e nacionais. Os países encetaram reformas mais drásticas e que beneficiaram de uma relativa estabilidade política (República Checa, Hungria e

Polónia) captaram importantes investimentos estrangeiros e grandes fluxos turísticos – apresentando, a partir da década de 90, uma evolução económica positiva....


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