Analise a “Carta da Jamaica”, de Simón Bolívar, embasados no texto de Prado e Pellegrino PDF

Title Analise a “Carta da Jamaica”, de Simón Bolívar, embasados no texto de Prado e Pellegrino
Author Paloma Fernanda
Course História da América II
Institution Universidade Federal Rural de Pernambuco
Pages 2
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Analise a “Carta da Jamaica”, de Simón Bolívar, embasados no texto de Prado e Pellegrino...


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PRADO, Maria Lígia; PELLEGRINO, Gabriela. “Campanhas de independência nos vice-reinos espanhóis. O horizonte republicano nos Estados nacionais em formação.” História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014. pp. 25-56. Analise a “Carta  da Jamaica”, de Simón Bolívar, embasados no texto de Prado e Pellegrino. François-Xavier Guerra (2000), aponta que ao longo do século XIX, houve a chamada “Revolução Hispânica”, o termo diz respeito às ações que sucederam a crise do absolutismo espanhol. Essa revolução progressivamente se radicalizou, chegando à luta armada que dividiu o mundo colonial entre rebeldes e defensores da coroa real. Segundo Prado e Pellegrino (2014) entre 1810 e 1814, os considerados insurgentes formaram exércitos que conquistaram muitas vitórias sobre as forças realistas , parecendo anunciar ruptura total com a metrópole. As lideranças militares que comandaram os exércitos insurgentes desempenharam um papel importante, na América do Sul, o venezuelano Simon Bolívar , autor da carta que será analisada ao longo deste trabalho, teve papel notável nesse processo sendo considerado “libertador da América”. Para Prado e Pellegrino (2014), Bolívar se envolveu fortemente com questões do poder político elaborando textos constitucionais, além de cartas sobre diversas temáticas políticas carregadas de ideias e propostas. A “Carta da Jamaica” - documento escrito em 1815 - trata-se de uma carta escrita para um importante comerciante que residia na Jamaica, que na época era uma colônia britânica. O principal objetivo da carta era fazer com que os britânicos apoiassem a independência definitiva da Venezuela. O documento traz as impressões de Bolívar sobre o ocorrido na América, indo desde a chegada dos colonizadores europeus até os acontecimentos que levaram aos processos de independência na América. Ao longo de sua carta, é possível observar que Bolívar analisa o contexto do cenário das lutas pela independência como um processo amplo, nesse sentido o “libertador da América” visualiza a revolução dentro de um espectro global - e é nesse espectro que Bolívar se baseia para pedir o apoio das demais nações da Europa. Para Simon Bolívar, a independência das nações americanas se inspirava nos ideais do iluminismo francês, sendo assim, ao longo de todo documento, ele afirma que as nações mais cultas europeias deveriam pressionar a Espanha para renunciar ao projeto imperialista na América: “Esperávamos que todas as nações cultas se apressariam a auxiliar-nos, para que adquirissem um bem cujas vantagens são recíprocas a ambos os hemisférios.” (BOLÍVAR, 1815, p.78) A associação ao iluminismo francês nos remete à antiga aliança entre Espanha e França que foi dissolvida em 1793. Segundo Prado e Pellegrino (2014) a Espanha era aliada da França pois as coroas pertenciam à mesma dinastia dos Bourbons, porém foi após a execução de Luís XVI que a nação hispânica mudou sua posição. Ao longo de todo o documento, Bolívar apresenta diversos argumentos que corroborem com o pedido de apoio do Estado Britânico, entre eles destacam-se que, na visão de Bolívar, durante muito tempo os americanos - termo não utilizado por Bolívar em sua carta - tiveram fechadas diante de si as portas para o exercício de qualquer função pública que encontrava-se reservada aos espanhóis.

Além disso, aponta que a sua economia desenvolvia-se mediantes os limites impostos pela Coroa Espanhola, dessa forma estavam proibidos de realizar comércios com as demais províncias americanas e de estabelecer manufaturas. Demonstrando inexperiência na compreensão acerca da economia e no âmbito da governabilidade, os “americanos” teriam pela frente o desafio de construir governos livres. Por isso , Bolivar indicava a necessidade de governos centralizados impedirem a continuidade dessas imposições. Embora a Carta da Jamaica apontasse propostas mais inovadoras, segundo Prado e Pellegrino (2014) Bolívar defendia posições contrárias à ampla participação política popular. Para esses autores, nas primeiras décadas após a independência houve grande instabilidade política provocada por confrontos entre adversários com ideais conflitantes. Entre os pontos de mais conflito estavam : a manutenção dos privilégios das corporações e dos foros relativos ao exército e à Igreja, a organização centralizada ou federalista e a participação política popular. Além dos argumentos exposto na carta, o texto contém reflexões sobre o futuro da América Latina, em que Bolívar discorre sobre questões das mais variadas como por exemplo a dignidade do povo, a luta contra opressão e a necessidade de um governo justo, pautas essas que são mais contemporâneas do que se pode esperar. Embora na época em que foi escrita já expressasse sua importância, a “Carta da Jamaica” se transformou ao longo do tempo em um texto político fundamental que expõe não só a visão política de Simon Bolívar, como também apresenta os ideais centrais para compreender o pensamento de sua época acerca da necessidade de desmembramento com o absolutismo espanhol e aponta a visão do “libertador da América” acerca dos direitos dos povos americanos e da necessidade histórica de abordar a defesa da soberania política, econômica, social e cultural de um povo....


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