Análise do Filme \"Aos 13\" PDF

Title Análise do Filme \"Aos 13\"
Author Elisabete Frigeri Domingo
Course Teorias e Tecnicas Psicoterapicas em Psicanalise II
Institution Universidade de Santa Cruz do Sul
Pages 5
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Summary

Análise a partir do olhar psicanalítico do filme "Aos Treze". Thirteen é um filme de drama semiautobiográfico estadunidense de 2003 dirigido por Catherine Hardwicke e escrito por Hardwicke e Nikki Reed, baseado na adolescência de Reed. O relacionamento de Tracy uma adolescente inteligente e uma alun...


Description

CURSO DE PSICOLOGIA

Elisabete Frigeri Domingo

FILME “AOS TREZE” Conceitos Psicanalíticos

Santa Cruz do Sul 2019

CURSO DE PSICOLOGIA

Elisabete Frigeri Domingo

FILME “AOS TREZE” Conceitos Psicanalíticos

Trabalho

apresentado

na

TTP

em

Psicanálise II do curso de Psicologia da UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul. Professora: Edna Linhares Garcia

Santa Cruz do Sul, 2019.

ANÁLISE DO FILME “AOS TREZE” A adolescência ocupa um lugar de ideal em nossa sociedade, todavia este período é marcado por muitas mudanças e transformações na subjetividade dos sujeitos. O filme “Aos Treze” retrata a história de Tracy, uma jovem que tinha ótimo desempenho escolar, ajudava sua mãe em casa e brincava com suas amigas de boneca. Todavia, Tracy começou a observar um grupo de meninas que eram populares em sua escola, e começou a desejar fazer parte desse grupo. O grupo de meninas populares era liderado por Evie, uma garota rebelde, que tinha vícios e pratica delitos. Devido a sua crise de identidade e a fácil influenciabilidade, Tracy começa a sair com o grupo de Evie, e a ter as mesmas práticas. Chega ao ponto de Evie ir morar na casa de Tracy, e cada vez mais Tracy praticar mais delitos, se rebelar contra sua mãe, usar drogas e praticar automutilação. Ao analisar o filme através de conceitos psicanalíticos, percebemos que Tracy desejava firmar sua identidade, não como aquela menina comportada e tímida, mas como uma menina descolada, sexy e interessante. Como confirma Aberastury e Knobel (1981) Nesta busca de identidade, o adolescente recorre às situações que se apresentam como mais favoráveis no momento. Uma delas é a da uniformidade, que proporciona segurança e estima pessoal. Ocorre aqui o processo de dupla identificação em massa, onde todos se identificam com cada um, e que explica, pelo menos em parte, o processo grupal do qual participa o adolescente [...] (p. 32)

A jovem Tracy preferiu fazer coisas erradas e ser lembrada por elas do que simplesmente ser uma menina “certinha”, mas que não chama a atenção. Vários autores falam da adolescência como um “ideal social”, ela é a “realização dos sonhos dos adultos”, pois nela se encontra a liberdade tão almejada. Segundo Calligaris (2000):

Os adolescentes, como vimos, se reúnem em grupos que podem ser mais ou menos fechados, mas sempre apresentam ao mundo uma identidade própria, diferente do universo dos adultos e dos outros grupos. No mínimo, são comunidades de estilo regradas por traços de identidade claros e definidos, pois os membros devem poder pertencer a elas sem ter de coçar a cabeça se perguntando: "Mas o que será que os outros querem para me aceitar?" Os grupos têm, portanto, em comum um look (vestimentas, cabelos, maquiagem), preferências culturais (tipo de música, imprensa) e comportamentos (bares, clubes, restaurantes etc.). (p.28)

Percebemos no filme “Aos Treze” um padrão para o grupo que Tracy começou a participar, eram meninas com looks descolados, com maquiagem mais forte, com diversos piercings, com práticas sexuais bissexuais, com consumo de álcool e outras drogas. Uma das perguntas que o autor Contardo Calligaris faz em seu livro “A adolescência” é a seguinte: Será que a adolescência não foi provocada, impondo a moratória e suscitando a rebeldia, justamente para que encenasse o sonho de idiossincrasia, de unicidade, de liberdade individual e de desobediência que é próprio de nossa cultura? Será que a adolescência não veio a existir para o uso da contemplação preocupada, mas complacente, dos adultos? Os adultos desejam a liberdade, e encontram na adolescência a autonomia que lhes falta. Outro fato marcante na adolescência é a separação dos pais. A adolescência chega e muitas vezes os pais não querem aceitá-la, continuam tentando manter seus filhos protegidos e felizes em um mundo da fantasia infantil, sem as responsabilidade e problemas da vida adulta. Todavia, não há como continuar os tratando dessa forma, eles já estão amadurecendo seus corpos e seus interesses mudaram. No filme, Tracy não estava mais tendo uma relação de confiança com sua mãe Melanie. A menina não concordava com o relacionamento de sua mãe com Brady um viciado em drogas que desaparece do mapa por um tempo e retorna quando bem entende. Também não aceitava a vida de limitações no orçamento doméstico, onde aconteciam diversas privações. Seus pais eram separados, e o pai de Tracy dedicava pouco tempo para ela. Logo, não encontramos um vínculo saudável entre Tracy e seus pais, Melanie demorou para perceber que sua filha havia crescido e que estava demandando coisas diferentes de quando era criança. Tracy estava se mutilando, usando drogas dentro do quarto e cometendo diversos furtos para sustentar suas compras, mas sua mãe não estava percebendo isso. Na adolescência é comum acontecer mudanças de humor, momentos de euforia podem preceder momentos em que o adolescente não consegue lidar com seus conflitos internos. Tracy tinha momentos de alegria quando estava com sua turma ou sob o efeito de alguma droga, mas quando aconteciam alguns conflitos familiares ou mesmo com seu grupo de amigos ela se automutilava por não saber lidar com a dor. Também não podemos esquecer que os adolescentes carregam resíduos de experiências dos primeiros meses de vida e da infância, e existem padrões de amadurecimento nos níveis edipianos e pré-edipianos. Deste modo, o menino ou menina chega à puberdade com todos os padrões predeterminados, por causa das experiências

iniciais da infância, e há muita coisa inconsciente, e muito que é desconhecido porque ainda não foi experienciado. ABERASTURY, Arminda; KNOBEL, Mauricio. Adolescência Normal. São Paulo: Artmed, 1981. CALLIGARIS, Contardo. A Adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000....


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