Análise do filme Sementes Podres PDF

Title Análise do filme Sementes Podres
Author Flavia Lemos
Course Educação de Jovens e Adultos
Institution Universidade da Amazônia
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Summary

Análise do filme Sementes Podres contextualizando com a EJA
Professor Ival Rabelo...


Description

ALUNO/A

Flávia Lemos Marialva

MATRÍCULA

26008102

CURSO

Pedagogia

TURMA

6NMA

DISCIPLINA

Educação de Jovens e Adultos (EJA)

DATA ENTREGA

13/08/2019

PROFESSOR



Ival Rabêlo

Faça uma análise do processo de ensino-aprendizagem, da turma de jovens, retratado no filme Sementes Podres. Em sua análise, caracterize o professor e os alunos. No filme Sementes Podres, Wael, o protagonista, é o professor. Ele não era

formado, estava como substituto em um curso de férias para alunos expulsos de escolas por motivos diversos, como uma última chance para eles. Wael tinha uma vida errada de enganar os outros, ganhava a vida aplicando golpes. Porém, tinha uma história de vida extremamente difícil. Quando era pequeno, seus pais morreram por causa da guerra no Oriente Médio, e por algum tempo ele morou sozinho nas ruas. Mas ele acabou sendo levado por uma freira para uma escola religiosa que aparentemente também servia de internato para alguns órfãos, meninos de rua, dando abrigo, comida e estudo para eles. A freira que o levou para o internato acabou adotando ele, largou tudo para cuidar dele. Quando ele cresceu, ela o ajudava em seus pequenos golpes, para evitar que ele fosse preso, mas sempre na esperança de ele mudar de vida algum dia. Quanto aos alunos, dois deles, Karim, de origem árabe, e Ludo, um jovem negro, apresentam realidades sócio-econômicas difíceis (Ludo principalmente, pois tinha que cuidar da mãe doente e desempregada, e dos três irmãos menores, e além disso, queria parar de vender drogas mas estava sendo ameaçado a continuar), mas são de gangues opostas que têm um histórico de muita rivalidade; os dois, por estarem sempre brigando muito, foram expulsos das suas respectivas escolas. Por serem de gangues opostas, se odeiam, mas o professor faz eles se enxergarem de forma diferente. O filme faz um paralelo com a própria história de vida de Wael, que quando era criança e estava no internato, conheceu seu único amigo, Joseph, que também ficou órfão por causa da guerra, mas ao contrário de

Wael, que era muçulmano e cristãos mataram sua família, a família do seu amigo era cristã e muçulmanos os mataram, mas o fato de serem de religiões diferentes que viviam em guerra não os impediu de serem amigos. E então, foi isso que ele ensinou aos meninos. Ele explicou que o fato de eles morarem em lugares que se odeiam não tem nada a ver com eles, e não significa que devam se odiar só por causa de um endereço. No início os meninos não aceitam muito o conselho, mas Karim vê Ludo ser ameaçado e se sensibiliza, e então os dois viram amigos. No final do filme, inclusive, Karim e o professor ajudam Ludo e conseguem prendem o ameaçador. Outra aluna, Shana, sofreu abuso quando era criança, mas nunca contou para ninguém, pois nunca teve coragem. Wael percebe que há algo estranho com ela pelo modo com que ela reage a uma piada e conversa com ela, dizendo que ela pode conversar com ele e confiar nele para contar qualquer coisa que tenha acontecido. No início ela nega, mas depois, pelo envolvimento que ele tem com os alunos e por ter conquistado a confiança deles, ela acaba contando. Além disso, quanto ao processo de ensino-aprendizagem, outra aluna, Nádia, tinha problemas de se relacionar com as pessoas, pois, por ter uma inteligência acima da média, achava que estava sempre certa e agia com arrogância. O ponto é que, por Wael ter ganhado a confiança e o carinho dos alunos, ela acaba direta e ao mesmo tempo indiretamente pedindo a ajuda dele para resolver seu problema, e o professor explica para ela e para a turma toda, com um pequeno desenho de “jogo mental”, que um mesmo desenho pode representar duas coisas diferentes ao mesmo tempo, ou seja, não existe sempre apenas uma única verdade, mas interpretações diferentes de um mesmo fato. Ademais, o professor usou estratégias também de realizar várias atividades em duplas, e compartilhando a tarefa com o outro eles podiam se aproximar mais, trocar opiniões, se ajudar, etc. Também descobriram que o menino menor, que não sabia falar perfeitamente a língua oficial do país (francês), não sabia ler e escrever, e então ensinaram ele todos juntos, em conjunto, de formas lúdicas variadas. Mesmo o professor não sendo formado, ele fez algo muito importante que muitos professores não fazem: se envolveu afetivamente com os alunos, conheceu cada um, cativou e despertou o interesse, ganhou a confiança, e isso é fundamental em qualquer processo de ensino-aprendizagem: reconhecer o aluno como ser humano e envolvê-lo no processo, dar significado para ele, sentido, reconhecer sua

bagagem e levá-la em consideração. Por ele, professor, se importar com os alunos e fazer aquilo porque queria ajudá-los e vê-los crescer, ele deu o seu melhor e os alunos sentiram, e confiaram nele. E isso fez toda a diferença. Ele próprio se transformou, venceu seus próprios medos e traumas, e encontro algo bom que desse sentido à sua vida. Cada aluno tinha seus problemas e dificuldades, mas por ter proporcionado um ambiente acolhedor, humano, significativo e lúdico para os alunos, conhecê-los, prestar atenção nos detalhes e nos sinais que davam (como quando ele percebeu que Ludo estava muito calado e devia ser porque estava sofrendo, mas não queria se abrir; ou quando foi sensível o suficiente pra perceber que havia algo de errado com a reação que a Shana teve, e acabou descobrindo que ela sofreu abuso infantil), eles começaram a se envolver, desenvolver habilidades, aprender mais e se abrirem mais enquanto pessoas, melhorando suas vidas, sendo mais felizes. “Não há nem ervas daninhas, nem homens maus. Há sim, maus cultivadores. ” (Victor Hugo) – essa citação é a primeira frase que aparece no filme, e simboliza perfeitamente a situação dos alunos da história, todos expulsos das escolas, taxados como “problemáticos” ou “irrecuperáveis” muitas vezes por professores, diretores, coordenadores ou mesmo outros alunos que não tiveram a sensibilidade de ver além, e perceber, como o personagem Victor (diretor da instituição que ajudou os alunos) disse “Não são problemáticos, só precisam de um pouco mais de atenção”. E quanto ao título do filme, Sementes Podres, é muito simbólico e irônico ao mesmo tempo, pois toda semente tem toda a potencialidade do que pode vir a ser dentro de si, mas cada uma precisa de determinadas condições adequadas para germinar: um solo mais ou menos fértil, mais ou menos exposição ao sol, menos ou mais água, etc. Como Victor também disse “Uma criança que causa problemas é uma criança com problemas”. Cada um dos jovens necessitava ter sua bagagem levada em conta, sua história de vida, com sensibilidade e respeito, para despertarem as qualidades de cada um, para desenvolver e ser cada vez melhor. Nenhum aluno é irrecuperável. Não existem sementes podres....


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