Análise semiótica - Van Gogh - Noite Estrelada PDF

Title Análise semiótica - Van Gogh - Noite Estrelada
Author Gabriele Oliveira
Course Semiótica
Institution Universidade Tuiuti do Paraná
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Summary

Análise sinestésica e de semiótica para a matéria de semiótica e design da informação.
Análise da obra noite estrelada do pintor Van Gogh...


Description

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ GABRIELE OLIVEIRA AGOSTINHO

DESIGN DA INFORMAÇÃO

ANÁLISE

CURITIBA 2018

“Nós podemos ter mais sucesso na criação de uma natureza mais excitante reconfortante do que com esse discernimento nascido de um vislumbre da realidade.” - Van Gogh

A frase citada acima tem importância para a análise de obra “A Noite Estrelada”. Vincent Van Gogh foi um dos grandes artistas do pósimpressionismo, que era basicamente uma reação contra o impressionismo, acreditavam que a arte não deveria imitar a forma, mas criar forma. É por isso que os artistas pós-impressionistas não têm estilo fixo - seus trabalhos refletem suas próprias personalidades e percepções. A Noite Estrelada foi pintada por Van Gogh em 1889, enquanto ele estava em Saint Rémy em busca de tratamento em um asilo mental. A Noite Estrelada uma das suas obras mais famosas, e curiosamente ele pintou esta tela baseado em um arranjo de constelação que ele havia visto anteriormente, fazendo uso de sua excelente memória, guiando suas pinceladas por puro instinto e emoção.

A primeira coisa que notamos é impressionante céu noturno, que ocupa a maior parte do plano de fundo. Suas linhas ondulantes e parecem estar girando neste movimento suave e ondulado, se fundindo no centro para formar um peculiar espiral. Onze estrelas amarelas, que parecem enormes bolas de fogo, iluminam toda a tela e contrastam com o céu azul frio e fluído, que adquire uma variedade de tons de azul e cinza. Há também a lua crescente no canto superior direito que irradia uma luz mais laranja e mais brilhante do resto das estrelas. A vista do céu noturno e da vila é parcialmente bloqueada por um arbusto no primeiro plano com suas formas retorcidas e sua coloração verdeescura, sobressai para o resto da peça relativamente pastel. As casas são minúsculas e discretamente pintadas no canto inferior direito da pintura e combinam muito bem com a floresta e as montanhas. A arquitetura da vila é simples, e nenhuma luz ilumina a aldeia, dando a impressão de um local pacato e provavelmente todo mundo está dormindo. Suas pinceladas são pesadas e grossas e têm esse ritmo insistente e agitado. Como resultado, esta pintura tem a ilusão de estar constantemente em movimento. O fato de ele ter pintado isso a partir de sua imagem mental pode ter contribuído para que essa peça tivesse uma sensação tão forte de grande deslocamento mental e intensidade emocional. Dá a impressão de que ele mal consegue conter seus sentimentos e que toda sua angústia parece ter se derramado sobre a obra. A lua e as são tão grandes que sentimos que o céu está prestes a cair, como se Van Gogh estivesse criando seu próprio tipo de realidade, embora isso resultasse em perspectivas distorcidas. É o céu noturno que parece ser o coração desta peça, com uma carga emocional enorme, as galáxias estão em movimento e que as estrelas iriam mergulhar na cidade sonolenta a qualquer momento. O arbusto amortece um pouco o efeito do céu, om suas folhas escuras estendidas no lado esquerdo da imagem. Isso perturba todo o equilíbrio, quebra o movimento. As casas parecem bem quietas, todas as luzes estão apagadas e todo mundo está dormindo, sem saber do céu noturno cheio de vida e do arbusto se contorcendo próximo a eles. Isso pode ser entendido como algum tipo de acomodação e ignorância. A vila representa o resto do mundo, inconsciente de todas as agonias que Van Gogh estava passando naquele momento. Por isso que as casas parecem tão distantes, apesar de tudo estar na mesma composição.

Ninguém sabe realmente a intenção de Van Gogh de pintar esta peça, todo mundo parece estar usando códigos diferentes para decifrar o que Van Gogh estava tentando transmitir. Um crítico pensou nisso como uma peça religiosa que descreve uma história da Bíblia. Outro considerou essa pintura como uma convergência de forças históricas durante esse tempo. Sempre levo interpretações para o lado emocional, ainda mais de obras vindas de artistas pós-impressionistas, ele sempre quis fazer algo pela humanidade, e foi rejeitado por ela. A carga emocional de decepção e frustração são enormes demais para se carregar, pintar suas formas distorcidas, com o contraste evidente de cores frias e quentes foi a forma que ele encontrou de se libertar um pouco de todo esse estado mental. Van Gogh não era um artista de mensagens subliminares, não era um artista para a erudição, então não é válido justificar cada pincelada como se fosse algo extremamente calculado, como Michelangelo ou Da Vinci. No caso de Van Gogh, suas obras pareciam refletir uma grande intensidade emocional. Ele gostava de pintar paisagens que refletiam suas próprias emoções. E uma obra que consegue transmitir um sentimento, causar uma emoção, tem uma mensagem mais impactante e bela do que qualquer obra realista....


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