Aula 1 - dentistica PDF

Title Aula 1 - dentistica
Course Dentistica
Institution Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Matéria relativa a dentística a base de resumo de aula e livro....


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DENTÍSTICA I AULA 3 – PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREP PREPAROS AROS CA CAVITÁRIOS VITÁRIOS O preparo de cavidades, do ponto de vista terapêutico, é o tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos duros do dente, de forma que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que as proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie. As finalidades do preparo cavitário ssão: ão: 1. 2. 3. 4.

Eliminar o tecido patológico; Preservar a vitalidade pulpar; Estender as margens da cavidade à locais de relativa imunidade à cárie; Conferir à cavidade forma que permita ao dente receber e reter o material restaurador.

Regr Regras as para o Preparo Cavitário 1. 2. 3. 4. 5.

Remover totalmente o tecido cariado; Deixar as paredes da cavidade suportadas por dentina hígida ou por materiais com igual função; Conservar maior quantidade de tecido dental sadio; Paredes cavitárias planas e lisas; Preparo cavitário limpo e seco.

Black foi o primeiro a idealizar uma seqüência lógica de procedimentos para a realização de preparos cavitários. Porém, devido as evoluções técnico-científicas é preciso adequá-los a realidade atual. A ordem geral de procedimentos no preparo de uma cavidade, de acordo com Black, é a seguinte: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Forma de Contorno; Forma de Resistência; Forma de Retenção; Forma de Conveniência; Remoção da dentina cariada remanescente; Acabamento das paredes de esmalte; Limpeza da cavidade.

Forma de Contorno Contorno: define a área de superfície do dente a ser incluída no preparo cavitário. Forma de R Resist esist esistência ência ência: característica dada à cavidade para que as estruturas remanescentes e a restauração sejam capazes de resistir às forças mastigatórias. Forma de R Reten eten etenção ção ção: forma dada à cavidade para torná-la capaz de reter a restauração, evitando o seu deslocamento. Forma de Con Conveniência veniência veniência: etapa que visa possibilitar a instrumentação adequada do preparo da cavidade e a inserção do material restaurador. Remoção da Dentina Cari Cariada ada Remanescente Remanescente: procedimento para remover toda a dentina cariada que permaneça após as fases prévias do preparo. Acabamento das P Paredes aredes de Esmalte Esmalte: consiste na remoção dos prismas de esmalte sem suporte, pelo alisamento das paredes de esmalte da cavidade, ou no preparo adequado do ângulo cavossuperficial. Limpeza da Cavidade Cavidade: remoção de partículas remanescentes do preparo cavitário, possibilitando a colocação do material restaurador em uma cavidade completamente limpa. FORMA DE CONTO CONTORNO RNO Materiais Permane Permanen n tes Deve-se englobar todo tecido cariado e áreas susceptíveis à cárie da superfície do dente a ser restaurada. Alguns princípios básicos devem ser considerados ao se determinar a forma de contorno de uma cavidade: 1. 2. 3.

Idealmente, todo esmalte sem suporte deve ser removido, ou, quando possível, apoiado sobre um material adesivo (resina composta ou CIV); O ângulo cavossuperficial do preparo cavitário deve localizar-se em área de relativa resistência à cárie e que possibilite um correto acabamento das bordas da restauração; Devem ser observadas as diferenças de procedimentos para as cavidades de cicatrículas e fissuras e aquelas com superfícies lisas.

Cavidades de Cicatrículas e Fissur Fissuras as Para o correto planejamento da forma de contorno dessas áreas do dente, deve-se ter em mente vários fatores, tais como: 1. 2. 3.

Extensão da Cárie; Extensão de Conveniência; Idade do paciente.

Extensão da Cárie Cárie: considerando que a cárie se propaga como dois cones superpostos pelas bases, na junção amelo-dentinária, a forma de contorno deve englobar tanto a extensão superficial da cárie, quanto a sua propagação ao longo dessa junção.

Extensão de Conveniência Conveniência: deve englobar cicatrículas, fissuras e sulcos profundos próximos à cárie, além da cárie, para permitir um bom acabamento das margens da restauração. As estruturas de reforço do dente, como as cristas marginais, pontes de esmalte e vertentes de cúspides, devem ser preservadas. Quando duas cavidades distintas se encontram separadas por uma estrutura sadia de menos de 1mm, elas devem ser unidas em um único preparo, a fim de eliminar essa estrutura dentária enfraquecida. Em caso contrário, essa estrutura deverá ser mantida, preparando-se duas cavidades distintas.

Obs.: Ponte de esmalte com mais de 1 mm de estrutura dentária sadia, deve-se mantê-la, realizando dois preparos cavitários separados. Idade do P Paciente aciente aciente: em pacientes muito idosos, nos quais as faces oclusais dos dentes apresentem abrasão e os sulcos tenham praticamente desaparecido, a forma de contorno deve se limitar à remoção do tecido cariado e à determinação de paredes em dentina e esmalte hígidos. Cavidades de Superfícies Lisas O processo carioso em superfícies lisas propaga-se mais em extensão que em profundidade. Alguns fatores citados nas cavidades de cicatrículas e fissuras devem ser observados também para a determinação da forma de contorno em cavidades de superfícies lisas: 1. 2. 3.

A cárie, que nesses casos se propaga como dois cones superpostos, ápice contra base, na junção amelo-dentinária, deve ser totalmente incluída no delineamento da margem da restauração. Cáries incipientes e extensas, apesar de serem de tamanhos diferentes, devido a extensão de conveniência, as duas cavidades se tornam semelhantes; O ângulo cavossuperficial da cavidade deve ser estendido até que seja encontrada uma estrutura dental sadia e o preparo possibilite um bom acabamento da margem da restauração; O esmalte remanescente deve estar idealmente suportado por dentina sã.

Além desses fatores, outros influem na determinação da forma de contorno dessas superfícies, tais como: 1. Extensão par para a Gengival Gengival: a extensão ideal da parede gengival dos preparos cavitários seria aquela que pudesse ser determinada o mais distante possível do tecido gengival. Isso facilitaria todos os procedimentos operatórios, tais como acabamento de margem, isolamento do campo operatório, adaptação da matriz, remoção de possíveis excessos, moldagens, etc. todavia, essa situação ideal não é atingida em todos os casos, uma vez que a extensão no sentido gengival é governada por uma série de fatores:  

 

Em função da extensão da cárie e de outros tipos de lesões: a parede gengival da cavidade poderá estar supragengivalmente, ao nível da gengiva ou subgengivalmente; A localização da parede gengival estará correta quando, após a remoção de todo o tecido cariado e a realização da extensão paragengival, houver uma separação da superfície proximal do dente vizinho de aproximadamente 0,2 a 0,5 mm para amálgama e de 0,5 e 1,0 mm para restaurações metálicas fundidas; Outros fatores ainda podem ser considerados, como a relação da crista óssea alveolar e o limite gengival da lesão cariosa (espaço biológico) que é de 1,9 a 3,8 mm; A parede gengival, assim como a vestibular e a lingual, deve ser estendidas em direção das respectivas faces, até que fiquem livres de contato com o dente vizinho.

2. Extensão par para aV Vestibular estibular e Lingual Lingual: além de englobar todo o processo carioso, o término do preparo deve ser estendido para as áreas que facilitem o acabamento das bordas da restauração e a sua higienização. Quando a cárie for incipiente, após a sua remoção, as terminações vestibular e lingual da cavidade devem ser estendidas em direção das respectivas faces, até que fiquem livres de contato com o dente vizinho.

Obs.: O istmo é a parte mais estreita de um preparo cavitário que mede ¼ da distância da ponta da cúspide vestibular à ponta da cúspide lingual. Materiais Semipermanentes (Resina (Resinass Compostas e CIV) Para os materiais considerados temporários ou semipermanentes, por apresentarem características adesivas, as formas de contorno interna e externa devem limitar-se à remoção da cárie e à conformação das paredes cavitárias. Sendo assim, o preparo cavitário deverá ser o mais conservador possível, principalmente quanto às extensões oclusal, vestibulolingual e gengival. Em função do caráter temporário dos materiais, a extensão estabelecida para os materiais permanentes não é realizada, no máximo, quando necessário, realiza-se a separação prévia do dente, para facilitar a instrumentação do preparo e a realização da restauração. FORMA DE RESISTÊNCIA De acordo com Black, as paredes circundantes da caixa oclusal devem ser paralelas entre si e perpendiculares à parede pulpar. Porém, o estabelecimento de paredes circundantes da caixa oclusal paralelas entre si proporcionam bordas de restauração com espessura insuficiente para suportar cargas mastigatórias, devendo-se, principalmente no caso de dentes com acentuado grau de inclinação das vertentes de cúspides, confeccionar paredes circundantes convergentes para oclusal a fim de permitir um maior volume de borda para a restauração. O ângulo cavossuperficial deve ser de 90º (nítido), para restauração de amálgama, isso é feito para compensar a baixa resistência de borda desse material. Dentes com acentuada inclinação de vertentes de cúspides não possibilitam que o ângulo cavossuperficial seja de 90º, nesses casos, são aceitáveis margens de 70º, isto ocorre, ocasionalmente, com os pré-molares. De acordo com Black, as paredes pulpar e gengival devem ser planas, paralelas entre si e perpendiculares ao longo eixo do dente. As paredes vestibular e lingual da caixa proximal convergem para a oclusal, pois além de oferecerem uma forma auto-retentiva, a caixa preserva maior quantidade de tecido da crista marginal e expõe em menor grau a restauração às forças mastigatórias. Vistas por oclusal, as paredes vestibular e lingual da caixa proximal devem formar um ângulo de 90º com a superfície externa do dente, de maneira a acompanhar a inclinação dos prismas de esmalte, o que é obtido por vestibular pela curva reversa de Hollenback. Ângulos diedros e triedros devem ser definidos à exceção do ângulo axiopulpar, o qual deve ser sempre arredondado, para diminuir a concentração de esforços capazes de provocar a fratura do material restaurador.

Idealmente, o esmalte deve ficar apoiado em dentina hígida, a fim de evitar prismas de esmalte sem suporte, para resistir aos esforços mastigatórios. Nas Restaurações Metálicas Fundidas o ângulo cavossuperficial deve ser biselado e as paredes vestibular e lingual devem ser divergentes no sentido gengivooclusal e axioproximal. As RMF protegem a estrutura dentária remanescente. FORMA DE RETENÇÃO As formas de resistência e retenção, apesar de serem consideradas de maneira isolada em termos didáticos, são muitas vezes obtidas simultaneamente. Portanto, todos os princípios que regem a forma de resistência são importantes e válidos para a forma de retenção. A forma de retenção é conseguida por: 1. 2. 3. 4.

Conformação do preparo cavitário; Pelas retenções adicionais; Pela retenção por atrito do material restaurador às paredes da cavidade; Pela adesão química.

A finalidade da forma de retenção é evitar o deslocamento da restauração por: 1. 2. 3.

Ação das forças mastigatórias; Tração por alimentos pegajosos; Diferença do coeficiente de expansão térmica entre o material restaurador e as paredes do preparo cavitário, especialmente das resinas restauradoras.

Tipos de Retenção: 1. 2.

Retenção por atrito do material restaurador; Retenções mecânicas adicionais, como cauda de andorinha, sulcos, canaletas, orifícios, orifícios para pinos, condicionamento ácido do esmalte e dentina. 

Cavidade Simples:

Segundo Black, quando a profundidade da cavidade for igual ou maior que a sua largura vestíbulo-lingual, por si só a cavidade já é retentiva. Contudo, se a abertura VL for menor que a profundidade, deverão ser providenciadas retenções adicionais em dentina na base das cúspides ou deve-se preparar as paredes vestibular e lingual convergentes para a oclusal tornando a cavidade auto-retentiva. No caso de a cavidade se apresentar estritamente em superfície lisa, essas retenções adicionais deverão ser realizadas em dentina, nas paredes oclusal / incisal e gengival. 

Cavidades Compostas e Com Complexas: plexas:

O problema da retenção nessas cavidades é mais complexo. Assim, alguns procedimentos poderão ser adotados a fim de se conseguir a estabilidade de restauração, entre os quais: 1. Cauda de Andorinha Andorinha: auxilia a retenção de restaurações de cavidade próximo-oclusais, no entanto, do ponto de vista biológico e mesmo da resistência da estrutura dentária remanescente, não é vantajosa. Por outro lado, em cavidades de Classe II, próximo-oclusais, enquanto a cauda de andorinha aumenta em aproximadamente quatro vezes a retenção da restauração na cavidade no sentido axioproximal, a confecção de sulcos proximais, vestibular e lingual aumenta aproximadamente em dez vezes essa retenção, com a vantagem de economizar estrutura dentária, constituindo-se em um procedimento biomecânico mais recomendável (slot vertical com canaletas proximais). 2. Slot V Vertical ertical ertical: Indicada para pré-molares inferiores e superiores, nas faces proximais dos mesmos, sem atingir a oclusal (segundo seu autor, Markley). É um preparo mais conservador que a classe II tradicional e é muito usado em pacientes com poucas cáries e higiene oral adequada. A canaleta, no slot vertical, é feita com a broca 699 na parede vestibular e lingual. 3. Sulcos Proxim Proximais ais ais: Recurso retentivo confeccionado à custa das paredes vestibular e lingual da caixa proximal, com o objetivo de se evitar o deslocamento lateral das restaurações quando da incidência de uma carga oclusal. FORMA DE CONVENIÊNCIA Este ato operatório depende das propriedades do material restaurador e dos métodos empregados para a confecção da restauração e da localização e extensão da lesão. Assim, para restaurações em dentes anteriores, certos passos anteriores ao preparo, como isolamento absoluto do campo operatório e separação dos dentes, são formas de conveniência para se obter o controle da saliva e / ou do sangramento gengival, e retração da gengiva para melhor visibilidade e acesso ao campo a ser operado. Nos casos de carie incipiente em cavidades de Classe II, o acesso da caixa proximal para instrumentação por meio das faces oclusal ou vestibular, mesmo que estas não estejam cariadas, é considerado como uma forma de conveniência. Forma de Con Conveniência veniência Biológ Biológica ica A confecção da parede pulpar inclinada de vestibular para lingual, em pré-molares inferiores, e de parede axial convexa, em preparos de Classe V, acompanhando a superfície externa do dente constitui-se em forma de conveniência biológica, pois evita a exposição pulpar e preserva estrutura dentária. REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA REMANESCENTE

Quando a cárie é incipiente, a remoção da dentina cariada ocorre simultaneamente ao preparo da cavidade. Se a cárie permanece após as fases prévias, somente a porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão no assoalho cavitário que deve ser preenchido com uma base protetora adequada até atingir o nível da parede de fundo, possibilitando uma distribuição uniforme das forças que incidem sobre a restauração. Quando a cárie for extensa e profunda, a remoção deverá ser feita antes da delimitação da forma de contorno. Existem dois tipos de dentina: infectada, a qual deve ser removida (preenchida por bactérias e desestruturada) e a afetada, a qual deve ser preservada (dentina desmineralizada, mas sem bactérias). Para se certificar da completa remoção da dentina infectada pode se utilizar fucsina básica a 0,5% em propileno glicol, que permite detectar a presença de dentina pela coloração que esta assume após aplicação no preparo, indicando a necessidade de remoção. ACABAMENTO DA P PAREDE AREDE DE ESMAL ESMALTE TE Tem como finalidade promover a remoção das irregularidades e prismas de esmalte sem suporte deixados pela instrumentação inicial, de forma a proporcionar o melhor vedamento marginal possível entre o material restaurador e a estrutura dental. As paredes do esmalte são alisadas e o ângulo cavossuperficial recebe um tratamento de acordo com o material restaurador a ser empregado. Ele poderá ser biselado ou vivo; porém, deverá ser sempre liso e uniforme.

LIMPEZA DA CA CAVIDADE VIDADE Considerado como o último tempo operatório do preparo cavitário. É responsável pela remoção de detritos deixados durante o preparo cavitário, tais como raspas de dentina e esmalte, bactérias, pequenos fragmentos abrasivos dos instrumentos rotatórios, óleo proveniente dos aparelhos de alta e baixa velocidades. Os detritos ou smear layer deixados sobre a superfície do preparo podem obliterar os canalículos dentinários recém cortatos, interferir na adaptação do material restaurador às paredes cavitárias favorecendo a infiltração marginal, assim como contribuir para inflamação pulpar, pois a camada de detritos pode conter microorganismos que podem atravessar os canalículos e chegar à polpa. Vários procedimentos são utilizados na limpeza da cavidade, dentre eles, citamos: 1. 2. 3. 4.

O procedimento usual é o emprego de jatos de ar e água, porém só remove as partículas maiores; Solução de hidróxido de cálcio, é o que mais satisfaz os requisitos como agente de limpeza, pois tem boa biocompatibilidade; Agentes ácidos fortes podem ser efetivos em termos de limpeza, porém possuem efeitos deletérios ao complexo dentino-pulpar; Outros agentes de limpeza (tergentol, etc.)....


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